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  3. Capítulo III

História The Chance - Yoonseok - Capítulo III


Escrita por: douple__K

Notas do Autor


O.B.S¹: ⚠️ Este capítulo contém descrições de fortes de estupro e violência.⚠️
O.B.S²: Sorry se tiver algum erro.
O.B.S³: Cap corrigido.
O.B.S⁴: Detalhes / Explicações na notas finais.

Capítulo 4 - Capítulo III


 

~ Um ano e alguns meses depois ~

 

Comecei a andar com dificuldade pelo novo ambiente...

É a oitava vez em que desperto num lugar totalmente diferente do que enxergo antes de entregar-me à completa escuridão e ao cansaço.

As dores e o cansaço prosseguiram sinalizando por todos os músculos, pois, durante os curtos tempos de calma, o corpo sempre tentava ao máximo recupera-se da sessões de tortura. Conquanto, mal chegava aos 70% de recuperado, e lá vinham eles, novamente, para violando-me enquanto injetava-me algo na veia.

Constantemente, as torturas vêm piorando, pois nunca consigo prever quando Hyune, a jovem média e irmã de Kim Namjung – algo o que estranhei ao lembrar-me; irá aparecer, o que me deixa em alerta a todo momento...

Havendo me perdido no cálculo do tempo, nunca sabia se era manhã, tarde ou noite, mas... convenhamos, para que importar-me se nunca conseguirei sair, não é mesmo? A única coisa que me vem à mente, sempre, é a saudade que nutro dos hyung. Lembrar deles fazia-me recobrar a noção de que tenho uma vida fora das torturas e das quatro paredes frias.

 

***

 

Parei os pés, acalmando-me ao começar uma observação diária dos locais onde que colocam-me; e de todos os outros, este é o que podíamos descrever como “confortável”.

Havia um colchão extremamente desgastado forrado com uma fina coberta que até ajudava quando a temperatura baixava. Outra diferença é que os anteriores eram escuros, contudo, o atual cômodo possui uma lâmpada incandescente pendurada através do fio velho e quase desencapado, no centro do teto; embora fosse fraca, clareia um pouco o lugar.

Fui interrompido da análise ao escutar o destrancar lento da fechadura. Portanto, instintivamente, o meu corpo moveu-se por vontade própria, correr e encolhendo-se no canto mais escuro do cômodo, onde a luz chegava, e por sorte, a área era a mais afastada da entrada.

— Q-Quem é você? — a minha voz saiu quase inaudível e bastante trêmula ao ver o ser desconhecido aproximando-se.

Semelhante a todas as outras vezes em que fiz o questionamento, não obtive resposta apenas um olhar malicioso acompanhando por de um sorriso nojento em relação ao meu corpo pequeno, esse magro e mais pálido do que o normal que se encontrava coberto apenas por uma fina camisa. O tecido, apesar de ficar muito grande em mim, só conseguia cobrir-me até a metade da coxa, logo deixando-me à mercê de qualquer um...

— O que você quer comigo? — numa tentativa falha, empurrei a barra da camisa para baixo com a finalidade esconder-me ao máximo que pudesse, encolhendo-me a cada passo que o homem dava em minha direção.

O desconhecido nada falou, apenas riu sarcástico, provavelmente pela pergunta tola e a situação de pânico que encontro-me, deve ser divertido e prazeroso para o seu ego desprezível.

Ao chegarmos a estar numa deveras pequena, fui pressionado com brutalidade contra a parede pelo corpo do homem, este gordo e avantajado agora colado ao meu, fazendo-me aspirar forte cheiro de colônia cara e whisky.

Elevei o olhar apavorado pelo adulto ser muito alto, portanto, com medo, atentei-me a qualquer movimento, a fim de defender-me caso conseguisse.

O estômago embrulhou no instante que as digitais ásperas da canhota do homem deslizaram pela minha coxa esquerda enquanto tinha os da destra acariciando-me a face, forçando-me a encará-lo durante a execução do ato invasivo.

