História One (Diley) - True friendships

– Aaaaaaaah! – Já é décimo grito que Samantha e Demi deram hoje e acho que fiquei surda desta vez, sério. Não sabia que Demi era super amiga da filha da Steven, na verdade eu nem sabia que Steven tinha uma filha. Eu já soube que ela foi casada e o marido dela morreu de câncer, mas não sabia que eles tiveram uma filha e que ela e Demi são super amigas.

Não, eu não estou com ciúmes. Até porque Samantha - filha de Steven - é casada e tem um filho, então não tem o que me preocupar.

– A quanto tempo elas estão gritando? – O marido de Sam, que até agora não sei o nome, disse parando ao meu lado. Ele era alto, musculoso, moreno, careca e tinha um cavanhaque bem feita.

– Eu não faço ideia, mas foi o tempo suficiente para a Steven preparar um café para gente. – Digo rindo e ele me acompanhou. – Miley, Miley Cyrus. - Olhei para ele estendendo a mão e sorrindo.

– João Vinicius. – Respondeu com um sotaque engraçado e apertando a minha mão.

– Então João, você é brasileiro mesmo?

– Sim, nasci em Minas Gerais, Brasil. – Diz sorrindo.

– Legal! Eu já fui para o Brasil a trabalho, mas eu queria ir para poder conhecer o país mesmo.

– Você vai adorar lá. Onde moro é bem calmo e ótimo para tirar umas férias.

– Quem sabe eu dou uma passadinha lá para comer pão de queijo. – Digo rindo e ele me acompanha.

– E você? É daqui mesmo? – Perguntou me encarando.

– Na verdade eu e Demi somos do Texas, mas ela se mudou para cá alguns anos e alguns meses depois me mudei para cá também.

– Por que se mudaram?

– Demi conseguiu entrar numa faculdade aqui em Los Angeles. Alguns meses depois a irmã dela morreu e ela meio que entrou em depressão, pois elas eram muito chegadas e vim para cá fazê-la companhia. Alguns dias depois apareceu uma oportunidade de emprego numa das melhores empresa de fotografia aqui em Los Angeles, e como as coisas em Texas não estavam indo muito bem, decidi aceitar o emprego aqui em Los Angeles, então acabei me mudando também.

– Ah... E por que a irmã dela morreu?

– Pai! – O filho do João gritou correndo da cozinha antes que eu pudesse responder. – Vovó mandou avisar pra você e pra mamãe que é pra come algo, porque a viajem foi longa.

– Esta bem, avisa á sua vó que já vamos almoçar. – Eles estávamos conversando em português e eu não estava entendo nada com nada. O menino assentiu e voltou para a cozinha correndo. Olhei para o João com o cenho franzido.

– Ele só disse que Steven mandou eu e Sam comermos algo, já que a viajem foi muito longa.– Ele respondeu sabendo que eu não tinha entendido nada.

– Minha amiga tem um restaurante, não é muito longe daqui. A gente podia almoçar hoje lá, a comida dela é muito boa. – Digo erguendo os ombros.

– Ótimo! Bom que eu já aproveito e conheço a cidade. – Sorriu.

– Ele não fala inglês? – Perguntei me referindo ao filho dele.

– Não, vamos ensina-lo quando ele estiver um pouco mais velho. Ele tem apenas três anos.

– Certo... Qual é o nome dele?

– Gabriel Luis. – Respondeu novamente com o sotaque engraçado.

– Ele é muito lindinho. – E ele é mesmo. É moreno igual ao pai e tem os olhos cor de mel iguais da mãe. Sem contar com as covinhas nas bochechas que deixava ele mais fofo ainda.

– Smiley, deixa eu te apresentar. – Demi apareceu não sei da onde com o braço. entrelaçado com da Samantha. – Essa é Samantha minha amiga e Sam essa é Miley, minha namorada.

– Prazer Miley. – Ela beijou a minha bochecha e eu fiz o mesmo. – E espero que esteja cuidando da minha ceguinha preferida. – Sorriu. Um sorriso muito lindo por sinal.

– Pode apostar que estou sim Samantha. – Retribui o sorriso.

– Apenas Sam, por favor. – Ela olhou para mim e depois olhou para o João voltando o seu olhar pra mim. – Vejo que já se conheceram.

– Acredite o tempo que vocês estavam gritando uma para outra, foi o tempo suficiente para sabermos da vida um do outro. – Digo rindo e recebo um tapa de Demi.

