– Você está linda. – A senhora de cabelo loiro, quase brancos por causa da sua idade sorria grandemente para a morena que usava um vestido de noiva.
– Obrigada. – A morena passou as mãos pelo o seu vestido, decorando cada detalhe dele. O vestido era simples e perfeito. Era composto por renda na parte do busto, e caia como luva em seu corpo que tinha lindas curvas.
A jovem Empresária sorriu admirada com o vestido bem trabalhado. Desde que o vestiu pela a primeira vez não tinha o admirado, não estava com cabeça para isso, mas agora, minutos antes de subir no altar percebeu o quão lindo o seu vestido é. Desde pequena, Demi se imaginou entrando em seu casamento com um belíssimo vestido, indo em direção ao seu noivo, a pessoa que mais ama e entregar a sua vida a ela. O sonho de toda garota. Neste momento ela está preste a realizar esse sonho, só que faltava algo, ou melhor, alguém.
A morena de cabelos longos suspirou e o seu sorriso que antes era de admiração agora se desmanchou formando uma linha reta em seus lábios, e seus olhos brilharam por causa das lágrimas que queriam cair em seu rosto.
– O que foi? – A senhora perguntou ao percebe a mudança de humor da morena. A mesma logo tratou de sorrir e limpou disfarçadamente os seus olhos marejados.
– Nada. Eu só estou feliz Mama, só isso. — Sorriu forçado.
– Hum. – Steven a encarava não acreditando em suas palavras. Sabia que estava mentindo, mas não sabia o porquê. Achou muito estranho a jovem ter mudado de opinião sobre esse casamento de um dia para o outro. E além de tudo, Robbins estava magoada com Demi por ela não confiar o bastante para não lhe contar o que a aflige. – Demi, tem certeza que esta tudo bem? – Repetiu a pergunta que fez nesta manhã quando percebeu o estranho comportamento da Lovato.
Demi engoliu seco. Girou seus calcanhares e tocou o seu bastão no chão, procurando a poltrona que estava atrás de si. Assim que a encontrou sentou nela diminuindo o tamanho do seu bastão de hoover.
Sentia o olhar preocupado e decepcionado de Steven nela e não sabia como lidar com isso, mas sabia que tinha que lidar com isso. Por uns instantes, pensou em desabafar para a mulher que lhe criou, mas as ameaças ecoavam em sua mente fazendo questão de lembrá-la que não podia fazer tal ato.
– Esta tudo bem Mama. – Sentiu a sua cabeça latejar e fechou os olhos tentando de algum jeito diminuir a dor. – Só estou com dor de cabeça, nada de mais. – Sua mão direita foi até a sua cabeça e seus dedos massagearam sua testa na tentativa de aliviar as fisgadas que sentia em sua cabeça, mas nada adiantou, quando mais tentava aliviar a dor, mais cenas do dia anterior passavam em sua mente.
Flashback on
Demi sorveu o chá da xícara que Marissa lhe havia entregado enquanto estava na janela do seu quarto sentindo a brisa refrescante bater contra o seu rosto. Já era tarde, e o sol já estava dando lugar a lua. Hoje o dia amanheceu quente, diferente dos outros dias em Los Angeles que eram quase sempre frios, mas agora sabia que a noite fria chegava, e com ela a chuva. A morena sabia disso pois ouvia pequenos trovões lhe causando um pequeno arrepio. Demi desde pequena tinha medo de trovões, hoje tudo que trovões lhe causava era alguns arrepios em seu corpo, nada mais além disso.
– Demi. – A voz doce e calma de sua amiga ecoou em seu quarto. A Empresária fez um som nasal a pedido que ela continuasse. – Esta tudo bem? – Demi suspirou abaixando a cabeça. Lovato já perdeu quantas vezes ouviu aquela pergunta hoje, e também já perdeu quantas vezes respondeu a mesma coisa.
– Está sim. – A Delegada ficou em silêncio, sabia que sua amiga estava mentindo. Olhou o perfil de Demi, e ao perceber o semblante sério de sua amiga percebeu que insistir não vai fazer ela dizer o que está acontecendo.
– Você não quer ir lá na sala? O pessoal está pensando em fazer algumas brincadeiras que fazíamos quando estávamos no colégio. Você sabe que vai ser divertido. – Mudou de assunto tentando animar sua amiga que desde que a viu hoje não mudou de humor. Sorriu ao ver um meio sorriso se formar nos lábios de Demi.
– Eu vou sim. Só vou ficar mais um pouco aqui e depois eu desço. – Respondeu sorrindo e bebericou o chá da xícara que estava em sua mão. Marissa entendeu que Demi queria ficar sozinha, então decidiu respeitar a decisão da amiga.
– Eu vou voltar pra lá. Qualquer coisa me chame, esta bem? – A morena apenas assentiu com a cabeça e deu mais um gole de seu chá.
– Mari. – Chamou a sua amiga antes de ela sair do quarto. – Obrigada pelo o chá, está uma delícia. – Demi agradeceu sorrindo.
– Que isso, nem fui que fiz o chá. Você sabe que não sou boa na cozinha.
– Esta certo, mas mesmo assim, obrigada. – Demi deu um gole do seu chá, fechou os olhos saboreando o sabor doce e pouco amargo do líquido quente. – Esta realmente bom. – Deu mais um gole.
– Esta bem, entendi. Se quiser mais é só pedir. – Sorriu. — Te espero lá em baixo.
Marissa deu alguns passos para trás para logo girar os seus calcanhares, indo em direção a porta e a abriu dando de cara com Dianna, que tinha a sua mão próxima maçaneta da porta pronta para abri-la, se Marissa não tivesse a abrido antes. Dianna a olhou curiosa, analisando a Delegada de cima para baixo.
– O que faz aqui? – Marissa franziu a testa ao ouvir a pergunta da senhora. A Delegada não sabia o que estava acontecendo com a sua amiga que está se comportando tão estranhamente nas últimas horas, mas desconfiava que Dianna tinha algo haver com isso.
Demi não chegou a contar para a Marissa sobre Dianna, ambas não estavam com tempo para entrar neste assunto, e quando tinham tempo sempre tinha alguém com elas que não podia saber, por isso Demi não lhe contou.
– Eu só vim conversar com Demi. Por que a pergunta? – Respondeu calma mantendo o seu cenho franzido. Dianna outra vez a olhou dos pés a cabeça, temia que Marissa soubesse de algo. Sabia que podia ser multada ou até ser presa.
Dianna percebendo que ficou muito tempo encarando a Delegada, balançou a cabeça de um lado para o outro saindo do seu transe.
