1. Spirit Fanfics >
  2. One (Diley) >
  3. Truth is the enemy

História One (Diley) - Truth is the enemy


Escrita por: dileycoud

Notas do Autor


NÃO ACREDITO QUE HOJE O MEU BOLINHO ESTÁ FAZENDO 25 ANOS PARECE QUE FOI ONTEM QUE ELA DISSE QUE ESTAVA NERVOSA E EMOCIONADA POR FAZER 16 ANOS! PUTA QUE PARIU MINHA BEBÊ NÃO É MAIS BEBÊ! TÔ TÃO FELIZ E TRISTE AO MESMO TEMPO! FELIZ PORQUE HOJE É O ANIVERSÁRIO DA MINHA FUTURA ESPOSA E TRISTE PORQUE NÃO VOU PODER ABRAÇA-LA! MEU DEUS DO CÉU COMO EU AMO ESSA MULHER! EU VOU EXPLODIR AAAHH!!!JGSMAHSNEKDBSNDKSNDKCBSKXN

Surtei

Boa leitura!!!

Capítulo 33 - Truth is the enemy


Dallas, Texas

Fevereiro, 2007

High School Curlles Texas - HSCT

O sinal ecoou na sala anunciando o final da manhã, fazendo todos os alunos se levantarem da cadeira e saírem da sala de aula eufóricos. Eu também sairia correndo se o meu corpo não tivesse tomado pelo sono e hematomas que ganhei algumas horas atrás.

Guardei os meus matérias e joguei de qualquer jeito a mochila em meu ombro. Antes de sair da aula, desejei uma boa tarde para a professora de história que estava arrumando as suas coisas. Ela é uma das poucas pessoas que me trata bem na escola e que não é uma atirada que dá em cima de mim.

Caminhei pelo o corredor da escola com calma, evitando o máximo possível de esbarrar em alguém ou em um ser louco que corria pelo o corredor, mas estava sendo uma tarefa difícil.

Finalmente cheguei em meu armário. Peguei o meu casaco e alguns livros para poder fazer as tarefas de casa. Nem sei porque existe essa negócio de lição de casa, como se já não bastasse os trabalhos gigantescos que os professores dão. Se eu não posso dormir em um lugar que eu tenho que estudar, então eu não tenho que resolver questões escolares em um lugar onde eu possa dormir, certo? Certo.

Não sei quando ou como, mas o meu corpo foi jogado contra o armário fazendo o meu rosto bater com força no mesmo. Gemi de dor e levei a minha mão até a minha bochecha que estava com um pequeno corte, não muito profundo mas que estava ardendo pra caramba.

– Tadinha, machucou o rosto! – Aquela voz em deboche me fez revirar os olhos. – Quer um beijinho da mamãe pra sarar?

– Me esquece Josh – Rosnei irritada, ignorando a figura atrás de mim e fechei o meu armário para logo depois voltar a caminhar pelo o corredor com ele me seguindo.

– Não esqueça de aparecer aonde combinamos ou você não vai gostar do que vou fazer com Demetria. – Rosnou perto do meu ouvido e assenti devagar. Tinha me esquecido disso. Não quero nem imaginar o que ia acontecer se eu não aparecesse no tal beco.

Josh passou por mim, esbarrando em ombro de propósito e fazendo com que os meus livros caíssem no chão. Bufei e me agachei para poder pegar os meus livros e alguns papéis que voaram dos mesmos.

– Deixa que eu te ajudo! – Uma voz feminina desconhecida por mim falou. Ergui o meu olhar e vi uma linda menina. Sua pele era morena, seus cabelos castanho chocolates e o seu rosto tinha traços latinos.

– Tu-tudo bem. – Bravejei mentalmente por gaguejar em frente de um garota, o causou uma risada da latina.

— Toma. – Nos levantamos quando terminamos de pegar os meus livros e ela me entregou os que estavam em sua mão, e eu peguei agradecendo com um sorriso. – O que você fez para irritar tanto aqueles moleques?