– Não liga para ela Sam. Ela ama fazer gracinhas.

– Ué mas é verdade. – Demi me bateu de novo, só que desta vez mais forte. Agressiva. – Para de me bater! Daqui a pouco o meu braço cai! – Digo fazendo todos rirem.

– Vocês são engraçadas, mas formam um casal lindo. – Sam disse sorrindo para gente e Demi me abraçou. Eu hein, uma hora esta me agredindo e na outa esta me abraçando, vai entender.

Steven apareceu na sala com o Gabriel em seu colo e ela o olhava encantada. Nunca vi Steven tão feliz, também, pelo o que eu soube ela não vê a filha e o neto a três anos.

– Vocês vão querer sair para comer, ou vão querer que eu prepare algo para vocês? – Ela diz sem tirar os olhos do Gabriel que estava brincando com o seu colar.

– Miley me disse que uma amiga sua tem um restaurante aqui perto. Podemos almoçar lá se vocês quiserem. — João sugeriu.

– Hansen's food? O restaurante da Dinah? – Demi perguntou e franzi o cenho ao ver a sua expressão de assustada.

–Sim. – Respondi ainda com o cenho franzido.

– Eu... Ér... Hum... Eu acho que vou ficar, sabe, eu estou cansada e a princesinha aqui não para de chutar. – Esta bem, com certeza aconteceu algo entre ela e Dinah e nenhuma das duas quer me contar. Dinah anda muito estranha e agora Demi não quer ir restaurante dela, ela ama a comida da Dinah.

– Nada disso mocinha! Eu vim aqui para ficar com você e com a minha mãe. Você vai sim. – Sam respondeu a abraçando pelo o ombro.

– Exatamente! Vamos logo que eu estou com muita fome. – Steven praticamente correu em direção a saída com o Gabriel ainda em seu colo. Todos foram em direção a porta exceto Demi pois segurei o seu braço a parando.

– Depois você vai me contar o que esta acontecendo. – Digo firme ainda segurando o seu braço.

– Não esta acontecendo nada. – Ela franziu o cenho e tombou levemente a cabeça para o lado.

– Demi não se faça de boba. Você vai me contar o que esta acontecendo entre você e Dinah. Pensa que eu não percebi nada? – Ela relaxou os ombros suspirando e depois assentiu com a cabeça. Peguei a sua mão e saímos de casa onde todos nos esperavam no carro de Steven.

Andei com Demi até o meu carro e abri a porta para ela que entrou sem dizer nada. Coloquei o cinto de segurança nela e dei a volta no carro entrando no lado do motorista e logo já estávamos indo em direção ao restaurante com o carro de Steven nos seguindo.

– No dia do casamento as meninas foram lá no meu quarto. – Demi de repente começou a falar, mas eu não disse nada apenas esperei ela continuar. – Todas estavam felizes, quer dizer fingiam estar felizes, porque se eu não estava feliz imagina elas. E bom, Dinah meio que explodiu e gritou comigo. Eu não disse nada, ela tinha o todo direito de reagir comigo daquela forma, ela não sabia o que estava acontecendo, não sabia de Dianna e nem de suas ameaças. Até hoje ela não sabe. – Suspirou. – Por isso ela não ela não fala mais comigo, fica quieta quase o tempo todo e troca apenas poucas palavras com você pois ela não me suporta, com certeza ela me odeia por tudo o que eu fiz com você, ela acha que vou te magoar novamente, mas eu não tenho coragem de explicar para ela, eu não consigo. – Suspirei e parei o carro assim que vi o sinal vermelho.

Dinah sempre foi uma pessoa muito protetora assim como a Lauren, mas ela é mais explosiva e não me surpreendo que ela esta puta da vida com Demi, mas Demi podia ter me contado isso antes, eu a ajudaria se resolver com Dinah. Ninguém conhece Dinah melhor do que eu, apenas Mani e Laur claro.

– Esta brava comigo? – Demi perguntou quebrando o silêncio que se instalou no carro.

– Não pequena, claro que não. – Sorri e segurei a sua mão. – Mas porque não me contou isso antes?

– Eu não sei. – Ela deitou sua cabeça no banco e eu soltei a sua mão assim que vi o sinal verde e andei com o carro. – Eu acho porque já estamos com tantos problemas que tentei esquecer esse por um certo tempo. Mas ironicamente esta aí outro problema: como esquecer uma amiga? – Supirou e ajeitou o seu óculos que tinha caído um pouco para o lado quando deitou a sua cabeça no banco.

