1. Spirit Fanfics >
  2. Onde você estava >
  3. Abruptamente

História Onde você estava - Abruptamente


Escrita por: Juchandelier

Notas do Autor


Oi pessoas, desculpe por não ter postado, eu tive uma reação alérgica e fiquei parecendo uma batata de tão inchada, socorro
Mas agora passou e vou voltar a postar <3

Capítulo 6 - Abruptamente


Fanfic / Fanfiction Onde você estava - Abruptamente

Octavia, Rússia POV

Passo algumas horas com Aden até que ele caia no sono. Já são quase 23h, me sinto frustrada, impotente, sei que preciso e quero ajudar, tanto Aden quanto Lexa.

Nós fomos criadas juntas, apesar da diferença de idade, eu sou 4 anos mais velha, sempre nos demos muito bem. Com 5 anos Lexa começou a me acompanhar nos treinos, eu a ensinei durante um ano, quando estava com sete a pequenina já lutava tão bem que eu não conseguia mais acerta-la. ela sempre teve talento, penso com um sorriso bobo no rosto. Uma pena ela ter sido corrompida pelos "negócios" da família. Um sentimento de dever e honra me inundaram, saio do quarto de Aden silenciosamente, para não acorda-lo e vou até o pátio praticar algumas lutas. Eu precisava clarear a cabeça, bolar um plano.

Lembro de Indra e Titus, os pais de Lexa. Eles era exímios agentes, os melhores sob o comando de meu pai, juntamente com Jake e Abby Griffin. Jake e Abby sempre foram rebeldes, quando ela descobriu que estava grávida, decidiram que não queriam mais fazer parte dos negócios, que não queriam aquela vida para seus filhos. Mas é claro que não era tão simples, você não pode simplesmente abandonar a máfia, você pode morrer na máfia ou morrer pela máfia. Ponto final.

Sinto meu estômago revirar com o pensamento.

Quando Jake e Abby decidiram fugir, desaparecer com Clarke, sua filha de pouco mais de dois anos, os pais de Lexa os ajudaram. Como pode-se notar, meu pai nunca foi do tipo presente ou atencioso, por isso Indra e Titus me acolheram, fui praticamente criada pelo dois, Lexa como minha irmã. Indra e Titus ficaram presos durante anos enquanto Marcus procurava os Griffin, durante esse período Indra teve mais um filho, Aden, que foi entregue aos cuidados de Lexa. O casal foi executado alguns anos depois. Chuto o saco de pancadas com tamanha força que a corrente que o prendia ao teto range e o saco despenca no chão. 

Clarke POV

Acordo em um pulo, já estava escuro na rua. Olha no relógio, já são nove horas da noite. Lembro da morena em meu sofá, levanto rápido, quase tropeçando nos móveis, e vou até ela, que ainda dorme, as sobrancelhas franzidas. Me aproximo e ajeito suas pernas de modo que seu tronco fique reto.

- Dormindo torta desse jeito essas costelas não vão melhorar nunca - resmungo. - Parece uma lagartixa.

- Eu ouvi isso - ela responde, a voz rouca e divertida. Sinto minhas bochechas corarem, que mania de pensar alto. 

- Bem, é a verdade - Digo, mantendo a pose. Ela abre os olhos devagar me encarando com curiosidade. - Então vê se para quieta.

Vou até a cozinha e pego o telefone, disco alguns números e o coloco na orelha. Vejo uma movimentação no sofá, arregalo os olhos quando vejo a louca tentando se manter de pé, cambaleando pela minha sala. Ela parece decidida a sair correndo. Caminho em sua direção, ela pega a jaqueta no sofá e manca em direção à porta mas eu bloqueio seu caminho, ela arregala os olhos, assustada, tá,vez até um tanto decepcionada. 

- Não precisa chamar a polícia - ela diz rapidamente, mantendo-se de pé com dificuldade, as mãos em volta das costelas. Seus olhos verdes estavam assustados mas seu corpo estava pronto para lutar, havia uma força sobre humana dentro dela. Senti seu desamparo. - Já estou indo embora. - Ela tenta passar por mim, mas está fraca, apesar de ser mais alta consigo segura-la pelos ombros. Seus olhos encontram os meus.