Na posição atual, era-me impossível não sentir o baixo ventre do mais velho pulsar, fazendo os músculos, principalmente os meus membros inferiores, tremerem quando as malditas digitais adentravam ainda mais o pano fino chegando à base da nádega por cima da peça íntima. E, ao esticar os dedos, pressionou-me o orifício com tanta força que sobressaltei soltando um gemido de dor tendo o áspero polegar passando por meus lábios, puxando-o para baixo e forçando-me a recebê-lo.

O sujeito sorriu ainda mais sádico quando assistiu-me tão obediente.

As mãos abandonaram-me cessando o ato que durou poucos minutos; então soltei um gemido de alívio por não ser mais violado em duas áreas. Entretanto, arrependi-me de ser tão precipitado, pois fui agarrado pela braço e girado no eixo antes de ser empurrado brutalmente para andar de ré, parando apenas por ter tropeçado no colchão, logo caindo deitado nele.

Emitir um som de dor, porque antes do corpo ter caído por completo, a parte traseira da cabeça chocou com a parede cimentada.

Por reflexo, levei a palma na região, conseguindo sentir a textura da elevação do galo que foi produzido.

Zonzo, tive os pulsos subitamente segurado com firmeza e erguido sobre a cabeça. E quando recobrei-me, tentei mexê-los, mas o esforço havia sido completamente em vão.

Ciente do que eu iria fazer, a pressão no aperto aumentou, especialmente na área onde os cortes, consequência das correntes grossas de ferro, ainda não tinham cicatrizado perfeitamente.

Gritei em dor, tendo os olhos lacrimejando ao querer controlar a sensação.

O indivíduo então aproximou o rosto do meu pescoço deixando mordidas e marcas, sentindo prazer em fazer tal ato nojento e repudiante.

Em desespero, comecei a debater-me sob si, balançando as pernas freneticamente com o propósito de machucá-lo de alguma forma e fugir.

Surpreendentemente, obteve êxito ao acertá-lo nos países baixos, vendo-o tombar para o lado e protegendo a parte íntima machucada.

Com a pequena brecha, tratei de levantar as pressas. Todavia, nem cheguei a dar dois passos, o homem agarrou-me o calcanhar puxando-o para trás sem medir força, resultando comigo despencando de vez no chão.

— Seu verme! — arrastou-me pelo calcanhar, virando-me tão violentamente que nos colocou na mesma posição anterior, mas agora deitados no chão frio e áspero. — Eu até que iria ser bonzinho. — apavorei-me assim que uma das mãos envolveu e apertou-me o rosto. — Porém não serei, pelo contrário, se é brutalidade o que gostas é que assim farei. — ao finalizar a ameaça, desfez a pequena distância que nos separava colocando os lábios nos meus iniciando um beijo repleto de luxúria vindas da parte do mais velho.

Enojado e desesperado, tentei empurrá-lo, porém o ósculo estava cada vez mais forçado a ser aprofundado pelo maior, este que enfiava a língua em minha cavidade bucal de uma forma sedenta e abusiva.

Vendo o estado obcecado e eufórico do ser, mordi lábios inferiores do pedófilo toda a força, logo tendo o forte gosto de ferro no paladar que mesclou junto com a saliva que escorregava pelas beiradas.

O homem afastou-se colocando a mão na boca encarando o líquido carmesim na palma que descia em abundância dos lábios até os pescoço.

Voltando os mirantes para mim e usufruindo da mesma mão, proferiu um tapa em minha face bastante forte ao ponto de conseguir virá-la para outra direção melando-a com o sangue ainda fresco.

Por senti o orgulho como um ser humano sendo arrancado de mim, ousei-me revidar mesmo com medo, cuspindo o resto do líquido em boca no rosto do agressor, acabando por receber outro tapa ainda mais forte em troca.