Depois disso não falamos mais nada, e não demorou muito para chegarmos no restaurante. Segurei a mão de Demi e ela estava fria e suava e percebi que ela segurava o seu bastão com firmeza. Beijei a sua mão e entrelacei elas a fazendo sorrir.

– Willie, nos arranja uma mesa para cinco pessoas, por favor. – Digo para o recepcionista quando entramos no restaurante.

– Miley! Como é bom te rever. Não quer sentar com as meninas? – Ele pergunta olhando a prancheta que esta em suas mãos.

– Que meninas? – Franzi o cenho e olhei para dentro do restaurante procurando alguém conhecido.

– Você sabe. – Ergueu os ombros. – Normani, Selena, Camila, Ally, Lauren, até a Megan esta aí. Pensei que você sabia.

– Não, eu não sabia, mas obrigada por avisar. Pode nos levar até a mesa onde elas estão? – Ele assentiu e mandou a gente segui-lo. Andamos até algumas mesas mais afastadas e logo vi as meninas. Normani estava com Raven em seu colo enquanto Selena babava na bebê de Norminah. Elizabeth brincava com uma boneca e Camila estava brincando com ela e segurava uma boneca também. Ally ria provavelmente por alguma coisa que Megan disse e Lauren estava no celular.

– Miley! Finalmente! Pensei que tinha esquecido da gente ou morrido sei lá, estava quase chamado o Ibama para te procurar. – Megan gritou e todas olharam para gente.

– Eu sei que você me ama. – Digo me sentando em uma das cadeiras que o Willie separarou para gente e puxo Demi para sentar ao meu lado.

– Então esta sabendo errado. – Piscou o olho direito para mim sorrindo de lado.

– Miley porque não atendeu o seu celular? – Lauren perguntou jogando o seu celular na mesa. – Estava tentando ligar para você, mas você não atendia.

– Por que estava ligando para mim?

– Porque queríamos que você e Demi almoçassem com a gente. – Ally respondeu erguendo os ombros. 

– Quem são eles e essa coisinha fofa? – Selena se referiu a Samantha, João e o Gabriel. 

– Meninas quero que conheçam a minha filha Samantha. – Steven apontou para Sam. – O marido dela João. – Apontou para o João. – E o meu neto Gabriel. – Apontou para o Gabriel que já estava brincando com a Liz. – Eles vieram do Brasil e vão passar um tempinho aqui com a gente.

– Oi! — As meninas disseram juntas e eles apenas sorriam e acenou com a cabeça.

– Ai meu Deus do céu que coisinha mais fofa! – Selena disse e levantou para apertar as bochechas do Gabriel que fez uma careta. Nunca vi uma pessoa gostar tanto de criança como Selena.

– Me desculpem, a cozinha esta uma caos hoje. Tive que dar uma bronca em alguns cozinheiros e refazer alguns pratos, mas esta tudo ótimo agora. – Dinah disse e pegou a Elizabeth no colo para poder sentar na cadeira pois não tinha mais lugar. – Oi Steven, Miley... Demi. – Nos comprimentou assim que percebeu a nossa presença. – E vocês eu não conheço. – Ela disse olhando para o João e Sam.

– Ah, eu sou Samantha mas pode me chamar de Sam, sou filha de Steven. E esses são o meu marido, João e o meu filho Gabriel.

– Eu não sabia que Steven tinha uma filha. Bom, sejam bem vindos ao meu restaurante, podem pedir qualquer coisa que ficará por conta da casa.

– Não precisa... – João tentou protestar mas foi interrompido por Dinah.

– Eu insisto. – Ela sorriu e João apenas sorriu de volta agradecendo.

– Nossa... Para nós você aumenta o preço. – Megan disse com um enorme bico nos lábios.

– Vocês são ninguém. – Respondeu com desdém.

– Quanta consideração! – Camila debochou.

– Vocês já pediram? – Perguntei mudando de assunto e todas assentiram.

– Acha que devo conversar com ela agora? – Demi sussurrou deitando a sua cabeça em meu ombro e começou a brincar com o meu cabelo.

– Não sei, você quer conversar com ela agora? – Perguntei no mesmo tom.

