1. Spirit Fanfics >
  2. One (Diley) >
  3. I love you Miles

História One (Diley) - I love you Miles


Escrita por: dileycoud

Notas do Autor


Oi pessoinhas! Me perdoem por ficar quase um mês sem postar, mas é que eu estou passando por alguns problemas pessoais, algumas recaídas e isso estava afetando muito a minha criatividade e inspiração. Mas não vou ficar explicando, mas apenas peço, por favor não desistem de mim!

Boa leitura anjos

Capítulo 37 - I love you Miles


Dallas, Texas

Residência dos Cyrus

Maio, 2007

Mãos firmes me seguravam e me arrastavam para algum canto. Não me importei para aonde eles estavam me levando. Naquele momento, eu estava me importando se desta vez vou conseguir escapar, mesmo sabendo que essa possibilidade é mínima.

Até hoje me lembro do seu corpo em cima do meu; seu cheiro se misturando ao meu, seu suor pingando em meu corpo quase nu, seus lábios me beijando a força, os socos dados e suas mãos forçando a minha cabeça contra a terra molhada. Mas nada era pior do que a sua voz berrando, dizendo o quanto eu merecia aquilo, mesmo eu não tenha feito nada para merecer aquilo.

Desejava que esse dia não se repetisse, mas não podemos ter tudo o que desejamos. E agora eu estou aqui, tão exposta e tão indefesa. Temendo para o veria a seguir, mesmo eu já sabendo o que veria a seguir.

Era até idiotice continuar lutando, mas como sempre, meu corpo me desobedece e lutava para se livrar das mãos sujas que neste momento, me tocavam da forma mais agressiva e nojenta possível.

Abaixando a minha calça e tirando a minha camisa a força, para logo depois me tocar e me beijar como se fizesse aquilo a anos. Ali, eu me senti a pessoa mais suja e fraca que existe.

Estava ciente de que, mais uma vez, a garotinha inocente que existe em mim vai ser obrigada a crescer da pior forma possível. Mas algo dentro de mim não deixava isso acontecer de novo, por isso, meu corpo no automático, lutava como fosse a sua última chance.

Aquela risada preencheu aquele maldito beco. Levantei o meu olhar e o vi. Seu rosto suado e sua respiração alterada me fez sentir mais suja ainda por ter deixado isso acontecer, mesmo eu tenha lutado contra. Mas o seus olhos de psicopata e seu sorriso doentio me fez temer e acreditar que ele não pararia por ali, e tudo se confirmou quando suas mãos firmes e ásperas abriam as minhas pernas, me deixa no totalmente exposta a ele.

– Vamos nos divertir mais um pouco.

Acordei assustada. Me sentei na cama, respirando pesado e passei as minhas mãos pelo o meu rosto que por sinal estava molhado por causa do meu suor. Foi apenas mais um maldito pesadelo.

Engoli em seco sentindo a minha garganta seca e olhei para os lados, vendo a luz fraca do sol bater contra o vidro da janela do meu quarto, iluminando o mesmo. Já avia amanhecido.

Peguei o meu celular e vi que era quase sete da manhã. Bufei por ter acordado cedo em pleno sábado e principalmente por essa não ser a primeira vez que acontece. Quantas vezes já acordei por causa de um pesadelo idiota.

Levantei da minha cama e fui em direção ao banheiro para fazer as minhas higienes matinais. Eu não conseguiria voltar a dormir mesmo, então não tem porque ficar na cama em pleno sábado.

Sai do banheiro e fui até o meu closet. Separei um calça jeans e um moletom já que fazia frio. Vesti a roupa que separei, calcei um par de tênis, peguei o meu celular prontamente com o meu fone de ouvido e sai do meu quarto indo para o andar de baixo da minha casa.

– Bom dia Miley. – Meu pai me chamou atenção quando passei pela a sala. Ele estava com Noah que dormia tranquilamente em seu colo e me olhava surpreso. Talvez por eu ter acordado cedo em pleno final de semana. – Por que acordou tão cedo?

– Não consegui dormir muito bem. – Dei de ombros.

Ouvi a minha mãe gritar que o café da manhã já estava na mesa e meu pai levantou do sofá com Noah ainda em seu colo.

– Vai tomar café com a gente? – Perguntou, ajeitando minha irmã em seus braços.

– Não, eu vou dar um volta, depois eu volto pra casa. – Ele assentiu e mandou eu tomar cuidado antes de ir para a cozinha, e quase o agradeci por ele não ter feito mais perguntas. Não estou com cabeça pra isso.

Conectei o fone de ouvido no meu celular, coloquei o mesmo em meus ouvidos e deixei tocando as músicas no aleatório. Sai da minha casa e passei a caminhar pelo o bairro.

Precisava esfriar a cabeça. Muitas coisas se mútuavam em minha mente me deixando louca. Não conseguia pensar direito, porém, de alguma forma, o meu corpo sempre estava alerta, atendo em tudo a sua volta. Talvez por medo de acontecer de novo o que aconteceu comigo, que por sinal, vem me atormentando dias e noites mau dormidas.

Psicólogos falam que todo aspecto de nossa vida, todos pensamentos e comportamentos são resultado do que nós vem vivendo. São os aprendizados, as lições que você aprende no decorrer do tempo que te faz ser quem você é hoje. Antes eu não acreditava nisso, mas hoje eu posso dizer que isso é verdade. Pois o que vem acontecendo me mudou de uma forma assustadora, e para o ruim.

Ser quem nós quer ser é complicado. Pois muitas das vezes o destino não contribue para que você seja quem você é, talvez ele contribua para que você seja uma pessoa desagradável, arrogante, agressiva e que te faz cometer coisas no qual você não queira cometer. É o nosso dever, do nosso esforço fazer melhor e ser melhor.

É um trabalho complicado, mas mais importante. Provavelmente você precisa aprender, ter uma lição, e muitas das vezes nem passamos no teste. Mas a boa notícia é que existem pessoas boas e que nem teste precisam fazer. A má é que,como todo conto de fadas, existem as pessoas más, aquelas que são uma pedra em nossos sapatos. Algumas pessoas são naturais, elas já nascem sendo quem o destino quer que elas sejam, já nascem com o dom de machucar as pessoas. E o pior, contamina quem não nasceu para ser arrogante; o que torna o mundo mais complicado. Mas é do nosso dever aprendermos a sermos melhores.

Uma mão me segurando pelo o braço fez o meu coração acelerar e o meu corpo entrar em alerta. Me virei rapidamente e segurei firme seu pulso, imobilizando o braço de quem que seja.

– Meu Deus Miley! Calma! – Logo reconheci a voz feminina.

Olhei para a pessoa que eu segurava e Dallas me olhava assustada. Ela vestia uma roupa esportiva. Uma legue preta, um moletom esportivo cinza e um um tênis esportivo preto e branco. Seus cabelos estavam amarrados para trás em um rabo de cavalo, seus rosto levemente corado e também um fone de ouvido estava em seus ouvidos.

Sai do meu transe ao perceber que ainda segurava e apertava o seu braço. Respirei fundo e a afastei de mim a soltando, e a fazendo massagear o local onde eu apertei.

– O que deu em você? – Murmurou, olhando o seu braço e o massageando.

– Desculpe eu... – Suspirei pesado, tirando os fones de meu ouvido. – Eu só estava pensando.

Dallas jogou o seu olhar em mim e me analisou de cima pra baixo, e depois encarou os meus olhos preocupada.

– Quando eu digo que é para você marcar uma consulta eu não estou brincando Miley! – Me olhou séria.

– O que você está fazendo aqui? – A ignorei, mudando de assunto. Voltei a andar e ela me acompanhou andando ao meu lado.

– Eu costumo fazer uma caminhada nesse horário, e você? Acredito que não é de acordar cedo em pleno sábado.