– N-na verdade eles estão no meu pé sem motivo algum desde que eu pisei nesta escola. – Sorri fraco e começamos a andar no corredor.

– Esse corte foi eles que fizeram? – Apontou para a minha bochecha e foi aí que me lembrei do corte em minha bochecha.

– Meio que sim. – Toquei o ferimento com as pontas dos dedos e fiz uma careta de dor. Continuava ardendo.

– Que idiotas. – Murmurou irritada e eu concordei com a cabeça. – Ah! – Exclamou, estalando a língua no céu da boca. – Que falta de educação minha! Eu me chamo Selena, mas pode me chamar de Sel, se quiser.

– Miley. – Sorri fraco, visivelmente envergonhada. Se Demi estivesse aqui com certeza ela estaria rindo de mim agora.

– Você é bem tímida.

– É. – Dei de ombros. – Nã-não converso com muitas pessoas. – Que droga Miley! Que mania chata de ficar gaguejando.

– Você não tem amigos? – Peguntou surpresa.

– Só u-uma e ela não pôde vir h-hoje. – Dei de ombros novamente.

– Para com isso! – Me repreendeu. E franzi o cenho não entendo.

– Parar co-com quê? – A olhei sem entender.

– Com isso. – Ergueu seus ombros várias vezes e fez uma careta engraçada. – Você fica erguendo esses ombros toda hora. É fofo mas irritante.

– De-desculpe. É uma mania minha. – Dei de ombros e ela bufou. O que me fez rir.

– E sua amiga? – Mudou de assunto.

– O que que tem ela? – Perguntei desentendida.

– Qual é o nome dela?

– Demi. De-Demetria na verdade, mas ela prefere que a chamam por Demi. – Sorri fraco e ela deu um sorriso lindo.

– Legal. Já tô ansiosa para conhecê-la. – Riu animada e eu a acompanhei. Adorei a animação dessa garota.

Esses anos todos que estudei aqui nunca a vi andar por esses corredores. Conhecia todos. Claro que não converso com ninguém, mas reconhecia o rosto de muitos por eu estudar aqui desde do sexto ano. Talvez ela seja novata, aliás ainda estamos no começo do ano, ainda pode entrar muitos alunos novos.

– Alô? Alguém aí?! Terra chamando! – Selena me tirou dos meus pensamentos. Estralando os dedos perto do meu rosto. A encarei não percebendo que viajei legal, o que fez a latina na minha frente rir.

– Que foi? – Perguntei corada pelo o episódio recente.

– Eu que pergunto. – Me olhou com o cenho franzido e com um leve sorriso. – Você ficou olhando pro nada, meio grogue. Parecia um zumbi. – Ri do que ela disse. – No que estava pensando?

– É que eu nunca te vi na escola antes. – Dei de ombros o que fez ela me olhar irritada, mas logo o seu sorriso estava em seu rosto novamente.

– É o meu primeiro dia. Me mudei pra cá já faz alguns dias. – Paramos em frente da entrada da escola. Olhei em volta e tinha quase ninguém na escola, apenas poucos alunos e professores. E também tinha um carro preto enorme estacionado do outro lado da rua. Me perguntava o que um carro daqueles fazia em frente de uma escola dessas. – Meu pai chegou. – Selena falou. Olhei pra ela e ela encarava o mesmo carro que eu estava olhando, o que me fez arregalar os olhos chocada.

– Aquele carro é do seu pai? – Perguntei surpresa. Aquele carro pagaria a minha faculdade.

– Sim. – Sorriu. – Bom Miley, foi ótimo te conhecer. – Deu um beijo na minha bochecha. – Espero que te veja amanhã. – Acenou pra mim e saiu correndo em direção ao carro. Eu ainda chocada acenei de volta, vendo a latina entrar naquele enorme carro que custa mais caro que a minha casa.

Meus olhos acompanharam quando o carro começou a andar pela a rua e suspirei pesado quando vi Josh e seus amigos parados em um beco não muito longe daqui. A distância entre nós não era pequena mas dava para perceber que era eles e que provavelmente estavam me esperando.