– Eu não sei. – Suspirou e seus dedos cortonaram a minha mandíbula e pescoço. – Seu cabelo cresceu. – Sorriu.

– Estou pensando em deixá-lo assim por um tempo. — Digo tocando as pontas do meu cabelo. Ele já bem grandinho, não muito, mas esta quase batendo em meu pescoço. – Não gostou?

– É claro que eu gostei. – Sorriu levantado a sua cabeça do meu ombro e se ajeitando na cadeira. – Acho até melhor. Vou ter aonde agarrar ou puxar. – Sorriu com malícia.

– Demi você não presta. – Digo e ela soltou uma pequena risada. – Vou conversar com a Dra. Ross para saber se esse seu apetite sexual é realmente normal.

– Ah! – Estalou a língua no céu da boca. – Não aja como se não gostasse disso.

– Esta bem, mas pelo menos pode controlar esse seu apetite sexual em público? – Perguntei pegando o cardápio.

– Eu sou uma mulher grávida. A única coisa que eu sinto é sono, fome e uma vontade imensa de esgotar todas as suas forças na cama. Não se surpreenda se de repente eu querer te...

– Esta bem! Eu já entendi. – A interrompi antes que ela pudesse terminar a frase. Não que eu tenha vergonha de falar disso com ela, mas é que não estamos sozinhas e Steven esta ao meu lado, ela pode estar ouvindo a nossa conversa. — O que vai querer? – Perguntei vendo o cardápio.

– Você. – Respondeu com um sorriso malícioso no rosto.

– É sério Demi! – Chamei o garçom e pedi para ele trazer um cardápio para Demi. Ele assentiu e saiu, e não demorou muito para ele voltar com um cardápio braille nas mãos e entregar para Demi. Dinah mandou fazer um cardápio especial para Demi, e quando tem pratos novos ela sempre manda modifica-lo.

Demi passou seus dedos com calma em cada página do livro e outro sorriso malícioso apareceu em seu rosto.

– Eu vou querer o 45. Spaghetti alla Carbonara. – Disse a última frase com a voz um pouco rouca me causando um arrepio e uma animação no meu amigo. Com certeza essa mulher sabe como me provocar.

– Eu vou querer o mesmo que ela. – Digo entregando o cardápio.

– Ótimas escolhas senhoritas. Vão querer alguma bebida para acompanhar? – Perguntou o garçom colocando o cardápio em baixo do seu braço.

– Um vinho branco para mim e um vinho tinto sem álcool para ela, por favor. – Ele assentiu e saiu.

– Demi, e como vai a nossa pequena? Já escolheram o nome que dará a ela? – Normani perguntou tentando ajeitar a Raven em seu colo que não parava quieta. Lauren pegou ela e começou a brincar com a pequeninha.

– Não, ainda não. Vamos escolher o nome quando ela nascer. – O garçom veio com duas garrafas de vinho e nos serviu. Eu nem preciso degustar, sei que Dinah tem só os melhores vinhos.

– Por que não coloca Selena em homenagem a mim? – Selena falou e jogou o cabelo pro lado fazendo todos revirarem os olhos.

– Eu acho que vocês deveriam escolher um nome de sapatão. – Megan disse bebericando o seu vinho. – Tipo Lucy, Ruby, Christina, Santana, Daniella, Samantha...

– Ei! Eu não sou lésbica. – Sam Interrompeu Megan.

– Eu não disse que você é lésbica, eu só disse que seu nome é de sapatão. – Deu de ombros. – A questão é: todo mundo sabe que ela vai ser do nosso vale, nada mais justo do que dar um nome lésbico à ela.

– Megan... Só fica quieta. Quietinha, esta bem? – Ally disse batendo de leve no ombro de Megan.

– Ai gente até parece que vocês não sabem que ela vai colar o velcro. Assim como Raven ela vai ser uma lésbica roxa, basta aceitarem isso. Elas vão odiar uma rola, vão odiar.

– Por Deus Megan, temos crianças aqui! – Steven tampou os ouvidos do Gabriel assim como a Dinah tampou da Elizabeth.

– Ah qual é! Eles não sabem o significado disso. E além do mais eu fiz uma aposta com Lauren, eu preciso que essas meninas sejam lésbicas se não eu perco 100 dólares. – Todos olharam para Lauren e ela estava entretida com a Raven e fazia aquela voz fina quando conversamos com bebês ou cachorros.