– Não consegui dormir bem. – Sorri fraco. – Então decidi andar um pouco, esfriar a cabeça.

– Mais um de seus pesadelos? — Indagou preocupada e eu apenas assenti com a cabeça olhando para os meus pés. – Isso não é normal.

– Já estou acostumada. – Dei de ombros.

– Sabe quem também está querendo que você fizesse terapia para acabar com esses pesadelos? – Sorriu de lado e eu revirei os olhos.

– Não, quem? – Perguntei, mas não estava me importando com a sua resposta.

– O amor de sua vida. – Fiz uma careta de desentendimento e Dallas riu. – A Demi! Depois eu sou a lerda aqui.

– Mas você é lerda. Na verdade a lerdeza é de família. – Ri e acabei levando um tapa forte no meu braço. – Ai Dallas!

– Idiota. – Murmurou. – Mas enfim. Demi me disse que você está sendo uma idiota irresponsável que vai prejudicar a si mesma e acabar com a cara na merda.

– Nossa! – Resmunguei. – Sincera ela, não?

– Eu acho que ela está certa. – Falou séria e suspirei entendiada . – Vai dizer que é mentira? Miley ultimamente você está sendo irreconhecível. Fica agressiva e assustada. Sem falar que você sai por aí pegando Deus e o mundo.

– Essa parte de eu pegar todo mundo não é culpa minha. – Logo me defendi.

– Ninguém mandou você se apaixonar pela a minha irmã e ser uma covarde que não consegue expressar os seus sentimentos. – A olhei fazendo a minha melhor interpretação de mágoa, mas parece que Dallas não caiu na minha atuação.

– Vocês estão afiadas hoje credo. – Resmunguei, encarando os meus pés.

– Não mude de assunto. – Bufei irritada e resmunguei alguns palavrões. Ela ainda insisti nisso.

Eu estou bem. Claro que eu já estive melhor, mas não é como se os meus pesadelos me fizessem sair por aí atacando todo mundo. Mas parece que as pessoas não entendam isso.

– Eu já falei que não preciso de nada disso! – Me exaltei. Já estava cansada desse assunto. – Eu estou bem, que saco!

– Pare de ser orgulha. Está óbvio que você não está nada bem. – Parou de andar me fazendo parar também. Ela olhou para o seu braço e depois para mim. – Você quase quebrou o meu braço!

– Eu já pedi desculpa. Eu não queria machucar o seu braço.

– Foda-se o meu braço! – A olhei sem entender. Mas ela estava reclamando do seu braço agora a pouco. – Eu estou preocupada é com você.

– Olha Dallas se venho até a mim para me dar sermão, por favor, volte para o que você estava fazendo e me deixa em paz! – Bufei e voltei a caminhar, mas Dallas novamente me puxei pelo o braço me fazendo parar e encará-la séria.

– Porra eu estou tentando te ajudar Miley! Pare de ser cabeça dura e me escute pelo menos uma vez!

– Eu não preciso de ajuda. – Rosnei irritada, me soltando de seu aperto. – Se quer ajudar alguém mentalmente então vai ajudar aquele doente que está transformando a minha vida em um inferno. Ele sim precisa de ajuda, eu não.

– Por que não me diga o que está acontecendo? – Sua voz sussurra da saiu fraca. – Quem sabe assim eu possa te ajudar.

– Não. – Neguei com a cabeça. – Você não pode. – Suspirei pesado ao lembrar da semana passada.

Flashback on

– Você me espera na saída? – Perguntei para Demi, que apenas assentiu dando um beijo em meu rosto e foi em direção ao vestiário.

– Miley! – Senti alguém pular na minha costas quase me fazendo cair.

– Debby sai de cima de mim! – Pedi sentindo um dor em minha costas. Debby pode se magra mas é pesada.

– Desculpa. – Sorriu e me deu um selinho antes de sair em cima de mim. – Só estava com saudades. – Me deu outro selinho.

– Mas nos vimos ontem.

– Mesmo assim. – Deu de ombros. – Bem, vou indo. Só queria ver você. – Ela nem deixou eu falar e já me beijou para logo depois voltar a caminhar pelo o corredor.

Voltei a minha atenção para Demi que agora estava de joelho apalpando o chão procurando o seu óculos escuros. Provavelmente um engraçadinho derrubou seu óculos no chão só para sacanea-la.

Suspirei pesado e fui até ela, mas parei ao ver um garoto se aproximar dela e lhe entregar o seu óculos. Forcei os meus olhos e logo reconheci o garoto. Era o Beck, amigo de Josh.

Apressei os meus passos, mas ele já a tinha puxado para o vestiário feminino. Corri até o vestiário e entrei no mesmo sem me importar se alguém veria. Andei pelos os pequenos corredores em passos largos e com o meu corpo em chamas. Só de imaginar aquele desgraçado tocando a minha pequena o meu sangue ferve.

Andei mais um pouco e eu os encontrei no último corredor do vestiário. Demi estava em pé, parecia assustada enquanto Josh se aproximava dela com o mesmo sorriso que eu vi no beco.

Sem perder tempo fui até Demi e a mesma me apertou em um abraço. Olhei para o Josh e o mesmo continuava com aquele sorriso.

– O que faz aqui? – Rosnei, o fitando friamente. Coloquei Demi atrás de mim e a mesma agarrou o meu braço assustada.

– Que bom que a pereceu Miley. – Sorriu sarcástico. – Eu estava querendo mesmo falar com você. Eu não preciso mais da Demetria.

– O que você fez com ela? – Me aproximei dele, já sentindo o corpo agir no automático.

– Calma, eu só perguntei pra ela aonde você estava. – Sorriu. Esse sorriso dele já estava me irritando. – Não é, Demetria? – Olhei para a Demi e a mesma assentiu ainda assustada. Suspirei e voltei a encará-lo.

– E o que você quer comigo? – Perguntei desta vez mais calma, mas ainda irritada.

– Ah isso é em particular. – Falou sério. Respirei fundo indo para a direção dele, mas Demi agarrou mais o meu braço me impedindo.

– Aonde você vai? – Me perguntou preocupada.

– Vou só ver o que ele quer. – Sussurrei acariciando o seu rosto. – Já volto. – Falei antes de beijar a sua testa e me soltar de seu aperto.

Fui até o Josh em passos lentos, e quando cheguei perto dele o mesmo me puxou e me abraçou pelo o ombro. Quase vomitei ao sentir seu braço em volta de mim.

– O que você quer? – Rosnei baixo, me desviando do seu abraço.

– Você acha que eu sou idiota? – Sua voz irritada e sussurrada me fez engolir em seco. – Pensa que eu não ouvi você cochichando com a sua amiguinha sobre mim? – Franzi a testa em confusão mas logo me lembrei do que ele estava falando.

Foi essa semana; eu e Selena estávamos conversando no refeitório e como sempre ela entrou neste assunto. Me perguntou quem era o cara que fez aquilo comigo no beco. Eu estava quase contando pra ela que foi o Josh, se o mesmo não aparecesse e sentasse em uma mesa ao lado da nossa. A partir daí Josh passou a me vigiar mais ainda.

– Mas eu não contei. – Estremeci na voz.

– Mas pensou! – Exclamou em um tom baixo. Josh agarrou o meu cabelo e me aproximou mais dele, me forçando a encará-lo. – Eu não estou de brincadeira Miley. Pense em abrir a porra dessa sua boca para alguém novamente que dá próxima vez eu não vou só dar um susto na Demetria, eu vou fazer com ela o que fiz com você. E se me irritar vai ser até pior. – Seu tom baixo nunca deixava se ser assustador. Seus olhos me diziam que ele não estava blefando, o que fez meus olhos marejarem só em pensar no que ele podia fazer. – Estamos entendidos?

