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História One (Diley) - Choices and motives


Escrita por: dileycoud

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 38 - Choices and motives


Dallas, Texas

Setembro, 2008I

greja Evangelista do Texas

"Amazing Grace..."

As vozes das pessoas cantam em conjunto na igreja e justamente com um piano, formando um coral em harmonia. Olhei para o lado e vi Demi sentada ao meu lado e cantava balançando levemente o corpo, com um leve e belo sorriso em seu rosto. Ela sempre gostou de cantar.

Selena logo estava do seu lado e também cantava. Sim, finalmente ela e Demi viraram amigas, quer dizer, Demi pelo menos não implica mais com a garota, o que é bom.

Olhei para outro lado e Dallas também estava ao meu lado cantando, e Madison estava em seu colo brincando com um pequeno ursinho de pelúcia. Assim como Noah que estava em meu colo, só que dormindo. Nossos pais estavam logo a nossa a frente, e também cantavam.

Voltei a minha atenção a Dallas quando senti seu olhar me queimar. Agora ela não cantava, e me encarava com um brilho nos olhos e um sorria abertamente. O que me fez retribuir o sorriso de imediato.

– Que pecado Dalls. Você não está cantando. – Fingi desgosto, fazendo, a morena que antes era ruiva rir.

– Algo me distraiu. – Respondeu ainda sorrindo.

Retribui o sorriso e logo voltei a minha atenção ao pastor quando o mesmo começou a falar depois que o hino acabou, nos fazendo levantar e assim começar o culto.

(...) (...)

– Argh! Odeio cidade. – Dallas rosnou quando um carro em alta velocidade passou perto de nós.

– Nós sabemos. – Eu, Selly e Demi respondemos uníssono, rindo. Causando um revirar de olhos da mais velha.

– Meninas tomem cuidado! Está cidade está cheia de loucos! – Dianna nos alertou perto da porta da igreja, onde estavam as pessoas reunidas conversando sobre o culto ou qualquer outro assunto aleatório.

– Como se nós fôssemos normais. – Demi murmurou baixo nos fazendo rir. A observei e admirei seus detalhes.

Seu cabelo estava naturalmente solto, fazendo o vento os balançar levemente e o sol destacá-lo, mudando seu contraste. Um simples brilho labial rosa estava em seus lábios, e seus olhos eu não podia ver por causa dos seus óculos mas acredito que ela esteja com uma maquiagem de leve.

Demi vestia um vestido florido, pouco a cima dos joelhos e caía perfeitamente em seu pequeno corpo. E em seus pés, um salto da cor bege. E os acessórios dourados, mas não chamativos que a mesma usava, a deixando mais delicada.

– Você está linda Demi. – Soltei sem eu perceber, a fazendo corar fortemente e sorrir envergonhada. O que me fez encará-la mais ainda. Eu amo muito essa garota.

– V-vamos sair daqui antes que Dianna grite no meio da rua de novo. – Quando eu ia deixar um beijo na bochecha de Demi, Dallas me tirou da minha distração e nos puxou para a praça que tinha em frente da igreja, ou melhor, me puxou para a praça.

– Eu não acredito que amanhã já é segunda. Eu nem senti direito o gosto desse final de semana. – Selena bufou sentando um dos bancos e Demi logo sentou do seu lado. Estávamos pouco longe dos nossos pais, o que nos dava a total liberdade de conversarmos o que quisermos.

– Você não pode reclamar. Em pouco tempo você já se tornou popular e a líder de torcida da escola. – Demi retrucou diminuindo o tamanho do seu bastão.

– Mas não é como se eu gostasse daquele lugar, principalmente dos meus "amigos". – Fez aspas nos amigos e revirou os olhos. – As únicas pessoas que prestam lá são vocês.

– Ainda bem que já terminei o segundo grau. – Dallas suspirou e deitou sua cabeça em meu ombro. Passei o meu braço pelo o seu corpo e a abracei pela a cintura.

– Eu preferia nem ter entrado no ensino médio. – Demi resmungou. – Eu era feliz no ensaio fundamental e nem sabia. – Brincou nos fazendo rir.

– Infelizmente minhas fãs, eu vou ter que ir embora. – Selena levantou. – Meus pais já estão me chamando. – Apontou em direção aos seus pais que a esperavam no carro. Selena se despediu de nós com um abraço e foi embora justamente com os seus pais.

– Eu vou ao banheiro. – Demi se pronunciou. Ela levantou e esticou o seu bastão para logo depois ir em direção a rua.

– Eu vou guia-la. – Dallas falou saindo do meu abraço. Demi bufou mas não protestou, ela sabia que precisava de ajuda para atravessar a rua.

As acompanhei com os olhos e logo me arrependi de olhar pra direção delas. Vi Josh, intercalando o olhar entre mim e elas, e seu maldito sorriso estava em seu rosto. Me perguntava como um garoto desses tem a audácia de vir pra igreja depois de tudo o que fez.

Passou um ano e ainda ele fica me perturbando, porém nesse último ano graças a Deus ele não fez mais nada contra mim, apenas ameaças, porém isso não me impede que eu tenha medo. Eu achei que quando terminasse o ano eu finalmente consegui me livrar dele , mas não foi bem assim. Muito pelo ao contrário.

Eu me sinto suja só de imaginar suas mãos me tocando da forma mais agressiva e nojenta possível. Suas ameaças estão acabando comigo, meus pesadelos vêem piorando casa vez mais e eu já não consigo ter o total controle do meu medo.

Hoje, quando todos me tocam, pode ser da forma mais singela o possível, sinto que parece que eles vão me maltratar assim como o Josh fez, e eu acabo entrando em desespero. Sinceramente, a terapia nesse momento não seria uma má ideia.

– BOO! – O grito que saiu da minha garganta por causa do susto que levei foi mais fino do que qualquer outra coisa. O que fez Dallas me olhar divertida e com surpresa, erguendo uma sobrancelha. – Que gritinho foi esse Miley?

– Eu que faço as perguntas aqui. – Tentei desconversar e esconder a vergonha que passei agora. – Qual é da sua sair por aí assustando todo mundo? Eu poderia ter te machucado!

– Quanto exagero Miley. – Mexeu a mão em sinal de desdém me causando um revirar de olhos. Logo após Dallas me olhou e deu um sorriso travesso, para depois me segurar pelo o pulso e me puxar para um lugar mais reservado.

Quando paramos de andar, Dallas me empurrou pelo o peito e senti minha costas se chocar contra uma árvore e seu corpo colar no meu, e então seus lábios pressionaram os meus em um beijo lento.

Arfei pesadamente fechando os olhos e levei as minhas mãos até os seus cabelos enquanto ela mantinha as suas agarradas em meus quadrils deixando ela dominar o beijo. Era até pouco estranho pra mim estar com ela, porém, um estranho bom.

Beijar a irmã mais velha da pessoa no qual você ama não é algo muito normal, mas a verdade é que eu não consigo me controlar. Dallas é incrível! Qualquer pessoa se apaixonaria por ela. Eu até posso amá-la, mas não dessa forma tão intensa. Eu a amo como minha amiga, e a verdade é que eu estou apaixonada por ela, mas paixão não é amor.

Eu amo Demi. E quando olho pra Dallas, eu a vejo. Parece errado? Sim. Mas esse é o único jeito para que eu não desse uma de louca, revelasse os meus sentimentos por Demi de vez e estragasse a nossa amizade. Isso sim me parece errado. Mas apesar de tudo eu sou apaixonada por Dallas, e a única coisa que eu não quero fazer é magoá-la.

Quando a falta de ar se fez presente quebrei o beijo e a encarei. Dallas também estava de vestido, porém era todo azul bebê e era um pouco colado ao seu corpo, mas nada inapropriado para ir a igreja ou qualquer outra ocasião parecida. Seus olhos estavam marcados pelo o lápis de olho preto e pelo o delineador destacando seus castanhos. E em sua boca um brilho labial, o que me deixava com mais vontade de beijá-la.

– Você está linda. – Sorri de lado e a encarei nos olhos.

– Você fala isso pra todas? – Murmurou irritada. Franzi o cenho e a encarei, o que a fez desviar o olhar para qualquer outro canto.

– O que você quis dizer com isso?

– Nada. – Disse sem ainda me encarar nos olhos. Pensei um pouco e logo lembrei do que houve mais cedo.

Segurei delicadamente seu queixo e a fiz me encarar.

