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História One (Diley) - I'm so sorry, Miley.


Escrita por: dileycoud

Notas do Autor


Oi humanos, tudo bom? Espero que sim!

Outro capítulo pra ocês. Se este não estiver bom me perdoem porque estou sem computador ou notebook.

Boa leitura

Capítulo 32 - I'm so sorry, Miley.


Dallas, Texas

Fevereiro, 2007

High School Curlles Texas - HSCT

Engoli em seco quando parei em frente do enorme prédio. Minhas mãos trêmulas seguravam firme as alças da minha mochila. Sentia o meu corpo paralisado e minha garganta seca como um deserto. Meu coração já acelerado, errou umas três ou quatro batidas e parecia que ele queria pular para fora do meu peito.

Quer saber o que está me causando tudo isso? Simples. Te dou apenas duas palavras: escola e valentões. Bela combinação, não?

Suspirei pesado quando comecei a caminhar em direção à entrada do grande prédio cheio de adolescentes. Mais um dia neste inferno chamado escola. Odeio este lugar. Não a escola em si, mas sim quem estuda nela. A maioria dos alunos aqui são tão infantis, idiotas e previsíveis. Acham que a escola é o seu reino, mas não passam de meros alunos que vão reprovar todo ano.

Eu e minha pequena somos motivo de provocações e piadas na escola. E tudo piorou quando descobriram que eu sou intersexual. Aí sim os marmanjos do time de futebol caíram em cima de nós como um piano em nossas cabeças. Pro outro lado as meninas se arrastam aos meus pés querendo "conhecer" o meu amigo, o que deixou os meninos ainda mais putos da vida comigo até chegar ao ponto de eles me espancarem todo dia, depois ou antes da aula.

E covardes como eles são, também provocam Demi para me atingir. E agradeço a Deus por ela ter faltado da escola hoje porque ela tem uma consulta no oftalmologista, e ter que aguentar certas pessoas em plena segunda-feira de manhã é foda, ainda mais para uma pessoa que ainda está se adaptando com a sua deficiência como a Demi. Prefiro ver a minha baixinha longe desses infantis.

Mas infelizmente amanhã vai começar tudo de novo e Demi não vai poder faltar, então enfrentará o dia junto comigo, o que não me agrada nada. Só de imaginá-la sendo perturbada por esses seres sem cérebros meu sangue ferve.

– Hey aberração! – Falando nas pestes... – Cadê a sua namorada? Aquela cega inútil não veio hoje? – Falou rindo me fazendo revirar os olhos. É sempre as mesmas provocações e piadas que chega a ficar entediante.

– E isso te interessa? – Perguntei rude indo até o meu armário que estava do outro lado do corredor e percebi eles me seguindo. Bando de sanguessugas. – E ela não é a minha namorada. – Murmurei jogando de qualquer jeito os meus livros dentro do meu armário e pegando um para a primeira aula que é de física.

– Mas bem que você queria, não é esquisita? – Riu, sendo acompanhado pelos os seus seguidores. Pior que ele está certo. Eu sou completamente apaixonada por Demi. Foi estranho quando comecei a sentir coisas por ela, foi tudo tão de repente. Um dia eu era apenas a sua minha melhor e no outro tudo o que eu mais queria era criar uma vida ao lado dela.

Ela pode ser introvertida, tímida, orgulhosa, grossa e fechada com todos, mas só eu consigo ver quem é a verdadeira pessoa atrás daquela menina que usa um óculos escuros em seu rosto com a feição séria e tem um bastão em sua mão. Ela é linda, sorridente, carinhosa, engraçada, divertida e incrível. Ela é perfeita. Essa é a verdadeira Demi, a Demi que eu conheço, a menina que mexe comigo de uma forma inexplicável.

– O gato comeu a sua língua? – Bufei quando a voz irritante interrompeu os meus pensamentos. Fechei meu armário e comecei a andar no corredor com os sanguessugas me seguindo.

– Me deixa em paz Josh. – Rosnei, abraçando o livro contra o meu peito.

– Por que eu deveria? – Perguntou ainda rindo. Por acaso ele está vendo algum palhaço para rir tanto? Acho que ele está rindo dele mesmo, pois o único palhaço aqui é ele.