– Si-sim... – Minha voz quase não saiu. Fechei os olhos com força ao sentir ele agarrar mais forte o meu cabelo.

– Ótimo. E não pense que eu estou de olho em você só na escola. Muita gente também podem sofrer bastante nesta história toda. – Sorriu, mas logo tratou de ficar sério. – E não me esqueci de você. Não pense que nada vai acontecer com você, pelo ao contrário, vou adorar me divertir com esse corpo novamente. – Ele soltou o meu cabelo com brutalidade e depois novamente deu aquele maldito sorriso. – Agora você e sua ceguinha vazam daqui.

Sem pensar duas vezes fui até Demi e a puxei pelo o pulso, caminhando em direção à saída do vestiário.

Não acredito que aquele filho da puta está me seguindo fora da escola. Como se já não bastasse ameaçar as meninas, agora as pessoas que eu convivo fora da escola. Essse moleque não é o mesmo Josh que apenas me zoava nos corredores, esse é doente, e está disposto a tornar a minha vida um verdadeiro inferno.

– O que ele te disse? Aonde estamos indo? – A voz da Demi me despertou dos pensamentos. Parei de andar e me virei para ela encarando sua feição de confusa e assustada.

– Tem certeza que ele não fez nada com você? — Minha voz saiu firme porém preocupada.

– Sim. Ele queria saber aonde você estava, mas o fato dele nos odiar e ter entrado no vestiário feminino só para falar comigo me assustou bastante. Vai saber o que ele queria fazer.

– E o que deu em você em deixar ser puxada pelo o amigo dele até o vestiário?! – Alterei o meu tom de voz, deixando a raiva tomar o corpo.

– E-eu não deixei, ele que foi me puxando. – Respondeu meio receosa.

– Porra Demi! Podia ter evitado! Você sabe muito bem que aquele idiota nos odeia e você sabe muito bem como se defender, eu não vou estar presente o tempo todo para poder fazer isso pra você! Vai saber o que aquele maníaco podia fazer! Sinto tanta raiva em só pensar nisso que a minha vontade é de matá-lo! – A olhei irritada, apertando forte o seu pulso que eu segurava.

– Des-desculpa, e-eu não sabia o q-que fazer... – Falou com a voz embargada, tentando se soltar de mim. – Vo-você está me machucando. – Fitei-a por alguns segundos antes de sair do transe e finalmente soltar o seu pulso

Demi passou a massagear o seu pulso enquanto mantinha sua expressão de assustada. Respirei fundo e levei a minha mão até o seu rosto acariciando o mesmo.

– Me desculpe pequena. – Suspirei pesado, vendo-a fechar os olhos sentindo o meu carinho. – Eu só não suporto imaginar aquele moleque te... – Rosnei, deixando a frase morrer.

– Tudo bem. – Respirou pesado, tocando a minha mão que estava em sua bochecha com a sua. – Vai ficar tudo bem.

Flashback off

– Ninguém pode ajudar. – Dallas me olhou curiosa porém preocupada. – Por favor, não toque mais neste assunto. – A fitei séria antes de voltar a caminhar, deixando ela sozinha parada na rua.

Você pode desperdiçar sua vida se perguntado se é ou não uma pessoa boa, ou pode se esforçar para ser uma pessoa boa. Nada, exatamente nada na vida vem de graça, com tudo tem um certo preço. E não vai ser diferente com nós e nossos atos e pensamentos.

Los Angeles, Califórnia 

Dias atuais

Residência da Cyrus

É assustador revelar tudo sobre nós mesmos. Tão assustador que escondemos de tudo e de todos. Isso é pode ser errado? Talvez. Mas assim, quem sabe, pode nos a ajudar a sobreviver, a criar uma camada protetora e impedir que alguém a penetre. É algo no qual você guarda pra si mesmo, não só para te proteger, mas também proteger quem você ama.

Não é seguro. Não é normal revelar seus segredos. Não podemos simplesmente soltar a verdade, nos expor para Deus e para o mundo. Porque uma vez que a verdade é dita temos que encará-la.

Mas como sempre, temos um problema. Verdades foram feitas para serem ditas e segredos para serem revelados. E como eu disse, uma vez que a verdade é dita temos que encará-la. Ah e acredite, não é fácil encará-la. Mas ironicamente, você consegue reconhecer sua responsabilidade, e por mais difícil que seja, encaramos-a.

– Ai Miles! – Reclamou Demi, me fazendo encará-la. – Você deixou entrar sabão em meus olhos! Quer me deixar mais cega? – Continuou em um ar de riso, sorrindo logo em seguida. Sua voz levemente rouca e seu sorriso me fez parar para observá-la seus pequenos detalhes.

– Desculpa. – Falei depois que sai dessa distração. Ri fraco e continuei a lhe dar banho.

Neste momento estamos no banheiro da minha casa, com Demi na banheira e eu agacha ao seu lado lhe dando banho. Demi está reagindo muito como uma criança, e isso me preocupa bastante. Selena disse que isso é normal e que com tempo suas personalidades vão sendo mais controladas. Espero que sim, pois essa mudanças constantes de personalidades me preocupa muito.

– Vem. Já está muito tempo nesta banheira. – Falei enquanto terminava de tirar o sabão de seu corpo. Demi resmungou alguma coisa e logo vez o beicinho que faz qualquer ceder a ela, mas desta vez não vou cair nas carinhas dela.

– Quero ficar mais um pouco. – Falou ainda com o biquinho nos lábios.

– Não. – Respondi firme, o que fez o beicinho em seus lábios aumentar. – Vamos Dems. – Segurei o seu braço e a fiz levantar da banheira murmurando algo inaudível.

Demi estava de biquíni. Segundo ela, eu não podia vê-la nua. Neste caso, em sua condição, ela está certa. Mas ela não faz ideia de quantas vezes eu já vi esse lindo corpo nu, quer dizer, não faz ideia agora.

Sequei um pouco do seu corpo com uma toalha e depois a vesti com um roupão que eu já tinha separado. Saímos do banheiro, ajudei-a se vestir e logo já estávamos indo para o andar de baixo da minha casa.

– Vai querer o que de almoço pequena? – Falei quando chegamos na cozinha e já preparava a cozinha para poder fazer o almoço. – Pequena? – Chamei-a quando percebi que ela não ia me responder, mas novamente fui ignorada.

Me virei para ela e encontrei-a para no meio da cozinha. Sua expressão era séria, quase de raivosa e a mandíbula trancada em seu rosto só confirmava sua raiva. Suspirei pesado já sabendo o que isso significava. 

– Quero dizer... Demetria. – Minha voz saiu baixa, porém audível. Demi respirou fundo e procurou o banco do balcão antes de sentar no mesmo.

– Faça o que você quiser, não estou com fome. – Repondeu ainda séria.

– Não. – Logo tomei a minha pose de volta e neguei com a cabeça. – Você vai comer sim. Esqueceu que está grávida? Você precisa comer.

Demi bufou revirando os olhos mas logo suspirou derrotada, concordando com a cabeça, em um aviso mudo que vai almoçar. Sorri vitoriosa e voltei a minha atenção para os pertences da cozinha para poder preparar o almoço.

Passou algumas horas e já estávamos sentadas na mesa de jantar almoçando em silêncio. Já era costume fazermos as coisas em silêncio, sem nenhuma troca de palavras. Bom, é assim quando Demi não é controlada pela as suas personalidades.

Meus pensamentos foram interrompidos quando vi Demi levantar da cadeira e sair da sala de jantar. Olhei para o seu prato e ele quase não foi tocado. Não esperei mais um segundo e fui atrás dela, e a mesma estava subindo a escada.

– Aonde você vai? – Toquei o seu braço a obrigando a parar de andar.

