História One Hundred Years - Who Knows?

Assim como eu, ele não disse nada. Mas, pelo o que pareceu, Puppet não precisava que disséssemos alguma coisa. Ele simplesmente desapareceu. Assim como todo o clima.

 Óbvio, nós captamos a mensagem. Aquilo foi loucura. Nós nos entreolhamos, eu não consegui dizer nada.

- Isso fica apenas por segredo, então. – Foxy  disse num tom meio frio.

Eu apenas concordei com a cabeça e saí andando para a minha sala. Me sentei no chão frio formado por azulejo preto e branco.

 Eu não conseguia parar de pensar no que havia acontecido. Eu beijei  Foxy. Aquele momento estava listado na minha mente desde que o vi. Mas eu havia esquecido completamente que ele era meu rival.

Não. Na verdade ele não era MEU rival, ele era rival do Puppet. Mas na verdade ele nunca tinha contado direito para nós. A velha desculpa de que era a inveja dele que pendia acima de nós, era a única que ele dava. Mas não parecia ter inveja nos olhos de Foxy, apenas uma profunda tristeza.

 As horas se passaram lentamente. Eu havia ficado naquela sala por mais de 5 horas. Parada. Refletindo. Sinceramente, para mim isso parecia ser doentio. Eu havia cometido um erro grave. Mas eu não tinha nem ideia de no que aquilo podia dar. Ao menos naquelas 5 horas, nada havia acontecido. Então, eu resolvi ir falar com o próprio Puppet. Algumas coisas deviam ser esclarecidas, e eu precisava que ele guardasse esse segredo, talvez minha reputação ali acabasse  sendo destruída.

 Me levantei, meu corpo de plástico era realmente pesado. Isso me fez recordar de como minha alma havia parado ali. Aquela pizzaria não tinha nenhuma lembrança boa. Apenas sangue, suor e lágrimas. Passei as mãos metálicas pelas paredes velhas e imundas dos corredores até chegar na sala do Puppet.

- Com licença – eu disse ao por os pés para dentro da sala.

- Mais de 5 horas isolada na sua sala. – ele respondeu.

- Que? Uh... não era bem sobre isso que eu ia falar...

- Isso se torna doentio, Mangle

- Você sabe que nada nessa pizzaria demonstra sanidade.

- Dessa vez, você tem razão. Mas o que você quer?

- Sobre Foxy...  aquilo que aconteceu hoje... você poderia esquecer?

- Esquecer? Não. Mas se o que você está querendo dizer é “manter segredo”, sim. Isso ficará apenas entre nós três.

- Obrigada.

- Mas você tem que entender. Essa será a primeira e última vez que eu admitirei isso. Depois de tudo que eles nos fizeram passar, proibir vocês de manter contato é a melhor coisa que eu posso fazer. E todos vocês, deviam me agradecer eternamente por isso.

- Você devia ter vergonha na cara.

- Do que está falando?

- Você entende tantas coisas, não é? Mas quando se trata do óbvio, você não consegue enxergar.

Ele não disse nada.

- Puppet, em todos esses anos, você nunca resolveu explicar essa história direito.

- E você só se questionou agora?

- É uma vergonha afirmar que sim. Mas é a verdade.

- Isso  tudo é só para me pedir pra contar o que aconteceu?

- O que você acha? – dei um sorriso amargo.

- Eu acho que é melhor descobrir por conta própria, já que você já começou um pesadelo.

- Comecei um pesadelo?

- O SEU pesadelo.

- Mas eu...

- Você fez uma coisa que eu tentei impedir por anos. Se apaixonar por um vagabundo como o Foxy só vai te levar ao fundo do poço.

- É injusto você diminuí-los assim.

- Estou falando a verdade. Todos eles, Choice, Hope, Repentance... sempre foram...

- Até eles? Puppet, eles já se foram.

 - Sorte a deles. Ao menos tem as almas livres agora.

Apenas me virei e segui meu caminho até a minha sala novamente, conversar com o Puppet havia se tornado insuportável ultimamente. Ele não conseguia entender meu ponto de vista. Mas eu também não conseguia entender o dos outros toys. Nunca tinha visto ninguém se questionando... ninguém nunca tinha tido a curiosidade de saber o que tinha acontecido anos antes? Parecia que eles eram... apenas plástico.

Entrei  naquela sala mal iluminada novamente. Por algum motivo, eu sentia que alguém tinha entrado ali antes de mim.

Não tinha o mesmo clima de quando eu havia saído. Talvez eu estivesse ficando louca depois de todo esse stress. Mas talvez não.

Passei os olhos lentamente pela sala suja e quase sem luz. Até que encontrei um bilhete preso no lustre. Fiquei imaginando quem poderia ter colocado aquilo ali. Pensei em Toy Chica, fazia um tempo que eu não falava nada com ela.

Mas ela era baixa de mais para alcançar o lustre.

Peguei o bilhete. Era uma folha amarela e meio amassada, eu só tinha visto uma daquelas folhas na sala do Guarda Noturno. Que a essa altura do campeonato já devia ter sido assassinado por um deles.

Analisei por mais alguns segundo aquela folha pequena de papel e então comecei a ler.

“Não são só vocês que sabem. “          

Parecia uma letra feminina. Mas só Chica, eu e Toy Chica éramos as mulheres.  Nunca tinha visto ninguém escrevendo, então eu não tinha a completa certeza.

Porém, eu fiquei surpresa. Reli a frase três vezes. Mais alguém sabendo disso podia estragar minha “”vida”. Talvez eu pudesse ser mal vista, talvez tivesse que ser isolada como o Springtrap. Mas eu achava isso um completo exagero.

 Aproximei o papel do meu fucinho de raposa. Eu conhecia o cheiro de absolutamente todos os toys. Parece loucura, mas cada um tinha um cheiro diferente. Toy Chica cheirava a plástico queimado, Toy Bonnie a esfregão molhado (não sei o porquê), Toy Freddy a graxa e... Bem, não podia ter sido o Puppet que escreveu aquilo, não fazia sentido. Eu só sabia de uma coisa. Não tinha sido um toy que escreveu aquilo.

Minha única hipótese, é que um old tinha descoberto.  Meu único desejo era saber quem era.