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História One Man Guy - See you later!


Escrita por: neokidsix

Notas do Autor


Hello hello’
desculpa a demora nenes!

Capítulo 16 - See you later!


Fanfic / Fanfiction One Man Guy - See you later!

Eu tinha separado as roupas na noite anterior, fazendo um pacto comigo mesmo de que as usaria. Mesmo assim, tive que me obrigar a ignorar a invisibilidade confortável das roupas velhas de shopping do meu armário.

Enquanto caminhava pela High Line no dia anterior, as roupas novas faziam sentido. Mas, em cima da minha cama, em Busan, pareciam tão deslocadas quanto fogos de artifício em um enterro.

Eu não sabia se era bom sinal o fato de a senhora Imbrie, a professora de inglês, não ter me reconhecido quando entrei na sala naquela manhã usando uma calça jeans justa e uma camisa xadrez vermelha de mangas curtas e com o novo corte de cabelo. E, apesar de não estar vestido como um desistente, eu me senti bem mais à vontade à mesa deles. Yoongi, com o cabelo agora verde, até disse:

— Ah, cara, eu sou hétero, mas pegaria você fácil, fácil.

E Taehyung respondeu na mesma hora:

— Yoongi, você é hétero?

Toda a mesa caiu na gargalhada.

******

— Quer uma bebida? — perguntei a Taehyung mais tarde, depois da aula, quando chegamos na minha casa.

— Água está ótimo.

— Com ou sem gás?

— Com gás.

— Gelada ou à temperatura ambiente?

— Vocês têm água com gás gelada e à temperatura ambiente?

— Um bom anfitrião está preparado para todas as possibilidades — respondi, citando a minha mãe.

Taehyung estava deitado no sofá quando eu voltei com a água com gás à temperatura ambiente. Coloquei sobre um porta-copos na frente dele e me sentei na poltrona.

— Por que você está sentado tão longe, namorado? Eu não mordo — ronronou Taehyung.

Deitado de barriga para baixo, com as costas arqueadas sob a luz do sol que entrava pela janela da sala, Taehyung parecia felino.

Eu me aproximei lentamente e me sentei do outro lado do sofá. Era a primeira vez que nós dois ficávamos sozinhos em um lugar privado desde o primeiro beijo. As possibilidades me apavoravam e me deixavam eufórico.

Como se lendo a minha mente, Taehyung disse:

— Você ainda está muito longe.

Eu cheguei mais perto, até ficar com os joelhos ao lado da cabeça de Taehyung. Ele colocou a cabeça no meu colo, se arqueou e me deu um beijo firme nos lábios.

Quando eu aprendi sobre a Guerra de Troia e, consequentemente sobre Helena de Troia ter sido o rosto que lançou mil navios, achei a história totalmente inacreditável. A ideia de que uma única pessoa pudesse atrair, inspirar ou provocar centenas de homens a arriscar a vida e a liberdade parecia o tipo de hipérbole mitológica que nunca acontecia no mundo real.

Enquanto beijava Taehyung, eu compreendi por que todos aqueles guerreiros gregos antigos entraram naqueles navios e navegaram para o outro lado do mundo.

Boa parte do que Taehyung já tinha ensinado a mim foi descritiva; como as ruas de Seul eram organizadas ou o significado mais profundo de uma música de HyunA. Mas, agora, ele estava ensinando por meio de exemplos, e eu era um aluno ávido. Eu aprendi quando se inclinar e quando recuar, quando mordiscar e quando respirar.

Taehyung começou a passar delicadamente os dedos pelo meu cabelo. O aumento de pressão foi tão sutil que eu não reparei no começo, mas em pouco tempo o movimento evoluiu para uma coisa mais forte. Chegou um ponto em que ele pegava punhados do meu cabelo pelas raízes. Eu me surpreendi, interrompendo um dos beijos com um gemido profundo e gutural. Ele segurou de novo, e eu gemi ainda mais alto.

— Gostou disso, né, namorado? — Taehyung deu um sorriso malicioso.

— Gostei — respondi.

Alguns dias antes, eu talvez corasse, mas agora não.

As mãos de Taehyung seguiram pela parte de cima da minha camisa. Inspirei profundamente e percebi que tinha perdido a noção do tempo e não fazia ideia se eu e ele estavam de amassos havia poucos minutos ou muitas horas.