– Eu disse que não estava com fome. – Se soltou de mim. – Vou subir, preciso trabalhar. – Ela voltou a andar mas sugurei o seu braço novamente, o que a fez soltar um rosnado e se soltar de mim bruscamente. Ela odeia quando eu a toque.

— Você não vai. – Falei firme. – Eu conversei com Paul. Disse que você não vai poder trabalhar por algum tempo. Ele tem a total responsabilidade sobre a empresa e das fábricas agora.

– Você fez o quê?! – Abriu a boca incrédula, voltando descer a escada.

– Você precisa descansar. Ficar enfiada em meio a papéis e discutir horas pelo o telefone sobre trabalho com alguém do outro lado da cidade não vai adiantar em nada. – Respondi o mais calma possível.

– Mas isso era a única coisa que me fazia esquecer desse inferno por um tempo. – Rosnou irritada. Ouvir aquilo me afetou bastante, mas não demonstrei isso.

– Desculpe, mas é o certo. Selena disse que...

– Ah! Selena! Claro! – Me interrompeu, rindo sarcástica. – Selena não sabe o que é certo pra mim, e muito menos você.

– Demi, você sabe que isso não é verdade. – Minha voz nunca deixava de soar calma.

– Eu vou subir. – Suspirou. – Me sinto exausta, enjoada e sinto que os meus pés estão inchados, então se me dê licença vou dormir um pouco. – Ela voltou a subir a escada mas desta vez eu não a impedi.

Suspirei e fui até o sofá me jogando no mesmo. Eu estava exausta, não fisicamente, mas mentalmente. Está sendo mais difícil que eu pensava. Demi está imprevisível, sua personalidades mais fortes e quando ela não é controlada o ódio dela por mim é bem visível. Eu já não sei mais o que fazer.

Eu tento conversar com ela, mas Demi sempre desvia do assunto, foge dele como o próprio diabo foge da cruz. Talvez ela não esteja pronta para entrar neste assunto, ou só talvez ela não queira conversar.

Ouvi a campainha tocar e eu, contra a minha vontade, levantei do sofá e fui atender a porta.

– O que... – Mal terminei de falar e Marissa já foi entrado na minha casa. – Oi pra você também e pode entrar. – Falei irônica enquanto fechava a porta.

– Desculpa. É que os repórteres estão em cima de mim querendo saber mais informações sobre o caso. – Suspirou e se jogou no sofá. — Eles estão loucos por qualquer informação. Desliguei o meu celular porque ele não parava de tocar.

– Imagino. – Fui até ela e sentei do seu lado. – Eu nem liguei a televisão e muito menos sai de casa depois que fui solta. — Terminei de falar e Marissa me olhou séria. Fiz uma careta e a encarei sem entender. – O que foi?

– Miley você foi macar a consulta? – Perguntou firme, sentando de lado para poder me encarar melhor.

– Consulta? Que consulta? – Fiz uma careta de desentendimento. Pensei um pouco e logo lembrei do que ela se tratava. – Ah! Aquela consulta!

– É! Aquela consulta. – Falou óbvia. – Então? Marcou ou não? – Eu nem precisei respondê-la, apenas fiz a minha melhor cara de culpada, o que me rendeu um tapa no braço. – Você está doida Miley?! O juiz está de olho em você, eu não convenci ele atoa! Você quer voltar pra cadeia e ser julgada?

– Não! – Falei negando rápido com a cabeça. – Não mesmo. Eu só estou meio ocupada e acabei esquecendo.

– Então trate de se lembrar. E lembre-se, você só tem essa semana pra fazer a terapia.

– Ok, vou ver o que eu posso fazer. – Respondi baixo. A verdade é que eu estou cansada, tentar lembrar dessa consulta agora vai ser um problema.

– Vamos fazer um seguinte. – Marissa falou depois de um breve silêncio. – Eu vou marcar essa consulta pra você e depois eu te digo quando vai ser, ok? – Propôs e eu logo assenti concordando. – Certo, va... – Marissa foi interrompida pela a campainha. Pedi licença e logo fui atender a porta.

– Iiih, me diga logo quem morreu. – Falei em brincadeira assim que vi todas paradas na minha frente.

— Credo Miley, vire essa boca pra lá. – Camila fez uma careta enquanto Megan me empurrou entrando e indo direto pra cozinha. Folgada.

Dei passagem para elas entrarem e logo Liz pulou em meu colo e eu a peguei de bom agrado antes de fechar a porta e ir para a sala onde todas estão.

— O que fazem aqui? – Sentei no sofá e Elizabeth logo pegou o meu celular em cima da mesa de centro para jogar um joguinho que tinha nele.

– Viemos saber como vocês estão. – Normani deu de ombros.

– Sinceramente. – Suspirei pesado. – Complicado.

– No começo vai ser assim mesmo. – Selena tentou me confortar mas não adiantou muito.

– Cadê ela? – Ally perguntou, olhando para os lados.

— Está no quarto, acho que está dormindo. – Dei se ombro, sem muita importância.

– Vou vê-la. – Apressou a dizer e foi em direção a escada sendo acompanhada pela Mani e Cami.

– Vamos sair hoje? – Megan apareceu com um prato de bolo e sentou do meu lado.

– Como? – A olhei séria.

– Assim. Você levanta do sofá, pegue um casaco se você achar que vai precisar, desliga as luzes e todos aparelhos eletrônicos, pegue a chave de seu carro e de casa, abre a porta principal da sua casa e passe por ela. Pronto! Você saiu. Espero ter ajudado. – Sorriu abertamente, como se tivesse acabo de me explicar a solução para os meus problemas. A olhei tediada e transferi um leve tapa em sua cabeça.

– Deixa de ser idiota. – Falei séria, enquanto ela massageava a cabeça e resmungava alguma coisa. – Digo, como eu vou sair por aí sendo que Demetria está com múltiplas personalidades?

– E quem disse que ela não pode sair de casa? – Selena perguntou. – Pelo ao contrário, vai fazer bem a ela.

– Mas com os repórteres em cima não é bom. – Marissa entrou na conversa.

– A gente dá um jeito neles, somos em oito. – Dinah diz dando de ombros. – Aliás, Demi tem seguranças, certo?

– Sim, mas eu acho que não ser necessário chamá-los. – Olhei para Marissa. – Não é?

– Eu acho que também não é necessário. – Concordou comigo. – Os repórteres até podem serem chatos, mas também são respeitosos. Diferente de alguns paparazzis, mas até agora não vi eles por aí. Mas problema é as perguntas pessoais que eles irão fazer.

– É só avisarmos a Demi sobre isso. Ela vai entender.

– Ótimo! – Exclamou Lauren. – Bom, eu soube que abriu um parque de diversões aqui perto... – Elizabeth a cortou com um grito de animação, nos fazendo rir pela a animação da pequena. – Como ia dizendo: podemos ir lá, é só convencer Demi a ir.

– Você fala como fosse fácil convencê-la. – Falo irônica, causando um revirar de olhos de Laur.

– Eu não estou dizendo que é fácil, só estou dizendo que devemos tentar.

– Comigo eu tenho certeza que ela não aceitaria. – Dei de ombros. Nem se eu obrigasse Demi a ir ela não me ouviria.

– Também acho. Miley é uma péssima opção. – Megan voltou a falar.

– E você é uma péssima amiga. — Rebati a olhando irritada, porém era só atuação e ela sabia disso.

– Obrigada e não, não agradeço a sua opinião sobre mim. – Sorriu falso, com a boca toda suja de bolo.

– Então, quem vai? – Indagou Marissa, intercalando o olhar entre nós.

– Deixa que eu vou. Quem sabe eu consiga convencê-la. – Selly se pronunciou, levantando do seu lugar e indo em direção a escada subindo a mesma.