– Por nada, eu... Eu só quis saber. – Marissa a encarou desconfiada e depois olhou para trás encontrando Demi que já tinha o seu corpo virado em direção a elas, e ouvia atentamente a interação de sua amiga e mãe. Marissa voltou os seus olhos para a senhora a sua frente que desta vez a olhava impaciente – Posso entrar? – Apontou para a entrada do quarto. Marissa assentiu com a cabeça, dando espaço para a senhora entrar e assim ela o fez.
– Demi, estamos te esperando lá na sala. Qualquer coisa me chame. – A Delegada disse, seus olhos voltaram para Dianna antes de ela sair do quarto e fechar a porta.
– Se você acha que eu contei a ela, fique sabendo que eu não disse nada. Não precisa se preocupar. – Demi respondeu calma porém ríspida.
– É um alívio saber disso. Não quero me meter em encrenca. – Demi riu com ironia bebericando o líquido da sua xícara.
– Diga logo o que você quer desta vez. – Alterou a som da voz e fechou os olhos com força ao sentir sua cabeça latejar. A morena sentia fortes dores de cabeça desde do dia anterior, tudo o que ela queria era deitar em sua cama até essa dor acabar. Ia ser um problema a menos.
– Demi, o que eu falei para você sobre usar esse tom de voz comigo? Não quer que eu me irrite. – Dianna se aproximou ficando ao lado direito da morena.
– Desculpa. – Murmurou baixo relaxando os ombros, não teria coragem de enfrentá-la, não agora, e Dianna sabia disso e aproveitava disso.
– Bom, vamos ao que interessa. – Caminhou devagar, contornando por trás o corpo de Demi e parou do seu lado esquerdo. – Como você deve imaginar, sua amante esta na sua sala de estar, conversando com os seus amigos e familiares. Acho que nem preciso dizer o que eu quero que você faça. E desta vez quero que dê certo. Não a faça sentir raiva, quero que ela sinta ódio.
– E por que desta vez você acha que pode dar certo?
– Porque se não der, alguém sofrerá com isso. – Os olhos de Demi se encheram d'água, mas não caia nenhuma lágrima. Sentiu a sua dor de cabeça mais forte. Não queria fazer isso de novo, sabia que não teria coragem. Respirou fundo e procurou sua cama sentado nela e segurou a xícara com as duas mãos a apoiando em seu colo.
– Eu não vou fazer isso, de novo não. – Demi ouviu a risada irônica de sua mãe. Se mexeu desconfortável na cama desejando que essa conversa terminasse logo.
– Mas é claro que vai. Você sabe que se eu der uma ligação, puf! A aberração vai se machucar. – Sorriu vitoriosa ao ver o semblante de pura raiva da Empresária. Seus dedos apertavam a xícara de chá e sua respiração alterada quase soltando fumaças. Demi não permitiria que alguém chamasse a sua amada de tal forma.
– Não a chame assim. – Murmurou entre dentes sentindo o seu corpo esquentar de tamanha raiva.
– E por que não? – Riu cruzando os braços, e andou até a janela observando a paisagem. O dia já tinha virado noite, a cor negra já tinha tomado o céu e as estrelas, junto com a lua destacavam no céu negro. E a luz da grande cidade deixava tudo mais belo. – Sabe, desde que Miley, a minha afilhada, me contou que nasceu intersexual tentei aceitá-la. Pobre Tish... A filha já nasceu pecando. – Demi franziu o cenho e negou com a cabeça. A morena odiava o fato de sua mãe ser uma fanática religiosa, a deixava mais controladora. – Bom, eu aceitei ela, aceitei Miley como ela é, aceitei por mim, por ela e pela Tish. Eu juro, eu aceitei ela. Mas depois do que ela fez... – Riu amargamente. Demi mais uma vez franziu o cenho, não sabia aonde ela queria chegar e também não sabia do que ela estava falando. – Não consegui mais. Eu tentei, eu juro que tentei aceitá-la, não queria ser um monstro nesta história. Mas agora não dá mais, não posso permitir que ela, mais uma vez, tire de mim. Não posso, não vou deixar. – Dianna sentiu uma lágrima rolar pelo o seu rosto, mas ela impediu que as outras caíssem.
Demi estava confusa com as palavras de Dianna. Queria entender do que ela estava falando, mas a sua dor de cabeça não permitia isso, chegou na conclusão que sua mãe não falava coisa com coisa.
– Mas isso não importa, não agora. – Dianna tornou-se a falar, chamando a atenção da jovem Empresária. – O que importa é que eu mando e você obedece.
– Eu já disse que não vou fazer merda nenhuma! — A Lovato se levantou deixando a sua xícara de chá cair e espalhar cacos de vidros e o líquido quente pelo chão, mas neste momento ela não se importou com isso.
– Você vai fazer sim o que eu mando! – A voz da senhora saiu rouca e alterada assustando Demi. – Você acha que eu estou brincando né? Você acha isso uma piada não é? Mas adivinhe só, não é! Não pense que nada vai acontecer com sua queridinha porque vai. Você vai dizer à aquela mulher que a odeia, vai fazer ela sair da sua vida, vai fazer ela te odiar e você vai odiar ela. Faz isso ou eu mato ela! Eu mando matar Miley, Demetria! – Dianna respirou fundo vendo a expressão assustada da sua filha. Passou a sua mão pelo o seu cabelo e recuperou o ar que lhe faltava para logo dizer: – Você escolhe.
Flashback off
Demi tinha a expressão absorta. Balançava a perna direita freneticamente e mordia o lábio inferior na briga interna de não chorar na frente de Steven.
– Não. – Se interrompeu ao perceber que sua voz saiu rouca. Limpou a garganta para voltar a falar. – Não precisa se preocupar Mama. – Franziu o cenho e engoliu em seco antes de ouvir três batidas na porta.
– Entre. – Robbins disse sem parar de fitar Demi. Observava atentamente cada movimento da morena, e a cada segundo sabia que nada estava bem, mas não podia fazer nada, não sem ao menos saber o que está acontecendo.
– Hey! Como está a noiva e essa linda princesa? – Demi ouviu a voz da Normani. Sorriu ao perceber que ela não estava sozinha, ouvia sons de saltos altos se chocando no chão de madeira.
– Estamos bem. Como assim princesa? Ainda não dá para saber o sexo dele. – Sorriu acariciando sua barriga e levantou tentando esquecer a sua lembrança da noite passada.
– Não sei, estou sentido que vai ser uma linda menina.
– Bom, não importa. Independente se for menina ou não vou amá-lo mais que eu amo a mim mesma.