– Você está com ciumes? – Perguntei rindo vendo-a revirar os olhos.

– Não consigo evitar. – Se desviou de mim. Torci a boca e encarei séria.

Quando Dallas me beijou na festa de quatro de julho e pediu para que ficássemos juntas, eu logo tratei de negar. Não porque eu não gostava dela ou não gostei do seu beijo, mas porquê eu não queria mágoá-la. Eu amo Demi e sempre deixei isso claro pra Dallas, e a possibilidade de meu sentimento por Dallas virar recíproco é pouca.

Mas Dallas continuou pedindo e eu acabei aceitando. Começamos a ficar escondido por causa que nós não sabíamos se nossos pais nos aceitariam por causa da nossa diferença de idade e por causa da nossa religião.

Sim, religião. Eu sei, eu sou intersexual, então posso namorar tanto homens como mulheres, o que eu preferir. Mas o problema é que as pessoas me vêem como uma garota completa, sem um brinquinho no meio das pernas, e por causa disso elas sempre me olham torto quando fico com uma garota. Mas o que eu posso fazer? Gosto de garotas e sou intersexual, não vejo problemas nisso.

Mas voltando ao assunto anterior. Eu e Dallas estamos juntas, quase namoradas, já faz algumas semanas, meses na verdade, porém escondido de todos. Dallas sempre deixa claro que me ama, mas eu não consigo retribuir esse mesmo sentimento na mesma intensidade. Eu sou apaixonada por ela, mas não a amo desse forma. E por causa disso tenho medo de mágoá-la, pois ela sabe que amo a Demi e as vezes isso fica estampado em meu rosto. E o resultado disso é o ciúmes de Dallas.

– Tudo bem. – Fui até ela e a abracei pela a cintura. – Também não consigo me controlar, me desculpe. – Lhe dei um selinho.

– Você não precisa se desculpar. Eu que sou uma idiota por estar agindo dessa forma, não posso te forçar a me amar, aliás, eu que te coloquei nisso. Tenho que aguentar as consequências.

– Você não é uma idiota. – Falei negando com a cabeça. Fui até a árvore, sentei apoiando a minha costas nela e puxei Dallas para sentar do meu lado. – Vamos esquecer isso. Temos pouco tempo juntas e não quero desperdiça-lo desse jeito.

Dallas já sabendo do que eu falava, deu um sorriso malicioso, sentou em meu colo ficando de frente pra mim e me deu um beijo lento porém excitante. 

Segurei a sua cintura com as duas mãos e a trouxe mais para mim. Dallas então, sugou o meu lábio antes de encerrar o beijo e dar atenção para o meu pescoço, beijando e mordendo aquele local me fazendo engolir em seco.

– Da-Dallas... – Tentei afastá-la de mim, mas a mesma grudou em meu corpo. – Dallas... eu não... – Tentei falar mas a mesma me interrompeu com um beijo rápido. – Dallas... n-não.

Eu já estava ficando desesperada. Minha respiração estava acelerada e meus batimentos cardíacos descontrolados. Quanto mais eu sentia seus beijos e suas mãos tocando em meu corpo, mais dias como naquele beco se passavam em minha mente como flashbacks.

– Dallas para... – Senti as suas mãos adentrarem a minha camisa social e meu desespero foi ao nível extremo. – DALLAS PARA! – Gritei a empurrando de cima de mim, o que a fez cair com tudo no chão.

Dallas me olhou assustada. Seus olhos me observam atentamente, mas ela não observou por muito tempo pois logo fez uma careta de dor, e foi aí que percebi que eu a machuquei.

– Eu... e-eu preciso ir. – Levantei e sai em passos rápidos, deixando ela caída no chão.

(...) (...)

A voz do vocalista do Slipknot cantando Duality ecoava no meu quarto, impedindo que eu ouça do outro lado do cômodo, e também provavelmente permitindo que alguém do outro lado ouça a som alto vindo daqui. Mas eu não estava me importando com isso.

Levantei da cama e fui para um pequeno e minúsculo frigobar que tinha escondido em meu guarda roupa. Sim, eu tinha um frigobar em meu quarto, e não, meus pais não sabiam disso, e espero que não descobrem.

Peguei uma garrafa de uma bebida que eu não me importei de saber o nome, mas só sei que tinha a cor esverdeada. Voltei para a minha cama e levei o gargalo até a minha boca, tomando uma grande golada da bebida misteriosa. Era bom e doce, porém um pouco forte de mais.

Passei a beber enquanto ouvia a música, que agora tocava Black is Black do AC/DC. Adoro rock, porém não era o meu tipo de gênero favorito. Prefiro mas um R&B ou um clássico, mas nessa hora tudo o que eu queria ouvir era rock. Talvez seja por causa da melodia pesada, e também por causa que eles transmitiam uma mensagem, que honestamente, eram mais sinceras que muitas músicas calmas por aí.

Minha atenção foi tomada a porta quando vi a mesma ser aberta e Dallas logo passou por ela. Achei que tinha trancado a porta. Bufei baixo e revirei os olhos, dando outra golada em minha bebida esverdeada e observando Dallas ir até o som e desligá-lo.

– Precisamos conversar. – Falou firme, me olhando séria.

A analisei de cima pra baixo. Ela tinha mudado de roupa. Agora vestia um short jeans e uma moletom azul com bolsos e um desenho qualquer estampado no mesmo, e ele cobria quase a metade de seu corpo pequeno. E em seus pés um all star preto. E a faixa em seu braço esquerdo não passou despercebido por mim.

– Como está o seu braço? – Desconversei e a fitei preocupada. Sentei corretamente na cama, deixando os meus pés descalços tocaram o chão gélido de madeira e a olhei atentamente.

– Bem, eu acho. Foi só um corte, nada de mais. – Disse pausadamente, sem me encarar nos olhos.

Suspirei pesado e fiz um movimento com a mão, a pedido para que ela venha até a mim. Meio receosa ela veio até a mim em passos lentos, e quando ela chegou perto de mim a puxei, a fazendo sentar em meu colo de lado.

– Me desculpe. – Deixei um beijo em sua bochecha e logo escondi o rosto na curva do seu pescoço, alisando seu braço enfaixado.

– Não peça desculpas. Fui uma idiota por ter insistido e não ter respeitado o seu tempo. É que estamos juntas a um bom tempo, e sinceramente, não consigo te olhar e não querer avançar mais um passo. – Não a respondi, apenas soltei um risada dando um gole em minha bebida. – Você está bebendo?

– Não. – Neguei rápido de mais e a encarei, vendo-a semicerrar os olhos em minha direção.

– Me dê. – Ela não pediu, ela ordenou.

– P-pra quê? – Distanciei a garrafa de bebida do seu alcance.

– Ande Miley! Me dá essa garrafa agora! – Alterou seu tom de voz, o que me fez engolir em seco.

Bufei derrotada e entreguei a pequena garrafa de vidro pra ela contra a minha vontade. Dallas levou o gargalo da garrafa até o seu nariz e respirou fundo, inalando o conteúdo dentro da mesma.

– Isso é álcool... aonde você conseguiu isso? – Me fitou séria e apontou para a garrafa.

– Com um amigo. – Menti, dando de ombros.

– Sério? – Sua voz saiu firme e levemente debochada. – Desde quando isso? Seus pais sabem que você bebe? Miley você tem apenas dezesseis anos, isso pode fazer mal a você. – Revirei os olhos mas não rebati contra ela.

Ela estava certa, não é saudável beber na minha idade, apesar de que muitos adolescentes bebem nessa idade, não é saudável e muito menos a favor da lei.

Mas o problema é que eu não consigo me controlar, não é como se eu fosse uma alcoólatra, mas porquê a bebida me faz esquecer um pouco de tudo e um pouco mais. Me leva ao mundo imaginário, em um mundo só meu e me deixa fazer moradia nele por algum tempo. Não é por muito tempo, mas aproveito cada segundo. Por isso me afundo no álcool até esquecer onde estou.

– Não vai me responder? – Perguntou séria depois do breve silêncio entre nós. As vezes Dallas age como se fosse a minha mãe ou a minha irmã mais velha.

– Olha, isso não é nada de mais. E essa é a primeira garrafa que tomo hoje. – Isso era verdade.