Estar com Taehyung assim me deixava um tanto apavorado. A primeira vez que a gente se beijou, no quarto dele, alguns fatores conspiraram para limitar a experiência: sabíamos que o senhor Kim voltaria para casa a qualquer momento e, além disso, eu nunca tinha beijado um garoto.

Mas agora, acomodado na sala de casa, sem ameaça de interrupção, eu não fazia ideia de como desacelerar as coisas e até onde se sentiria à vontade.

E parte dele tinha medo de não querer saber nenhuma dessas coisas, de se perder na curiosidade e na fome.

Taehyung abriu os botões da minha camisa xadrez vermelha de um a um. Quando chegou ao último, deixou a mão parada no primeiro botão da minha calça jeans. 

Eu me afastei dele.

— Estou brincando com você, cara — riu Taehyung. — Não estamos prontos para isso ainda. Temos de esperar pelo menos uns dias.

— O quê? — digo, apavorado e excitado.

— Cara, só estou provocando. Onde foi parar seu senso de humor? Cale a boca e me beije. Você está ficando bom nisso.

Taehyung tirou a camiseta, colocou as mãos no meu rosto  e me puxou para perto novamente. O som da campainha interrompeu o abraço.

— Deixa pra lá, cara — implorou Taehyung. — Seja lá quem for, vai acabar indo embora.

— E se meus pais pediram aos Eisinger para virem dar uma olhada em mim?

— Quem se importa, cara?

— Eu me importo. Vamos, vista a camiseta — insisti.

— Você está brincando?

— Eu pareço estar brincando? — perguntei, jogando a camiseta para ele.

— Não fico constrangido por ser gay, sabe.

— Nem eu, mas não é assim que planejo sair do armário para os meus pais, tá? Agora, vista-se! — ordenei enquanto seguia para a porta da frente.

— Eu trouxe o filme, um pacote de Cracker Jack e, claro, Dr. Pepper diet — eu ouviu Hoseok dizer antes de a porta estar toda aberta. — Estou supondo que seus pais tenham deixado o suficiente para alimentar um pequeno exército, não é? Porque, se não deixaram... — Hoseok parou de falar quando me viu. — Jungkook? Está tudo bem? O que aconteceu com seu cabelo?

— Oi, Hoseok. Já são seis horas? Eu esqueci que tínhamos combinado.

— Deu para perceber — disse Hoseok, olhando para mim e para a camisa meio aberta.

— Oi, moço — disse Taehyung da sala.

Hoseok olhou de mim para Taehyung e para mim de novo.

— Você deve ser Taehyung.

— E você deve ser...?

— Sou Hoseok. Espero que Jungkook tenha citado o melhor amigo para você.

— O patinador!

— Bingo.

— Que patins maneiros. São Kinetic?

— Quase. Activa.

Eu não conseguia acreditar. Mesmo nessa situação, Taehyung conseguia ficar tranquilo.

— Eu e uns amigos andamos de skate do outro lado do túnel —prosseguiu Taehyung. — Quase todos nós, mas alguns usam patins.

— Taehyung, se isso é um desafio, pode me considerar dentro. Tenho certeza de que eu poderia ensinar umas coisinhas a você e aos desistentes.

Eu limpei a garganta com pouca sutileza.

— Hoseok, Taehyung e eu estávamos...

— Ah, tenho uma boa ideia do que vocês estavam fazendo. Mas você já me dispensou uma vez e não vai dispensar de novo. Taehyung, você pode ficar com a gente se quiser. E acho uma boa ideia nós três começarmos a passar um tempinho juntos. Você pode ser o namorado de Jungkook, mas eu sou o melhor amigo. Eu o conheço há mais tempo, o conheço melhor e não vou a lugar nenhum, então é melhor se acostumar.

Hoseok se encaminhou até a sala contígua.

— Vou preparar tudo — disse ele da sala de TV. — Andem logo! Estou doido para ver esse filme. De novo. Tem Jennifer Aniston e Paul Rudd. A razão do meu afeto não é um filme velho, mas é tão bom que é como se fosse. Jennifer Aniston engravida do namorado, mas o larga e decide criar o bebê com Paul Rudd, o melhor amigo gay, por quem se apaixonou. Lembra alguma coisa?

Eu fiquei estupefato.

— O moço tem coragem, né? — disse Taehyung a mim. — Me lembre de nunca deixá-lo irritado.