– Vou deixar vocês conversarem. Demi, qualquer coisa me chame. – A morena assentiu e Steven a olhou tristonha antes de abrir a porta saindo do quarto.
– Demi você esta linda! Eu te pegaria se eu não fosse comprometida e você não tivesse preste a se casar. Na verdade eu sempre quis te pegar, mas você nunca me dava bola.
– Como é que é Michelle?! – A Cubana a olhava com o cenho franzido e a boca entreaberta.
– Que foi? – Lauren a olhou desentendida, mas logo arregalou os olhos ao perceber do tinha acabado de falar. – Merda. – Sussurrou vendo a expressão furiosa de sua namorada. Todas daquele quarto seguravam a risada vendo Lauren mais pálida que o seu normal. – Amor, vo-você sabe que eu te amo não é? O que eu disse fo-foi brin-brincadeira. Você é tu-tudo que eu quero. Ela até pode ser gostosa... Nã-não! não. Q-quer dizer... E-ela nã-não é pra lá tã-tão... – Parou de falar quando Camila colocou a mão na frente de seu rosto a pedido mudo de que ela parasse de se desculpar.
– Apenas... – Fechou os olhos e respirou fundo, controlando a raiva que sentia da sua namorada naquele momento. – Cale a boca. Só fique quieta.
– Estou fodida. – Lauren murmurou fechando os olhos com força, antes de ir sentar em uma cadeira que ficava no canto do quarto.
– Ok. Voltando aqui. Demi você está realmente linda. – Ally disse sorrindo para a amiga.
– Obrigada. Cade Selena? – A Empresária perguntou ao notar a ausência da sua amiga.
– A gente não sabe. Não a vimos desde do dia em que ela foi até a sua casa conversar com você. – Camila respondeu erguendo os ombros.
– Ou seja, no dia em que você desprezou Miley... De novo.
– Dinah! – Normani repreendeu a esposa que deu de ombros ignorando as expressões de reprovação das suas amigas.
– E eu estou mentindo? – Riu sarcástica. – Quem sabe ela desprezou a Selena também. Deve ser por isso que ela sumiu, Não é Demi? Mais uma fazendo papel de otária em suas mãos. Quem é a próxima vítima Demetria? – Sorriu com ironia. – Ally? Lauren? Camila? Marissa? Quem sabe eu e a minha família. Devia ter vergonha de si mesma Lovato. – Demi pressionou os lábios formando uma reta em seus lábios, impedindo mais uma vez que as lágrimas rolassem em seu rosto. A morena sentiu aquilo como uma facada em seu peito seguido com um soco em seu estômago. Mas não culpava a sua amiga, ela tinha todo direito de reagir de tal forma.
– Já chega! – Bravejou Normani atraindo atenção de todas, mas a sua esposa a ignorou.
– Você nunca se importou com ela, nunca se importou com ninguém. Só se importa com você mesma. – Demi deixou uma lagrima rolar pelo o seu rosto mas a limpou rapidamente. – Agora vai chorar? Por favor! Não se faça de vítima, você não tem esse direito.
– Dinah, para. – Lauren levantou, tocando levemente o braço da amiga. A chefe cozinheira olhou para Lauren, vendo o seu olhar de reprovação. Olhou em volta vendo que todas suas amigas a olhava com reprovação. A loira riu, negando com a cabeça, não acreditando que suas amigas estavam protegendo Demi.
– Eu não acredito que vocês... Quer saber, eu vou embora. – A loira ia caminhar em direção a porta mas sua mulher segurou o seu braço a impedindo.
– Depois conversamos Jane. – Normani rosnou olhando friamente para sua esposa.
– Não temos nada para conversar. – Retrucou se soltando do seu aperto. Olhou para Demi que estava com a cabeça baixa chorando silenciosamente, mas não sentiu pena ao vê-la, pelo ao contrário, sua raiva aumentou. Não acreditava que depois de tudo, ela ainda se fazia de vítima nessa história. – E você Demetria, a partir de agora não me considere como uma amiga. Você morreu para mim. – Caminhou em passos firmes até a porta a abrindo e saiu fechando a porta com força.
– Eu vou atrás dela. – Lauren se pronunciou, e foi em passos rápidos atrás de Dinah.
– Demi... M-me desculpe por ela. Você sabe que ela e Miley são...
– Não... – Demi interrompeu Normani, fechou os seus olhos quando percebeu que sua voz saiu embargada. – Não precisa pedir pedir desculpas. Eu entendo ela. – Suspirou sentando novamente na poltrona atrás de si.
– Eu juro que vou conversar...
– Não Mani, para. Ela tem todo direito de reagir assim comigo. Não a culpo. – Limpou disfarçadamente os seus olhos marejados e levantou sorrindo. – Vamos esquecer isso porque hoje não é dia de tristeza.
– Com licença meninas. – A voz de Dianna se fez presente no quarto e Demi imediatamente ficou seria. Suas amigas percebendo a estranha mudança de humor de Demi, estreitaram os olhos para as duas mulheres. – Eu posso ficar a sós com Demi? – As meninas assentiram, se despediram de Demi e saíram do quarto. – Filha, eu estou tão feliz. – Dianna abraçou a morena que não retribuiu o abraço.
– Pena que não posso dizer o mesmo. – Sorriu amargamente se soltando do braços de sua mãe. – O que você quer agora?
– Nada, eu só vim aqui ver a minha filha. Aliás, Demi, você está linda. – Demi sorriu em agradecimento mas logo tratou de ficar seria novamente. – Esse seu humor já está me irritando.
– E o que você quer que eu faça? Que eu saísse por aí sorrindo que nem uma boba, cavalgando em um unicórnio, vendo tudo como arco-íris e rosas e fingir que nada está acontecendo? Desculpe, não vou poder fazer isso mamãe. Ah! eu já ia me esquecendo... Parabéns! Acabei de perder uma amiga, uma grande amiga na verdade, e foi por culpa sua. São duas a menos, muito bem mamãe, esta conseguindo o que queria. – Dianna revirou os olhos cruzando os braços e caminhou ate o espelho que estava perto do closet. Passou a mão pelo o seu cabelo que caia em seus ombros. Observou o seu vestido de seda azul aço claro, era sem alças e caia perfeitamente em seu corpo magro.
– Eu não gosto do seu sarcasmo Demetria.
– Sarcasmo? – Riu atraindo a atenção de sua mãe. — Mamãe, eu nunca consegui ser sarcástica com a senhora.