Respirei fundo várias vezes antes de caminhar em direção à eles. A medida que eu me aproximava mais o meu coração palpitava em meu peito. Tinha medo do que eles podiam fazer comigo naquele beco, e tinha a impressão que não é nada bom.

– Demorou aberração. – Josh disse quando cheguei perto deles. – Mas esquece isso, vamos a diversão agora. – Engoli em seco quando vi o seu sorriso de psicopata. Eles vão me matar? Não, eles não podiam fazer isso. Não há porque chegar a esse ponto de me matar... não é?

Não deu tempo para pensar sobre a possibilidade da minha morte, só sei que eu já estava dentro do beco e minha cabeça se colidiu com força contra a parede quando me empurraram contra a mesma.

Gemi de dor e sentei no chão quando vi tudo girar. Parecia que eu estava em uma roda gigante em alta velocidade. Tudo girava e as risadas dos moleques na minha frente estava me dando mais dor de cabeça. Fechei os olhos com força na tentativa de amenizar a dor, e felizmente aliviou um pouco. Quando abri os olhos eu já não estava com tanta tontura, mas tinha dificuldade de me permanecer em pé.

– Agora vamos deixar esse brincadeira mais divertida. – A voz cheia de sarcasmo me fez ter vontade de vomitar horrores. Josh pegou o meu cabelo e levantou a minha cabeça, me obrigando a encará-lo. O seu sorriso psicopata e seu olhar de louco me deu mais arrepios, mas o meu desespero não se comparou o de agora quando ouvi sua próxima fala. – Tire a roupa.

(...) (...)

– Argh! Nem sei porque sempre vamos para essas consultas. É sempre o mesmo resultado. – Demi reclamava em meu ouvido enquanto estacionava o carro na garagem da nossa casa.

Bufei e sai do carro dando a volta no mesmo. Ajudei Demi a sair do carro e entrei dentro de casa com ela ainda tagarelando meu ouvido. Fiz ela sentar no sofá da sala e fui até a cozinha para pegar um copo d'água pra mim e pude ouvir Demi me gritar para pegar um pedaço de bolo pra ela. Folgada.

Peguei um pedaço de bolo para Demi e dois copos de leite para nós duas. Coloquei tudo em uma bandeja e levei até ela.

– Está aqui. – Entreguei o prato com o bolo e o copo de leite pra ela e um copo de leite pra mim. – Você sabe que essas consultas não são percas de tempo. – Falei e bebi o leite.

– É claro que é! – Falou com a boca cheia de bolo de chocolate. – Não ouviu o médico? Não tem cura!

– Mas é tratável! – Rebati, vendo ela devorar outro pedaço de bolo. – E come esse bolo direito, parece um esfomeada credo. – Demi bufou e engoliu de uma vez o pedaço de bolo que estava em sua boca.

– Grande coisa! Não importa se é tratável ou não. Eu nunca vou voltar a enxergar mesmo. – Deu de ombros bebendo o leite.

– Demi não fala assim, pra tudo tem um jeito. – Suspirei e peguei a sua mão. – Você vai ter a sua visão de volta, eu prometo.

– Como pode falar isso? – Perguntou brava, se desviando do meu aperto. – Como pode prometer uma coisas dessas?! – Se levantou com tudo, e se não fosse por mim o prato de bolo teria caído no chão. – Pra você é fácil falar isso, você não sabe pelo o que eu passo! Você não é uma adolescente que só quer viver a vida mas não pode por causa de uma maldita doença! – Quando ouvi o que ela disse não podia evitar a raiva que tomou conta de mim.