– Lauren! – Camila bateu no braço dela a fazendo dar um pequeno pulo.

– Que foi?! – Ela perguntou ainda com a voz fina e eu não aguentei e soltei uma gargalhada.

– Que porcaria de voz é essa? – Dinah perguntou risonha.

– Eu não sei... – Lauren tossiu um pouco e limpou a garganta. – Quer dizer, que voz? – Perguntou com a voz mais grossa.

– Isso não importa! É verdade que você fez uma aposta com a Megan? – Camila perguntou com um olhar assustador e Lauren arregalou os olhos.

– Me-Megan! – Lauren olhou para que Megan que só deu um sorriso culpado. – Olha eu...

– Esta bem, chega. Vocês duas vão ficar longe da minha filha por um tempo. – Normani pegou a Raven da Lauren que a olhou indignada.

– Vocês não podem me impedir. – Megan disse.

– É claro que podemos. – Dinah respondeu entredentes enquanto tentava desviar das mãos da Elizabeth que puxava o seu cabelo.

– Eu não tenho medo de você. – Ok Megan, você esta testando a sorte.

– Megan cala a boca se você quiser sair desse restaurante inteira. – Ally disse.

– Eu não sou tão agressiva assim. – Dinah se defendeu.

– Ah claro que é. – Digo rindo.

– Eu não sou. – Disse tentando novamente tirar o seu cabelo das mãos de Liz que não parava que puxa-lo. – Garota, se você não parar com isso agora eu te dou um tapa que você vai parar em outra família, esta me entendo? – Ela olhou para Liz que um olhar tão assustador que na hora os olhos da pequena encheram de água e um enorme bico se formou em seus lábios.

– Dinah! – Normani repreendeu a esposa.

– Que foi? Ela estava puxando o meu cabelo. – Deu de ombros.

– Ela é uma criança! – Selena a olhou indignada.

– Ela estava puxando o meu cabelo.

– Mas é uma criança! – Selena apontou para a Elizabeth que agora intercalava o olhar entre ela e Dinah.

– E é o meu cabelo!

– Ela é sua filha, não devia causar esse medo nela.

– É o meu cabelo! Ninguém puxa o meu cabelo!

– Mas é a sua filha! – Selena bateu na mesa de leve.

– Mas é o meu cabelo! 

A gente só sabia rir da discussão das duas e isso chamou a atenção de muito gente no restaurante. 

– Está bem, está bem! Vamos parar? – Steven interrompeu a discussão entre Selena e Dinah. – As pessoas já estão nos olhando como se fossemos doidos. Podemos conversar como pessoas normais?

– Somos normais? – Perguntei franzindo o cenho. 

– Falando em conversa. Dinah eu posso falar com você um minuto? – Demi perguntou visivelmente nervosa.

– Claro, por que não? — Dinah levantou e Demi esticou o seu bastão e levantou também. 

Antes que ela pudesse sair segurei a sua mão e apertei de leve tentando mostrar à ela que vai ficar tudo bem e ela sorriu em resposta. 

– Vamos? – Dinah perguntou parando ao lado de Demi e ela assentiu. Soltei a sua mão e Dinah a guiou por entre as mesas até saíram da minha vista.

– Vai dar briga. – Megan falou quebrando o silêncio que se instalou quando elas saíram.

– Cala a boca Megan. – Digo um pouco nervosa. 

Estava preocupada, conheço muito bem essas duas mulheres e sei que as duas tem personalidade fortes. Claro que não vai acontecer uma briga e nada disso, o máximo uma pequena discussão. Elas podem se entenderem ou não.

– Fique calma. – Normani disse sentando do meu lado. – Elas vão se entender. Selena explicou tudo a nós alguns dias atrás. Dinah não vai gritar com a sua garota, ela só quer uma explicação vindo dela. Mas no final elas vão se entender.

– Tomara. Não quero a minha melhor amiga e a minha namorada brigadas. – Digo e peguei a Raven do seu colo e comecei a brincar com ela. 

Raven é tão linda assim como as mães. Ela tem a pele morena, cabelo preto carvão liso e seus olhos eram um castanho brilhante. Simplesmente linda.

Fiquei brincando com Raven e ouvindo as suas gargalhadas gostosa e nem percebi que Demi já tinha sentado ao meu lado. Ela sorria, não um sorriso qualquer mas um sorriso sincero, alegre, aliviado e amigável. Um sorriso que podia iluminar a cidade inteira. Olhei para Dinah e ela não estava diferente, sua felicidade era visível em seu rosto.