- Eu estava pedindo pizza - Explico com a voz tranquila, digo aquelas palavras como se fossem óbvias, tentando fazê-la se sentir segura. - Aqui, olhe o nome no telefone - mostro o visor e sinto seu corpo relaxar. - Você está louca? Não pode levantar, volte para o sofá. - Seus grandes olhos verdes me fitam por mais alguns segundos, avaliando se deveriam confiar em mim ou não. Eu é quem deveria esta desconfiada aqui. Observo a morena enquanto ela manca lentamente de volta ao sofá, ela parecia cansada, não apenas fisicamente. 

Pego o telefone novamente, disco e o coloco na orelha. A morena agora me observa atenta, ainda vejo desconfiança em seus olhos. Alguém atende o telefone, uma voz cheia de falso entusiasmo, típico de restaurantes.

- Bom noite - digo, educada, o homem pega meus dados e pergunta quais seriam os pedidos. - Duas pizza, uma de calabresa e a outra portuguesa. - Olho para a louca em meu sofá, arqueando as sobrancelhas como quem diz "viu, idiota?". Ela abaixa o olhar, mexendo nas mãos desconfortavelmente. Agradeço e desligo o telefone. - Em 15 minutos a pizza está aqui - Informo enquanto pego mais alguns analgésicos na cozinha. Encho um copo de água e levo até ela no sofá. Ela o pego prontamente e toma o comprimido, sinto que ela quer dizer alguma coisa, mas se mantém calada.

- Eu ainda não sei o seu nome - digo á ela, gentil. ainda de pé em frente ao sofá. Ela levanta o olhar, me avaliando com aqueles olhos profundos. Ela pondera por alguns segundos e então responde:

- Lexa. - ela fica quieta, penso que não irá falar mais nada então aceno com a cabeça e viro as costas indo em direção á cozinha, mas ouço um sussurro: - obrigada. 

Continuei andando, como se nada houvesse acontecido porém um sorriso teimoso apareceu em meu rosto. Ela era uma criatura cativante. 

Lexa POV

Mantenho o olhar nas costas de Eliza enquanto ela se afasta, não sei ao certo se ela escutou o meu obrigada, afinal foi apenas um sussurro. Tento entender o que se passa em sua mente, quando ela pegou o telefone a única coisa que me pareceu possível era que ela estava chamando a polícia, afinal, ali estava eu, aleijada e sonolenta no sofá de uma mulher que uma noite antes me vira executando um homem. Não entendo pq ela está me ajudando, me permitindo ficar. 

Diabos. Ela pediu pizza.

Me sinto estupida.

A loira anda de um lado para o outro da cozinha, pegando copos e pratos. Alguns minutos depois a pizza chega, ela abre a porta e recebe o entregador com um sorriso gentil. Me perco observando-a, o rosto leve e tranquilo, mesmo em uma situação estressante Eliza podia manter sua leveza. Cativante, pensei. 

Ela se vira, fecha a porta e abre a caixa dando uma longa fungada na pizza fumegante no interior. Ela ergue os olhos para encontrar os meus e sorri. Que inferno de sorriso, sinto meu estômago revirar. Por alguns segundos vi a mesma loira que me cativara no campus da universidade, sempre com um bloco de desenho em mãos, olhos sonhadores, parecia andar com a cabeça nas nuvens, tranquila. Retibruo seu sorriso com um meu, tímido, apenas de canto.

Sinto meu estômago roncar ao sentir o cheiro da pizza. Estou faminta. Eliza pega os pratos e vem saltitante em direção ao sofá e se senta no chão, de pernas de índio, em minha frente. Ela coloca as caixas ao seu lado e serve um pedaço de cada em um dos pratos e me entrega. Aceito, silenciosa. Ela não se dá ao trabalho de usar pratos, apenas pega um fatia com a mão e se delicia. 

- você realmente gosta de pizza - comento, divertindo-me. Ela cora, mas sorri e limpa a boca com o guardanapo acenando freneticamente com a cabeça.

- Amo. - ela fala, a boca ainda cheio. Acho a cena cômica. Ela parecia ser uma pessoa realmente boa, com esse pensamento vem novamente a dúvida: pq infernos ela está me ajudando?

- Pq você me deixou ficar? - pergunto de uma vez, sem rodeios. Ela engasga e me encara com aqueles olhos azuis, ela parecia pensar, ponderar o que devia responder.

- Você não parecia em condições de me machucar. - Ela responde dando de ombros, sincera - Não podia simplesmente jogá-la na rua.