– Deixa ela em paz Josh. – Debby apareceu do meu lado, passando um braço pelo o meu pescoço. Ela é uma das meninas mais popular e linda da escola e também é uma das meninas que dá em cima de mim assim que descobriu minha condição, mas nunca dei bola para ela, na verdade eu não dou bola para nenhuma garota. Eu só consigo pensar em uma. – Ela não fez nada contra você. Ela nunca fez nada contra você. Por que implica tanto com ela?

– Porque ela merece. Uma aberração como ela merece ser tratada como um lixo. – Cuspiu as palavras em desgosto. Senti meus olhos marejados. É foda ter que aguentar esses apelidos.

– Eu acho sexy. – Debby falou com a voz extremamente sensual. Ela segurou o meu queixo delicadamente e me fez levantar a cabeça, para logo depois deixar um beijo no canto da minha boca. – Super sexy. – Sussurrou perto da minha boca, me fazendo engolir em seco.

Pelo o canto de olho pude ver o Josh bufar e com a cara de quem chupou limão. Josh é caidinho pela a Debby, então ele deve estar puto da vida comigo agora, então isso quer dizer que eu estou ferrada.

Me afastei da Debby rapidamente, coçando a nuca em nervosismo. Olhei para o Josh e o mesmo estava me encarando com fúria nos olhos.

– A gente se fala Miley. – Debby beijou novamente o canto da minha boca e saiu rebolando.

Fechei os olhos já esperando o soco ou um empurrão vindo do Josh e não demorou muito para acontecer. Um empurrão e eu já estava em uma parte mais isolada do corredor, onde ninguém poderia nos ver, e não deu nem tempo para pensar e já senti um soco em meu estômago, fazendo o meu corpo se dobrar de imediato e o livro que estava em minha mão cair no chão. Meus pulmões pareciam ter se esvaziados como bexigas.

Duas mãos firmes agarraram a minha camisa me forçando a erguer o meu corpo. Vi quem está me segurando com agressividade é um dos amigos do Josh. Eduard.

– Você vai pagar muito caro esquisita. – Ameaçou, levando o seu punho fechado até a mim, me dando um soco no lado direito do meu rosto.

– Eu não tenho culpa se eu faço melhor do que você. – Provoquei depois de eu ter me recuperado do soco, dando um sorriso convencido. Ok, eu não devia estar o provocando, isso só vai piorar para o meu lado. Mas eu não consigo evitar e na verdade não estou nem aí. Vale muito a pena falar poucas e boas em troca de uma surra.

Ganhei outro soco em meu rosto, desta vez foi tão forte que me fez cair no chão. Levei a minha mão até a minha boca e ela sangrava, o meu lábio latejava e minha língua doía tanto que parecia que uma parte dela foi arrancada fora. O desgraçado me fez morder a minha língua.

– Não devia ter falado aquilo. – Outra pancada em meu estômago, desta vez foi um chute, um chute forte e certeiro. Levei a minha mão até a minha barriga gemendo de dor. – A sua namoradinha que vai pagar por isso. – Assim que eu ouvi o que ele disse eu arregalei os olhos.

– Nã-não! Por... por favor, não fa-faça nada à... à e-ela. – Falei com dificuldade, tentando recuperar o ar que perdi depois da pancada em meu estômago.

– E por que eu não deveria? – Se agachou ficando a minha altura e ergueu as suas duas sobrancelhas. – Além do mais, ela também é outra esquisita da escola, não? – Riu sarcástico, sendo acompanhado pelo os seus amigos.

– Por... por favor... – Implorei logo gemendo de dor. – Eu faço o que... o que você quiser.

– O que eu quiser? – Perguntou ainda com as sobrancelhas erguidas e eu assenti com a cabeça fechando os olhos com força. – Ótimo. – Agarrou os meus cabelos com força, me forçando a me sentar no chão gelado. – Depois da aula me encontre no primeiro beco, próximo a escola. Faça isso se quer ver a Demetria bem, ou ela pagará por sua culpa. – Assenti freneticamente com a cabeça respirando com dificuldade. Um último soco foi me dado antes de ele se afastar, sumindo da minha vista e me deixando caída no chão gemendo de dor. Hoje com certeza é uns dos piores dias da minha vida, e o pior é que a semana só começou.