– Primeira garrafa que você toma hoje? – Riu forçado, uma risada incrédula na verdade. – Então se eu não tivesse vindo você estaria bebendo todas neste quarto e ouvindo rock no som alto? – Não falei nada, apenas sorri culpada. O que fez Dallas revirar os olhos e bufar.

– Vamos esquecer isso. – Tirei a garrafa da sua mão e coloquei no chão ao meu lado. Dallas me deu um olhar mortal e eu engoli em seco. – Me-melhor, vamos conversar sobre isso depois

– Ok. – Resmungou irritada.

Encostei nossos lábios em um beijo rápidos na intenção de acalmá-la, mas ela continuou com o bico irritado. A beijei de novo só que agora um beijo mais prolongado, e pude sentir ela sorrir entre o beijo.

– Desse jeito fica difícil ficar brava com você. – Falou rindo. – E a sua boca está com gosto de bebida.

– Eu sei. – Ri e a beijei de novo, o que a fez fazer uma careta engraçada.

– O que foi aquilo que aconteceu hoje de manhã? – Mudou o assunto, me fitando seriamente.

– Nada. – Respondi rápido. Deitei na cama e Dallas deitou ao meu lado, descansando sua cabeça em meu peito.

– Tem certeza? Não tem nada a ver com o que aconteceu com você? – Suspirei ao ouvir sua pergunta.

Sim, tem tudo a ver com o que aconteceu comigo, tem tudo a ver com os abusos, mas ela não precisa saber disso. Aliás, já deixei bem claro que eu já superar isso, apesar que a última coisa que fiz foi superar isso.

– Não tem nada a ver com o que aconteceu comigo. – Menti. – Eu só não estava pronta, e também não queria que a nossa primeira vez fosse no meio de um parque totalmente deserto. – Por partes era verdade. Não queria ter a minha primeira vez com Dallas no meio do mato. Eu não ia transar com qualquer garota. Era a Dallas, e eu tenho um grande respeito com ela.

– Uhum. – Murmurou desconfiada, não acreditando em mim e eu não tiro conclusões dela.

Tenho uma grande fama de galinha na escola. Sempre ficava ou transava com uma garota. Um dia era uma e no outro dia era outra, e assim sucessivamente. E era estranho para alguém me ver dispensar uma oportunidade de fazer sexo. Porém, depois de tudo que vem acontecendo não consigo mais deitar com uma garota, por mais que eu goste dessa garota.

– Já decidiu o que vai fazer depois do colegial? – Dallas perguntou depois de um tempo em silêncio.

– Eu acho que vou ficar por aqui mesmo. – Suspirei, acariciando o seu cabelo. – Vou fazer um curso de fotografia. As vezes é bom sentar e observar os bons e pequenos detalhes que o mundo nos proporciona, e nada mais justo do que registrar essas pequenas coisas em uma câmera fotográfica. – Sorri de lado e a encarei.

Um pequeno sorriso estava em sua face, assim como em seus olhos. Algumas mechas de seu cabelo caiam em seu rosto sem qualquer resquícios de maquiagem, o que a deixa mais bela.

Sabe quando sabemos que somos totalmente gratos por ter uma pessoa em nossas vidas e que não podíamos estarmos mais felizes por tê-la em nossas vidas em apenas em observá-la? Pois bem, é assim que me sinto quando olho pra Dallas.

Nunca na minha vida alguém se importou comigo como Dallas se importou. Ela esteve comigo desde do começo, sempre quando eu preciso, ela está me aconchegando em seus braços. Eu tenho sorte de tê-la em minha vida. Eu realmente, honestamente, quero retribuir em dobro tudo o que ela fez por mim, quero cuidar dela assim como ela fez comigo.

– Que foi? – Sua voz me tirou do transe. A olhei e as maçãs em seu rosto estavam coradas, e um pequeno e belo sorriso envergonhado se formava em seus lábios.

– Espere um segundo. – Me apressei a dizer, o que a fez franzir o cenho. Levantei da cama as pressas e fui até o meu guarda roupa sobre o olhar confuso dela. Abri o meu guarda roupa e tirei de dentro de lá uma caixa preta, a abrindo logo seguida e tirando de dentro dela uma câmera fotográfica profissional.

Guardei a caixa novamente e fui até Dallas com a câmera em minhas mãos.

– Desde quando você tem essa câmera? – Indagou confusa.

– Ganhei de aniversário. – Dei de ombros e sentei do seu lado da cama.

– Mas seu aniversário é só no mês que vem. – Continuou confusa, sentando corretamente na cama e com as pernas cruzadas como índio. Seus cabelo agora estava levemente bagunçado, seus dedos brincavam com o cordão do moletom e o seu olhar confuso a deixava mais fofa.

– Eu sei. – Sorri. Posicionei a câmera perto do meu rosto, ajeitei e bati a foto sem deixar ela protestar. O que a fez abrir a boca indignada.

– Não acredito que você fez isso Miley! – Enfureceu enquanto eu ria e analisava a foto tirada a segundos atrás.

– Ficou linda. – Divaguei, sorrindo maravilhada. – Vou revelar essa foto e guardar ela pra sempre, nunca irei jogar fora. – Falei séria, mostrando-a que estava sendo sincera.

Sentei do seu lado ainda encarando a imagem na tela da minha câmera em minhas mãos e Dallas deitou sua cabeça em meu ombro.

– Até que ficou boa. – Falou encarando a câmera. Concordei e virei o meu rosto, encostando os nossos lábios em um beijo lento. Sua língua adentrou em minha boca explorando cada canto da mesma, em enquanto a minha se deliciava ao sentir sua língua em contato com a minha.

Abracei a sua cintura enquanto o meu braço livre se ergueu, e então, com um movimento com o dedo indicador, pôde-se ouvir o click da câmera sendo disparada.

– Miley! – Dallas exclamou irritada, enquanto eu ria e analisava outra foto que tirei, só que de nós duas.

Los Angeles, Califórnia 

Dias atuais

Residência da Cyrus

Despertei ao sentir movimentos ao meu lado, porém não abri os olhos. Minha cabeça parecia que foi pisoteada por um cavalo de tanto que doía. Parecia que ela ia estourar a qualquer momento.

Os movimentos ao meu lado não paravam, o que me fez bufar irritada e cobrir o meu rosto com o edredom, porém nada adiantou.

– Floyd para! – Reclamei.

– Agora eu sou um cachorro? – Descobri o meu rosto rapidamente, abri os olhos e vi um ser de cabelos morenos na minha frente. Ela vestia um pijama curto, de tecido de seda e seus cabelos estavam soltos e desajeitados.

– O que você faz aqui Megan? – Rosnei irritada e ela me olhou... magoada? Eu não sei dizer bem, pois ela logo desviou o olhar para outro canto.

– Você não se lembra. – Sua voz saiu embargada.

– Não me lembro do quê? – Perguntei confusa.

– Ai meu Deus! Você não se lembra! – Exclamou totalmente magoada e sensível.

– Meu Deus Megan, me diga o que aconteceu! – Segurei os seus ombros e a fiz me encarar. Seus olhos estavam marejados, o que me engolir em seco ao imaginar várias coisas que podiam ter acontecido entre nós.

– A g-gente... – Fungou, limpando seus olhos. – A gente transou o-ontem. – Senti que os meus olhos se arregalaram tanto que parecia que os globos oculares iam pular fora a qualquer momento.

– A gente o quê?! – Praticamente gritei assustada. Respirei fundo já sentindo o meu coração errar duas ou três batidas.

– Transamos. E-eu sei, não devíamos, m-mas você insistiu e acabei resistindo. Então vo-você se declarou pra mim e disse que m-me amava. Eu também me declarei, di-disse que sou a-apaixonada por você desde do momento em que te vi, e e-então fizemos amor a noite inteira. – Respirou fundo. – Mas você não se lembra... – Se levantou e virou de costas pra mim começando a chorar.

Meu Deus como eu pude fazer uma burrada dessas?! Não é possível que isso tenha acontecido mesmo. Mas talvez tenha, eu não me lembro de exatamente nada do que aconteceu ontem.

– Megan... – Levantei da cama e logo percebi que estava só de sutiã e cueca. Engoli em seco e respirei fundo. Será que isso aconteceu mesmo? – Megan, o-olha, eu não sei o que houve ontem, não consigo me lembrar. Talvez tudo tenha sido a efeito do álcool, sei lá... e-eu te amo, mas não dessa forma.