- Sim, podia - digo, a voz sombria. - pq você me ajudou, Eliza? -insisto.

Ela engole em seco.

- você salvou minha vida, aparentemente. - ela diz, olhando para as mãos, como se sentisse vergonha - Achei justo fazer o mesmo. 

Sua resposta me pegou desprevenida. 

Eu nao havia pensado dessa maneira. A única coisa que passou na minha cabeça foi que eu nao queria mais uma morte em minhas costas. E o fato de conhecê-la só me fez sentir ainda pior com o pensamento de machuca-lá. Pike com certeza me faria eliminar quaisquer testemunhas, só pensei em tirá-la de lá. 

Percebo que me perdi em pensamentos, estou com os olhos fixos nela. Confesso que estou um tanto chocada. 

Balanço a cabeça, voltando à realidade. Cruzes. 

Falando em realidade, sou oficialmente uma sem-teto. O maldito realmente sabia aonde eu morava. Talvez Pike arranjasse um novo lugar para eu ficar. Talve não, afinal, não é como se ele se importasse com meu bem-estar. Me sinto exausta, sei que amanhã vou ter que levantar e voltar para a minha vida. Tudo que eu quero é acabar com ela, mas não posso. Se eu fizer isso nada garante que Aden ficará bem. Sete infernos, como sinto falta do pequenino. Há três anos que não o vejo. Termino minha pizza e olho para Eliza, que já havia devorado quatro pedaços. Que monstrinho. 

- Mais? - ela pergunta. Nego com a cabeça, perdi totalmente o apetite pensando em meu irmão. Ele provavelmente está sozinho, machucado e chorando. Eliza deve ter percebido a mudança em meu semblante pois indireitou as costas e soltou um pigarro, chamando minha atenção - quem era no telefone? Seu chefe?

- Nada de perguntas - digo, fria. Ela se retrai. Boa Lexa. - desculpe. Sim, era.

- O que exatamente você faz? - ela insiste. 

- pq você quer saber? - garota estranha, penso.

- Você está na minha casa comendo pizza e com seus machucados devidamente limpos e suturados - ela diz simplesmente - o mínimo que pode fazer é me dar algumas respostas. 

Duficil argumentar com essa lógica. Ainda mais com pizza envolvida.

- Eu me livro de pessoas indesejadas - explico - que não pagam suas dívidas ou que sabem demais - a última parte soou como uma ameaça, não tive a intenção mas simplesmente não sei interagir com pessoas. Há anos que não faço isso. Abaixo os olhos, tristonha, 

- Você não parece gostar muito do que faz - ela arrisca o comentário, vejo que está nervosa.

- Isso não importa - as palavras saem quase que automáticas. Era o que eu vinha ouvindo a vida toda - O que importa é que sou boa no que faço.

Ela se encolhe. Parecia decepcionada com a minha resposta. Eu também estava.

- Eu não tenho escolha loirinha - digo, quase em um sussurro. Ela  me olha curiosa - Chega de perguntas. - me apresso em falar. Ela concorda com a cabeça, pega o restante da pizza e se levanta. Sinto meus olhos pesados, malditos remédios. A última coisa que me lembro antes de apagar é de uma Eliza cuidadosa me cobrindo com um cobertor. 

Octavia, Rússia

Tomo um banho rápido após os exercícios. Havia sido útil. Eu tinha um plano.

Jake e Abby Griffin. Talvez eles ainda estejam vivos e, se eu os encontrasse, seriam fortes aliados. Preciso ter acesso às informações no computador de Marcus. Com certeza seria um começo. 

Me esquivo pelos corredores e avisto Lincoln, como sempre ele estava de guarda no turno da noite. Graças a Deusa. Chamo sua atenção com um sonoro "psiu". Ele me vê e no mesmo momento seu rosto se ilumina. Ah, como senti falta desse sorriso.

- Ei, preciso de cinco minutos no escritório de meu pai - informo ao grandão. Ele me olha, preocupado. 

- Tome cuidado, ele pode voltar ainda hoje - ele diz e beija meu cabelo enquanto passo pela porta. Ele a fecha prontamente.

Preciso de apenas dois minutos para perceber que não há nada em seu computador. Meu pai é das antigas, penso. Aposto que estão nos arquivos. Abro as gavetas apressada, centenas de papéis meticulosamente organizados. Nada em G. Era aonde deveria estar. Pensa Octavia, pensa. 

