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História One Man Guy - Vamos.


Escrita por: neokidsix

Notas do Autor


Sei que muitos de vocês já perceberam erros grotescos como “Alek, Ethan, Becky”, referências ao Hoseok como ela, e verbos em terceira pessoa mil perdões, mas como eu disse a fanfic é baseada em um livro e as vezes os deixo passar sem perceber, perdão.

Capítulo 14 - Vamos.


Fanfic / Fanfiction One Man Guy - Vamos.

— Deixe ver se entendi direito. Seus pais vão passar a semana fora.

— É.

— Não tem ninguém com você nem cuidando de você.

— Não.

— E sua mãe deixou uma grana.

— É.

— Quando é a festa, cara? — perguntou Taehyung, pulando de alegria.

Estávamos indo para casa depois da aula. Para mim, parecia mais que flutuava do que andava. Depois da brincadeira do soudé, os amigos de Taehyung me receberam melhor. Eu sabia que nunca seria do grupo, mas aceitava não me sentir totalmente excluído quando me sentasse à mesa deles. A aula de álgebra era um exercício de resistência por eu estar tão perto do Tae, mas sem poder falar com ele nem tocar-lhe. De vez em quando, ele olhava pra mim e nossos olhares se encontravam. Ele dava um sorriso e olhava com atenção para o senhor Weedin, fingindo estar absorto na aula.

Chegamos à entrada do túnel debaixo da estação de trem.

— O que você vai fazer agora? — perguntei.

— Ah, normalmente eu fico com o pessoal e ando de skate — disse Taehyung, largando o skate e subindo nele. — Mas acho que você e eu vamos ter uma aventura improvisada em Seul.

— Hoje? Não podemos ir à cidade hoje!

— Por quê?

— Primeiro, se meus pais descobrissem, me matariam!

— E onde estão seus pais agora?

— Bem observado — digo. — Mas ainda preciso ligar para eles hoje. Do telefone fixo.

— Tudo bem. Vá para casa, ligue para eles e volte a tempo de pegar o trem das 16h33. Isso vai nos dar bastante tempo para passear em Seul.

Pensei por um momento. O plano de Tae era sólido.

— Estarei lá.

Taehyung se inclinou, deu um beijo na minha bochecha e saiu andando com o skate no ombro.

A minha bochecha  entrou em chamas. Eu fiquei parado, vendo Taehyung se afastar. O gingado no andar do mesmo foi a primeira coisa que chamou a minha atenção, quando ele andava pelo refeitório ou algum corredor da escola. Sua forma de andar dizia: "Sou dono do meu nariz e, se você não gosta, não estou nem aí". Como sempre, o elástico da cueca estava aparecendo acima da calça. Mas, dessa vez, eu não afastou o olhar. Ele se virou de repente e viu que eu estava olhando para ele. Ele piscou, jogou um beijo, botou o skate no chão, pulou em cima e se afastou.

Fui para casa e tentei pensar em como essa ida repentina a Seul afetaria meus horários. Tinha prometido aos pais que cortaria a grama naquele dia e queria cumprir a palavra. Também estava planejando escrever o trabalho que comparava Romeu e Julieta a Trabalhos de amores perdidos para a aula de inglês, mas isso ele podia fazer no dia seguinte, já que o trabalho era só para sexta-feira.

Eu estava me trocando quando o telefone tocou.

— Alô.

— Oi, gato — disse uma voz rouca ao telefone.

— Hã, quem é?

A voz rouca prosseguiu:

— Estou pensando em patinar até aí para mostrar a você quem sou eu.

— Hoseok?

— C'est moi! — respondeu ele, abandonando o fingimento.

— O que está acontecendo?

— Ainda está de pé hoje à noite? Tenho um filme ótimo e uma pipoca deliciosa de micro-ondas para aproveitarmos sua primeira noite sozinho. Bem, segunda, considerando que seus pais viajaram ontem, mas você sabe o que quero dizer.

— Hã, Hoseok, você se importa se remarcarmos para amanhã?