– Acha isso tudo muito engraçado né? Continue brincando e vamos ver se isso ainda vai ter graça quando sua queridinha usar um paletó de madeira. – Voltou a se olhar no espelho e sorriu ao ver o semblante sério de Demi através do reflexo do espelho.
– Por favor... Não faça nada à ela. Eu já fiz o que você pediu, deixa Miley em paz. – A voz da morena saiu embargada. Sentiu algo quente em seu rosto e percebeu que já estava chorando.
– Infelizmente filha eu vou ter que voltar. – Ignorou o pedido de sua filha e caminhando até ela. – Não chora. Vai borrar sua maquiagem. – Dianna passou a costas de suas mãos na bochechas de Demetria secando o seu rosto. – Bom, como eu disse, eu tenho que voltar ao serviço. Preciso conferir se tudo está no seu devido lugar, principalmente você. Espero que você não esteja planejando fazer nenhuma gracinha neste dia tão especial, ou esta? – Demi negou com a cabeça ganhando um sorriso de sua mãe. – Ótimo. Agora eu preciso ir. – Foi em direção a porta abrindo a mesma. – Até a cerimônia querida. – Saiu do quarto sem deixar a morena responder.
(...) (...)
A loira transferia chutes e socos no saco de pancadas. Seus golpes eram fortes e rápidos, e a cada golpe é uma respiração saindo de sua boca. O suor descia em seu tronco e a sua respiração pesada indicava que ela já estava ali a muito tempo sem fazer intervalos.
" Miley... Eu não quero, você não entende? – Demi disse na cozinha se separando de Miley bruscamente. A Fotógrafa não entendia o porque da morena estar reagindo de forma tão estranha com ela."
" Demi, eu pensei..."
" Pensou errado. – Disse friamente. – Eu vou casar amanhã, eu estou feliz e não quero você aqui. Não entende isso ou quer que eu te ensine?"
" Mas ontem..."
" Ontem foi um erro, preciso fazer o certo, e você Miley, com certeza não é o certo. Você é um erro que eu nunca deveria ter cometido."
Os seus golpes ficavam cada vez mais fortes. O saco de pancadas balançava com a colisão de seus golpes. Trincava os dentes e sentia o seu sangue ferver em suas veias. Queria de algum modo descontar toda raiva que sentia naquele equipamento.
" Demi o que está acontecendo? É a Dianna não é? – A loira tentou segurar a mão da Lovato mas foi impedida com um empurrão."
" O quê? Não tem nada da minha mãe nesta história não! Na verdade tem sim; ela me ajudou a perceber o que é certo e o que é errado. – E mais uma vez Miley sentiu aquela famosa sensação de uma faca cravada em suas costas. Não acreditava que aquilo estava acontecendo, de novo."
Seus músculos se flexionavam e depois relaxavam a cada golpe dado no saco de pancadas. Socava com força e rapidez, fazendo com que só ouvisse o som grave do impacto dos seus golpes e a sua respiração pesada.
" Eu nunca te amei Miley, eu nunca vou te amar. Agora saía daqui."
" Demi... "
" Sai! – Miley limpou as lágrimas que caiam em seu rosto e pegou a sua mochila que está em cima do balcão, e olhou para Demi que estava de costas para ela. – Eu sei que você ainda está aqui Miley, sai... "
" Eu já entendi. – Interrompeu com a voz rouca sentindo seus olhos marejados. – Eu vou embora e espero que você seja feliz com o seu casamento."
" E eu vou ser e muito, coisa que eu não vou ser se eu ficar com você, disso eu tenho certeza. Agora pode ir? – Respondeu rápido e ríspida. A Fotógrafa encarou as costas da morena antes de sair em passos rápidos da casa da Lovato."
A loira já sentia os seus músculos queimando e cansados, suas mãos e pés doíam, as gotículas de suor caiam em seu corpo, sua respiração estava alterada e sentia que o coração ia pular do seu peito a qualquer momento. Sabia que estava ali a muito tempo, mas não conseguia parar, o seu corpo estava no automático. As palavras de Demi ecoavam em sua mente a incentivando a continuar a maltratar o equipamento de treino.
" Você foi espécie de brinquedo para mim, e eu me divertir muito, foi uma ótima experiência, mas agora já chega. Eu nunca te amei de verdade."
Deu seu último golpe quando sentiu o seu corpo cansado e sem forças. Engoliu em seco sentindo sua garganta implorar por água, e apoiou a sua testa no equipamento o segurando com as duas mãos tentando controlar a sua respiração.
– Eu já estava ficando com dó desse saco de pancadas. – Uma voz calma se fez presente na academia. A loira levantou a cabeça olhando para o lado, encontrado a latina que tinha um sorriso divertido no rosto. – Serio, já estava esperando ele criar pernas e sair correndo com medo de você.
– Selena... O que faz aqui? Ou melhor, onde você estava? – Se aproximou da Psicóloga.
– Eu que faço uma pergunta aqui. Você não deveria estar impedindo o tão esperado casamento agora? – Perguntou observando a Fotógrafa pegar uma garrafa de água e torceu a tampa, levando o gargalo até os seus lábios sentindo o líquido fresco descer em sua garganta, lhe dando uma sensação de prazer.
– Eu não vou impedir nada. – Levou a tampa até o gargalo e torceu novamente fechando a garrafa e a guardou em sua mochila. – Parece que Demi esta muito feliz com o Valderrama.
– Você está enganada. Com certeza ela não está feliz, disso eu tenho certeza. – Pegou um pen drive que estava em sua bolsa de mão erguendo causando um olhar confuso de Miley.
– O que é isso? – A loira perguntou passando uma toalha de rosto em seu rosto e pescoço.
– Um pen drive oras. – Deu de ombros, causando um rolar de olhos da Fotógrafa.
– Eu sei que é um pen drive. – Miley colocou a toalha que estava em suas mãos em seu ombro e desenrolou as bandagens pretas em suas mãos. – Eu quero saber o que tem nele.
– Provas.
– Provas? – Franziu o cenho, estreitando os olhos para a latina. – Como assim provas?
– Digamos que Demi não queria estar se preparando para o seu casamento agora. – A Psicóloga sorriu de lado vendo o olhar confuso de sua amiga.
— Selena explica isso direito. – Cruzou os braços a baixo dos peitos e a olhou impaciente.
– No dia seguinte em que vocês tiveram aquela briga em que você surtou e bateu no seu carro. Eu fui para casa de Demi tirar satisfação com ela, na verdade eu fui lá porque não conseguia engolir essa história. Conheço a minha amiga e sei que ela não faria o que fez com você, a não ser que tenha uma bom motivo para isso. E eu estava certa, ela me contou tudo.