Estando com o rosto virado, pude sentir os seus lábios deslizarem pela área exposta do meu pescoço, lambendo-o. Tremi em repulsa antes de gritar de pura dor ao tê-lo mordido sem piedade, sendo sugado com vontade em seguida.

A cada mordida em sequência que o ser fazia na região do meu ombro, pescoço e clavícula, mais dava-me a enorme vontade de vomitar, odiar-me por ser fraco ao ponto de, no exato momento, está preste a ser abusado sexualmente por um completo desconhecido, velho e nojento, e não poder fazer nada para impedir.

Enquanto o sujeito deliciava-se com minha pele, adentrou novamente a camisa fina com a destra, retirando lentamente a peça minha íntima. Posteriormente, o dedo indicador e médio dirigiu-se ao meu orifício, circulando-o, apreciando a região, penetrando-o sem qualquer delicadeza.

O alto gemido foi dado por mim, o que fez a garganta arder pela nota alta ao qual estava soltando. Lágrimas surgiram das órbitas quando os dedos foram retirados e foram enfiando de novo com brutalidade, fazendo-me gemer ainda mais alto.

Após repetir o movimento por várias vezes, o indivíduo saiu de dentro da cavidade, erguendo um pouco o tronco e encarando-me de cima, como se a cena que presenciava fosse uma das melhores e inesquecíveis...

Com um sorriso ladino soltou, enfim, os meus pulsos, rasgando o pano velho que cobria-me, deixando-me completamente exposto.

Tendo novamente outra brecha, tentei gritar, mas o homem beijou-me, retornando para dentro pondo três dedos de uma só vez.

Esforcei-me a empurrá-lo com os finos e fracos braços, batendo constantemente nos ombros, porém o ser realmente era muito pesado comparado ao meu pequeno corpo desprovido de força.

Quando o ar faltou nos pulmões, o pedófilo desgrudou os lábios e abaixou a própria calça posicionando-se de uma forma “melhor” entre as minhas pernas, deixando o órgão sexual amostra sem nenhum pudor.

Percebendo até onde o adulto pretendia ir, o pânico que sentia no meu amargo cresceu de maneira exorbitante quando os dedos já estavam sendo retirados do interior alargado.

Vendo que seria o meu último momento para pensar em algum plano ou estratégia antes que fosse completamente violado. Entre o desespero, apenas uma coisa surgiu em

Respirando fundo, enchendo-me ao máximo com ar, gritei usando grande parte da força dos meus pulmões:

— SOCORRO!

No mesmo instante que o homem percebeu o plano, encaixou-se perfeitamente em meu orifício penetrando-me com o membro ereto. A dor aguda que me foi muito pior que todas as torturas da Kwan.

— Cala boca! — ordenou, estocava violentamente.

O líquido carmesim e viscoso saia de dentro do orifício que tentava expulsá-lo em meio ao ato.

— SO-SOCORRO!... — engasguei com a saliva. — ALGUÉM ME AJUDE!... ALGUÉM ME AJUDE! — implorei soluçando.

As lágrimas salgadas desciam com mais intensidade pelo rosto impedindo-me de enxergar junto com a visão míope, o que agradeci muito, pois, caso saísse com vida, não teria tal lembrança tão nítida em minha mente...

— SOCORRO!... ALGUÉM ME AJUDE!... — prosseguir gritando várias e várias vezes enquanto o estuprador investia mais forte e fundo. — ALGUÉM… POR-POR FAVOR… — a minha voz já se encontrava rouca pelo esforço sem preparação.

— Acha que vão escutar logo você, verme? — com dificuldade, o olhei, embora não o enxergasse muito bem. — Eles estão pouco se fodendo com a sua existência. — gargalhou.