E como se fosse possível seu choro se intensificou e ela começou a tremer. Suspirei pesado encarando a sua costas e fui até ela tocando o seu ombro.

– Megan... – Me interrompi quando seu choro saiu tanto quanto estranho.

– Que foi? – Sua voz saiu abafada.

– Megan, olhe pra mim. – Pedi já desconfiada, mas ela não me respondeu. Segurei os seus ombros e a virei pra mim confirmando o que desconfiava. Ela estava rindo! – Mas que merda! Vai se foder Megan! – Enfureci quando percebi que era tudo atuação e brincadeira sua.

– Você caiu direitinho! – Diz entre risadas. Revirei os olhos e voltei a me deitar na cama. – Cara, eu deveria ser atriz.

– Nossa, eu estou rindo muito. – Fui irônica, soltando uma risada falsa.

– Confessa Miley, foi engraçado. – Se jogou na minha cama, corrigindo, se jogou em cima de mim.

– O que faz aqui? — Perguntei a empurrando de cima de mim, mas a mesma não desgrudou e me abraçou de lado, passando o seu braço pelo os meus ombros.

– Você dormiu na sua cozinha. Então eu te trouxa pra cá, te dei banho e você dormiu. Então eu dormir aqui caso se você precisasse de alguma coisa. – Deu de ombros. – Aliás... – Se separou de mim e pegou uma bandeja que estava em cima de uma mesinha que tinha em meu quarto. – Eu trouxe seu café da manhã e um comprimido. O café está forte para ver se melhora o pouco a sua dor de cabeça.

– Obrigada. – Deixei um beijo em sua bochecha e passei a comer o meu café da manhã.

– De nada. – Sorriu. – E também Dinah está na cozinha.

– O que ela está fazendo na cozinha? Perguntei com a boca cheia.

– Vendendo roupas. O que mais se pode fazer na cozinha Miley? – Me respondeu sarcástica. Revirei os olhos e comi um pedaço de um pãozinho doce que tinha no meu prato de café da manhã. – Ela está fazendo o almoço. Aliás, são mais de uma hora da tarde.

Não a respondi, apenas assenti com a cabeça. Terminei o meu café da manhã e logo levantei para tomar um banho e me trocar. Chamei por Megan quando já estava pronta e fomos para o primeiro andar, indo direto pra cozinha.

– NÃO! – Corri até o Floyd quando Dinah ameaçou a dar doce à ele, o que assustou ela e o Floyd.

– Que foi garota?! Quer me matar de susto?! – Exclamou com a mão no peito e me olhando seriamente.

– Dinah não pode dar doce a cachorros, principalmente chocolate. Faz mal à eles. – Ignorei seu pequeno surto. Acariciei os pelos do Floyd e sentei no banquinho do balcão com ele ainda em meu colo.

– E eu vou saber? Tenho crianças em casa não cachorros. – Rebateu sentando do meu lado, logo Elizabeth apareceu na cozinha com um papel e gis de cera na mão e sentou em seu colo.

– Esse macarrão com queijo está muito bom. – Megan apareceu com um prato de comida. Nesse meio tempo da minha pequena discussão com a Dinah, Megan já tinha servido o seu almoço. Ela só não engorda de ruim.

– Onde está Demi? – Perguntei depois que percebi sua ausência.

– As meninas levaram ela para o shopping. Acho que estão fazendo compras para a bebê dileymer.

– Diley o quê? – Olhei desentendida para Megan, que revirou os olhos pra mim.

– D de Demi, iley de Miley e mer de Wilmer. Dileymer. – Explicou como se fosse a coisa mais simples e normal do mundo.

– E como está Demi? Ela está melhor? – Ignorei Megan.

– Sim. Selena disse que sua crise evoluiu ontem por causa da gravidez, sabe, mexe muito com os hormônios dela. Porém a chance de isso acontecer de novo é pouca, mas é sempre bom ficarmos atentas. Hoje, graças a Deus, Demi não demonstrou nenhuma qualquer outra personalidade, apenas mudanças de humor.

Suspirei aliviada quando Dinah terminou de explicar. Isso mostra que o tratamento está indo como o esperado.

– Ah e Marissa mandou avisar que amanhã você tem terapia, e hoje consulta no urologista.– Assenti com a cabeça.

– Só isso? – Perguntei e elas negaram com a cabeça.

– Depois que você ir no urologista, vamos ao shopping. Iremos encontrar com as meninas lá. Selena avisou que precisa conversar com a gente, principalmente com você.

– E é melhor nós irmos logo, pois no final da rua tem algumas empresas e repórteres. Já já vão vir mais. – Dinah advertiu, me olhando séria.

– Então acho melhor eu ir me arrumar. – Me apressei a dizer. Coloquei Floyd no chão e me retirei da cozinha, indo para o meu quarto.

(...) (...)

– Parece que está tudo bem, Srta. Cyrus. Nenhum sinal de fecção, câncer ou qualquer outro tipo de doença. – A doutora sorriu enquanto eu levantava e abotoava a minha calça jeans.

– Então, é só isso? – Corri a nuca, levemente constrangida, o que fez rir. Não é todo dia que eh deixo uma mulher estranha tocar o meu amigo, por mais que seja a profissão dela.

– Só tenho algumas perguntas para fazer, nada de mais. –Sorriu, enquanto caminhava até a sua mesa. – E não precisa ficar constrangida, eu sou profissional, já trabalho nessa área a muito tempo. E também tratar do seu amigo não é nada constrangedor, muito pelo ao contrário. – Riu novamente, me fazendo relaxar um pouco.

– Quais são as perguntas? – Sentei na cadeira que tinha em frente da sua mesa.

– Essa é sua primeira consulta? – Perguntou enquanto escrevia em um caderno.

– Não. Já tinha feito várias, mas depois que eu me mudei eu parei de ir. – Respondi e ela assentiu com a cabeça.

– Está em um relacionamento? – Assenti devagar, o que a fez franzir o cenho levemente.

A verdade é que eu não sei mais se eu e Demi ainda estamos juntas. Ela não fala comigo, praticamente me odeia e me quer longe dela, porém em nenhum momento ela pediu o término do nosso relacionamento. Prefiro acreditar que ainda estamos juntas.

– E a sua vida sexual? Está ativa? – Engoli em seco ao ouvir a sua pergunta, o que a fez rir de leve.

– É... e-eu...

– Sim! Está muito ativa! – Megan entrou na sala e me interrompendo. Fechei os olhos com força já imaginando as coisas que ela irá falar.

– Com licença, mas a senhorita é? – A doutora perguntou séria, porém não esboçou ignorância diante de Megan.

– Megan, sou Megan Cyrus. Sra. Cyrus. – Respondeu com um sorriso de lado. Arregalei os olhos e a encarei.

– Oh! Vocês são casadas? – A doutora intercalou os olhares surpresos entre nós.

– Não!

– Sim!

Megan e eu respondemos juntas, fazendo a mulher aparentemente de quarenta anos franzir o cenho.

– Somos casadas sim doutora, Miley que adora fazer gracinhas. – Megan veio até a mim e tocou os meus cabelos acariciando os mesmos. – Não é amor? – Deu um sorriso falso e eu a encarei séria.

– Pensei que só eu podia te chamar de amor, Miley. – Eu estava pronta xingar Megan de todos os nomes possíveis e existentes desse mundo quando Dinah entrou na sala, e para piorar, com Elizabeth ao seu lado. O que fez a coitada da mulher de jaleco ficar mais confusa.

– Senhora...

– Cyrus. Dinah Cyrus. – Repondeu sorrindo. — E essa pequena aqui é Elizabeth Hansen Cyrus. 

– Ai meu Deus! – Exclamei em voz baixa, escorregando levemente na cadeira em que eu estava sentada.

– Espera... vocês duas são esposas de Miley?

– Sim! – Responderam juntas. – Poliamor, sabe, casais com mais de dois. – Dinah completou dando de ombros.

– Surpresa? – Megan a olhou irônica, sorrindo de lado.

– Não, claro que não. – A doutora sorriu. – Aliás, sou a Dra. Milton, mas podem me chamar de Katty

– Olha doutora, isso tudo o que elas falaram é... – Tentei explicar mas Megan acabou me interrompendo novamente.

– É a mais pura verdade. – Completou, como se fosse aquilo que eu ia dizer. – E como foi o exame?

– Ótimo! O pênis da Sra. Cyrus está em perfeita condições, nada que venham se preocupar. – Senti as minhas bochechas queimarem. Não duvido nada que eu esteja parecendo um pimentão ambulante.