– E por acaso você acha que é a única que sofre aqui Demi?! – Me exaltei me aproximando dela. – Você acha que estamos felizes pelo o que aconteceu com você? Você acha que eu estou feliz com isso?! Eu não estou! – Neguei com a cabeça, vendo o semblante triste formar em seu rosto, mas mesmo assim a expressão séria está presente em seu rosto. – Agora essa também é a minha vida Demi. Se você sofrer eu também sofro. Se você cair eu sempre vou estar lá para te levantar. Se você sorrir, perfeito, é tudo o que eu mais quero. Quer demostrar a sua raiva? Mostre, que eu também demostro junto com você. E se você quiser chorar, ótimo, eu tenho dois ombros, pode chorar neles eu não me importo. Se você quiser gritar, grita, que eu grito junto. E se você quiser desistir, desiste, eu vou lutar por você. – Respirei fundo, sentindo os meus olhos marejados. – Eu sei que não é fácil e nunca vai ser, mas pelo menos eu estou tentando Demi, eu estou tentando por você.

– Você está perdendo o seu tempo. Eu já desisti Dallas, e eu recomendo que você faça o mesmo. – Sua voz saiu rouca e embargada. Demi saiu, me deixando sozinha na sala.

Não é de hoje que Demi vem tendo esses pensamentos. Eu não a culpo, eu sei o quanto é difícil o que ela está passando, mas ela esquece que também é difícil para nós, ainda mais para mim. Não é fácil pra mim ver a minha irmã caçula sofrer com essa deficiência, mas mesmo assim eu luto por ela. E parece que Demi não valoriza isso, não valoriza o meu esforço.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo o meu celular tocando no bolso da minha calça. Respirei fundo sentindo o meu rosto molhado, eu nem reparei que eu havia chorado. Limpei meus rosto e peguei o meu celular. Estranhei ao ver o nome brilhando na tela do mesmo justamente com a sua foto. Sem perder tempo eu logo atendi.

Miley?

(...) (...)

– Miley! – Gritei quando a vi deitada no chão perto de um beco e de uma menina que não conheço. Sai do carro e corri em direção à elas me ajoelhando na frente de Miley.

Suas roupas estavam rasgadas e sujas, assim o seu rosto que estava todo sujo. Tinha alguns hematomas em seu corpo e ela a todo custo tentava manter os olhos abertos. Tentei tocá-la mas ela não deixou, se afastando de mim com dificuldade, ela parecia assustada.

– O que aconteceu? – Perguntei para a menina a minha frente e ela parecia tão assustada tanto quanto eu.

– E-eu não sei! Eu estava passando e vi e-ela caída no chão. Peguei o celular dela e liguei para a primeira pessoa que vi na lista de contatos.

– Por que não ligou para o hospital ou a emergência sei lá? – Perguntei vendo Miley se encolher cada vez mais. Agora ela estava sentada e se encolhia como se tivesse com medo.

– Eu não sei! Eu sou nova na cidade, eu estudo na mesma escola que ela e pelo o que sei o hospital não é tão perto daqui. Ia demorar muito até a ambulância chegar.

– Você tem razão. – Minha voz saiu trêmula. Respirei fundo, controlando as minhas lágrimas que queriam cair. – Vem, me ajuda a levá-la até o carro. – Tentei me aproximar de Miley mas ela se afastou de mim. Tentei novamente mas só piorou. Ela começou a tremer e chorar.

– Não adianta, eu já tentei. Parece que ela tem medo que alguém a toque. – A menina disse. Suspirei e encarei Miley que estava encolhida na minha frente.

– Miley olhe pra mim. – Pedi e ela me olhou com os olhos marejados. – Sou eu, Dallas, a sua amiga. Você confia em mim? – Ela assentiu levemente com a cabeça. – Ótimo. Então deixa eu te ajudar, eu preciso que você deixe eu te ajudar. Pode fazer isso por mim? – Novamente ela assentiu. E para a minha surpresa ela se jogou em mim, me abraçando fortemente e começou a chorar. Ela estava tão frágil. Me perguntava o que aconteceu para que essa menina forte e alegre ficasse assim. – Calma Miles. Vai ficar tudo bem. – Sussurrei acariciando o seu cabelo. – Vai ficar tudo bem.