— JAEHWA... JIMIN… HYUNE… YUHEN… — enraivecido, não lhe dei ouvidos prosseguindo com o plano. — ALGUÉM ME AJUDA!… Alguém… — clamei cansado e perdendo as esperanças, sentido o mais velho ainda investido no interior.

O adulto soltou outras risadas, essas bastante macabras, porém parou assim que a porta foi arrombada, logo fitando-a quando um vulto passou voando por ela. Então ouvi um gemido de dor estridente vindo meu violador, que segurava o próprio ombro esquerdo onde havia uma faca de lâmina afiada totalmente alojada.

Instantaneamente, o sangue manchava metade da camisa quando se desequilibrou caindo sentado sobre os calcanhares, tentando, aos gritos de dor, arrancar o objeto que lhe tirava ainda mais sangue.

Tremendo, com medo de levar uma facada também, encarei a direção onde o objeto afiado havia surgido. E após focar, pude avistar um ser de cabeleira azul, desbotada pelo tempo, brincando com mais algumas facas em mãos. Poderia não ser mais muito jovem, mas, como sempre, vestia-se com vestes que valorizavam a própria aparência e o ósculo de armação quadrada que sempre fazia com que parecesse mais jovem a cada ano.

Embora a face não fosse muito nítida para mim, sabia perfeitamente de quem se tratava.

O azulado fez um singelo gesto com uma das mãos, que ainda segurava as facas, ordenando os dois homens muito altos e musculosos em sua retaguarda.

Ambos caminharam para dentro, vindo até o abusador nocauteando-o e retirando-o de mim sem brutalidade, logo levando-o para fora do cômodo e ao passarem pelo azulado, este fez questão de cravar outra faca no nocauteado, afundando-a na coxa esquerda.

Em choque, não compreendi como iria reagir ou o que deveria fazer, a partir do momento que sentia-me aliviado e ao mesmo tempo apavorado com o surgimento do Im. Contudo, apesar de muito fraco, encontrava-me alerta...

— Yuhen — vestida com a típica roupa de empregada, a mulher apareceu ao lado do azulado. — Traga as coisa dele. — ordenou sem ao menos dirigir o olhar para ela. — E mande alguém informar Namjung do ocorrido. Seja rápida. — completou, porém sussurrou algo com a subordinada.

De fato, quis muito ter prestado atenção no diálogo para entender o que havia acontecido. Entretanto, ao olhar de relance o meu corpo e o sangue entre as pernas, foi o gatilho para relembrar o episódio ainda fresco e imaginar o pior caso Jaehwa não tivesse aparecido.

“Eu havia sido literalmente estuprado...”

O modo entalado na garganta veio à tona trazendo as lágrimas e gritos pavorosos, esses que deixava tudo ainda pior ao rebobinar o acontecimento em minha mente com mais intensidade.

Ao longe, escutei Yuhen confirmar de imediato, logo em seguida o som dos passos de salto ecoou pelo ambiente.

Hesitante, virei-me, gritando um pouco mais baixo, mas sentindo dor nas cordas vocais.

Jaehwa deu dois passos para frente, encarando-me com superioridade.

Mexi um dos braços para recuar, porém o membro não recebia as ordens que o célebre mandava.

O herdeiro dos Im tombou a cabeça para o lado focando em algo em mim de forma interesseira.

Os meus finos lábios inferiores eram massacrados pelos pequenos dentes a cada segundo que o azulado se aproximava. Então quando Jaehwa, chegou perto do meu corpo nu, agachou-se para assumir uma altura semelhante.

Acompanhei a descida com temor no olhar, e ao tentar correr dele, assim que o vi erguer a mão, mas ela segurou-me o queixo com força enquanto eu lutava para que fosse solto.

Im inclinou o rosto para todas as direções, parecia que estava checando algo já que os lumes frios não paravam em um lugar só da minha face.

Ao desgrudar as digitais, a cabeça foi empurrada para trás empurrando o que desequilibrou-me e, por pouco, se não fosse pelo reflexo, não choquei o crânio no chão gélido e sujo de sangue.