– Isso quer dizer que podemos tran...

– Já posso ir embora? – Interrompi Dinah, fazendo as três mulheres rirem.

– Sim, claro. – Sorriu. – Até a próxima consulta Miley. – Não a respondi, apenas retribui o sorriso e levantei rapidamente, saindo da sala da doutora e empurrando as minhas "esposas" , com Elizabeth logo atrás da gente.

– Que foi meu amor? Por que está nervosa? – Dinah virou-se para mim e tocou o meu rosto, acariciando o mesmo.

– Me pergunto por que eu ainda sou amiga de vocês. – A ignorei tirando a sua mão do meu rosto.

– Porque você nos ama, é isto. – Megan piscou para mim.

– Infelizmente.

– Ok, é melhor irmos porquê parece que Demi não está bem. – Olhei rapidamente para Dinah assim que eu ouvi o que ela disse. Ela encarava a tela do seu celular e tinha o cenho levemente franzido.

– Como assim ela não está bem? O que houve? – Minha voz saiu firme. Porém era nítido o meu nervosismo

– Ela está com dores, mas não são fortes. – Dinah me respondeu pausadamente, olhando para o seu celular. Acho que ela estava lendo as mensagens de alguém enquanto me respondia.

– Com quem você está conversando? Que tipo dores? É algo sério? – Disparei nas perguntas.

– Estou conversando com a Selena e eu não sei. – Suspirou e me olhou. Logo o seu celular apitou indicando uma nova mensagem. – Selena disse que está tudo bem agora, parece que as dores pararam.

– Pergunta pra ela se o bebê está bem. – Pedi e ela assentiu com a cabeça, digitando no seu celular logo depois.

– Selena respondeu que ela é psiquiatra e não obstetra. – Falou séria mas logo riu, me fazendo revirar os olhos. Dinah voltou a sua atenção ao celular quando ele apitou novamente. – Aparentemente o bebê está bem. E é pra irmos logo porquê elas estão com fome e Selena tem um encontro pra ir.

– Finalmente a cabeça de todos nós desencalhou! – Soltei uma risada pelo apelido carinhoso que Megan deu à Selena. Megan não tinha jeito mesmo.

– Se ela ouvir você a chamando assim ela te bate. – Falo entre risadas.

– Podemos ir? Eu também estou com fome. – Dinah chamou a nossa atenção. Eliz já estava em seu colo e parecia sonolenta. – E também Elizabeth está quase dormindo.

– Ok, vamos então. – Fomos para o estacionamento e andamos em direção para o carro de Dinah, que eu viemos com ele.

– Miley, você foi demitida? – Megan perguntou quebrando o silêncio dentro do carro, o que me fez franzir o cenho.

– Não, por quê?

– Não te vi mais na empresa, e nem nos estúdios. – Deu de ombros, olhando pela a janela do carro.

– É que eu pedi um tempo no trabalho. Expliquei a minha situação e Rihanna aceitou, e não irá descontar no meu salário. – Claro que eu omiti para ela a parte de que eu fui presa culpada por um homicídio e que agora o tribunal está de olho em mim.

– Cachorra! – Exclamou Megan indignada. Ela olhou para mim pelo o retrovisor, já que ela estava no banco do passageiro e eu no banco de trás junto com a Elizabeth que estava em uma cadeirinha dormindo. – Eu pedi licença pra ela quando o meu gato morreu e invés da Rihanna dar ar de misericórdia ela dobrou o meu trabalho! – As gargalhadas da Dinah e a minha ecoaran no carro, o que fez Eliz resmungar algo mas não despertou do sono.

– Eu acho que ela ainda está te vingando por você ter transado na sala dela. – Dinah diz entre risos.

– Oh escada de bombeiros, cala a boquinha e presta atenção no trânsito que a conversa não chegou na ala dos macacos! – Revidou Megan, me fazendo rir pela a cara que Dinah fez.

– Sorte sua que eu estou dirigindo folha A4, se não estaria voando em seu pescoço agora.

– Vamos parar? – Resolvi me intrometer, se não elas teriam uma discussão inacabável. – Ninguém vai avançar em ninguém aqui. – Continuei séria.

Elas não ousaram me desobedecer e ficaram em silêncio o caminho inteiro, o que em fez agradecer mentalmente. Ainda estou com dor de cabeça e tudo o que eu mais queira agora era silêncio, nada mais além disso.

Suspirei pesado e encarei Elizabeth que dormia tranquilamente ao meu lado. Ela é uma criança adorável, Dinah e Mani criaram uma garota adorável, elas são boas mães.

Me perguntava como é realmente ter um filho. Cuidar, levá-lo pra escola, enisiná-lo tudo o que você sabe, observar seus passos. Ser mãe. Quando Dallas disse que seríamos mães confesso que foi o momento mais assustador da minha vida, porém, ao mesmo tempo uma felicidade inexplicável tomou conta de mim.

Eu prometi à ela que cuidaria dela e do nosso filho, apesar do título de mãe nunca ter combinado comigo. Bom, eu juro que tentei cumprir o que eu prometi, mas o medo falou mais alto e acabou me levando a outro caminho, onde eu não consegui mantê-los por perto.

E hoje novamente tive essa oportunidade, mas novamente consegui afastá-las de mim. Mas tinha uma diferença. Desta vez eu estava consciente dos meus atos, e posso dizer que, desta vez mereço pagar o pato.

Não soube quando chegamos no shopping, só voltei a prestar atenção a minha volta quando ouvir a porta do carro sendo fechada. Dinah e Megan já tinham saído do carro, deixando eu e apenas Elizabeth que continuava dormindo, o que me fez franzir o cenho.

Logo vi Dinah se aproximar do carro novamente em passos acelerados e em seguida abrir a porta onde Elizabeth estava.

– Eu esqueci ela. – Sorriu amarelo pra mim, enquanto tirava Elizabeth da cadeirinha. Agora ela já tinha acordado, mas estava sonolenta.

Soltei uma risada negando com a cabeça e sai do carro ainda rindo.

– Como pode esquecer sua filha dentro do carro? – Perguntei rindo, porém um pouco incrédula pelo o fato de ela ter esquecido que sua própria filha estava dentro do carro.

– Erro de toda mãe. – Repondeu sem muita importância, o que me fez rir mais e negar com a cabeça novamente. Com certeza eu não tenho amigas normais.

Caminhamos para dentro do shopping caladas. Megan já tinha entrado e provavelmente foi à procura das meninas. Eu estava com medo e ao mesmo tempo ansiosa para saber o que Selena quer conversar comigo, tenho quase certeza de que é sobre o que aconteceu ontem, que infelizmente, a bebida não me fez esquecer.

Mas por que "infelizmente"? Bom, Demi, de algum jeito, de qualquer forma e gesto, ela consegue causar um grande efeito em mim. Eu não sei como, mas seus toques, suas carícias, seu jeito, tudo que venha dela, de alguma forma, mexe comigo de uma forma inexplicável.

O seu cheiro me deixa embriagada, sua presença me deixa calma, a sua forma de pensar e de agir me deixa encantada, seu toque me deixa leve e o contato direto de sua pele na minha deixa um formigamento em meu corpo, e que se concentra direto na ponta dos meus dedos, me obrigando a matar a vontade de tocá-la e provar a mim mesma de que ela é real e está comigo.

E quando ela disse que me amava, mesmo sob o controle de seu transtorno, eu me senti a pessoa mais realizada do mundo. É sempre assim quando ela diz que me ama. Porém, daquela vez foi diferente, foi mais intenso; foi assustador.

Não assustador pelo o fato de ela dizer que me amava, mas sim pelo o fato de que aos poucos eu estou a perdendo, e com isso eu estou perdendo as sensações que ela me causa, os efeitos que ela deixa em mim. Foi assustador pois parecia um término.

Quando você convive com uma pessoa que ama, parece que você não sobrevive sem as sensações que ela lhe proporciona. Talvez não daria para viver sem a embriaguez que o seu cheiro me causava, sem a paz que sua presença me dava, sem o encanto que sua forma de agir e pensar me deixava, sem a leveza que seu toque me causava e sem o formigamento no corpo ao sentir a pele dela na minha. Parece que não sobrevivemos sem isso.