Los Angeles, Califórnia

Dias atuais

Delegacia de Los Angeles

Minha mãe sempre me disse que a verdade pode ser sua amiga ou a sua inimiga. A verdade pode te ajudar a entender as coisas ou pode acabar com o que você tem. Não importa o quanto a verdade é sua amiga ou inimiga, a gente sempre tem a necessidade de saber a verdade, descobrir, ou de dizer a verdade. No meu caso a verdade botou fogo no meu mundo e o incendiou de uma forma devastadora. E agora que todos sabem a minha verdade eu estou pagando por isso, pagando pelo o meu passado.

Falando em passado. O passado é algo engraçado. Digo, a gente faz acontecer, comete e depois nos arrependemos. Queremos mudar, desfazer, fazer melhor, ser melhor. Mas tem um problema. Não podemos mudar o que já aconteceu, mudar o que já está escrito em nossa história. Não existe essa coisa de desfazer o que já está feito. O que nos resta é fazer tudo ser melhor do que antes daqui pra frente.

– O que tanto pensa? – A voz da loira me despertou dos meus pensamentos.

– Já se arrependeu de ter feito algo mesmo sabendo que não foi intencional? – A pergunta saiu da minha boca sem eu perceber. A loira se levantou da cama que estava e veio até a mim, sentando do meu lado.

– Já. – Suspirou, encarando o chão. – O que fiz magoou quem mais importava para mim e olha onde eu fui parar. – Riu sem humor. – Agora quem eu amo deve estar me odiando neste momento. Mas ela ama outra, então não faria diferença, não pra ela. – Sua voz saiu baixa e deu para perceber que ela realmente estava sendo sincera. – E você? Por que se arrepende?

– Bom, parece que estamos no mesmo barco. – Ri fraco, sendo acompanhada por ela.

– Isso que é o mais foda. – Divagou nas palavras suspirando logo em seguida.

– É mesmo.

– Mas veja pro lado bom. – A olhei sem entender. Como ela poder ver um lado bom nisso?

– Que lado bom?

– Bem, você disse que fez algo que não foi intencional e acredito que foi por causa disso que você venho parar aqui, não é? – Perguntou e eu assenti ainda sem entender aonde ela quer chegar. – Ótimo, você tem mais chances de sair daqui. E pelo vi nesses dois dias que você está aqui você é amiga da delegada. Outro ponto pra você.

– Eu não vejo isso como um lado bom. – Dei uma pequena risada. – Eu encaro isso como sorte nesta história toda.

– Se você tivesse sorte, primeiramente, você não estaria aqui. – Deu uma risada irônica.

Sorte. Está aí outra palavra engraçada. Sinceramente não confio na sorte, destino sim. Acredito que destino acontece para alguma coisa, por mínima coisa que seja, mas acontece. Mas sorte... ironicamente ela só aparece quando menos precisamos. Na verdade criamos a nossa própria sorte, só não sabemos quando usá-la. Talvez a sorte seja para que nós aprendêssemos a lidar com os nossos próprios problemas e não depender da maldita sorte.

– Miley, você tem visita. – Marissa chamou a minha atenção. Olhei pra ela e sorri ao ver quem estava do seu lado.

– Selena! – Levantei e fui até as grades e a morena sorriu aproximando de mim.

 

– Oi. – Sorriu fraco.

– Como vai Demi? – Perguntei aflita. Desde que vim parar aqui não tive notícias dela.

– Eu... – Ela ia responder, mas uma Megan eufórica apareceu interrompendo ela.

– Selena! Teve uma briga e agora o cara está sem a orelha! Você tem que vim ver o cara sem um pedaço da orelha! Tá sangrando e tudo mais! É muito louco! – Revirei os olhos, mas acabei rindo. Só Megan para me fazer rir uma hora dessas. – Ah oi detenta! – Sorriu acenando para mim e bufei pelo o apelido novo que ganhei.

– Megan eu pedi para você esperar lá dentro. – Selena rosnou, a repreendendo com olhar.