— Meu senhor?! — assustei-me com a presença da morena que retornou de modo silencioso, quebrando o clima apavorante.

— Diga? — o azulado colocou-se de pé pondo uma mão no bolso dianteiro da calça, virando-se desinteressado e continuando a brincar com as facas.

— Sr. Kim já recebeu a mensagem. — Yuhen adentrou o recinto. — Ele mandou-me dizer que era para comparecer ao escritório sem demora. — informou, arrastando um carrinho consigo.

— Okay — Jaehwa deu-me uma última olhada, caminhando até a porta e parando perto da Choi. — Explique-o o que deve fazer e o que ocorrerá hoje. Não ouse se atrasar, não possuímos todo tempo do mundo. — segurou-a pelo antebraço fazendo-a encará-lo. — Ou seja, ver se não fode. — avisou sumindo pela passagem.

— Sim, senhor. — curvou-se, logo virando-se séria empurrando o veículo ainda mais para dentro do cômodo. — Bom... Tem roupas novas para você aqui. — apontou em uma parte do pequeno veículo. — Por favor seja rápido, Jimin passará para buscá-lo. — andou até a porta interrompendo os passos no batente, segurando a maçaneta. — E sim! — exclamou de repente. — Sabíamos que isso ocorreria uma hora ou outra e que, provavelmente, você ainda iria sentir dor, portanto, há pílulas na parte de cima ao lado do copo. — finalizou, fechando a porta com força.

Forcei os neurônios para raciocinar melhor, desviando a atenção para as duas linhas de sangue que desciam do ânus até os pés, e era possível senti o odor fraco pelo recinto...

Demorei um tempo para juntar forças e conseguir levantar com muita dificuldade, já que o quadril latejava e as pernas estavam fracas.

Analisei os objetos da parte superior do carrinho procurando os remédios que Yuhen havia comentado, e hesitei por um momento em ingeri-lo ou não receoso de ser alguma droga, porém a pontada no quadril incentivou-me a abrir as embalagens, pondo duas pílulas na mão e botando-as na boca, bebendo água em seguida.

Observei mais atentamente o pequeno veículo notando que, além do que a morena dissera, havia um recipiente com água e toalhas brancas.

Fiquei sem entender, de imediato, até compreender que era para me lavar.

“Não sei porquê já que iram sujar o meu corpo novamente.”, suspirei com o pensamento.

Molhando uma das toalhas, a espremi limpando excesso de suor na testa, depois do pescoço. Ao acabar com líquido do pano, peguei outra refazendo a mesma coisa, só que limpando as pernas o máximo que conseguia, vendo a tolha sendo manchada pelo meu próprio sangue.

Em poucos minutos, já estava vestido com roupas novas: camisa bege claro e uma calça de moletom cinza, calçado com um sandália chinelo branco.

À espera do Park, sentei-me na extremidade oposta ao colchão, ficando brincando com os dedos da mão para distrair-me, diminuindo o nervosismo e o medo presente…

 

***

 

Quando Park finalmente chegou, fiquei surpreso.

O garoto surgiu vestido de empregada, igual a Yuhen, com um par de meias pretas, causando um salto da mesma cor, e maquiado, tentando uma peruca ruiva ondulada que caía até o estômago e metade das costas.

Jimin deu uma checada no ambiente à procura de algo parando os lumes em mim que estava sentado em forma de lótus.

— Vamos? — chamou-me dando um espaço na porta para eu poder passar e sair.

Levantei meio hesitei em avançar e Park, ciente, sorriu dando mais passagem para mim.

— Não se preocupe, não mordo. — mostrou o impecável sorriso com os dentes branco, completamente cínico.

Respirando fundo retribui o sorriso, não confiando nem um pouco nele depois de tudo.

Atravessei até a entrada, ficando ao lado do ruivo que trancou a porta, logo passando por mim.