Então sim, infelizmente eu me lembro do seu "eu amo você". O "eu amo você" que me fez pensar do quanto eu não queria viver sem ele e que me alertou de que, infelizmente, eu também posso perdê-lo a qualquer momento.

– Hey! Estamos aqui! – O chamado de Megan despertou-me dos meus pensamentos. Olhei em sua direção e a mesma acenava animada pra nós, enquanto as meninas, envergonhadas, fingiam que nem a conhecia. Elas estava numa praça de alimentação.

– Pare com isso garota! – Dinah adivertiu-a quando chegamos perto dela. – Está parecendo uma foca com a nadadeira quebrada.

– Vai se foder Beyoncé falsificada! – Exclamou Megan, mostrando o dedo para Dinah, mas logo fez uma careta de dor pelo o tapa que levou da Ally.

– Miley você tem que ver os móveis que compramos para a pequena Lovato! Desculpa mas não deu para te esperar e... – Normani começou a falar animada porém a minha atenção foi tomada a Demi que estava distante, emocionalmente e literalmente falando.

Selena estava com ela. Elas estavam sentadas em uma mesa pouco distante de nós. Elas estavam conversando, quase não se dava para perceber pois seus lábios quase não se mexiam direito.

Suspirei ao ver o rosto cansado e pálido de Demi. Me partia o coração vê-la desse jeito, e tudo piora quando vejo que é por culpa minha. O que eu fiz é imperdoável, não só pelo o fato de que eu fui a culpada pela a morte de Dallas, mas sim pelo o fato de eu ter escondido isso de todo mund a anos. Sinceramente eu não sei como consegui sobreviver com essa culpa, mas consegui. Eu consegui sobreviver tanto que eu mesma fingi que nada aconteceu, deletei isso da minha vida, tanto no meu dia a dia como em minha mente. Isso é absurdamente errado? Com toda certeza! Porém, foi o único modo que eu achei para conseguir seguir em frente.

–... e soube que vocês já pintaram o quarto dela, é verdade? – Normani concluiu sua frase, me perguntando sobre algo.

– Ah... – Repreendi a mim mesma por ter deixa Normani falando sozinha enquanto eu viaja em pensamentos. Porém já percebi do que ela falava. – É verdade...

Me lembro perfeitamente desse dia. Eu e Demi decidimos criarmos a nossa filha em minha casa mesmo, e a mansão de Demi passará para Steven. Claro tudo com o acordo do Wilmer que também é o pai.

No mesmo dia pintamos o quartinho dela, que antes era um quarto de hóspede. Ele fica bem ao lado do nosso. Wilmer comprou a tinta e eu me responsabilizei a pintar, quer dizer, eu e Demi nos responsabilizamos a pintar o quarto. Com certeza foi um dos dias mais felizes que eu já tive.

Flashback on

– Essa tinta tem o cheiro forte. – Comentou Demi, me fazendo tirar a atenção da parede que eu pintava para ela.

– Mas é a melhor. – Wilmer respondeu abrindo outra lata de tinta. – Foi o que o cara da loja disse. – Deu de ombros.

– Quer esperar lá embaixo? Juro que não demoro aqui. – Perguntei para Demi. Aliás o cheiro da tinta é mesmo forte, e no seu estado não é bom ficar inalando cheiro de tinta, isso pode lhe causar de cabeça.

– Não, vou ficar aqui mesmo. – Sorriu fraco. Assenti mesmo não concordando com isso.

– Eu vou ter que ir. Ainda estou em meu horário de trabalho. – Wilmer suspirou terminado de abrir a última lata.

– Ah mas já? – Choramingou Demi, o que me fez estreitar os olhos.

– Desculpe pequena, tenho paciente para tratar. – Encarei o Wilmer ainda de olhos estreitos. Só eu posso chamá-la de pequena.

Wilmer vendo o meu ciúmes, deu um sorriso cúmplice e foi até Demi deixando um beijo em sua testa seguido de um abraço.

– Até mais... pequena. – Falou me encarando e ainda sorrindo. Que filho da mãe...

– Até. – Demi soltou uma risada, já sabendo o que estava acontecendo ali.

Esperei o Wilmer ir embora e assim que ele saiu, fui até Demi em passos firmes e beijei seus lábios enquanto as minhas mãos seguravam a sua cintura possessivamente. O que a fez rir durante o beijo, mas não deixou de retribuir.

– Minha. – Falei firme depois que quebrei o beijo. Demi riu e me deu um selinho.

– Só sua, minha ciumenta. – Repondeu entre risadas, me dando outro selinho.

Me separei dela e voltei a pintar a parede, que por sinal estava ficando muito linda. A cor amarelo Bonfim deixa tudo mais delicado e feminino , porém, nada tão exagerado. E também vai ter alguns toques cinzas para quebrar um pouco a claridade.

– Posso te ajudar? – Demi perguntou, me fazendo olhá-la com o cenho franzido.

– Quer me ajudar a pintar? – Ela assentiu rapidamente com a cabeça, fazendo uma careta super adorável e irresistível de se negar. – Claro que sim! – Sorri.

Peguei um pincel e o mergulhei um pouco ma tinta, e logo depois o entreguei para Demi. A guiei até a parede em que estava pintando, me posicionei atrás dela e com a minha mão, passei a movimentar o seu punho, a fazendo pintar a parede.

– Isso, continue fazendo esse movimento, depois te aviso quando mudar. – Demi concordou com a cabeça e eu voltei a pintar a parede.

Estava ficando muito lindo o quarto. Em minutos e minutos coordenava para Demi onde deveria pintar, se era para esquerda, direita, pra cima e etc. Ela estava indo muito bem. Se eu não a conhece, diria que ela não é cega.

– Isso aqui tá ficando muito chato. – Falei, parando de pintar. Larguei o rolo de pintura e peguei o meu celular logo indo para a minha playlist, colocando pra tocar no aleatório. – Que tal uma música para animar um pouco?

Não demorou e começou a tocar Livin' On A Prayer do Bon Jovi. Fui até Demi, tirei o pincel da sua mão e comecei a gira-la e dançar, o que a fez soltar a sua famosa gargalhada e a que eu tanto amo.

– She says, we've got to hold on to what we've got

It doesn't make a difference if we make it or not

 Cantei enquanto dançava. Fitei Demi e percebi que ela também dançava.

– Adoro essa música! – Informou, jogando os cabelos para os lados. Ela procurou pelo o pincel, e quando o encontrou começou a fazê-lo de microfone enquanto cantava. Sua mão ficou toda suja de tinta, mas parece que ela não se importou com isso e continuou a cantar.

– Assim você vai se sujar toda pequena. – Adiverti, sorrindo de lado. Fui até ela e tentei tirar o pincel da sua mão, pois pelo o que eu sei, essa tinta é bem difícil de tirar da pele. Mas Demi não deixou e de propósito, tocou o meu rosto com a sua mão melada de tinta me sujando também. – Você não fez isso! – Exclamei surpresa enquanto ela matinha um sorriso travesso nos lábios.

– É só tinta! – Deu de ombros sorrindo com a língua entre os dentes.

– Ah é só tinta? – Meu tom saiu irônico. Fui até a lata com tinta e molhei a minha mão com o líquido. – Então acho que você não se importaria se eu fizesse isso.

– Isso o... – Não deixei ela terminar de falar e com a minha mão melada, sujei praticamente o seu rosto inteiro com a tinta. – Miley!

– É só tinta. – Dei uma risada irônica, o que a fez bufar, porém um leve sorriso estava em seus lábios.

– Você me paga! – Então, em um movimento rápido, Demi aproveitou a minha proximidade e avançou em mim, me melando toda com a sua mão cheia de tinta.

Como eu não boba, não podia deixar barato, revidei. E com isso passamos a fazer uma guerra, jogando tinta para todo lado, deixando nós duas completamente cobertas de tinta.

Depois dessa pequena guerra de tinta, resolvemos terminar de pintar o quarto, o que não demorou muito, apenas algumas horas. Pois como o Wilmer disse a marca da tinta era realmente boa. Não tivemos nenhum trabalho com a pintura e ficou realmente lindo o quarto. Não vejo a hora de comprar os móveis para a minha princesinha.

Olhei para Demi que estava completamente suja de tinta amarela e cinza, creio eu que eu também não estava muito diferente, e sorri ao ver seu sorriso satisfatório. Caminhei até ela e abracei pelo ombro, e a mesma passou o braço pela a minha cintura me abraçando de lado.