Los Angeles, Califórnia 

Dias atuais

– Ela não quer comer? – Perguntei pela a milésima vez para a minha empregada, Patrícia.

– Não. Ela se recusa a comer ou beber qualquer coisa. – Respondeu me fazendo suspirar.

Demi se recusa a sair do quarto desde de ontem depois que chegamos do jantar e agora ela não quer comer nada, o que me deixa muito mais preocupada.

– Tenta fazê-la comer de novo. – Falei a fazendo me encarar com o cenho franzido.

– Mas ela não quer comer nada. Eu já tentei. – Comecei a andar de um lado para o outro e ela me acompanhou com os olhos.

– Tenta de novo. – Insistir, passando a mãos pelos os meus cabelos sem parar de andar de um lado para o outro. Demi não pode ficar sem comer. Isso não vai fazer bem a ela e nem ao bebê. Só de pensar que tudo isso é culpa minha o meu peito dói.

– Mas Miley...

– MAS NADA! FAÇA ELA COMER AGORA! – Alterei o meu tom de voz a assustando e logo me arrependi de ter feito isso. – Patrícia, me desculpa. Eu não queria gritar com você. E-eu... – Não consegui terminar a frase e sentei no sofá apoiando os braços na minha perna e escondendo o rosto nas duas mãos. Eu estava frustrada, triste, furiosa e principalmente arrependida por tudo.

Senti uma movimentação ao meu lado e logo senti uma mão acariciar a minha costas.

– Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. – Falou calma. Tirei as mãos do meu rosto e a encarei.

– Não, não vai ficar tudo bem. Eu sou uma idiota. Eu cometi o maior erro da minha vida e agora estou pagando por isso. – Minha voz saiu entrecortada. Sentia o meu rosto molhado, foi aí que me percebi que estava chorando.

– Olha, me ouça como uma amiga e não como sua empregada. Eu não sei o que aconteceu e pelo o que estou vendo parecer ser coisa séria. – Pegou a minha mão e fez uma carinho nela. – Vocês já passaram por tanta coisa e resolveram tudo juntas, e seja lá o que aconteceu eu acredito que vocês vão passar por isso também. Se vocês realmente se amam, isso não vai passar de um mero problema. – Sorriu e pegou as minhas duas mãos me olhando atentamente. – Posso te fazer uma pergunta? – Perguntou e eu assenti devagar com a cabeça. – Você realmente a ama? Realmente ama a Demi?

– Se eu a amo? – Perguntei com as sobrancelhas erguidas.

– Sim. Creio que seja uma pergunta fácil para você responder. – Deu de ombros.

– Bom... – Pausei, suspirando pesado. – Desde que eu me entendo por gente eu sempre tive a necessidade de protegê-la de tudo e de todos. De manhã quando eu acordo eu fico a olhando, pensando o quão sortuda eu sou por tê-la ao meu lado. Eu sempre tento fazê-la sorrir, pois é com aquele sorriso que começa o meu dia. Todo dia eu faço questão de dizê-la o quanto ela é linda, porque eu sei que ela é insegura consigo mesma. E quando eu estou longe dela, tudo o que eu mais quero é ficar perto dela. – Sorri fraco. – Então sim. Eu a amo. Mais do que eu já amei qualquer outra pessoa, talvez mais do que a mim mesma.

– Então porque está tão desesperada? – Indagou com o cenho franzido. – Se você a ama não há o que temer.

– Você não entende. – Suspirei negando. – É sobre algo que aconteceu e que agora voltou a me atormentar. Se eu pudesse mudar o passado eu faria tudo diferente.

– O passado não pode ser mudado, mas pode aprender com ele. – Eu a olhei, analisando o que ela me disse. – Olha, eu acredito que nada acontece por acaso, só é por acaso se você deixar de lado. Então se o seu problema é o passado, ótimo, o enfrente. O encare e não deixe que ele acabe com o que você tem, pois passado é passado, só te atormenta se você deixar. Então lute não só por você, mas pela a Demi, por vocês duas. – Terminou, sorrindo de lado.