– Gente. – Dinah chamou a nossa atenção, quebrando o silêncio depois que Selena saiu da sala. – Não sei se foi só eu que percebi, mas Dianna sumiu.

– Ela realmente sumiu. – Marissa falou. – Dianna desapareceu sem deixar uma pista. Até hoje não descobri aonde ela está.

– Estranho. – Lauren Murmurou. – E sabem o que é mais estranho? Joe ter sumido também.

– Verdade. Será que ele e Dianna estão juntos? Aliás, eles são bem próximos, mesmo o Joe ter traído Demi, Dianna nunca deixou de gostar dele. – Megan finalmente falou algo importante, sem fazer nenhuma gracinha.

– Exatamente. – Marissa olhou para Meg, concordando com ela. – Mas agora a prioridade é Dianna. Com certeza ela não sumiu por acaso.

Sinceramente, eu não estava gostando do rumo em que está conversa estava tomando, não estava me causando uma boa sensação.

Quando eu era mais nova, eu aprendi uma lição essencialmente importante. Ninguém nasce bonzinho, sempre existe um lado abscuro em nós, porém, temos o total arbítrio de escolher quem nós queremos ser, basta fazer a escolha certa.

Dianna sempre me mostrou ser uma boa pessoa, porém, controladora. Certo, não devo julgá-la, pois todos temos uma defeito que ninguém se agrada. Defeitos todo mundo tem, o problema é saber controla-lo. Dianna prendia muito as pessoas ao seu redor, achava que tinha o controle sobre elas, as obrigavam acreditar naquilo que ela acredita. O que sempre me deixou um pé atrás sobre ela, porém nunca deixei de me considerar sua afilhada, aliás ela era uma boa pessoa.

Mas a sua outra face foi aparecendo aos poucos após a morde Dallas. Eu não sei como ela descobriu a verdadeira causa da morte de Dallas e também não entendi porque ela me trato tão bem. Sim, ela me tratou super bem depois que Dallas faleceu. Desconfiava de que ela sabia de algo, mas não, não tinha como. Talvez ela só não sabia lidar com a perda.

Porém, depois de descobrir o meu relacionamento com Demi, ela mostrou seu outro lado. O medo de entregar sua outra filha para alguém que foi a culpada pela a morte de Dallas foi a chave de ouro para ela abrir e demostrar seu lado totalmente sombrio. Não, eu não a culpo por estar me odiando, eu também me odiaria, na verdade eu estou me odiando. Mas esse seu comportamento está me fazendo enxergar um futuro não muito bom nesta história toda.

Cresci aprendendo a lidar com esses tipos de pessoas, eu vivi e lidei com elas. Talvez tenha sido da pior e dolorosa forma possível, porém, me fez parar de ser tão ingênua e finalmente abrir os olhos. Pode ter demorado para acontecer, mas quando aconteceu não aguentei ficar quieta. E hoje, as coisas, o modo de eu ver as pessoas ficou mais clara. Certamente, hoje dá para perceber se vai vir algo bom ou não nas pessoas que vivem ao seu redor. E eu realmente espero que desta vez eu esteja errada.

(...) (...) 

– Ally chama... – Normani se interrompeu assim que eu entrei no quarto. – Ah Sel, que bom que você está aqui. – Franzi o cenho e olhei para Demi, que estava deitada encolhida na cama.

– O que houve? – Fui até Demi e toquei o seu rosto. Ela estava fervendo.

– Não sabemos. Ela estava assim quando chegamos aqui. – Camila respondeu. – Ela fica murmurando alguma coisa. – Assenti, já entendendo o que acontecia. Seu transtorno está evoluindo, assim ela não está tendo o controle sobre suas personalidades e com isso todas agem de uma vez só.

– Mani, vá pegar um copo d'água com açúcar por favor. – Pedi a olhando e a mesma assentiu, saindo do quarto a pressas. Toquei o cabelo Demi e passei a fazer um carinho nele. – Demi se concentre na minha voz. Consegue fazer isso? – Ela assentiu com a cabeça. – Ótimo. Sabe quem eu sou e onde está? – Concordou novamente com a cabeça.

Normani entrou no quarto com um copo d'água e me entrou. Entreguei para Demi e pedi para que ela bebesse.

– Está melhor? – Perguntei depois que ela bebeu a água com açúcar. A mesma assentiu e me entregou o copo de vidro vazio.

– Selly, me a-ajuda. Eu não es-estou conseguindo. – Sussurrou, se encolhendo ainda mais na cama. Ela estava fervendo, suava frio e tremia levemente. Provavelmente ela deve estar delirando. – E-eu preciso dos remédios.

– Você não pode tomar remédios Demi, você está grávida. – Suspirei preocupada e levei uma mão até o seu rosto e a outra até a sua barriga. Deu para sentir o quanto a filha dela chutava.

– O que podemos fazer? – Ally perguntou, chamando a minha atenção.

– Mani vá pegar uma toalha úmida fria. – Ela assentiu e correu até o banheiro. – E Ally vá chamar as meninas, por favor. – A mesma saiu do quarto a pressas.

– E eu? – Camila perguntou parando do meu lado.

– Você conversa com ela sobre coisas aleatórias, mas que possa a ajudar a controlar suas personalidades. – Olhei para Camila, vendo-a engolir em seco, assentir devagar com a cabeça e indo sentar ao lado de Demi, pegando a sua mão.

– Hey Dems. – Olhou para Demi, que lhe deu atenção.

– Oi Cams. – Sorriu largo.

– Demi ér... você sabe um nome que vai dar a ela? – Demi negou com a cabeça, mas sem tirar sorriso do rosto. – Mas tem algum em mente?

– Sim, Isabella.

– Isabella é um nome muito lindo. – Camila acariciou o cabelo de Demi, que deitou a sua cabeça em seu colo.

– Mas também gosto de Luíza. – Sorriu. – Miley também gostou de Luíza.

– Luíza também é um nome muito lindo. Qual é o significado dele?

– Guerreira, aquela que enfrenta o que for preciso. – Sorriu orgulhosa. – Dallas sempre gostou desse nome. – De repente seu sorriso desmanchou e então ela piscou várias vezes antes de perguntar: — Cadê ela?

– Ela saiu, mas já está de volta. – Peguei a sua mão para acariá-la.

Mani apareceu com a toalha úmida e me entregou. Sem pensar duas vezes, toquei o rosto da Demi com a toalha com calma na intuição de abaixar a temperatura da sua febre.

– Sinto falta dela. – Demi sussurrou com a voz embargada.

Eu sabia que várias personalidades estavam agindo nela ao mesmo tempo. Então do presente ela volta ao passado, depois age como se estivesse no futuro, ou depois revivendo alguns dias ou horas atrás.

E se deixarmos, ela até pode adquirir outros personagens que a mesma cria em sua mente. Pode ter os alter egos ou identidades diferentes que têm a sua própria idade, sexo ou raça. Cada um tem suas próprias posturas, gestos e maneira distinta de falar. Demi até pode cometer coisas no qual o verdadeiro seu nunca cometeria, como roubar, agredir ou se irritar sem motivos. Coisas no qual não daria bons resultados e o verdadeiro seu não se lembraria. E tudo isso em questão de segundos ou minutos.

– O que aconteceu? – Miley entrou no quarto afobada, justamente com as meninas.

– Demi não está tendo o controle de suas personalidades. – Olhei para Demi que agora está deitada de lado de frente pra mim e segurava firme a minha mão.

– E o que podemos fazer? – Suspirei ao ouvir a pergunta de Lauren. Não há muito o que fazer. Primeiramente precisamos abaixar sua febre que está muito alta o que me preocupa bastante. Devemos tentar distrai-la e fazê-la se lembrar das coisas, mas agora não vai ser bom fazer isso pois sua crise evoluiu de uma só vez, e força-la a se lembrar das coisas pode ser perigoso. Por isso devemos fazer isso pouco a pouco e com calma.