Pela primeira vez, pude, finalmente, enxergar algo além dos quartos escuros.

Nos encontrávamos num corredor que, embora estivesse com bastante iluminação, a cada passo que dava, um calafrio percorria a minha espinha como se eu fosse ser pego numa cilada a qualquer momento.

Forcei a mente para focar em outras coisas como por exemplo, o ser a frente e o modo elegante ao qual andava, oposto ao que presenciei nas outras vezes que o encontrei.

As passadas eram tão delicadas e belas que seria impossível dizer que havia um garoto rude debaixo de toda a produção, pois Park parecia a personificação de uma boneca de porcelana feita com maestria.

Era muito esquisito de encarar, contudo, o usei como distração enquanto seguíamos o percurso sem proferir nenhuma palavra.

Subimos três pequenos lances de escada até o ruivo para no topo, abrindo uma porta antes de virar-se para mim.

— Poderia, por favor, ficar à minha frente com as mãos para trás das costas. — pediu educadamente, analisei-o calado, mas executando.

Algo gélido arrodeou os pulsos, então foi fácil deduzir que seria a costumeira grossa algema, mas estranhei ao senti-las mais leves. O garoto havia utilizado a comum....?

Inconscientemente, um baixo grunhido escapou-me quando movi os pulso a fim de acostumar-me com o aperto.

— Peço desculpas, mas infelizmente é necessário. — sem demonstrar sinceridade, Park explicou.

O ruivo empurrou-me pelo ombro, fazendo-me adentrar um novo corredor mais estreito comparado aos anteriores. Contudo, a cada passo lento – por causa do incômodo no quadril – recebia outros empurrões, uns que quase me fizeram cair no chão pela falta de força em conter o impacto.

Risadas adoráveis eram possíveis de serem capturadas no ambiente, o que alertou-me para o desconhecido.

Ao aproximar-me do som, pude perceber que vinha de duas pessoas com os mesmo trajes que Jimin, diferenciando apenas nas perucas onde uma era lisa, repicada e morena, e a outra longa, loira e cacheada.

Ambas estavam encostadas na parede compartilhando risos, até pareciam de fato felizes, enquanto a morena balançava as mãos entrelaçadas para frente e para trás.

— Ei, vocês! — as risadas cessaram imediatamente assim que olharam para trás e nos encontraram no meio do corredor.

Embora a miopia atrapalhasse, pude perceber o corpo da loira, que tratava-se de uma mulher de rosto belo e delicado, ficou tensa assim que os lumes pousaram no Park e em seguida sobre mim logo. Já a morena, um rapaz de feições simples, o qual outrora tinha uma expressão alegre, tornou-se sombrio instantaneamente.

— Sim? — o homem indagou entrando na frente da parceira num reflexo de proteção.

— As chaves — rudemente, ordenou o ser em minha retaguarda.

Sem desfazer o modo protetor, o rapaz remexeu o único bolso do avental, logo arremessando o objeto para o ruivo.

— Obrigado — agradeceu, apanhando a penca no ar, voltamos a andar, no entanto, antes de deixá-los, dirigiu-se ao casal: — Fique menos tenso Gun hyung, não farei nada com Leehan nonna, sério. — o tal Gun concordou ainda montando guarda para a companheira.

Jimin empurrou-me novamente, então tornei a focar no caminho a frente seguindo-o até um cômodo.

A princípio o local estava desprovido de luz, mas instantes depois o garoto as ligou, e de tão fortes, deixaram-me momentaneamente cego.

Espantei-me quando consegui enxergar.

O ambiente se assemelhava muito a um camarim. As paredes diagonais preenchidas com prateleiras recheadas de perucas diversificadas, e na extremidade oposta à entrada, havia três penteadeiras com luzes nas laterais do espelho, além da grande quantidade de maquiagem sobre elas, tendo dois grandes armários de porta dupla ao lado.