Patrícia está certa. Eu não posso ficar sentada e não tentar, ou pensar que tudo vai se resolver sozinho. Eu preciso reagir. Preciso falar com Demi. Não vou deixar que o passado me tormente novamente.

– Bom, eu vou voltar aos meus deveres. – Patrícia voltou a falar. – Eu vou levar isso para Demi. – Se levantou e pegou a bandeja com um prato de comida e copo de suco. Ela ia começar a andar em direção a escada, mas eu a impedi.

– Não precisa! Deixa que eu levo. – Peguei a bandeja das suas mãos. – Pode ir pra casa se quiser, você já fez muito por mim aqui. Obrigada, por tudo. – Sorri pra ela e a mesma retribuiu o sorriso para logo depois sair da sala. Deixei a bandeja em cima da mesinha de centro e suspirei antes de subir a escada, indo para o quarto em que Demi não saiu desde ontem.

Parei em frente a porta conhecida, tomando a maçaneta em minha mão e girei-a na intuição de abrir a porta, mas a mesma estava trancada. Apoiei a minha testa na madeira da porta suspirando pesado.

– Demi... – Bati levemente as juntas dos dedos na porta. – Abra a porta. – Respirei fundo, sentindo tudo aquilo como um déjà vu. Demi dentro de um quarto e eu do outro lado do cômodo pedindo para ela abrir a porta. Mas agora é diferente. Naquele dia foi porque eu queria que ela ficasse comigo, mas agora é eu tentando salvar o que já temos, o que já somos.

Fiquei esperando uma resposta sua, mas nada veio o que fez eu suspirar pesadamente e sentar no chão de costas para a porta, encostando minha cabeça na porta e apoiando os cotovelos nos joelhos.

– Demi... eu sei que você está acordada e sei que também está me ouvindo. – Comecei a falar, brincando com os meus dedos. – Podemos conversar? – Fiquei em silêncio, esperando uma resposta sua mas novamente fui ignorada. – Bom, eu... eu queria pedir perdão. – Ri de mim mesma, assim que ouvi o que disse. – Como pedir perdão fosse resolver tudo. — Falei pra mim mesma. – Demi eu sei que pedir perdão, ou sentir não vai justificar nada, não vai fazer eu voltar ao passado e trazê-la de volta. Mas é a única coisa que eu posso lhe dar agora, ou por enquanto. – Suspirei novamente. – E-eu nã-não sei. E-eu... – Bufei não conseguindo completar nenhuma das frases. – Sinceramente, eu não sei o que falar, mas eu sei que temos que conversar. — Vi Floyd correr até a mim e começou a latir, mas os seus latidos cessaram assim que acariciei os seus pelos e deitou ao meu lado. – Mas para isso preciso que você abre a porta. Pode abrir pra mim? – Esperei um pouco e sorri fraco quando ouvi o trinco da porta sendo aberta. Levantei do chão, o que fez o Floyd se levanta também e me virei para a porta esperando ela abrir a mesma.

Quando ela abriu eu estava pronta para entrar no quarto, mas Demi fechou a porta na minha cara, deixando a apenas o Floyd entrar no quarto e me deixando trancada novamente do lado de fora. Deixando claro o seu recado que não quer conversar. Não agora.

– Traidor. – Murmurei baixo quando o Floyd entrou no quarto me deixando sozinha no corredor.

O som da campainha soou na casa me fazendo olhar em direção a escada. Encarei a madeira branca na minha frente e suspirei antes de deixar o andar de cima para atender a porta.

Olhei pelo o olho mágico e estremeci ao ver a figura do outro lado da porta, mas não fiquei surpresa pois já estava esperando ela vir, mas não esperava que ia ser tão rápido.

Abri a porta e ela me olhou com um olhar de culpa. Sorri fraco e a deixei entrar.

– Miley me desculpe. Estávamos nesse caso desde que aconteceu e nunca soubemos o que realmente aconteceu. As marcas, os hematomas, nunca descobrimos nada sobre a verdadeira causa do acidente. E agora que... – Se interrompeu, negando com a cabeça. – Agora faz todo sentido. Me desculpe Miley.