Também devemos mantê-la o mais calma possível e principalmente agirmos com calma, qualquer coisa pode a fazer mudar de pensamento e comportamento rápido. E sem os medicamentos fica mais difícil.

– Dinah vá preparar um chá para que ela possa se acalmar. – Pedi encarando-a, a mesma não esperou um segundo mandar e saiu do quarto a pressas. – Marissa tenta ligar para o Eddie e peça para ele vir pra cá. Maddie também tem que vir. — Ela assentiu já digitando em seu celular. – E vocês precisam conversar com ela. O diálogo agora vai essencial. Não podemos deixá-la esquecer das coisa, não queremos vê-la com outra personalidade ou identidade. – Falei fitando todas, que concordaram devagar com a cabeça.

Suspirei pesado e encarei Demi que agora fazia caretas de dor. Provavelmente ela deve estar com dor de cabeça, uns dos sintomas do transtorno.

– Po-por que está es-escuro? – Sua voz saiu baixo porém audível. – Por que está tudo escuro?

– Vai ficar tudo bem Demi. – Falei enquanto acariciava o seus longos cabelos e a vi franzir a testa.

– Quem é você? – Perguntou ainda com a testa franzida.

– Sel... – Limpei a garganta quando percebi que a minha voz saiu embargada e rouca. – Eu sou a Selena, sua amiga. – Ela ainda continuou com a testa franzida, porém não falou nada. – Descanse um pouco Demi. – Pedi e Demi assentiu ainda um pouco incerta.

Voltei a encarar as meninas e as mesmas estavam com as expressões levemente assustadas. Provavelmente estão achando isso tudo muito assustador.

– Olha eu sei que vocês devem estar achando isso tudo muito difícil e até assustador, e que é muita informação para digerir. Mas vai dar tudo certo, é só agirem normalmente porém sejam cautelosas. Eu, Miley e Marissa já lidamos que essa Demi, não foi fácil, mas no final deu certo. E não vai ser diferente com a ajuda de vocês, pelo ao contrário vai ser até melhor. – Tentei soar calma e sorri fraco, na intuição de acalmá-las o que parece que ajudou um pouco.

– Miles? – Ouvimos Demi a chamar baixinho. Olhei para Miley e a mesma encarava Demi estática.

Miley jogou o seu olhar em mim e eu fiz um movimento com a cabeça para que ela se aproximasse, e a mesma fez.

Miley se agachou ao lado da cama assim ficando do meu lado e de frente a Demi,segurando a mão da mesma.

– Eu estou aqui. – Seu tom saiu calmo, porém firme.

– Ela está chutando. – Demi sorriu largo. Provavelmente Demi está revivendo o dia em que ela sentiu sua filha chutar pela sua primeira vez. – Sente. – Levou a mão de Miley que segurava até a sua barriga.

Nessa hora eu já tinha me afastado. Eu queria dar um pouco de privacidade à elas. Provavelmente essa é a única vez que Miley interage com ela sem ser a Demi com a personalidade de uma criança ou quando é a própria Demi, ou seja, a Demi que não quer Miley por perto.

– Sentiu? – Demi perguntou sem tirar o sorriso do rosto.

– Sim. – Pude ver Miley sorrir de lado. – Ela pode ser uma jogadora de futebol. – Riu fraco sendo acompanhada por Demi.

– A minha cabeça dói muito. – Sua fala saiu justamente com um gemido de dor. Miley levou sua mão até a cabeça de Demi e com os dedos massageou o local.

– Relaxe que alivia um pouco, ok? – Elas conversavam em um tom baixo, porém dava para ouvir perfeitamente, pois ninguém se atrevia a falar ou fazer algum barulho.

Dinah logo entrou no quarto com uma xícara nas mãos e com Elizabeth logo atrás dela. Dinah ia falar algo, mas fechou a boca quando percebeu o silêncio e o que acontecia. E em um pedido mudo, pediu para sua filha também não falar, que assentiu com a cabeça a obedecendo.

Dinah veio em minha direção e colocou a xícara em uma pequena mesa que estava ao meu lado. Ela olhou para mim sorrindo fraco e eu retribui, vendo-a pegar Eliz em seu colo.

– Como ela está? – Sua voz saiu mais baixa que um sussurro, quase não se deu para ouvi-la.

– Ainda não tem como eu te dizer. – Respondi no mesmo tom, encarando o casal que se interagia em voz baixa a minha frente. – Só vamos saber o que fazer amanhã, quando tudo se acalmar. Hoje, tudo que precisamos fazer é mantê-la calma e deixá-la descansar. Agora não podemos força-la a se lembrar das coisas, talvez isso só pode contribuir para que ela piore, e se isso acontecer, Demi não só pode ter múltiplas personalidades como também identidades.

– Com identidades você quis dizer outra pessoa? Tipo, ela pode agir como se não fosse ela? – Apenas concordei com a cabeça, vendo-a respirar fundo e a preocupação tomar espaço em sua face. 

– Vai ficar tudo bem. – Falei calma e a olhei serena, porém não fui respondida com o mesmo olhar.

– Eu a tratei como a única vilã nesta história toda minutos antes do casamento que não aconteceu. – Sua voz levemente rouca indicava seu choro prendido. – Eu estava cega de fúria por tudo o que ela tinha feito a Miley, só que eu não sabia o porquê dela ter feito isso e nem me preocupei em perguntar. Tantos anos de amizade jogado fora por causa de um ódio idiota.

– Mas vocês se entenderam depois. – A cortei, a olhando atentamente.

– Sim. – Me fitou, assentindo levemente com a cabeça. Dinah suspirou e desviou o olhar, ajeitando Elizabeth que agora dormia agarrada como um coala em seu corpo. – Porém não voltamos como éramos antes. Claro, a gente brinca e implicamos uma com a outra, é do nosso costume fazermos isso. Mas sinto que não estamos próximas como antes. Parece que tem uma barreira que impede que nos aproximamos e sejamos como antes. – Suspirou. – E agora ela está ali, não tendo o controle de si mesma e sinto que uma pequena parte disso seja por culpa minha.

– Não, não é. – Falei negando com a cabeça. – Você não tem culpa pelo o aconteceu com ela.

– Mas não é o que eu sinto. – Sua voz saiu levemente grossa, como se sentisse raiva de si mesma ao vê-la assim. – Na verdade, ultimamente me sinto culpada por muitas coisas. – Murmurou, olhando fixamente para algum lugar ou melhor, alguém. Normani.

Desconfia que algo acontecia entre as duas, já que antes elas eram muitos próximas, chegava a ser meloso o relacionamento delas. E agora elas se tratam como duas estranhas, o que é estranho, já que do meu é costume vê-las sempre juntas.

– Eu vou colocar Elizabeth para dormir em algum quarto, ela já está pesando. – Dinah desconversou, saindo do quarto silenciosamente.

Respirei pesado e voltei a minha atenção ao casal a minha frente, que ainda estavam conversando. Demi sorria largo e Miley dava pequenos sorrisos de lado, porém era nítido a felicidade em seus olhos ao conversar com Demi sem medo de ser rejeitada.

Miley sempre escondeu seus sentimentos por Demi, apenas eu e Dallas sabíamos. E quando Demi também disse que a amava, sinceramente, eu já não estava suportando uma Miley gritando de alegria em meu ouvido. Parecia uma adolescente. Era lindo o relacionamento delas.

Me perguntava como tudo aquilo chegou a esse ponto, como Miley deixou isso chegar a esse ponto. Como ela conseguiu esconder esse segredo tão obscuro. Dallas era uma pessoa muito importante pra mim, eu a considerava como a minha irmã, e eu estou seriamente magoada com Miley, porém, não posso deixar os sentimentos tomarem conta agora, não com Demi precisando de mim. Sinto que devo ajudá-la, não só por ela mas por Dallas.