Por encontrar-me admirado, mal notei o peso da algema sumindo dos pulsos, somente caiu-me a fixa quando senti os braços caídos na lateral do corpo.

“Ele havia retirado?”

Receoso, massageie delicadamente os pulsos vermelhos, quase roxo, graças a pele pálida e a falta de vitamina após tanto tempo.

— Sente-se — Jimin indicou a penteadeira do meio, e, mais uma vez, obedeci.

Através do reflexo do espelho pude ver o ruivo sendo coberto por uma das bandas do armário, então, cansado, suspirei fitando na minha imagem que era reproduzida.

Caso pedissem para resumir-me numa palavra esta seria “horrível”, todavia, tal soaria mais como um apelido infantil, pois o meu atual “eu” estava além dela...

O jovem corpo magro e quase desnutrido, que poderia ser comparado como um papel pela palidez mais que o habitual. O longo cabelo, escuro e mal tratado, que caia-me no rosto não mais angelical, consequência dos tempos sombrios...

Soltando o ar pela boca, apoie os cotovelos na parte livre da penteadeira levantando a cortina de fios com a finalidade de enxergar-me de forma mais nítida. Repudiando o meu atual estado deprimente.

— Suponho que seja assustador ao se encarar no espelho depois de um certo tempo preso, estou certo? — não esbocei reação quando Jimin surgiu já ajeitando a minha postura.

— Não é tão assustador como imaginei… — sussurrei desviando os olhos do reflexo para a perna do móvel bege. — Só é… Estranho? — franzi o cenho em dúvida da palavra que usei.

— Entendo. Não é o primeiro que eles fazem isso, porém é o mais acabado e um pouco mais demorado, para o seu azar. — o ruivo ficou ao meu lado, sorrindo falsamente.

Nada disse, só prestei atenção em seus movimentos ao pegar uma maquiagem e um pincel. Destampando o tubo ao voltar-se para mim, ergueu-me o rosto e marcando-o com o produto antes de começar a espalhá-lo utilizando o pincel.

— Se acostuma — prosseguiu, provavelmente referindo-se as minhas dores, pois ainda fazia algumas caretas. — Agora ouça com bastante atenção e faça as perguntas de uma vez, porque só irei explicar uma vez. — fitou-me rapidamente para checar se realmente estava atento. — Você trabalhará em uma Maid Cafe. — iniciou: — Existem regras a serem seguidas, e até serei amigável, pois não quero sofrer penalidade caso você faça alguma merda. — largou o pincel pegando outro, seguindo com o procedimento. — Uma delas é que nunca, nem que sinta muita dor, pare de sorrir docilmente; somos como manequins na vitrine, principalmente para os “clientes especiais”. Segunda, trate todos bem, ainda que te ofendam ou te machuquem. — espalhou um pó em meu rosto, esse que pagava com o pincel em um placa com vários tons. — Cada empregado recebe uma numeração, caso aconteça de algum “cliente especial” pedir um número e este não for o seu, retire-se imediatamente e procure o dono. Os bonitos têm manias de subornar, nunca cai nelas. Outra coisa, se o “cliente especial” não sendo o seu, tocá-lo, trate de chamar Tikka ou Jaehwa imediatamente, ela fica na registradora e ele no balcão-...

— O que são “Clientes Especiais”? — indaguei sem pensar e Park parou um instante rindo, logo retornando ao trabalho.

