História One Hundred Years - 14: Acromântulas Gigantes e Assassinas

Aquele mês havia decorrido de forma tranquila, mesmo que não se levassem em conta as brincadeiras de Ana, suas brigas com o namorado. As discussões entre Leta e Tina sobre qual a melhor escola de magia e bruxaria, que afinal, haviam se deixado levar pela discussão anterior de John e Theseus e a euforia que se acumulava com a aproximação da primeira prova do torneio, que enfim chegara.

— A-Arania Exu...— o feitiço é interrompido por um grito da mesma pessoa que tentava o lançar, ao mesmo tempo que a porta do dormitório feminino da Hufflepuff era escancarada. Como sempre, Theseus dera um jeito de entrar no quarto da namorada, e não pode deixar de gargalhar ao vê-la, pálida como nunca, trêmula em cima de sua cama.

 — Ana, vamos nos atrasar para a primeira fase do torneio.— disse o acobreado, enquanto os olhos arregalados da menina clamavam por silêncio. Theo reparou como a varinha quase caia da mão da mesma, pela tremedeira absurda que se instalara no corpo da lufana.— O que houve?

 — Shh!— ela parecia realmente desesperada.— Arania Ex-Exum...— mais uma vez, o grito de Ana a impede de terminar de pronunciar o feitiço. Estava nervosa demais para uma azaração não-verbal, então, tendo em vista a derrota eminente da bruxa, Theseus soltou um suspiro.— T-Tem uma acromântula ali! Acabou de mexer! Ai, Merlin, ela vai vir pra cima de mim e vai me comer viva!— choramingou a menina.

 — Onde?— perguntou ele, correndo os olhos pelo dormitório. A morena apontou para o outro lado do cômodo, enquanto seu namorado empunhava a varinha. Ele caminhou rapidamente para o local onde a acromântula deveria estar, e soltou uma gargalhada.

  Ana franziu a testa. Era oficial, Thes estava endoidando.

 — O que um aracnofóbico não faz...— ele soltou uma risada fraca.— Não precisa ter medo, minha linda, isso não é uma acromântula.— a lufana franziu a testa.— É uma aranha doméstica. Não é venenosa, não tem nem meia polegada! Aliás, como você conseguiu ver ela daí?

 — Mata ela logo, Scamander!— a voz da menina estava três vezes mais aguda do que o normal.

  O acobreado guardou a varinha, e pousou o polegar na aranha, fazendo com que Ana quase tivesse uma parada cardíaca.

 — Pronto, pronto.— Thes ainda tinha um sorriso de lado.— Morreu, não precisa se preocupar. Agora vamos, Ártemis, Esther e Leta estão só nos esperando para ir para o início da primeira prova.

 — Graças à Merlin vocês lembraram de mim.— a garota voltou a choramingar.— Se não, só iriam encontrar meu corpo morto, estraçalhado por aquele monstro.

 — Ana, não tem acromântulas na Escócia. Aquilo era uma aranhinha de nada.— o grifinório deu a mão para que a namorada descesse da beliche, e foram caminhando lado a lado para o salão comunal da casa da menina.

 — Quem me dera.— ela esfregou o olho esquerdo, limpando uma lágrima de desespero.— Obrigada por me salvar dela, Thes.

 _ De nada.— ele soltou mais uma risada fraca, acompanhada por um beijo na bochecha da sextanista, quando avistaram o trio impaciente na porta da Sala Comunal.

 — Vocês não vão acreditar!— Ana estrilou.— Thes acabou de matar uma acr...

 — Vamos logo para o jardim, se não vamos perder a prova.— Theseus interrompe a namorada, a puxando para o meio dos barris do corredor da cozinha e passando o braço por seus ombros, em um meio abraço.— E não queremos isso, queremos? Temos que presenciar a derrota de Ilvermorny!

Tina revirou os olhos com a frase final do garoto.

— Como se isso fosse acontecer.— ela resmungou.— Se vocês vencerem está prova, eu passo uma semana dizendo à John que Hogwarts é melhor que Ilvermorny.

— Então pode começar a planejar um discurso sobre o assunto.— Newton a respondeu. Ela o fuzilou por alguns instantes.

— Isso não é nada de mais.— Ana resmungou.— Se Hogwarts vencer, Esther terá de beijar Newt.

O rosto do Scamander ficou instantaneamente vermelho.

— Não vou fazer isso.— ela rebateu após alguns segundos.

— Você fez de novo.— Ana comentou.

— Fiz o que?— a garota varreu sua mente procurando o que poderia ser reincidência.

— Você hesitou para negar.

— Mandy ou Ray comentaram alguma coisa sobre a prova?— Newt confidenciou a pergunta para Leta sem que os outros pudessem ouvir.

A Sonserina deu de ombros.

Ao chegarem ao saguão de entrada notaram que ele estava praticamente vazio, provável que os alunos já estivessem aguardando nos jardins pelo início da prova.

— Tina, não acredito que você está conversando com o inimigo.— as voz de John invadiu os ouvidos da garota enquanto seus passos ecoavam com sua aproximação ao grupo.

— Olá para você também, Turner.— a garota o cumprimentou séria.— Eu passei bem, faz tempo que não nos falamos não é mesmo, desde três dias atrás.— a voz dela era carregada de sarcasmo.

— E eu que pensei que fossemos o casal mais instável de hogwarts.— Ana resmungou para o namorado.