– Mas você tem que ver o homem sem orelha! – Ela correu saindo daqui e depois voltou com os olhos arregalados e com um sorriso enorme no rosto. – Estão tentando colocar de volta! Você tem que ver isso! É hilário!

– Tá, ok, já chega. Vá esperar no carro.

– Mas...

– Mas nada Megan! Vai logo. – Interrompeu Megan e a mesma saiu batendo os pés resmungando algo. Selena suspirou e voltou a sua atenção para mim. – Como você suporta?

– Não me faça pergunta difícil. – Ri, negando com a cabeça. – Mas você não respondeu a minha pergunta. – Voltei ao nosso assunto anterior.

– Como eu ia dizendo. Eu ainda vou vê-la.

– Não contou a ela, não é?

– Miley você sabe que ela merece saber. E se fosse você no lugar dela? Você não queria saber que sua namorada foi presa? – Suspirei. Selena está certa. Demi merece saber que estou presa, não posso mais esconder isso dela.

– Tudo bem. Pode contar. Só... — Pausei quando percebi que a minha voz saiu rouca e embargada. – Só cuide dela por mim, por favor.

– E eu estou. Pode ter certeza disso. – Sorriu fraco. – Mas eu vim saber se você está bem.

– E o que você acha? – Ri sem humor. – Nunca vou me sentir bem estando presa como um animal.

– Pelo menos tenha fé de que você vai sair daqui.

– Pra você é fácil falar isso. Não é você que está presa. – Bufei e franzi a testa ao ver o seu semblante sereno mudar para de raiva.

– Não, não é fácil pra mim falar isso. – Falou séria com o cenho franzido. – Você acha que estamos sentados esperando tudo se resolver sozinho, não é? Mas não estamos Miley! Estamos fazendo de tudo para você sair daqui e você podia pelo menos nos agradecer por isso, mas não, você vem com esse sarcasmo como se nós fossêsemos os culpados por você estar aí, mas não somos. E como eu sou uma idiota, eu vou continuar tentando te tirar daqui porque eu prometi a mim mesma que nunca deixaria a minha amiga na mão. Então você podia pelo menos dizer um obrigado invés de ficar resmungando de raiva. Eu ficaria muito agradecida. – Selena saiu sem deixar eu falar. Bufei de raiva e soquei o ar com força. Como se já não bastasse tudo o que está acontecendo agora vem isso.

– Parabéns Miley, qual é a próxima mancada? – Falei pra mim mesma e me joguei na cama de cimento.

– Sabe. – A loira começou falar, ganhando a minha atenção para ela. – Você devia ter agradecido.

(...) (...)

– Megan vamos embora. – Falei para a morena que estava dando em cima de uma policial.

– Mas já?! – Me olhou incrédula. – Acabamos de chegar.

– É, acabamos de chegar e já vamos embora. – Passei os olhos pela a delegacia procurando por Marisa e a encontrei no canto falando pelo o celular. Fui até ela e a mesma me olhou. Ela se despediu de quem estava falando no celular e deu atenção pra mim.

– E aí? – Perguntou, guardando o seu celular no bolso da sua calça.

– E aí que Miley é uma idiota. – Bufei, cruzando os braços abaixo do seios. 

– Me diga uma coisa que eu não sei. – Riu e eu a acompanhei. – Mas então? Conseguiu?

 

– Não. – Suspirei, coçando cabeça. – Não é o suficiente. Preciso de mais dinheiro e o pior é que não sei mas aonde conseguir.

– Desculpa Sel, eu já dei tudo o que eu tinha. – Respirou fundo, colocando as mãos na cintura.

– Conseguiu falar com o juiz?

– Não. – Suspirou. – Isso está mais difícil do que eu pensava.

– Bom, qualquer coisa me avise, ok? – Ela assentiu e seu celular começou a tocar. Marissa pediu licença e saiu para poder atender a ligação.

– Megan vamos. – Chamei a morena que veio bufando e batendo os pés. Hoje ela está pior que uma criança.