– Não se desculpe... só não fale sobre isso com Demi, não agora. – Sorri fraco e ela assentiu, tirando as algemas de seu cinto. – Vai ser necessário isso mesmo? – Apontei para as algemas e ela riu fraco.

– Desculpe, é a lei. – Marissa veio até a mim parando na minha frente, colocou as minhas mãos pra frente, juntado elas e as prendeu com as algemas me fazendo sentir elas apertando os meus pulsos. – Miley Ray Cyrus, culpada pela a morte de Dallas Leigh Lovato, você será julgada no tribunal. Até lá ficará na prisão, esperando o julgamento. – Marissa me olhou e novamente aquele olhar de culpa estava em seus olhos. – Eu sinto muito Miley.

– Com licença Miley, mas... ai meu Deus! – Patrícia apareceu na sala e seus olhos se arregalaram ao me ver algemada.

– Calma Patrícia. – Tentei acalmá-la.

– Como assim calma? – Me olhou indignada. – O que aconteceu? O que você fez?

– Calma senhora Patrícia. – Marissa logo tratou de falar. – Sou a delegada Marissa Callahan. Temos um mandado de prisão para Miley e mesma será julgada no tribunal. — Patrícia abriu a boca várias vezes, mas nenhum som saía da sua boca.

– Patrícia só me escute. Fique calma e não conte pra ninguém, eu prometo que vou sair o quanto o mais rápido possível. Por favor, não conte a Demi ou qualquer outra pessoa. – Ela assentiu rapidamente com com a cabeça, ainda um pouco assustada.

– Miley, precisamos ir. – Marissa alertou, me fazendo olhá-la. Assenti com a cabeça e ela veio até a mim segurando o meu braço e começamos a andar em direção a saída.

– Patrícia. – Parei de andar, encarando a minha empregada que agora estava sentada no sofá, ainda um pouco surpresa. – Cuide de Demi pra mim, por favor. – Pedi e ela assentiu, me dando um sorriso fraco.

Eu até achei estranho o quão calma eu estava naquele momento, talvez porque eu já esperava por isso a anos. Mas o choque da realidade bateu quando eu vi a viatura para em frente da minha casa. Tudo parecia em câmera lenta. Quando mais me aproximava da viatura mas eu temia do que seria daqui pra frente. Prometi a Patrícia que eu ia sair da cadeia o mais rápido possível, mas nem eu tenho tanta certeza disso.

Eu não me lembro quando eu entrei naquele carro, só sei que é uma sensação estranha em saber que você está no banco de trás de uma viatura.

Depois de algumas hora naquela tortura dentro daquele carro, eu já não pensava mais em mim mesma. Eu já pensava em Demi e minha filha, minhas amigas e principalmente o por que Dianna não está neste carro comigo. Aliás o que ela fez com Demi foi crime e achei estranho ela não está aqui já que Marissa leva muito a sério seu trabalho. Talvez ela já esteja sendo fichada.

– Pode perguntar. – Marissa me despertou dos meus pensamentos, me encarando através do retrovisor.

– Perguntar sobre o quê?

– Quer saber sobre Dianna, não é? – Apenas concordei com a cabeça. – Bom, minha equipe foi atrás dela nesta manhã, mas não a encontraram. Eddie, Maddie ou a Steven disseram que não a viu hoje, então concluímos que ela tenha fugido. O que me impressionou é que ela não deixou nenhuma pista de onde ela esteja, simplesmente sumiu. O meu pessoal ainda está investigando o sumiço dela. – Levantei as sobrancelha surpresa. Eu sabia que está história não acabaria bem, mas não sabia que chegaria a esse ponto.

Senti um aperto no peito ao imaginar o que Dianna teria falado a Demi, ou o que tenha feito a ela. E o meu peito doeu mais ainda ao lembrar que agora grande parte do pesadelo dela é por minha culpa. Se eu voltasse ao passado com certeza faria tudo diferente. Eu nunca quis machucar ninguém, nunca quis machucá-la, mas agora por eu ter sido uma orgulha irresponsável acabei levando isso ao um final drástico.