– Se você está falando de Dianna fique sabendo que ela também me contou. Mas agora é diferente. – Riu forçado guardando a toalha e as bandagens em sua mochila.
– Não é não. Se você não percebeu, mas mais uma vez tem o dedo de Dianna nisso tudo. – A loira ergueu uma das suas sobrancelhas e ficou em silêncio a pedido que ela continuasse. – Eu liguei para um amigo meu, Josh, ele é especialista em tecnologias e essas coisas que eu não entendo. E ele conseguiu, de algum modo, instalar sistemas de câmeras e escutas no quarto de Demi. Enquanto eu estava em San Diego atendendo alguns clientes meus, que foi por esse motivo que eu sumi nesses últimos dias, ele estava observando todas as conversas de Demi e Dianna e passando todas informações necessárias para mim.
– Ta, mas...
– Deixa eu terminar de explicar. – Selena Interrompeu Miley. Colocou as mãos em sua cintura e estalou a língua no céu da boca negando com a cabeça. – Eu vou direto ao ponto. Dianna mais uma vez esta ameaçando Demi, e pelo o que sei, parece que desta vez é coisa séria. Então pare de maltratar esse saco e vai atrás de sua mulher. – Explicou com os olhos fixos nos azuis da loira. – Miley, Demi vai cometer o maior erro da sua vida se você não tomar uma atitude agora. – Disse firme encarando o semblante duvidoso da Fotógrafa.
Miley torceu a boca encarando os olhos chocolates da amiga. As imagens da Demi gritando com ela sem motivos algum passou pela sua cabeça, se lembra de cada palavra proferida pela a morena, mas também se lembrava da sua voz saindo fraca, dos seus olhos marejados e o seu semblante triste e preocupado. Miley se amaldiçoou mentalmente por não ter reparado nesses detalhes naquele momento, estava tão atingida pela as palavras de Demi que não se importou com o estado da mesma, só pensou o quanto já estava cansada daquilo tudo, cansada de ser atingida de tal forma.
A loira suspirou, massageando os olhos com o indicador e o polegar antes de estalar a língua no céu da boca e encarar a latina a sua frente.
– Vamos logo para esse casamento. – Disse por fim, pegando a sua mochila o jogando de qualquer jeito em seus ombros e caminhou em direção a saída mas foi impedida pela Selena antes de chegar na porta. – Que foi? – Franziu o cenho.
– Aonde pensa que vai desse jeito? – Apontou para o corpo da Fotógrafa. A mesma trajava uma calça moletom cinza escuro que mostrava o elástico da sua cueca box, um top esportivo branco e um tênis da Nike revolution 3 preto.
– Qual é o problema? – Miley perguntou analisando o próprio corpo.
– Qual é o problema? – Repetiu a pergunta da amiga. Soltou uma risada incrédula e negou com a cabeça. – Miley, eu não vou deixar você ir para um casamento vestida desse jeito, parecendo que acabou de correr de Malibu até aqui. – A Doutora mais uma vez analisou o corpo da sua amiga, e por alguns instantes se distraiu com a boa forma física de Miley. Balançou a cabeça de um lado para o outro afastando qualquer pensamento. – Vamos para sua casa, você vai tomar um belo de um banho, vai por uma roupa adequada e aí sim vamos para o casamento. – A morena pausou. Olhou para o seu relógio de pulso coberto por ouro branco e encarou os olhos claros de Miley. – Você tem uma hora e meia para fazer isso, então vamos logo. – Selena pegou o pulso de Miley e a puxou para fora da academia indo em direção ao carro da loira. Entraram no carro, se ajeitaram nos bancos e colocaram o cinto de segurança antes de Miley girar a chave na ignição e sair do estacionamento e ir direto para sua casa.
(...) (...)
Miley caminhou pela sala já conhecida pela a mesma. Percebeu o quanto a casa estava cheia, mas não encontrou ninguém conhecido. Viu que tinha alguns vasos de rosas pela casa e outras decorações, era tudo laranja, mas nada extravagante mas também não deixava de chamar atenção.
– Miley, acho que Dianna foi para a igreja, então aproveita e vai falar com Demi. Ela deve estar no quarto dela. – Selena falou olhando para cada canto da casa, certificando de que Dianna esteja aonde acontecerá a cerimônia. Olhou para Miley e a viu assentir. – Vou para igreja, as meninas devem estar procurando por mim agora. – Miley assentiu mais uma vez. A latina deu um beijo estalado em sua bochecha e sussurrou um "boa sorte" antes de sair pela a porta principal.
A Fotógrafa suspirou antes de caminhar em direção às escadas, subindo a mesma e caminhou com calma até o quarto de Demi. Parou em frente a porta e respirou fundo encarando a madeira branca a sua frente. Analisou sua roupa, verificando de que não tinha nada de errado consigo mesma. Selena a obrigou colocar a sua melhor roupa do seu closet, achou isso desnecessário pois sabia que Demi não a veria, mas mesmo assim resolveu não contrariar a latina. Mas, pelo menos tinha colocado o seu melhor perfume, que também é preferido de Demi, sabia que isso a morena perceberia.
Miley deu duas leves batidas na porta mas não houve resposta, bateu de novo mas sem sucesso. A loira olhou para os lados vendo o corredor vazio e pensou que Demi já estaria a igreja, mas se enganou quando ouviu uma voz abafada do outro lado da porta. Girou a maçaneta e viu que a porta estava trancada.
– Demi. – Suspirou, batendo levemente as juntas dos dedos na madeira. – Pequena, abre a porta.
– Vai embora Miley. – A voz de Demi saiu abafada do outro cômodo.
– Não, abre essa porta, por favor. – Bateu mais uma vez com pouco de mais força.
– Miley, por favor. – Demi pediu com a voz embargada.
– Pequena, eu não vou embora até você abrir essa porta. – Depois de cinco segundos, Miley ouviu o trinco da porta e o ranger pra trás encontrando Demi seria e com os olhos levemente vermelhos.
A loira ficou encantada com a mulher a sua frente. O vestido branco era de mangas longas e de renda, tinha um decote que destacava os seus seios e caia perfeitamente em seu corpo destacando bem as suas curvas. O seu cabelo estava em um coque desajeitado e as suas franjas caíam em seu rosto delicado. Sua maquiagem era leve, apenas o delineador destacava em seus olhos, e o brilho em seus lábios carnudos não saiu despercebido pela a Fotógrafa. Simples e perfeita.
– O você quer? – Sussurrou de forma ríspida tirando Miley de seu transe.
– Temos que conversar. — Respondeu ainda encantada com a mulher a sua frente.