— São os clientes que somos pagos para dormir, Yoongi. — falou com se fosse algo normal. — Sim, aqui é uma cafeteria muito famosa, mas também um prostíbulo igualmente requintado. — arregalei os olhos com a informação inesperada, compreendendo então acontecimento recente e de toda a tortura. — Interessante, não é? Foi ideia da família de Kim Nam. — contou-me passando o pincel suavemente nas pálpebras. — Assim nunca seríamos encontrados, é o que costuma gabar-se. — finalizou com a etapa apanhando algo que lembrava uma caneta. — Fecha de novo — pediu ao destampar. — O período completo, e normal, de trabalho é das 08h até as 19:30h, entretanto, o prostíbulo começa das 18h até umas 5h, nesta casa ao depender de quem estamos. — comentou, agora penteando os cílios. — Mais informações aprofundadas, pergunte a Jaehwa, por exemplo: o seu tempo de trabalho, já que é menor de idade e ainda estuda. — complementou.

Apesar de ter captado tudo, nada fazia sentido em minha cabeça.

Não era possível que um garoto, que nem chegara à pré-adolescência, “trabalhar-se” como prostitutos, e, embora não soubesse das leis mundiais, isso, por outro lado, era crime e qualquer um com senso comum tem ciência.

Park seguiu explicando mais coisas, o que precisava fazer e como executar, tudo enquanto terminava de ajeitar a maquiagem pondo as lentes de contos com grau.

— Pronto — exclamou, satisfeito com o resultado. — Quase completo, para ser honesto. — bateu palmas e olhando-me como uma obra de arte. — Vamos ver se esse aqui serve. — virou a cadeira jogando-me o vendido.

Lentamente, levantei-me do assento repousando a roupa na cadeira e retirando o que vestia, tomando cuidado para não fazer nada muito brusco.

— Meu Deus! — Jimin aproximou-se assim que comecei a pôr o vestido. — Você está cheio de marcas. Não pode! Você não pode, jamais, deixar qualquer hematoma visível. — apressou-se para pegar um produto sobre a mesa, passando-o nos ferimentos e nas marcas do meu corpo, ocultando-as em seguida com maquiagem. — Devemos sempre estar em perfeito estado para os clientes. — afetou severamente, então assenti de forma monótona.

Quando já estava vestido, o ruivo entregou-me um par de saltos idênticos ao que usava, mas de numeração menor.

Park ordenou para que sentasse de novo, logo prendendo o meu cabelo com grampos escondendo-os dentro de uma touca bege, em seguida pondo uma peruca mel e ondulada quase mediana.

Satisfeito, bateu palmas mais uma vez, analisando-me e dizendo que havia realmente acabado agora.

Embora estivesse fraco das pernas, fiquei em pé perfeitamente com o sapato, tendo uma vaga e nublada lembra de quando brincava com os da minha genitora. Contudo, era um fragmento há tempo em decomposição...

Vendo-me hesitante, Jimin guiou-me à frente de um espelho que partia do chão e quase alcançava o teto do camarim, para que pudesse ver a sua “obra de arte”.

A princípio, achei-me muito estranho, pois não consegui enxergar-me, mas sim uma garota magricela de íris azuis, e semelhante ao ruivo, a personificação de uma boneca de porcelana com uma maquiagem suave que destaca a palidez do rosto.

— Estas bela, tão bela como doce, Suga. — Park surgiu atrás de mim no espelho apoiando o queixo no ombro esquerdo. — Será como te chamaram a partir de hoje. — sorriu, mas os lumes estavam um tanto vagos antes dele piscar e voltar ao normal. — Deveríamos, ir já está na hora do seu expediente. — informou afastando-se.

Novamente assenti quase roboticamente, porém sem deixar de encarar o que agora seria o meu futuro, mesmo não querendo...


Notas Finais


Coisa(s) Detalhada(s):

Peruca (Jimin, Gun, Leehan e Yoongi): https://br.pinterest.com/pin/687150855649081194/

Fardamento: https://br.pinterest.com/pin/687150855649081266/


Hi queridos, não se esqueçam de dá o seu favorito, isso ajuda muito em incentivo; e se quiserem comentar sobre a fic no Twitter é só usarem a #TC_Sun_Moon, para que assim mais pessoas venham conhecer o meu trabalho.

Beijos e até o próximo capítulo. 😘


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