– Tenho certeza que ficou lindo. – Falou ainda sorrindo.

– E ficou mesmo. – Me virei para encará-la. – Fizemos um ótimo trabalho. – Eu ia beijá-la mas Demi se desviou e passou o pincel com tinta em meu rosto, melando ele todo.

– Ops! – A sua gargalhada me fez esquecer da minha raiva na hora. Era difícil ficar brava com ela.

– Ah mas você me paga! – De surpresa a peguei no colo, o que a fez soltar um grito de surpresa e assustada, mas eu não a soltei.

Andei até ao banheiro com ela se debatendo em meu colo, me perguntando para onde eu estava a levando, o que eu vou fazer com ela, para colocá-la no chão e que vai chamar a polícia e blá blá blá. Quando Demi quer ser dramática, ela consegue fazer isso muito bem.

Assim que entro no banheiro, já fui direto para o box e coloquei a baixinha, que ainda continuou a falar sem parar. Entãopresolvi puxá-la para beijo cortando as suas reclamações e perguntas. Demi soltou um rusmumgo entre o os meus lábios e me afastei para ver o que estava acontecendo.

– O que foi? – A olhei preocupada.

– Sua boca está com gosto de tinta, credo. – Fez uma careta engraçada.

Revirei os olhos e passei a tirar a roupa suja de tinta que eu vestia. E quando terminei ajudei Demi a tirar a sua.

– Idiota. – Murmurei linlgando o chuveiro e Demi fingiu falsa cara de mágoa, me fazendo rir. – E dramática. – Digo entre risadas.

– A idiota dramática que você é completamente louca. – Jogou os cabelos pro lado e entrou de baixo do chuveiro.

– E muito convencida. – Ri enquanto eu a observava. 

Parece que seu corpo fica mais lindo a cada dia. Seu corpo tão bem desenhado por belas curvas me deixava louca. E a água caindo sobre o mesmo não estava ajudando a minha sanidade. Ela me enlouquecia.

 – Ok, e muito gostosa também.

Demi não falou nada, apenas deu sorriso arrogante e maldoso me fazendo arrepiar dos pés à cabeça. Meu suspiro foi alto quando senti uma pontada em meu pau. E foi ali que eu percebi que esse banho vai ser mais demorado do que eu imaginava. 

Essa mulher ainda me mata qualquer dia.

– Podemos conversar? – Selena apareceu de repente ao meu lado. Pisquei os olhos várias vezes e dei a atenção à ela.

– Claro. – Respondo assentindo com a cabeça. Andamos até uma mesa que tinha ali e sentamos nas cadeiras que tinham em volta da mesma.

– Então... – Me interrompi e observei-a. – Parece cansada. Você está bem?

– Claro. – Úmideceu os lábios. – Só estou cansada mesmo. – Sorriu fraco.

– Então, o que tem pra conversar comigo? – Voltei ao assunto anterior, sabia que Selena manteria o orgulhoso e não me contaria o que lhe perturba.

– Eu estou ficando preocupada. – Me fitou séria, o me fez franzir a testa.

– Com o quê? Com De...

– Não. – Adivertiu-me. – Não é com ela. Demi está melhorando mais que o esperado, o tratamento está indo muito bem. Eu estou preocupada é com você.

– Comigo? – Continuei confusa. – Mas por quê?

– Miley depois do que aconteceu eu decidir tomar uma decisão. – Suspirou. – Talvez não seja melhor que você esteja fazendo totalmente parte do tratamento de Demi.

– Como assi..

– Talvez seja melhor Demi voltar a morar na casa dela. – Me interrompeu firme, o que me fez negar com a cabeça várias vezes.

– Não, não, não! Não podemos fazer isso, ela mora comigo agora. A gente já decoramos o quartinho da nossa filha, já planejamos tudo. E você mesma disse que o tratamento estava indo bem.

– E está. E ela vai ficar fora só por um tempo, até eu tentar achar outra solução. Mas a questão não é ela Miley, é você. – Franzi em confusão e ela suspirou pesado. – O que aconteceu ontem me preocupou bastante. Quando te vi sentada lá na cozinha, quase não se mantendo firme e com a garrafa de uísque ao seu lado, juro que eu apenas vi a Miley de anos atrás. Aquela que era controla pelo álcool. – Suspirei frustrada desviando o meu olhar para mesa já sabendo aonde ela queria chegar. – Miley, pense comigo. E se acontecer de novo o que aconteceu ontem? E se toda vez quando Demi for controlada pela as suas personalidades você tiver uma recaída? Eu sei que foi muito difícil para você conseguir controlar esse vício, eu estava lá com você; todos estávamos. E eu não quero que você jogue isso pro ar assim do nada. Eu não posso deixar isso acontecer, você vai ter uma família! Você precisa aprender a se ajudar antes de tentar ajudar alguém. Você precisa se colocar no lugar que você conquistou, e não voltar a ser a Miley de antes. Eu não quero ver você neste caminho de novo. – A sua última frase saiu fraca, me fazendo fitá-la com os olhos marejados. Selly respirou fundo e voltou a me encarar séria. – Se ajude, que aí sim eu deixo você ajudar Demi.

Um suspiro forte saiu da minha boca quando Selena finalizou sua explicação. Eu não podia negar que ela estava certa. Desde que tudo isso aconteceu, eu sinto uma grande vontade de beber. Na verdade isso está acontecendo bem antes do casamento, porém só agora que eu estou percebendo o que está acontecendo.

É como se o álcool fosse uma necessidade. Me sinto vazia e sem saídas, minha garganta fica seca e tudo no que eu penso é nela, na bebida. Parece que sem ela eu não sei o que fazer, mesmo que no final, com ela eu acabo fazendo idiotices.

A bebida é uma droga, uma droga que vira sua vida de cabeça pra baixo. E quando você acha que ela está te ajudando, na verdade ela está te levando para o fundo do poço. E quando chega no fundo do poço, é hora que você percebe que não tem mais saídas, você chega ao seu limite.

– Vo-você está certa... eu não posso deixar isso acontecer. – Minha voz saiu rouca. Respirei fundo e limpei rapidamente meus olhos marejados. – Eu só não sei se desta vez eu vou conseguir sozinha.

– Hey! – Selly me olhou com o cenho franzido, levantando do seu lugar e sentando do meu lado. – É claro que vai, e você não está sozinha. Eu estou aqui com você, assim como estive todos esses anos. – Assenti com a cabeça e sorri fraco.

– Soube que tem um encontro hoje, é verdade? – Desconversei. Afinal é ainda difícil pra mim entrar neste assunto.

– Sim. Ela é um doce. Tem que conhecê-la. – Deu um sorriso apaixonado. É bom ver que ela finalmente encontrou alguém. – Demi vai sair hoje mesmo, já arrumamos as coisas dela. Ela vai ficar só um tempo lá, só até que tudo se ajeite. Conversei com Eddie e você vai poder vê-la, ok? – Assenti e deitei a minha cabeça em seu ombro, com um enorme bico manhoso em meus lábios. O que a fez rir e acariciar os meus cabelos. – Eu estou com você, sua manhosa.

(...) (...)

– Vocês já pediram os lanches? – Perguntei sentando ao lado da Ally e Camila, que me olhou assentindo com a cabeça. – Faz tempo?

– Não muito. – Lauren deu de ombros.

– Espero que não demorem. Estou com muita fome. – Suspirei e abri um pacotinho de ketchup e passei a chupar o mesmo.

– Você almoçou antes de vir pra cá. – Dinah me olhou surpresa.

– E isso me proíbe de sentir fome? – A olhei com o cenho franzido a fazendo revirar os olhos.

– O que é isso em seu rosto? – Normani tirou a sua atenção de Raven para mim, me analisando.

– Beleza. – Joguei os meus cabelos para o lado dando um sorriso convencido. Falei brincando mas falei a verdade.

– Não é isso sua idiota. – Mani revirou os olhos porém logo soltou uma risada.

– É ketchup. – Minha pequena Ally falou analisando o meu queixo, creio eu que esteja sujo de ketchup. – Deixo que eu limpo. – E então, ela levou a mão até o meu rosto, e com o polegar, limpou o ketchup do meu queixo logo o limpando com o guardanapo.