– Não temos nada para conversar. – Rosnou tentando transparecer que estava irritada com a Fotógrafa, mas na verdade estava feliz por a loira não desistir dela, desistir das duas. Mas também estava com medo de qualquer hora Dianna aparecer ali e ver elas duas, e depois fazer algo no dia seguinte. – Eu não quero você aqui.
Miley ignorou a mulher a sua frente e entrou no quarto. Demi respirou fundo ao sentir o perfume de Miley passar por ela, inalou aquele cheiro e fechou os olhos deixando um sorriso de lado escapar de seus lábios. Fechou a porta e mais uma vez respirou fundo saindo daquela distração. Tornou a ficar seria e girou os calcanhares com a mandíbula trincada, tentando mais uma vez transparecer que está com raiva.
– Eu pedi para você ir embora, e não entrar no meu quarto. Você não pode simplesmente vim e... – Os lábios da Empresária foi tomados pelos da Fotógrafa em um beijo delicado, interrompendo a reclamação da morena. Miley repousou suas mãos na cintura de Demi a puxando para mais perto. Demi surpresa, colocou suas mãos nos ombros da loira a empurrando de leve, tentando quebrar o beijo, mas foi quando Miley rodeou os seus braços na sua cintura, colando mais os seus corpos e passou a sua língua pelos os lábios da morena, que Demi soltou um suspiro deixando a língua de Miley explorar sua boca, se rendendo ao beijo que tanto necessitava. Naquele momento, Demi fechou os olhos e rodeou o pescoço de Miley se concentrando nos toques e nos lábios que ela tanto sentia falta, se concentrando no amor que sentia por ela, mas logo a realidade voltou em sua mente e ela abriu os olhos, colocou sua mãos nos ombros de Miley a afastando e quebrando o beijo.
– Eu vou me casar em menos de meia hora. – Falou com a voz rouca lutando contra o desejo de voltar a beijá-la e mandar todos para tal lugar.
– E eu não me importo com isso. – Miley acariciou o rosto de Demi com o polegar e colocou uma mecha de sua franja para trás da sua orelha. Demi fechou os olhos e encostou sua testa no peito de Miley, sentindo o carinho que ela fazia em seu cabelo. – Eu sei que você me ama, e sei que está fazendo isso só para me proteger. – Sussurrou calma, e beijou os cabelos de tom de chocolate de Demi. O silêncio se instalou entre as duas, a única coisa ouvinte naquele quarto era os cantos dos pássaros, que estavam na árvore que ficava perto da janela do quarto de Demi.
O silêncio foi quebrado por duas batidas na porta e em seguida uma voz feminina saiu abafada do outro lado da porta, dizendo que está na hora da Demi ir para a igreja, aonde acontecerá a cerimônia.
Demi tentou se separar de Miley, mas a mesma a segurou firme colando ainda mais, se é que é possível, os seus corpos.
– Miley eu preciso...
– Só quero que saiba que eu vou estar te esperando. – Sussurrou no ouvido da morena vendo ela se arrepiar – Eu estarei te esperando na porta da igreja, assim como eu esperei esses anos todos por você. Você pode se casar, pode entrar naquela igreja e fingir que tudo está bem, ou pode vim comigo e farei tudo ficar realmente bem. E eu prometo que te farei a mulher mais feliz e amada quando sairmos daquela igreja. E nada, ninguém vai me fazer ir embora, ninguém vai conseguir nos separar, eu vou te proteger e nunca vou te deixar. Eu amo você Demi, e é a única que eu vou amar.
Miley separou da morena e viu que a mesma chorava. Limpou seu rosto com suas mãos, e deixou um selinho em seus lábios antes de ir em direção a porta. Ao abrir, viu uma mulher com roupas social toda preta, Miley não sabia se ela tinha ouvido tudo ou não, mas também não se importava com isso. A loira passou por ela sem dizer nada e caminhou pelo longo corredor, desceu as escadas indo em direção a porta da frente e caminhou até o seu carro.
Miley ficou parada sentada no banco de motorista, pensando em tudo que havia acontecido. Enxugou a única lágrima que desceu um sua bochecha e se ajeitou no banco, colocou o sinto de segurança antes de colocar a chave na ignição a girando ouvindo o ronco do motor do carro e começou a dirigir pelas ruas de Los Angeles.
Em poucos minutos avistou a igreja aonde aconteceria o casamento. Várias empresas estavam ali na porta, e seguranças impediam que ultrapassassem mais do que as grades de proteção. Os convidados já tinham entrado na igreja, apenas alguns estavam ali fora. Miley estacionou o carro alguns metros de distância da porta da igreja, tirou o seu cinto de segurança e tirou a chave da ignição antes de abrir a porta do carro.
Viu que seria difícil passar por aquele pessoal todo, por sorte um dos seguranças a reconheceu e a ajudou a passar por aqueles paparazzis que lhe faziam diversas perguntas.
Ao entrar na igreja, viu o quão o local estava cheio. Famosos do ramo da moda, amigos, familiares e até alguns cantores e atores. Miley procurou seus pais com os olhos, e encontrou Dianna em pé perto do altar conversando com Wilmer, que já estava posicionado em seu lugar ao lado de Nick e Joe. Seus pais e sua irmã mais nova estavam sentados no primeiro banco, ao lado da avó de Demi e Steven. E no segundo banco estava Normani com Raven, Camren, Ally e seu namorado Troy, e Selena que estava sentada na ponta, próxima ao tapete vermelho.
Selena olhou para trás e logo avistou Miley, lhe deu um sorriso vendo a loira sentar em uns dos últimos bancos, perto do tapete. A latina levantou do seu lugar e foi em direção a loira sentando do seu lado.
– Está nervosa? – Perguntou segurando a mão da amiga e lhe deu mais um sorriso.
– Sim. – Admitiu retribuindo o mesmo gesto, apertando com mais força a mão de Selena.
– Pois não fique. Não se preocupe com Dianna; se ela tentar algo, vou ser obrigada a mostrar esse pen drive para a polícia, e ela vai ter que se resolver com a autoridade. E com certeza vai dar tudo certo, Demi não vai dizer sim, acho que até mesmo não vai deixar o padre chegar no "você aceita".
– Como pode ter tanta certeza?
– Apenas tenho. – Piscou um dos seus olhos, dando um sorriso confortador para a amiga. Miley estranhou o fato de sua amiga estar incrivelmente sorridente num momento como este, mas não a questionaria agora, na verdade estava grata pelo o bom humor da latina. O seu sorriso amigável lhe acalmava.