Fechei os olhos suspirando pesado, eu precisava sair pelo menos um minuto deste pesadelo que infelizmente é real. E foi aí que a minha mente me levou para um lugar mais calmo e onde eu queria voltar agora.

Flashback on

Ainda era de manhã quando Demi me gritou pela a décima vez mandando eu me apresar. Hoje faz algumas semanas que estamos juntas e eu prometi que faria uma surpresa a ela, e bom como o esperado, Demi ficou no meu pé para que eu revelasse a surpresa, mas consegui a resistir a suas caras de cachorrinho abandonado e disse que só ia revelar, melhor, dar a surpresa pra ela no final deste dia. O que deixou a minha morena com um beicinho fofo nos lábios.

– MILEY RAY CYRUS SE VOCÊ NÃO SAIR DESTE QUARTO AGORA EU JURO QUE VOU ESTOURAR OS SEUS MIÓLHOS. – Gritou Demi impaciente enquanto eu saía do quarto. Ri e desci as escadas passos firmes para indicar a ela que já estava descendo a escada. – Finalmente! Pensei que tinha morrido lá dentro.

– Não é pra tanto assim. Eu nem demorei muito.

– Eu nem demorei muito. – Repetiu o que eu disse com uma voz fina. – Você demorou tanto que sua filha já nasceu, já casou, nos deu netos e os filhos de seus netos vão ser pais. – Deu um peteleco no meu ombro e outro tapa em meu ombro. 

– Quanto exagero Demi.

– Vamos logo. – Bufou e começou a andar mas parou virando a sua cabeça em minha direção com o cenho frazido. – Pra onde vamos?

– Isso também é uma surpresa. – Ri da cara que ela fez.

– Argh Miley! – Choramingou batendo os pés. – Mais uma surpresa? Qual é a sua? Quer me matar de ansiedade? Porque se for isso fale logo que eu já me jogo de um prédio para facilitar o seu trabalho. – Meu Deus quanto drama!

– Para de ser dramática. – Fui até ela e lhe dei um selinho. – Você vai gostar.

– Então vamos logo!

– Só um minuto. – Me afastei dela e fui a até a estande da sala e peguei um presente que mandei fazer para nós, mas especificamente para Demi. – Agora sim. – Peguei a sua mão e saímos de casa indo para o meu carro.

No caminho Demi não parava de me perguntar qual são as surpresas e eu sempre recusava respondê-la o que fazia a baixinha bufar a cada minuto.

– Já chegamos? – Perguntou burrada, com os braços cruzados.

– Ainda não.

– E agora?

– Eu acabei de falar que não.

– A gente já chegou? – Nessa hora Demi já tinha o ar de riso em sua voz, mas sua expressão continuava séria.

– Não. – Respondi entediada.

– E agora? Já chegamos?

– Abaixou o santo do burro do Shrek em você foi? – Perguntei intercalando o olhar entre ela e a estrada.

– Agora chegamos? – Me Ignorou e a olhei de relance irritada.

– Não Demi! Para que já está me irritando!

– Oras só estou perguntando. – Pelo o canto de olho pude ver um bico em seus lábios.

– Pequena me desculpe. Mas você estava me irritando. – Suspirei derrotada.

– Tudo bem, eu só estou entediada e ao mesmo tempo ansiosa. — Deu de ombro. Depois disso ficamos em silêncio mas não durou um minuto que ela já fez a pergunta irritante de novo. — A gente já chegou?

– Demi! – Bati no volante do carro irritada e ela soltou uma gargalhada gostosa que me fez esquecer a minha raiva na hora. Impossível ficar brava com ela.

– Agora eu parei. – Falou depois de ter se recuperado da crise de risos.

– Ótimo! – Bufei mas acabei rindo também.

Demorou alguns minutos e já cheguei aonde eu queria. Estacionei o carro e soltei o meu cinto de segurança antes de me esticar no banco de trás e pegar o presente. Sai e abri a porta do carro ajudamos Demi sair e ela me agradeceu. É incrível como ela sempre agradece, mesmo sabendo que não precisa.

– Adoro esse cheiro. – Demi fechou os olhos e respirou fundo, sorrindo de lado. – Melhor que o cheiro de poluição da cidade.