– Agora que eu ia conseguir o número daquela policial?! – Me olhou com raiva.

— E a Ally? – Perguntei, procurando a chaves do meu carro dentro da minha bolsa e caminhando até o meu carro com ela me seguindo.

– Só porque eu estou apaixonada por ela não significa que vou ficar encalhada pelo os cantos. – A olhei chocada pelo o que acabei de ouvir.

– Você está apaixonada? – Parei de andar e Megan arregalou os olhos engolindo em seco.

– Eu disse apaixonada? Eu quis dizer... apaixinela.

– Essa palavra nem existe. – A olhei entendia e fui até o meu carro. Destravei ele e entrei no banco do motorista e Megan do passageiro.

– É claro que existe. – Bufou, colocando o cinto de segurança e eu fiz o mesmo antes de girar a chave na ignição e começar a dirigir pela a rua de Los Angeles.

– Confessa que você está amando Meg. – Olhei de relance pra ela e percebi que a mesma estava me encarando séria.

– Eu não amo está bem?! Eu apenas gosto. Eu gosto da Ally e muito, mas não a amo. Não sou dessas. Eu nunca disse eu te amo para alguém neste sentido.

– Então como pode saber se está amando ou não se você nunca soube como realmente é esse sentimento? – Sorri de lado e ela ficou em silêncio. Parecia racionar o que eu disse.

– Bom... eu não sei está bem? Se eu já disse para alguém que a amo neste sentido é porque eu estava bêbada.

– Então Ally ouviu um eu te amo de você várias vezes. – Ri irônica e pude ouvir ela bufar. – E olha que os bêbados só falam a verdade.

– Cala a boca. – Bufou novamente. Depois disse ficamos em silêncio.

Não demorou muito e chegamos na casa de Miley. Percebi que o carro de Steven estava estacionado em frente a casa, então presumi que ela esteja com Demi.

Acionei o alarme do meu carro quando já estava em frente a porta da casa. Toquei a campainha e esperei alguém vim atender mas ninguém veio.

– Argh! Pra que tocar campainha se você já pode ir entrando? – Megan falou entrando na casa. Revirei os olhos e entrei, e logo procurei por Steven mas não a encontrei.

– Eu toco a campainha porque sou educada e não fico entrando na casa dos outros sem mais nem menos. – Falei e joguei a minha bolsa no sofá. Megan me mostrou a língua e foi até a cozinha para logo depois voltar com um copo de suco.

– Você é muito certinha Sel e isso é sem graça.

– O que eu saiba ninguém tem que achar graça na personalidades dos outros. – Dei de ombros. Megan ia responder, mas se interrompeu quando viu Steven descer a escada com uma bandeja vazia na mão.

– Hey meninas! – Sorriu. – Chegaram agora?

– Aham. – Megan respondeu em um murmuro.

– E como ela está? – Me referi a Demi. Steven suspirou e colocou a bandeja na mesinha de centro antes de sentar no sofá.

– Ela só fica naquele quarto, não sai pra nada. Pelo menos ela está comendo, o que é um bom sinal.

– Eu vou vê-la. – Me apressei a dizer e fui até a escada, mas parei de andar quando ouvir Steven me chamar.

– Você vai contar a ela? – Perguntou séria. Respirei fundo antes de responder.

– Você sabe como qualquer outro ela também merecer saber.

– Tudo bem. – Suspirou pesado. – Qualquer coisa me chame. – Assenti com a cabeça e voltei a subir a escada.

Quando parei em frente a porta, respirei fundo antes de abri-la. Entrei no quarto e não vi Demi, apenas a cama estava bagunçada e um prato com um sanduíche na metade estava sobre a mesma. Olhei em volta e o Batman estava sentado em frente a porta do banheiro, parecia esperar alguém, então presumi que Demi esteja lá.