– Tomara que você esteja certa. – A loira suspirou. Olhou em volta vendo todos já sentados em seus devidos lugares, pegou o seu celular conferindo as horas e viu que faltava pouco para começar, e a cada segundo ficava cada vez mais nervosa e ansiosa. Torcia para a noiva não aparecer e desistir do casamento e tornar tudo mais fácil, mas sabia que a possibilidade de isso não acontecer é grande.
Sentiu o seu celular vibrar em seu bolso da sua calça jeans e pegou ele vendo a foto de sua amiga brilhar na tela do seu celular.
– Que foi Megan? – Olhou para Selena que estava distraída mexendo em seu celular.
– Oi para você também e eu estou muito bem, muito obrigada por perguntar. Sua mãe deve estar orgulhosa da sua educação. E falando em educação, ela mandou lembranças. – A loira revirou os olhos e massageou a sua testa quando sentiu uma pequena fisgada naquele local. A cada segundo ficava mais nervosa, e com isso vem uma pequena dor de cabeça.
– Fala logo o que quer Megan, se não eu encerro essa chamada sem deixar você falar.
– Grossa. Mas enfim, vamos dar uma volta na cidade? Fiquei sabendo que abriu um novo restaurante e dizem que a comida de lá é muito boa.
– Megan não vai dar não, estou ocupada agora.
– Eu sei que você está naquela bad... Espera ai. – Fechou os olhos com força já esperando a reclamação da amiga. – Não me diga que está no casamento! Miley se você estiver neste casamento eu juro que arranco teu pau com uma cerra elétrica!
– Megan você não entende...
– Ah mas eu entendo sim, eu entendo que você adora sofrer.
– Megan...
– Não Miley, não vou deixar você enfiar uma faca em si mesma, não! – A Fotógrafa mais uma vez revirou os olhos pelo o exagero da amiga.
– Me...
– Ah mas eu vou acabar com ela! Só porque ela é cega que acha que pode sair por aí magoando todo mundo como fosse a coisa mais normal do mundo? Ah não, mas não pode mesmo! Não vou ter pena dela. Não mesmo. – A loira suspirou sentindo outra fisgada em sua cabeça e sua amiga gritando no celular não ajudava em nada.
– Mas Megan...
– Eu já sei o que fazer! Eu vou expor ela! Igual quando a Kim Kardashian fez com a Taylor Swift.
– Deixa eu...
– Eu vou expor ela na Internet, eu vou expor. O mundo interio vai saber quem realmente é Demi Lovato, ah mas vai. Já estou entrando no meu Twitter e...
– Dá para calar a porra dessa sua boca e me escutar?! – Bravejou Miley, perdendo a paciência com a sua amiga e chamou a atenção das pessoas que estavam perto dela. Ela olhou para Selena que a encarava com os olhos arregalados.
– Miley, olhe a boca! Estamos em uma igreja! Tenha mais respeito. – A latina lhe chamou a atenção ganhando um sorriso culpado de Miley.
Miley ia voltar a falar com sua amiga no celular, mas a marcha nupcial começou a tocar e a grande porta de madeira foi aberta, e imediatamente todos que estavam na igreja se levantaram e olharam em direção à porta.
– Megan não vai dar para te explicar agora tenho que desligar e não faça nada, não vai tweetar nada. Depois eu te explico tudo, tchau. – Desligou antes da amiga pudesse protestar.
Observou as madrinhas, Marissa e Madison entrarem, depois entrou a pequena Elizabeth jogando delicadamente as pétalas de flores brancas no tapete vermelho, e por fim Demi com o seu famoso óculos escuro e Eddie que sorria grandemente.
Eddie e Demi caminharam alguns passos no grande corredor, e Demi bruscamente parou quando passou por Miley. A morena sentiu o cheiro do perfume de Miley, o perfume que a deixava embriagada.
Eddie olhou preocupado para filha, e viu a expressão assustada dela. Colocou sua mão em cima da dela que lhe apertava com força o seu braço e acariciou antes de perguntar em um sussurro:
– Filha, está tudo bem? – Demi engoliu em seco, respirou fundo e apenas assentiu não confiando na sua própria voz. Segurou o buquê de orquídea laranja com mais firmeza, tentando o máximo possível parar de tremer. Deu o seu melhor sorriso para o seu padrasto e voltarem a andar pelo o grande corredor.
A morena a todo custo tentava parar de tremer, sentia que o seu coração ia explodir a qualquer hora de tão rápido que estava. Torcia para que as pessoas presentes ali pensasse que o seu nervosismo era por causa do casamento, e não por causa da sua amante? Melhor amiga? Ou ex melhor amiga? Não sabia exatamente o que elas eram.
Demi sentia fortes fisgadas na cabeça lhe causando leves tonturas e seu coração explodia em seu peito. Por instinto materno, colocou sua mão que segurava o buquê em sua barriga, acariciando aquela região. A maior preocupação dela, naquele momento, era o seu filho. Apesar de que ele veio na hora errada, no tempo errado, Demi o amava mais que tudo, e sentia medo de que, tudo que está acontecendo, a pressão que lhe dominava, afetasse o seu filho. Ela se mantida calma para o bem do seu bebê, bom, tentava se manter calma, pois naquele momento, se manter calma era uma tarefa difícil.
Por alguns instantes pensou em dar meia volta e seguir em direção reta, sair daquela igreja, mas também pensou nas consequências que essa atitude daria. "Eu mando matar Miley, Demetria!" Fechou os olhos e suspirou quando essa palavras ecoaram em sua mente. Ela não pode, não pode desistir do casamento, precisava ir até o fim para proteger a sua amada.
A Empresária soltou ar que nem sabia que havia prendido e respirou fundo sentindo mais uma vez o perfume de Miley que, com certeza, emanava dela. O tempo que ficou abraçada com Miley em seu quarto foi o bastante para que o seu perfume se instalasse nela. A vontade de desistir daquele casamento fajuto e ficar com Miley voltou de uma forma inexplicável. Ela tentava se concentrar no casamento, mas saber que Miley estava ali, entre os outros convidados, a olhando, se concentrar é a última coisa que ela conseguia fazer.
Ironicamente aquilo era tudo o que ela sempre quis. Um casamento grandioso com seus amigos, familiares, flores, a decoração, o belo vestido, o penteado impecável, a maravilhosa festa que acontecerá depois da cerimônia e o noivo que lhe esperava no altar; o casamento do seu sonho, mas ela não estava feliz. Tudo estava errado. Ela não queria aquilo, não agora, não com a sua mãe a forçando a se casar, com seus amigos magoados com ela, com o seu noivo indesejável e com o olhar esperançoso da sua amante lhe queimando. Não era para ser assim.