– Eu sei, vamos. — Sorri e peguei a sua mão e passamos a caminhar na pequena estrada.

Dois minutos depois de caminha eu já podia ouvir o som da cachoeira, e aposto que Demi também, pois ela sorria largo. Andamos mais um pouco e logo avistei a tão maravilhosa cachoeira. Sorri quando vi uma barraca montada no gramado verde perto da choeira. Um pouco mais a frente da barraca, tinha uma fogueira pronta — ainda não está acessa — e dois troncos em volta como bancos. Tinha também um violão e um pano estendido no chão com travesseiros e uma cesta de piquenique em cima. Tenho que me lembrar de agradecer Steven por tudo isso.

Conheci este lugar quando eu me mudei pra cá. É um dos meus lugares favoritos, não é muito longe da cidade mas também me faz esquecer um pouco sobre tudo. Nunca trouxe ninguém aqui, sempre vinha sozinha, mas agora é diferente. Demi está comigo e eu queira fazer algo especial para ela, e pra isso precisei da ajuda de Steven

– Que foi? Por que ficou calada? O que aconteceu? Por que paramos? – Demi disparou nas perguntas me fazendo rir. – Tem algum animal aqui? – Agarrou o meu braço e fez uma expressão de assustada.

– Não! – Logo tratei de negar. – Não, é que aqui está lindo.

– Ah, ótimo! Sou muito jovem para morrer agora.

– Você está cheia de gracinha hoje, não é? – Ela sorriu entre o dente e deu uma risada nasal. Ah como amo quando ela faz isso.

– Só estou de bom humor. – Deu de ombros.

– Vem cá. – Puxei ela e começamos a andar até a barraca. – Quero que você veja o que vamos fazer. – Falei assim que paramos em frente da barraca. Peguei a mão dela e a levei até a barraca, fazendo ela passar a mão lentamente na mesma. – Agora pense. Estamos em um lugar lindo onde tem uma cachoeira e uma barraca, com fogueira.

– Vamos acampar? — Me perguntou surpresa e sorrindo largo.

– Sim. – Respondi sorrindo.

(...) (...)

Já estava quase anoitecendo. Estávamos em volta da fogueira comendo marshmallow e pedaços de chocolate entre risadas e brincadeiras a horas. Mas não nos importamos, estava tão bom aqui que nem pensamos em entrar na barraca.

– Hoje está sendo um dos melhores dias da minha vida. – Demi falou, deitando sua cabeça em meu ombro. — Como você sabe que eu sempre quis acampar?

– Simples. A gente éramos melhores amigas. – Dei de ombros. – Quer dizer...

– Ainda somos melhores amigas. – Falamos juntas e acabamos rindo. – Só que melhores amigas que se amam de uma forma mais intensa. – Demi completou, apoiando o seu queixo em meu ombro e sorrindo. Sorri e lhe dei um selinho que ela logo tratou de aprofundar. Sua língua com o levemente gosto de marshmallow entrou na minha boca me fazendo arfar pesadamente. Comecei a fazer um carinho em sua bochecha e então a acompanhei no beijo.

– Eu tenho outra surpresa para você. – Falei depois de separado o beijo. Levantei e fui até a barraca e entrei na mesma para pegar o presente que deixei lá. Sair da barraca e sentei ao lado de Demi novamente.

– Qual é a surpresa? – Perguntou curiosa.

– Calma. Você vai saber o que é. – Falei rindo. – Bom, esse presente é para nós duas, mas mais especificamente para você. – Tirei o retrato 3D da sacola e entreguei para ela. – Eu quero que conheça a sua filha. – Demi franziu o cenho, mas passou seus dedos calmamente pela a foto e um sorriso lindo cresceu em seus lábios.

– Miley isso é...

– Sim, é ela. – Concordei antes de ela terminar a frase. – Eu mandei fazer um foto 3D da última ultrassom que fizemos. Achei que você queria saber como a nossa filha é. – Dei de ombros e como se fosse possível o seu sorriso abriu mais, e agora lágrimas não paravam de descer em seu rosto.

– Ela é linda Miley. – Falou sorrindo em meio ao choro. – Muito linda.