— E somos, eles não são daqui, lembra?— ele sorriu ao comentar enquanto ainda caminhavam para o lado de fora.

— Você não disse nada do que Beatriz e Jefferson supuseram sobre a prova, não é?— ele perguntou num tom baixo para que apenas ela pudesse ouvir.

— Se é que supuseram alguma coisa.— ela resmungou.— Bia não me contou nenhuma palavra sobre isso e todas as vezes que ambos estavam juntos eles não pareciam estar pensando sobre a prova.— ela fez um gesto suspeito com as mãos.— E depois ela não entende minha recusa para aceitar dividir o quarto com ela, antes dormir com uma estranha do que deitar naquela cama onde sabe-se lá o que ela e o Savernake andaram fazendo.

Ele resmungou alguma coisa antes de prosseguir a falar.

— Você sabe muito bem "o sabe-se lá o que" que eles andaram fazendo.— ele disse sorrindo para ela.— De qualquer forma, ou a Almeida teve a mesma desconfiança que eu sobre não te contar nada ou eles realmente não ocuparam o tempo pensando na prova.

— Droga, Almeida.— a Goldstein resmungou somente para si.— Eu a enterro se fizer Ilvermorny perder.

John soltou um riso divertido.

— Já estamos atrasados.— Theseus os interrompeu.— Quero continuar com os meus costumes britânicos e não me atrasar, se não se importam.

O silêncio tomou conta do grupo durante o restante do percurso.

Os jardins próximos a orla da floresta haviam sido totalmente modificados com uso da magia, uma extensa arquibancada se estendia por ali e entre as árvores e os bancos havia um pequeno relevo no chão, feito de madeira.

O grupo arranjou um lugar na última fileira que podia acomodar todos, Queenie logo se juntou à eles, sentando-se entre Ana e Tina, onde foi agarrada pela Lufana que a espremia num abraço.

— O que acontece se Ilvermorny vencer?— Tina resmungou uma última pergunta.

Ana soltou um longo suspiro, procurando uma boa troca.

— Isso não vai acontecer.— ela resmungou de incio.— Mas em todo caso, se Ilvermorny vencer eu irei parar de pegar no seu pé sobre o incidente do primeiro dia de aula entre você e o Sacamander.

Tina deu de ombros, quando antes que pudesse dizer qualquer coisa, sua voz tornou-se inaudível diante da do diretor Dippet.

— Todos aqui reunidos para a primeira prova do Torneio dos Cem Anos.— o diretor começou, o sol já estava se pondo no horizonte, tudo possuía um tom alaranjado.— O Sorteio ocorreu no início deste mês e todos os competidores chegarão em breve.— ele apontou para um tenda ali próxima onde sabia-se que os competidores haviam sido mantidos durante todo àquele dia para serem explicadas as regras. As aulas haviam sido suspensas naquele dia, o que rendera muito tempo para conversas inúteis sobre o que quer que fosse.— Os jogadores tiveram suas suposições diante da dica entregue à eles no dia do sorteio pelo professor Dumbledore; Para se chegar a chave, regras precisarão ser quebradas.— ele comentou.— Bem, aqui estamos e tudo o que posso revelar à vocês é que uma escola será eliminada hoje e voltará para casa esta noite, ambos os competidores de cada escola devem concluir a fase para que conte como terminada, devem ficar juntos.— ele fez uma pequena pausa.— Ao final, os jogadores encontrarão algo que remete a segunda fase do torneio, a próxima seleção será realizada daqui dois dias e as provas deverão ser entregues nas mãos dos novos participantes. Sem mais delongas, basta anunciar os nossos oito competidores de hoje.

Todos eles estavam agora organizados num meio-círculo atrás do diretor, acompanhados de Dumbledore, Dinari, Dourado e Steward.

A ponta da direita se encontravam Mandy e Ray, a ponta da direita estavam Jefferson e Beatriz, e no meio os outros quatro jogadores – Catarina e Amadeu e Kenay e Makena.

— Vocês puderam trazer a varinha.— Dippet reiniciou.— E mais um objeto mágico à sua escolhas do qual poderão fazer uso durante a prova. Entrarão todos ao mesmo tempo na floresta e terão de encontrar algo lá dentro.— ele fez uma pequena pausa para relembrar quais eram as instruções.— Pistas serão encontradas pelo caminho, devem apanhar apenas o de sua própria escolas qualquer tentativa de esconder, danificar ou qualquer coisa do gênero sobre o objeto de outra escola, mesmo que o encontrem, terá a escola imediatamente desclassificada do torneio.

Alguns segundos de silêncio se estenderam.

— E como último aviso, qualquer problema ou desistência da prova, basta disparar faíscas vermelhas com a varinha.— ele avisou por fim.— Todos em seus lugares, peço que se aproximem da orla da floresta e se mantenham atentos, quando a sineta tocar, será o incio da primeira prova do Torneio dos Cem Anos de 1913.

Assim como dito, aconteceu. Assim que o barulho da sineta foi ouvidos os jogadores avançaram para dentro da floresta.

A primeira pista veio igualmente ao mesmo tempo para todos eles logo na entrada; a chave poderá ser encontrada próximo ao ponto de energia da escola.

Era verdade que para cada um, o ponto de energia mudaria, cada escola tinha algo que se destacava sobre seus dons e restava à eles encontrar o tal.