A morena piscou os olhos e umedeceu os lábios saindo do seu transe. O seu padrasto soltou o seu braço, antes de Demi sentir um beijo delicado em sua testa e uma mão firme e áspera segurar a sua. Ela sem pensar, soltou a mão do seu noivo e em poucos segundos, sentiu os olhares surpresos sobre ela e a igreja ficar em um silêncio perturbador.
– E-eu não... – Sua voz saiu fraca. Limpou sua garganta e umedeceu os lábios antes de voltar a falar. – Me desculpa, mas eu não posso. – Disse em voz baixa, mas com o silêncio perturbador e a atenção de todos tomada para ela, foi o suficiente para que todos a escutassem.
Todos os convidados a olhavam em choque, surpresos. Miley sem perder tempo, levantou do seu lugar e caminhou em direção a Demi, parando a alguns metros da porta, e a atenção de que antes era de Demi foi para ela, principalmente de Dianna, mas naquele momento, a loira não se importou com isso. Selena, por sua vez, tinha um sorriso desafiador nos lábios e encarava Dianna. Estava pronta de que, qualquer movimento brusco dela contra Miley, tomaria uma atitude.
– Demi. – Steven levantou e segurou a mão da jovem Empresária. – Pode ir, ela te espera. Não se preocupe que eu cuido do resto. – Demi ouvindo aquelas palavras, abraçou a senhora e a agradeceu antes de dar meia volta e caminhar pelo o tapete vermelho. Em poucos segundos sentiu alguém segurar sua mão de um jeito delicado.
– Miley. – Sussurrou, recebendo em resposta um carinho singelo em sua mão. Sem perder tempo, Demi sorriu, entrelaçando suas mãos e começaram a andar pelo o corredor, ignorando as expressões de choque dos convidados.
Dianna saindo do seu choque, caminhou em passos largos em direção à duas mulheres, na intenção de impedir que as duas saíssem pela aquela porta, mas foi impedida por Selena, que parou na sua frente sem tirar o sorriso do rosto. O que irritou mais ainda a senhora.
– Sai da minha frente. – Rosnou, encarando os olhos chocolates com fúria.
– Não. – Simplesmente disse, sem desmanchar o sorriso debochado em seu rosto. A senhora sem paciência, rolou os olhos e empurrou a jovem com o seu braço, a fazendo sair do seu caminho antes de começar a caminhar em direção a duas jovem, que pararam para ouvir a interação de Selena e Dianna.
– Eu não faria isso se eu fosse você. – Selena disse um pouco mais alto, não só chamando a atenção de Dianna, como todos naquela igreja.
– E por que não? – Dianna perguntou, dando a atenção para a Psicóloga. Selena, ainda com o seu sorriso estampado no rosto, se aproximou da senhora parando a sua frente.
– Tem certeza de que quer que todos fiquem sabendo do que a senhora anda aprontando? Lembrando que tem uma delegada aqui presente. – Disse baixo, impedindo de que todos a ouvisse, apenas Dianna. – E sim, eu tenho provas. – Completou, como tivesse lendo o pensamento de Dianna.
Dianna estreitou os olhos para a latina, vendo o semblante desafiador da mesma. Queria saber como ela sabe, mas aquilo não importava, não agora. Não podia se deixar levar pela a raiva. Dianna relaxou os ombros e suspirou se dando por vencida.
– Ótimo. – Continua a latina, cruzando os braços abaixo do seio. – Agora deixa elas saírem por aquelas portas e vamos resolver isso com calma.
– Você não sabe aonde está se metendo. – Murmurou entre dentes e andou em direção contrária da porta.
Selena sorriu vitoriosa e olhou para suas amigas piscando um dos olhos. Miley sorriu para a Psicóloga e sussurrou um "obrigada" antes de puxar de leve a mão de Demi saindo da igreja.
Miley ficou um pouco desorientada com os flashes das câmeras dos paparazzis quamdo abriu aquelas enormes portas. Todos esperando sair por aquelas portas o Sr. e a Sra. Valderrama, mas o que viram foi a noiva com a sua melhor amiga, que agora perceberam que Miley não era apenas uma melhor amiga.
A Fotógrafa ignorou todas aquelas câmeras e as perguntas e guiou Demi até o seu carro. Abriu a porta para Demi e a mesma entrou, deu a volta no carro ignorando todos paparazzis a sua volta e entrou no carro. Girou a chave na ignição e com dificuldade, conseguiu dirigir pelas as ruas de Los Angeles sem machucar ou atropelar um paparazzi.
– Ai. Meu. Deus! O que eu fiz?! – Demi exclamou depois de alguns minuto em silêncio enquanto Miley dirigia sem rumo. — E agora? Meu Deus! Dianna deve estar furiosa agora! Deve não, ela está furiosa! O que vamos fazer?! – Demi falava tudo em um só fôlego e Miley só sabia rir do desespero da sua amada. – Não ria sua idiota! Isso é sério! – Demi dava leves tapas no braço de Miley e a mesma tentava se desviar deles e ria mais ainda.
– Não me bata, eu estou dirigindo! Quer nos matar mulher?! – Miley dirigia com cuidado e olhava de relance para a morena, e viu que a mesma tinha o semblante preocupado. — Hey! Vai ficar tudo bem. – Parou o carro assim que viu o sinal vermelho e segurou a mão de Demi.
– Desculpa. — Demi respondeu, quebrando o silêncio que ficou entre elas. Miley sabia exatamente do que ela estava se desculpando, mas não estava magoada com ela, não agora. Nada mais importava para ela agora, ela tinha a mulher que ama com ela e nada impedia isso, mágoa é o último sentimento que ela está sentido agora.
A loira olhou para a Empresária que esperava uma resposta sua, deu uma pequena risada e um beijo delicado na palma da mão da morena antes de tomar os seus lábios em um beijo singelo.
– Eu te amo. – Demi sorriu, feliz por finalmente se sentir livre e ao lado de quem tanto ama.
Sua resposta não veio em fala, mas sim em ato. Os lábios suaves de Demi tocaram gentilmente na boca da Fotógrafa que suspirou quando se arrepiou com o toque dos seus lábios. Mas o beijo não durou muito, pois elas ouviram buzinas e reclamações o que fez as duas separarem os lábios entre risos.
Miley deu partida ainda entre risos. As duas mulheres estavam felizes, nada e ninguém podia estragar isso, elas só queriam aproveitar a presença uma da outra sem se preocupar com alguém. Mas todo mundo sabe que, depois da calmaria sempre vem a tempestade.
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