Encarei seus olhos, nos quais são os mais lindos que eu já vi. Nunca em cansarei de olha-los. Logo o meu olhar caiu para a sua boca, que estava torto em um leve e lindo sorriso. Não sei se foi por provocação, mas senti a minha garganta seca ao vê-la umedecer os lábios os deixando mais convidativos e beijaveis. Voltei a fitar os seus olhos e Ally me olhava como nunca tinha me olhado antes, o que me fez sentir um arrepio subir pelo o meu corpo diante desse olhar.

Já um tempo que venho sentindo coisas estranhas em apenas olha-la. Talvez isso seja amor, ou talvez paixão, ou apenas coisa da minha cabeça. Eu não sei muito bem o que é, só sei que a sua presença me faz bem, e é por isso que eu vou estar com ela sempre, mesmo ela não estando comigo.

– Se for beijarem se beijam logo. Já estou ficando com diabetes só de olhar para vocês duas. – Minha cópia, vulgo Lauren, provocou rindo, me fazendo voltar a realidade.

– Vai a merda. – Mostrei o dedo para ela que revidou, fazendo o mesmo que eu.

– Ih! Ela mostrou o dedo do meio! – Um moleque que apareceu do nada falou apontando para Lauren.

– Mostrei não. – Lauren tentou disfarçar mas não adiantou muito.

– Mostrou sim! – Continuou acusando e com o dedo apontado em direção à ela.

– Garoto cadê a sua mãe?

– Minha mãe disse que quem mostra dedo do meio é um bobo que não tem cérebro. Você não tem cérebro, então você é burra. – As meninas seguraram as risadas enquanto Lauren olhava de boca entreaberta para o garoto. Já eu não aguentei e explodi na gargalhada.

– Ah seu fdp! – Rosnou.

– Você falou palavrão! – O menino novamente apontou o dedo para Lauren.

– Não é palavrão se eu só falei as inicias, a não ser que eu fale filha da pu...

– Lauren! – Ally a repreendeu.

– Que foi? Se ele sabe o significado fdp então ele já falou filha da puta.

– LAUREN! – Desta vez foi Camila, dando um tapa em seu braço. Eu só sabia rir.

– Você falou palavrão! – Acusou novamente o moleque. – Você vai pro inferno. – Rosnou, olhando pra Lauren de olhos estreitos.

– E vamos te levar junto se você não calar a sua boquinha e ir de volta para os braços de sua mamãe agora. – Marissa rosnou de volta, levantando do seu lugar e ameaçando a correr atrás do menino, que arregalou os olhos e saiu correndo. – Pronto. Problema resolvido.

– Gente, cadê a mini Ally? – Perguntei olhando em volta quando percebi a ausência de Demi.

– Estou aqui. – Ally me olhou com o cenho franzido.

– Não estou falando de você não pequena. – Acariciei o seu rosto. – É de Demi que estou falando.

– Ali. – Marissa apontou com a cabeça em sua direção, me fazendo olhar para onde ela indicou. Demi estava em uma mesa um pouco afastada da gente, ela parecia tão pensativa, mas ao mesmo tempo exausta. – Ela foi pra lá alegando que precisava ficar um tempo sozinha.

– Ela parece triste, por que será? – Me repreendi a mim mesma por ter feito uma pergunta tão estúpida. As vezes eu falo cada merda.

– Eu não sei, mas por que será, hein Megan? – Mila foi irônica. – Talvez seja porque ela descobriu da pior forma possível que sua namorada foi a culpada pela a morte de sua irmã, e que elas tiveram um caso. E também deve ser porque ela está enfrentando uma guerra interna entre ela e seu transtorno para poder ter o total controle se suas personalidades, e está preocupada com seu bem estar e de sua filha. Ou só talvez seja porque ela sente falta de sua mãe, que neste momento, está desaparecida, é uma fugitiva e que talvez nunca mais volte. E sem cantar que ela é ce...

– Eu já entendi. – A cortei antes que ela continuasse com esse tom irônico. Suspirei e voltei o meu olhar para Demi. Odeio vê-la assim, na verdade odeio ver nenhumas das minhas amigas assim. – Eu vou falar com ela. – Disse sem pensar. Sem deixar as meninas falarem algo, levantei do meu lugar e fui até Demi.

– Hey baixinha. – A chamei quando cheguei perto dela e Demi deu um pequeno pulo, mas logo se aliviou quando reconheceu a minha voz.

– Oi Megan. – Sorriu fraco. Sentei do seu lado respirando fundo.

– Está tudo bem? – Droga Megan! Para de fazer perguntas tão estúpidas. – Nem precisa me responder. – Me apressei dizer, quando vi que ela ia me responder. – Soube que estava com dor. Está tudo vem agora?

– Sim. – Assentiu em afirmação. – Era só uma dorzinha, nada de mais. E além do mais, ela se mexe muito. – Sorriu e acariciou sua barriga.

– Que bom, torço pra que seja só isso mesmo. – Digo sincera. Aliás, não sei se é normal sentir essas dores, mas algo me diz que não é.

"Demetria Devonne Lovato, foi vista fazendo compras no shopping  juntamente com as suas amigas. Logo após Miley Cyrus também foi vista no shopping. Será que Demetria per..."

– Peça para eles desligarem a tv, por favor. – Demi pediu em voz baixa, me fazendo parar de prestar a atenção no programa de fofocas para ela.

– Claro. – Respondi concordando com a cabeça. – Hey você! – Chamei um garçon que trabalhava na lanchonete. – Por favor... desliga a porra daquela tv! – Alterei o meu tom de voz o que fez o magricelo tremer igual uma vara.

– Si-sim se-senhora... – Ele saiu correndo em direção à televisão e desligou a mesma.

– Pronto, resolvido.

– Obrigada. – Sorriu. – Megan, não me leva a mal não mas eu quero ficar sozinha. – Diz ajeitando o seu óculos escuros em seu rosto.

– Não, você não quer ficar sozinha, você quer entender. – Respondo rápido. Demi franzir a testa e virou a cabeça em minha direção. – Você quer respostas, não é? Não entende o porquê disso tudo, precisa de um tempo sozinha para poder descobrir. Mas você não vai descobrir se você não perguntar pra ela.

– Não é bem assim. Você não entende. – Soltou um suspiro alto.

– Eu entendo muito bem. — Ri falso. Sentei de lado, ficando frente pra ela. – Você sabe que ela tem a total culpa mas não quer culpá-la completamente. Quer achar um motivo para continuar lutando, um motivo para perdoá-la. Você quer achar um caminho? Então pergunte, converse com ela. Tem que ter um motivo para isso ter acontecido, sempre tem. Acredite, eu já passei por isso.

Respirei fundo encarando os meus dedos. Odiava relembrar do meu pai, mas as vezes era necessário.

– Meu pai me deixou depois que minha mãe morreu. – Voltei a falar depois de uma breve pausa. – O motivo? Eu não sabia, mas eu tomei coragem em perguntar pra ele. E bem, o motivo era eu, ele não me queria como filha. Na primeira oportunidade ele me deixou para ser criada pelo os meus parentes chatos que antes eu só via nos jantar de família. Eu sei, não era um motivo bom e convincente, mas era um motivo. E também confesso que eu não o culpo, eu era um capeta em forma de criança. – Ri fazendo a baixinha rir também. – A questão é que era um motivo, e através desse motivo soube o que fazer, descobri que eu não precisava dele, ele não era o meu pai.

– Mas... 

– Não interrompa o meu discurso por favor! – Pedi, o que a fez gargalhar alto. Era bom vê-la rir depois de tudo o que ela passou e está passando. – Demi, pergunte pra Miley, procure saber o que aconteceu porque a partir do momento em que ela te responder você vai saber que decisão tomar. Não tome decisões precipitadas sem descobrir os motivos.

Pausei e a fitei. Demi tinha sua expressão séria porém era percebivel que ela pensava com cuidado cada palavra proferida por mim. Levantei e a encarei pela a última vez.

– Converse com ela, e quando você a ouvir, você vai saber o que fazer. 


Notas Finais


Gente, ultimamente eu estou pensando em tantas fics que eu quero escrever. Sabe, são muitas estórias que rodam em minha mente me deixando maluca. E eu queria compartilha-las com vcs para eu poder saber quais vcs vão querer que eu comece escrever depois que essa terminar. Mas não vou dizer agora não, vai ser no próximo capítulo.

E mais uma coisa.


OBRIGADA TELL ME YOU LOVE ME POR EXISTIR! eh isto

Desculpem qualquer erro.


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