– E aí? Está tudo bem? —  Segurei a sua mão e segurando Raven com um braço.

– Esta tudo ótimo. – Respondeu sorrindo largo e apertou a minha mão.Beijei os seus lábios e a puxei para mais perto de mim.

– Eu disse que ficaria tudo bem. – Demi procurou o meu rosto antes de selar nossos lábios gentilmente. 

Depois do encaixe perfeito dos nossos lábios Demi levou a sua língua em encontro da minha me fazendo arrepiar pelo o contato. Meu braço livre abraçou a sua cintura a trazendo para mais perto e suas mãos seguravam o meu rosto de um jeito delicado. Nunca vou me cansar de beijá-la, era incrível como a cada beijo nosso, a cada tocar de nossos lábios me causava uma sensação nova, uma sensação que eu não sei explicar mas que eu quero sentir mais e mais vezes.

Alguém cutucando o meu ombro me fez quebrar o beijo contra a nossa vontade. Olhei pro lado fazendo Demi esconder o seu rosto em meu pescoço, e claro, ela não perdeu a oportunidade de morde-lo. Safada. 

Levantei o meu olhar e vi Dinah com cara de tédio.

– Me dê a minha filha que aí sim vocês podem se comerem a vontade. – Olhei para baixo e vi Raven no meu colo que tinha os seus pequenos olhinhos fixos em mim e na Demi. – Anda! Me dê! Não quero que ela cresça com a lembrança de suas salivas se misturando. – Entreguei Raven para Dinah e ela se afastou de um jeito engraçado.

– Oh loira oxigenada. — Olhei para Lauren com os olhos estreitos por causa do apelido. – Quando vamos poder ir para a fazenda dos seus pais? Já estou cansada de esperar.

– Uh, podemos marcar para ir no domingo. Já que amanhã é sábado e a próxima semana é feriado. – Sugeri dando de ombros.

– Perfeito! – Camila bateu palmas animada.

– Arrumamos as malas hoje e amanhã cedo nos encontramos na casa da Miley já que ela é a única que sabe caminho, pode ser? – Ally pergunta e todas concordam.

– Mama, vai querer ir com a gente? – Demi perguntou com a voz abafada por estar com o rosto entre o meu pescoço.

– Ah não, vou ficar por aqui mesmo. – Respondeu bebericando o seu vinho.

– E você Sam? – Demi levantou a cabeça do meu pescoço.

– Desculpe baixinha, vou ficar com a minha mãe. Sinto muitas saudades dessa velha chata. – Steven lhe deu um olhar assustador e Sam arregalou os olhos engolindo em seco. – Calma mãe, eu te amo, você sabe né?

– Acho bom mesmo senhora Samantha de Oliveira. – Steven fala com o sotaque arrastado e rimos da careta que Sam fez.

– Mãe, pensei que você ia falar que também me ama, poxa. – Um enorme bico se formou nos lábios de Sam e ela se encostou na cadeira cruzando os braços.

– É claro que eu te amo, eu sou sua mãe. – Steven acaricia os cabelos loiros de Sam e a mesma sorri e beija a bochecha de Steven.

Pelo canto do olho vejo Demi se mexer desconfortável ao meu lado. Olho para ela e ela estava de cabeça baixa, tirou o óculos para poder limpar os olhos e o colocou de volta.

– Esta tudo bem? – Sussurrei em seu ouvido a assustando.

– Sim, óculos estava me incomodando, só isso. – Sorriu fraco e semicerrei os olhos não acreditando, mas resolvi não questiona-la. Dei um beijo estalado em sua bochecha e sussurrei um "eu te amo" o que lhe rendeu um sorriso bobo.

Logo os nossos pedidos chegaram e já estavamos almoçando entre brincadeiras e risadas. Era tão bom estar ali rodeada de pessoas que você sabe que são os seus verdadeiros amigos. Pelo mais incrível que pareça eu me sinto feliz por estar junto a essas loucas, sério, literalmente loucas, mas eu não posso dizer nada pois sou uma delas. Saber que elas sempre estarão ali, me apoiando, nos apoiando é maravilhoso.

Nada podia estar melhor. A mulher que eu amo ao meu lado, vou ter uma filha e as minhas amigas me perturbando, o que eu mais iria querer?