— Ah, você sabe como minha vida social é agitada. Espere. Vou verificar. Você vai me dizer por que vai cancelar seus planos comigo tão em cima da hora enquanto consulto minha agenda?

— Taehyung me convidou... Bem, ele achou que poderia ser divertido ir à cidade hoje, com meus pais viajando e tudo... — gaguejei.

— E você falou para ele que nós tínhamos planos?

— Para ser sincero, eu tinha esquecido até você ligar.

Uma longa pausa veio em seguida.

— Eu sei que tenho todo o direito de ficar furioso, mas vou deixar passar. Eu sou uma pessoa muito educada. Como um príncipe. Como Audrey Hepburn em A princesa e o plebeu. Hoseok, vá se divertir hoje.

— É sério? Você não está com raiva?

— Deixa pra lá. Divirta-se, pense no quanto seu melhor amigo é maravilhoso, e podemos assistir a A razão do meu afeto amanhã.

— Você é demais, Hoseok!

Desliguei o telefone, vesti um short e uma camiseta velha e fui cortar a grama.

******

O segundo ponteiro do relógio de robô girou metodicamente pelo mostrador enquanto eu falava com a minha mãe ao telefone, uma hora e um gramado cortado depois.

— Então, estão se divertindo?

— Sim, Jungkook, obrigada por perguntar. Hoje fizemos o cruzeiro Maid of the Mist pelas Cataratas do Niágara e amanhã vamos visitar a comunidade armênia em Burlington, do outro lado da fronteira canadense, para que o grupo jovem possa fazer as pesquisas dos projetos de herança cultural. Você devia pensar em entrar no grupo no ano que vem.

— Parece ótimo, mãe.

Havia grama no meu cabelo e meus dedos estavam manchados. Eu sabia que os meus pais tinham dinheiro para comprar um cortador motorizado, mas o meu pai insistia em usar o cortador manual porque ajudaria os filhos a "melhorar o caráter".

— Então está tudo bem?

— Ah, quase tudo.

— O que foi, mãe?

Eu andei até o chuveiro e abri a torneira para poder entrar assim que saísse do telefone.

— É que viajar com os Hovanian pode ser tão cansativo. Nada parece bom o bastante para eles. Hoje mesmo, a senhora Hovanian insistiu em entrar na cozinha do restaurante armênio onde almoçamos para mostrar como se faz um quibe de verdade.

— Ah, você conhece esses armênios... — brinquei, e fui recompensado com o som da gargalhada da minha mãe.

— Esses armênios... — concordou ela.

— Bem, se não houver mais nada... — digo.

— Está com pressa, querido?

Eu olhei para o relógio com nervosismo. Eram quase 16h, então eu só tinha alguns minutos para desligar o telefone se quisesse chegar à estação a tempo.

— Claro que não, mãe — digo.

De alguma forma, a minha mãe sempre conseguia perceber quando tinha alguma coisa acontecendo. Foi por isso que eu pedi ao meu pai, e não à minha mãe, para assinar a prova de matemática quando precisei falsificar o bilhete de ausência no dia seguinte à primeira ida a Seul, o que eu acabou tendo de fazer de novo quando fui visitar Hoseok no Dairy Queen depois de brigar com Taehyung. Às vezes, eu me perguntava se todas as mães armênias tinham capacidade telepática ou se era só a minha.

— E como foi a escola?

— Foi tudo bem, mãe.

— Sabe, a senhora Schmidt nos disse que você está indo muito bem. Se continuar assim, não vai ter problema para acompanhar a turma especial no outono.

— É, que bom... E aí, vocês gostaram do hotel?

— Ah, pedi para trocar de quarto porque o primeiro tinha cheiro de produto de limpeza. Acho que devem ter mandado limpar o carpete recentemente e, por mais que eu fique grata pela limpeza do local, você sabe como meu olfato é sensível. O segundo quarto estava melhor, mas a vista não era tão boa...

A minha mente começou a vagar enquanto a minha mãe falava sem parar dos prós e contras de quartos de hotel.