– Eu amo você Miles. – A voz da Demi sussurrada porém audível chamou a minha atenção. E o fraco soluço de Miley veio logo em seguida, causando um franzir de cenho da mais baixa. – Nunca duvide disso. – Completou. Demi mesmo sem entender o choro fraco de Miley, sorriu lhe acariciando o rosto e murmurava algo como "tudo bem"

E então, lentamente, Demi a puxou pela a nuca colando seus lábios em um beijo, o que foi suficiente para Miley desabar em um choro alto, fazendo com que suas lágrimas se misturassem em meio ao beijo.

Olhei em volta e todas agora tinham atenção a elas, todas com semblantes tristes e preocupados. Até Megan que quase sempre leva tudo a brincadeira, encarava as duas sem expressão alguma, porém seus olhos estavam brilhando por estarem marejados.

– Hey! O que foi? – Demi perguntou preocupada depois de separado o beijo e Miley continuava a chorar. Ela levou a sua mão até o rosto molhado e passou a acaricia-lo. – Por que está chorando?

– Me perdoa Demi. – Sussurrou com a voz embargada, tocando a mão de Demi que estava em seu rosto com a sua. – M-me perdoa.

– Mas te perdoar pelo o quê? – Indagou confusa. Miley não a respondeu, apenas fungou, secando o seu rosto para logo depois levantar e sair do quarto. Tudo isso sobre a expressão confusa de Demi, que não pronunciou nada, apenas deitou corretamente na cama com o cenho franzido.

Dei a minha atenção a Megan que ia seguir Miley, mas eu parei-a fazendo ela me olhar confusa e levemente irritada.

– A garota está arrasada! Ela precisa de alguém! – Exclamação em voz baixa.

– Ela precisa de tempo. – Meu tom de voz saiu firme. – Ela precisa ficar sozinha.

(...) (...) 

A voz do vocalista Serj Tankian ecoava no fone de ouvido que estava conectado em meu celular e pendurado em meus ouvidos, me impedindo de ouvir a minha volta. E uma garrafa meia vazia e um copo de uísque me faziam companhia nesta cozinha. Eu já não sei quantos copos eu tomei, mas também eu não me importava com isso. 

Eu já não via as coisas com clareza, literalmente falando. Provavelmente amanhã eu vou ter uma bela ressaca, mas eu estava pouco me fodendo, aliás, todos nós temos uma recaída dos nossos pontos mais fracos, e o meu é a bebida. Mas o álcool neste momento é o único jeito de me fazer esquecer um pouco sobre tudo.

Bufei tediada ao ver Eddie vindo em minha direção. Sua expressão mostrava que ele não estava nem um pouco feliz em me ver, mas não deixava sua raiva tomar o total controle.

Ele começou a falar comigo, mas obviamente eu não estava ouvindo-o por causa do volume máximo em meu fone de ouvido e o ignorava sem pudor algum.

Beberiquei a bebida em minhas mãos e observei ele me olhando irritado enquanto falava. Logo Selena entra na cozinha e começa a conversar com ele. Minutos depois Selena me olhou irritada e com um movimento tirou o fone de ouvido da minhas orelhas e o copo de uísque da minha mão.

– Hey! – Tentei protestar, mas seu olhar irritado me dez calar. E eu não estava muito em condição de falar também, por isso decidi ficar quieta.

– Você não pode levá-la assim. – Selly voltou a sua atenção para Eddie. – Ela está em meio de um tratamento, mudar o protocolo agora pode ser perigoso.

– Eu faço o que for preciso, mas morando no mesmo teto com essa mulher ela não vai morar! – Eddie exclamou irritado apontando o dedo em minha direção. Ri com ironia e me servi mais um copo de uísque logo dando uma golada. Mas Eddie não falou nada, apenas me olhou irritado, como sempre.

– Eddie eu sei o quanto está magoado e irritado, mas tomar decisões precipitadas não é o certo agora. – Selena soou calma, fazendo Eddie suspirar pesado.

Era novo para mim vê-lo assim. Para um homem sempre alegre e bem humorado, a irritação não combinava muito com ele. Mas agora isso está nítido em sua face, não só a irritação mas a mágoa. Todos estão magoados e decepcionados comigo, isso era visível em seus olhares, e eu ainda não me acostumei com esse novo problema.

Suspirei de leve e coloquei o fone novamente em meus ouvidos, ignorando totalmente os dois a minha frente. Deitei a minha cabeça no balcão e a cobri com os meus braços. Respirei fundo e fechei os olhos me permitindo viajar para algumas semanas atrás, onde eu queria voltar agora.

Flashback on

Separei os meus lábios do dela quando ar se fez necessário. Beijei seu queixo e sua mandíbula enquanto minhas mãos passeavam em suas coxas nuas que abraçavam o meu quadril. Levantei um pouco a cabeça e respirei fundo ao ver sua face, e então passei a admirar seus pequenos detalhes.

Seus cabelos estavam em um coque desajeitado e se espremiam através do travesseiro branco, e algumas mechas caiam em seu rosto delicado sem qualquer resquícios de maquiagem. Sua face com as sardas visíveis estava levemente corado e suado; seus lábios vermelhos e pouco inchados por causa do beijo recente. Seus olhos estavam fechados e sua respiração levemente acelerada. Simplesmente linda.

Levei a minha mão até o seu rosto e passei a acaricia-la. O que fez Demi sorrir com os olhos ainda fechados e beijar o meu rosto e lábios de um jeito delicado. Passei a deixar beijos singelos em seu colo e na parte exposta de seus seios que estavam sendo espremidos pelos os meus, enquanto ela acariciava e brincava com os meus cabelos me permitindo relaxar e regular a minha respiração. 

Levantei a cabeça quando ouvi meu celular que estava em cima da mesinha ao lado da cama tocar. Tentei me mexer mas fui puxada com certa força contra o corpo de Demi novamente, fazendo-me deitar em cima de seu corpo pequeno, porém, cheio de curvas.

– Demi eu preciso atender o celular. – Falei rindo enquanto tirava uma mecha de seu cabelo do seu olho.

– Deixa tocar. – Suspirou, espremindo seus lábios um no outro.

– E se ser algo importante?

– Você retorna depois. – Sorriu de lado. – Só não sai de dentro de mim, não agora. Está tão bom. – Soltei um gemido baixo quando ela rebolou com o meu membro ainda dentro dela. O que a fez sorrir malicioso.

– Safada. – Murmurei entre o seu pescoço, já desistindo da ideia de pegar o meu celular e atendê-lo. E também ele já parou de tocar.

– Fazer o que se você me deixa em um estado crítico. – Senti as minhas bochechas esquentarem diante das suas palavras. Sim, eu fiquei com vergonha, mas ela não precisa saber disso. – Na verdade sempre tive esse fogo quando se tratava de você.

– Sério? – Levantei a minha cabeça e a encarei surpresa.

– Não. – Gargalhou alto, o que me fez revirar os olhos e bufar.

– Nossa, valeu por levar minha autoestima lá em cima. – Fui irônica. Demi riu novamente e procurou os meus lábios antes de me beijar.

– Desculpa. – Pediu ainda rindo e soltei um resmungo. Alguns minutos depois Demi fez uma leve careta de dor e se remexeu desconfortável na cama.

– Que foi? Eu estou te machucando? – Me preparei pra sair de dentro dela, mas a mesma não deixou.

– Não, não é isso. É que ela está chutando muito. – Fez novamente uma careta.

– Já vi que ela vai ser muito bagunceira. Quase sempre fica se mexendo. – Soltei uma risada e ela me acompanhou. – Quando é que vamos comprar as coisinhas dela, hum? Planejamos o dia mas nem fomos.