– Sim, é linda. – Sorri me aproximando mais dela. – Veja! – Peguei o seu dedo indicador e passei em uma parte da foto. – Parece que ela vai ter o seu queixo.

– Sim, parece. – Riu. Seus dedos passaram novamente pela a foto e uma mão foi para a sua barriga acariciando a mesma. Fiquei em silêncio, admirando aquele sorriso que tinha em seus lábios e admirando aquele momento de mãe e filha. – Esse é o melhor presente que eu poderia receber. – Sussurrou, abraçando a foto contra o seu peito. Sua mão livre procurou a minha e quando a encontrou entrelaçou os nossos dedos. – Obrigada Miley, por tudo.

Sua fala soou junto com o som de porta de carro fechando. Abri os olhos e vi que já estávamos paradas em frente da delegacia. A porta do meu lado foi aberta e um homem alto com farda me tirou brutalmente do carro, e começou a me puxar com agressividade.

– Hey! – Marissa o repreendeu. — Puxe a minha amiga desse jeito de novo que eu te demito aqui e agora.

– Mas...

– Mas nada! – O interrompeu. — Agora saía daqui. — O homem me olhou e depois olhou para Marissa antes de soltar o meu braço e sair bufando.

Marissa veio até o meu lado pegando no meu braço, e começamos a andar calmamente até a delegacia.

– Você não pode me tratar assim só porque sou sua amiga.

– Quem disse que não? – Me olhou sorrindo de lado. Rimos e paramos em frente de uma porta cinza que tinha placa de prata escrita "Marissa Callahan - Delegada". Ela destrancou a porta e abriu me dando a passagem para entrar e assim fiz, e sentei em uma cadeira de couro que tinha em frente da mesa dela.

– Miley eu preciso que me conte tudo. – Falou sentando em sua cadeira atrás da mesa. – O que aconteceu naquela noite? Naquele dia? – Suspirei pesado antes de contar tudo o que tinha acontecido naquela noite e Marissa ouvia atentamente, as vezes me perguntava algumas coisas e anotava algo em um caderno em cima da sua mesa. – Tem certeza que foi só isso mesmo? Não esqueceu de nada? – Perguntou e eu pensei duas vezes antes de responder.

– Tenho. Foi exatamente assim que aconteceu.

– Certo. – Suspirou e guardou o caderno que ela notava algo na gaveta em baixo da sua mesa. Ela levantou e eu automaticamente também levantei. – Me acompanhe Miley. – Assenti e saímos da sua sala, andamos em um corredor, indo para uma área mais reservada onde celas com pessoas dentro o que me fazer engolir em seco.

– Fique calma. – Marissa disse assim que percebeu o meu medo. – Eu prometo que vou fazer de tudo para que você saia daqui o mais rápido possível. – Assenti ainda um pouco assustada. Não estava preparada para entrar em uma dessas celas.

Marissa abriu uma das celas e aonde tinha só uma loira e deu passagem para eu entrar. Assim que entrei ela tirou as algemas dos meus pulsos e me olhou com o mesmo olhar que me deu quando ela chegou na minha casa.

– Você vai sair daqui Miley, eu prometo. – Ouvi uma risada irônica atrás de mim, me virei e a loira tinha um sorriso divertido no rosto. – Fique quietinha aí. – Marissa a repreendeu, mas a loira nem se importou. – Você vai sair daqui. – Disse pra mim antes de fechar a cela e me dar a costas.

Suspirei pesado e andei até uma cama de cimento que tinha ali me sentando na mesma e novamente ouvir a loira rir. Olhei para ela e ela me encarava com um sorriso sarcástico.

– Acredite, você não vai sair daqui tão cedo. 


Notas Finais


Miley foi presa, acabou a fic


Brinks!

Será que Miley fucking Cyrus vai conseguir sair da prisão? Não sei não.

Ah, eu estou tão triste. Eu estou sem Twitter, sem computador, se notícias das minhas mães vulgo Demi e Miley, desatualizada, sem amigos, sem dinheiro (na vdd nunca tive) e abarrotada de trabalhos! professores fdps. Vamu conversar um pouco! Quero sair dessa bad profunda.

Desculpem qualquer erro e me perdoem se o capítulo não estiver bom.


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