Fui até a porta do banheiro e quando cheguei perto ouvi um barulho estranho. Apressei os meus passos e entrei no banheiro encontrando Demi sentada ao lado do vaso sanitário. Ela estava pálida e parecia cansada. Sem pensar fui até ela e me agachei a sua frente a puxando para um abraço, e a mesma retribuiu na hora. Demi começou a chorar em meu ombro, a apertei em meus braços e franzi a testa quando de repente o seu choro virou risadas.

Me separei um pouco dela para ter certeza do que eu estava pensando mesmo e acabei confirmando. Ela estava rindo.

– Demi...

– Ela me deu um ursinho. – Me interrompeu, ainda rindo. Olhei em volta e vi um urso de pelúcia caído no chão do banheiro. – Quando eu era mais nova ela me deu esse ursinho, mas acabou se arrependendo porque ele falava coisas aleatórias e eu vivia fazendo ele falar porque irritava ela. – Soluçou fraco, limpando suas lágrimas. – Mas um dia ela pegou ele e o jogou na piscina. Eu fiquei muito brava com ela porque estragou a bateria dele e eu gostava muito das frases irritantes que ele falava. Eu fiquei brava mas Dallas só sabia rir porque como a bateria estava fraca as frases do ursinho saiam engraçadas. – Deu uma risada fraca. – Olhe! Pegue-o para você ouvir.

Fiz o que ela pediu, fui até o urso de pelúcia caído no chão e o peguei. Apertei a barriga dele e ele começou a falar, mas não entendi nada porque a bateria dele realmente estava estragada. Era até medonho ouvir aquilo.

Minha atenção foi tomada a Demi quando novamente ouvi a sua gargalhada. Sem saber o que fazer, fui até ela e sentei do seu lado, e a fiz deitar a cabeça em meu ombro. Sabia que Demi estava fraca em relação a tudo isso e também sabia que ela não sabe como reagir diante disso, e muito menos eu.

De repente as risadas de Demi viraram choro novamente. Agora ela me abraçava fortemente e chorava desesperadamente, molhando a minha camisa. Mas nem me importei com isso naquele momento. A abracei forte e comecei a sussurrar palavras de conforto a ela, na intuição de acalmá-la mas não estava adiantando muito.

– P-por que e-ela fez isso? – Perguntou entre soluços e fungadas. – Por que ela fe-fez isso? Por q-que ela a ti-tirou de mim? Eu a a-amava ta-tanto. – Murmurou contra o meu peito e passei a alisar a sua costas.

– Eu não sei Demi. Eu não sei. – Sussurrei, beijando o topo da sua cabeça. – Mas o que importa agora é que você tem que ser forte pela a sua filha. Eu sei que é difícil. Mas Miley foi presa e você... – Me interrompi quando percebi o que eu tinha acabado de revelar. Merda, já tinha decidido não contar a ela, não agora, não neste estado em que ela está. Eu ia esperar ela estar melhor.

Engoli em seco quando Demi se separou de mim rapidamente e fez uma expressão de assustada e surpresa ao mesmo tempo.

– O quê? – Sussurrou, sem acreditar. – Miley foi presa? – Fiquei em silêncio e parece que Demi se irritou com a minha demora. – Anda Selena! Me responde! Miley está na cadeia?

Engoli em seco colocando uma mecha do meu cabelo pra trás da minha orelha, visivelmente nervosa, e umedeci os lábios antes de responder:

– Sim. – Aos poucos a expressão de Demi mudou para chocada e desesperada. Vi o corpo de Demi se inclinar para frente e suas bochechas inflarem. Então Demi virou o seu corpo rapidamente em direção ao vaso sanitário e quando vi, ela jogou tudo o que tinha em seu estômago para fora. 


Notas Finais


O capítulo não está arrumadinho porque como vocês sabem estou sem o meu pc

A cada capítulo mais tenso fica...

Curiosos para saber o que aconteceu entre Dallas e Miley? Se sim vocês vão ter que esperar até quando eu quiser muahahahahaa brincadeira, mas vai demorar alguns capítulos. Tem que ser com calma e tal.

Desculpem qualquer erro


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...