– Não fomos porque era campeonato americano e você não queria perder os jogos. – Rosnou dando um peteleco em meu ombro.

– Eu só queira ver se o meu time ia pra semifinal. – Murmurei.

– Ah, então quer dizer que o seu time é mais importante que a sua filha? – Ergueu as sobrancelhas.

– Não! – Logo tratei de negar. — Não, nunca pequena. – Lhe dei um selinho. – Eu só não queria perder o jogo.

– Hum, tudo bem. – Suspirou, enroscando seus dedos nos fios de cabelo da minha nuca. – Que tal nesta quinta?

– Nas quintas tem Grey's Anatomy, mas qualquer outro dia pode. – Falei a fazendo rir.

– Então vemos isso depois. – Demi me deu um selinho que logo tratou de aprofundá-lo, mas o beijo não durou muito tempo. – Eu já ia me esquecendo. Eu conversei com Megan e...

– Ai meu Deus. – A interrompi, já imaginando monte de coisas que Megan falou pra ela.

– É melhor você começar a clamar a Deus mesmo. – Soou ameaçadora, o que me fez engolir em seco. – Bom, eu estive pensando. Já estamos juntas a muito tempo, e você gosta muito de mim...

– Eu amo você. – A corrigi, vendo-a concordar com a cabeça.

– Sim, é. Você me ama. – Foi convencida, me fazendo rir. – E nós também não escondemos nada uma da outra. Mas porque você não me contou que vai fazer um trabalho com a Ariana? – Arregalei os olhos e engoli em seco ao ver sem semblante sério.

– Megan me paga por abrir aquela maldita boca. – Divaguei irritada.

– Não tente mudar de assunto. – Demi rosnou. A fitei e suspirei derrotada.

– Rihanna nos colocou para fazermos um trabalho juntas por alguns dias, só isso. – Expliquei resumidamente.

– E por que não me contou? – Perguntou ainda séria.

– Porque eu sei o quanto você é ciumenta quando se trata dela. – Ri e deixei um beijo em seu pescoço.

– Eu não sou ciumenta. Só cuido do que é meu. – Diz entre suspiros enquanto beijava seu pescoço.

– Você não confia em mim? – Parei com os beijos e me fiz de ofendida, a fazendo rir.

– Não, é claro que confio em você. – Me deu um beijo rápido. – Só não confio nas pessoas que querem você. – Sorri e beijei seus lábios em um beijo lento. Demi passou seus braços em volta do meu pescoço e intensificou o beijo. Agarrei as suas coxas com as minhas mãos e fiz um leve movimento pra frente, a penetrando. O que lhe rendeu um gemido entre o beijo.

– Mais um round? – Perguntei assim que separei os meus lábios dos dela, e passei a dar beijos em seu pescoço.

– Tentador, mas eu não tenho mais forças. Sério. – Pude a ouvir suspirar pesado quando chupei seu ponto de pulso.

– Tudo bem, eu também estou esgotada. Parece que estamos ficando velhas. – Ri abafado, por ter o meu rosto na curva do seu pescoço.

– Ou só talvez devemos parar com essa mania de fazermos sexo quase todas as manhãs. – Diz entre risadas, contornando a minha costas com o dedo.

– Mas é tão bom começar o dia assim. – Choraminguei. Sua gargalhada rouca me fez encará-la e suspirar ao ver novamente seus pequenos detalhes. Agora o seu rosto não estava suado, porém continuava corado. E seus lábios mais vermelhos, o que me dava mais vontade de beijá-la.

– Pare de me olhar assim. – Demi cobriu seu o rosto com as duas mãos e sorriu envergonhada.

– Ok. Duas perguntas: como você sabe que eu estou te olhando e como estou te olhando?

– Posso até ser cega, mas dá para sentir quando uma pessoa fica te encarando sem vergonha nenhuma, e principalmente como ela está te olhando. Aprendi isso no decorrer dos anos. – Deu de ombros.

– Tudo bem, não te olho mais. – Beijei os seus lábios em um selinho rápido. Me virei saindo em cima de Demi, pois essa posição já estava me cansando e deitei na cama, puxando Demi para os meus braços e nos cobrindo com o cobertor. Claro, isso tudo com ela reclamando por eu ter saído de dentro dela.

– Você ficou muito safada depois dessa gravidez. – Falei enquanto ela se aconchegava mais em meus braços e escondia o rosto entre o meu pescoço.

– Não fale como se você fosse santa e não gostasse. – Sua voz saiu abafada e levemente irritada. O que me fez rir.

– Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. – Digo entre risadas.

Depois disso se instalou um breve silêncio entre nós, nos permitindo apenas ouvir a sua respiração pesada, provavelmente Demi tenha pegado no sono, já que acordamos cedo hoje.

– Demi. – A chamei e ela soltou um resmungo. – Você está dormindo?

– Se eu tivesse não teria ter te respondido. – Foi grossa, o que me fez abrir a boca incrédula.

– Nossa, pra que tanta grosseria?

– Não tenho culpa se você faz perguntas meio óbvias e idiotas. – Respondeu mais grossa ainda, me fazendo afastar dela e a olhar incrédula ao ver ela de olhos fechados como se não estivesse se importando com os meus sentimentos.

– Depois dessa eu vou tomar banho. – Ameacei a levantar da cama, mas fui puxada novamente depois de ouvir um grito a pedido para eu ficar.

– Fica aqui e não ouse sair. – Rosnou, me apertando mais contra ela.

– Nem me deu um pedido de desculpas. – Fingi mágoa causando um revirar de olhos dela.

– Desculpa, e agora cala a boca para eu poder dormir. – Ri de leve e deitei corretamente na cama, a trazendo para mim. Esperei alguns minutos e percebi que ela já estava quase dormindo. Então resolvi chamá-la novamente, só para irritá-la.

– Demi. – Ela não me respondeu. – Demi! – Novamente fui ignorada. – Pequena, é importante.

– Mas que inferno! – Resmungou baixo, enquanto se mexia na cama. – Que é?! – Finalmente deu atenção para mim, e ri ao ver seu semblante irritado. Levei a minha mão até o seu rosto e passei a acaricia-la, vendo-a relaxar e fechar os olhos.

– Você estava roncando. – Falei rindo, o que a fez abrir os olhos e soltar uma lufada de ar totalmente irritada.

– Vai se foder Miley! – Se virou irritada, ficando de costas pra mim. Gargalhei e a abrecei pela a cintura, apertando o seu corpo pequeno contra o meu.

– Estou querendo. – Passei a ponta do meu nariz em seu pescoço e a vi se arrepiar.

– E vai continuar querendo, pois eu vou dormi. – Pude a ver fechar os olhos sonolenta.

– Dorminhoca. – Beijei o seu pescoço. Tirei alguns fios de cabelo que tampava o seu rosto e encarei seu perfil. Tão calma e serena, nem parecia que estava me xingando alguns segundos atrás. Ri com o meu pensamento e lhe deixei um beijo em sua bochecha. – Eu amo você pequena. – Sussurrei e a pude ver dar um leve sorriso de lado ainda sonolenta. Beijei seus cabelos e me aconcheguei atrás dela, também me permitindo a me entregar ao sono.


Notas Finais


DEIXA EU EXPLICAR ESSE FINAL TOSCO. Bom era pra ter uma continuação, mas aí ficaria muito longo, então resolvi deixar pro próximo capítulo, eh isto.

Falta pouco para saber o que aconteceu, já podem preparando os corações aí.

E se vocês tiverem alguma dúvida sobre a fic, podem me perguntar que eu irei responder de bom agrado.

Ops! Vou tentar atualizar mais rápido, prometo

E me desculpem se ele não estiver arrumadinho

Desculpem qualquer erro


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...