T.

T de traidores.

Bingo.

Marcus realmente guarda sabe guardar rancor. 

Pego os papéis e abro a porta, Lincoln permanece imóvel, apenas me dá uma piscadinha de canto. Sorrio para ele e corro de volta para meu quarto. 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Leio cuidadosamente cada página. Eram muitas informações, a maioria inútil mas a melhor pista era sobre Clarke, a filha de Abby e Jake. Pela deusa, acho que posso localiza-la.

Aparentemente assim que fugiram os Griffin colocaram a filha para adoção.

Decisão inteligente. 

Se eu conseguir falar com Finn, tenho certeza de que ele pode ratreá-la.

Eliza POV

Acordo assustada com o barulho de água correndo. Abro os olhos, a luz da janela me cegando. Nossa, que horas são? Olho no relógio, quase meio dia. 

Céus.

Me sento na cama e procuro por Lexa no sofá, mas o encontro vazio. Sinto meu sangue gelar, aquela louca psicopata foi embora e vai sangrar até a morte naquela moto infernal. Levanto-me rápido mas quando tento calçar os chinelos acabo batendo o dedo na Madeira da cama.

Solto um grunhido.

Socorro. Estou morrendo.

Ergo o pé e massageio o dedinho com as mãos enquanto xingo minha cama ferozmente.

Ouço uma voz vindo da minha cozinha.

- Credo - diz uma Lexa chocada enquanto me observa boquiaberta e um tanto risonha - Pra que tudo isso? 

Me sinto boba. Solto o pé e tento recuperar minha dignidade. 

- Achei que você tivesse ido embora - digo sem pensar e logo me arrependo - não que eu me importe - tento concertar - mas você provavelmente morreria em cima daquela moto.

Vou calar a boca.

Ela solta um som nasal, divertindo-se.

- Só estou lavando a louça - explicou, mostrando os pratos limpos - minhas costelas estão melhores, só a minha parece que parece que vai cair - ela diz Irônica.

Balanço a cabeça e vou e, direção ao banheiro, desconcertada. Escovo os dentes e volto a cozinha. 

Lexa havia colocado o café para passar e mexia em alguma coisa no fogão. Ela havia se livrado das calças e estava de calcinha e uma blusa solta. O corte em sua coxa estava avermelhado, deixo meus olhos passearem por seu corpo musculoso. Ela não era grande, mas parecia ser feita de mármore. 

Me sento em um dos bancos e aguardo os ovos ficarem prontos. Até lá posso apreciar a vista.

Ceús.

Apos alguns minutos ela se vira e coloca os ovos mexidos em um prato, serve o café em uma xícara e a entrega a mim, tudo isso pulando em uma perna só. A observo com a testa franzida mas antes que posso ajudá-la ela se senta em um dos bancos.

- Anh... Obrigada... Eu acho - digo enquanto beberico meu café. 

Ela me observa com intensos olhos verdes. Sinto minha pele esquentar.

Lexa levanta calmamente e pega suas calças no chão e começa a vestir-se, observo confusa. Aonde ela pensa que vai mancando desse jeito? Faço menção a falar algo mas seu olhos me calam,ela veste a jaqueta sem quebrar o contato visual. Coloca o celular é uma faca estranha no bolso. Prendo o ar.

Ela vem em minha direção, devagar, para não machucar a perna, seus movimentos eram felinos e seus olhos vorazes. Ela para com o rosto a centímetros do meu, me olhando de cima já que eu estava sentada. Sinto o calor do seu corpo e suspiro. Penso que ela vai se afastar mas ao invés disso Lexa segura meu queixo com a mão enquanto seus olhos queimam sobre minha pele.

-Gostaria de poder agradecer - ela diz baixinho, a voz rouca - mas não sou boa com palavras - ela termina e então, abruptamente, cola os lábios nos meus.

Fui pega totalmente desprevenida, fico paralisada. Ela toma minha boca em um beijo bruto, mesmo fraca seu toque era firme, cheio de desejo. Sinto sua mão enroscada em meus cabelos, puxando suavemente. 

E da mesma forma que começou, ela termina o beijo, de forma abrupta, deixando uma Eliza confusa, de cabelos bagunçados e lábios vermelhos para trás.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então é isso aí por hoje, espero que gostem. Desculpem os erros, tá meio tarde aqui e meus olhos estão fechando hahah até a próxima


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...