Olhando para o short que tinha separado para vestir, eu desejei ter alguma coisa mais descolada para usar na aventura em Seul. Mas tinha olhado todas as calças e shorts do armário, e todos pareciam igualmente ridículos.

— ...só espero que a comida do restaurante seja boa.

— Tenho certeza de que vai ser.

— Você já fez suas compras de verão?

— Eu estava pensando em pedir aos Jung para me levarem ao shopping junto com Hoseok esta semana.

— É uma ótima ideia. Mas preste atenção para comprar roupas que sirvam direito.

— Obrigado, mãe.

— E use o cartão. Você sabe quanto costumamos gastar, não sabe?

Eu tinha previsto isso.

— Acho que você deixou dinheiro suficiente para as roupas. Por que eu não uso o dinheiro então? Aí guardo o cartão para alguma emergência. Você se importa?

— Tanto faz, querido. Tenho de me arrumar para o jantar. Seu pai, Jaebum e Nanar mandam lembranças.

— Dá meu alô pra eles.

— Como é?

— Eu quis dizer para você dizer "Oi" por mim.

Eu desliguei o telefone, joguei as roupas sujas no cesto e entrei no chuveiro.

******

— Anda, anda, anda! — gritou Taehyung da plataforma.

Quando cheguei à estação de trem, estava ofegante por ter corrido o caminho todo. Eu subi a escada correndo um segundo antes do trem parar e as portas se abrirem. Coloquei as mãos nos bolsos para sentir os objetos que pegou em casa: a chave, o envelope com dinheiro e o adesivo do Metropolitan Museum para dar boa sorte.

— Você estava me deixando nervoso, cara. Por que demorou tanto?

— Mãe... telefone... muito tempo... — Eu consegui murmurar entre inspirações.

— Temos de ir, cara. Você lembra como é.

— Sim, senhor!

Eu fui para o banheiro e deixei a porta aberta enquanto Taehyung abria a mochila e pegava uma caneta preta e um pedaço de papelão branco.

******

Eu senti o trem entrar em um túnel. Lembrei, com base na ida anterior, que chegaríamos à Penn Station em poucos minutos.

— O que vamos fazer hoje?

— Vamos passear com estilo.

Eu não sabia o que Taehyung queria dizer, mas tinha aprendido a confiar que as coisas seriam explicadas quando ele precisasse saber.

— Tenho um pedido — declarei.

— Ah, tem? — Taehyung inclinou uma sobrancelha de forma questionadora.

— Quero que você me leve para fazer compras.

— Acho meio cedo para escolhermos cortinas. Afinal de contas, não somos lésbicas.

— Não é isso que eu quero dizer, Anj.. Tae — corrigi —. Quero roupas como as suas. Roupas descoladas.

— Não é porque estamos juntos que você precisa se vestir como eu, Jungkook. Gosto de como você se veste. É nerd-chique.

— Acho só nerd-nerd. Não estou dizendo que quero me vestir como você, mas...

Eu parei de falar. Meus pais sempre criticaram esses americanos que compravam roupas todos os meses para acompanhar a última moda, e eu não queria ser uma pessoa assim. Mas eu estava cansado de me vestir de um jeito que não combinava comigo. Mesmo que significasse ir à escola de cueca, eu prometi nunca mais usar short cáqui.

— Ah, você está com sorte, cara — disse Taehyung. — Faço todas as minhas compras no centro, então vai ser fácil ir a uma loja ou outra. Vamos ver do que você gosta. Mas vai ser preciso uma certa grana.

— Pode deixar.

Eu tirei o dinheiro do bolso e mostrei a Taehyung.

— Opa, cara. Você não pode ficar mostrando sua grana assim quando chegarmos na cidade.

Com vergonha, enfiei o envelope de volta no bolso.

— E então, MetroCard dois por um especial?

— Hoje não. O tempo está lindo e não estamos com pressa. Vamos andar por Seul. É a melhor forma de conhecer a cidade.

— Por onde você for, eu acompanho.

— Sei que acompanha — Taehyung se inclinou e me beijou delicadamente nos lábios. O trem parou. — Vamos.


Notas Finais


Vou postar outro já já. <3!


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