— Vocês vêm? — chamou Hoseok da sala de TV. — Já está começando!

*******

Duas horas depois, os créditos finais subiram pela tela.

— Filmaço — disse Taehyung. Eles estavam no sofá, e eu estava esparramado no chão. — É legal ver personagens gays que são, tipo, normais. Quando foi lançado?

— Em 1998 — disse Hoseok, lendo na capa.

— Tão à frente do tempo.

— Que bom que você gostou, Taehyung. Eu diria a Jungkook para terminar com você se você não tivesse gostado — mesmo em meio ao choro previsível, Hoseok continuava sendo ele mesma. — Gosto do fato de acontecer tanta coisa nesse filme, como uma mulher que tem um bebê sozinha e a importância das promessas que os amigos fazem uns aos outros. — Hoseok me encarou enquanto assoava o nariz em um lenço de papel e secou os olhos. — Sabe o que quero dizer?

— Agora sei — respondi, falando sério.

— O que você achou do filme, namorado? — perguntou Taehyung a mim, sentando-se no chão ao meu lado.

— É, Jungkook. Você está estranhamente silencioso.

Eu pensei por um momento antes de responder.

— Eu só estava pensando... quanto tempo demora para uma ideia mudar.

— O que você quer dizer? 

Hoseok tinha acabado com o lenço e agora estava usando a manga da blusa para limpar o nariz.

— Temos uma ideia de família, certo, que existe há milhares de anos. E, no final do filme, vemos uma ideia diferente de família.

— Ou muitas ideias diferentes de família — disse Taehyung.

— Exatamente: gay, hétero, idades muito diferentes, inter-racial. E eu estava me perguntando quanto tempo vai demorar para termos mais de uma ideia de família na cabeça.

— Quantos garotos da sua idade que você conhece são de uma "família normal"? Só vejo minha mãe algumas poucas vezes por ano. Os pais da maioria dos meus amigos são separados ou não se falam. Acho que está na hora de nossa ideia de família se equiparar à realidade — disse Taehyung.

— Ah, na maior parte do tempo, a realidade não faz sentido, e acho que esse é um dos motivos para o filme ser tão bom — disse Hoseok. Ele pegou um saco de pretzels e começou a comer. — Como quando Jennifer Aniston e Paul Rudd começaram a se beijar. Eles eram melhores amigos, ela sabia que ele era gay, e, se o ex-namorado dele não tivesse ligado naquele momento, quem sabe até onde eles teriam ido.

— Eu nunca beijei uma garota — disse Taehyung.

— É mesmo? — perguntei. Nunca teria ocorrido a ele que pudesse ser mais experiente do que Taehyung em certos aspectos.

— Não. Mas, quem sabe, pode ser que eu vá para a faculdade e acabe experimentando com pessoas do sexo oposto, mas até agora o impulso não aconteceu.

— Ah, eu penso em beijar garotos às vezes, principalmente aquele seu amigo Yoongi — disse Hoseok, tirando o DVD do aparelho.

— Não acredito — digo.

— Claro que sim — Hoseok deu de ombros. 

— O que você sabe sobre a sexualidade dos homens?

— Ah, tem um cara com quem eu ficava...

— Você nunca me contou isso!

— Devo ter esquecido — continuou Hoseok. — Aquele Brock que mora na rua da minha avó, em Seul.

— Ele? Não acredito que ficou com o cara que você chamava de "Brock, o pateta de bicicleta"! — digo com acusação na voz.

— Ah, ele parece ser interessante — disse Taehyung.

— Ele me perguntou se eu já tinha pensado em beijar outra garota — continuou Hoseok.

— Meus amigos falam disso o tempo todo — disse Taehyung. — Caras hétero são tão previsíveis.

— E eu disse não. E ele perguntou: "Nem a Kate Winslet?" A gente tinha acabado de assistir a Titanic, então, como vocês podem imaginar, a imagem dela estava recente na minha cabeça. Acho que não sou heterossexual, mas eu disse que sim, que a beijaria. E, aí, ele começou a citar todas as minhas outras atrizes favoritas, como Audrey Hepburn, Anne Hathaway e Rachel Weisz, e eu disse sim a todas elas. Então, acho que ou sou um teórico bissexual ou tremenda piranha de famosas.

— Não consigo acreditar que você não me contou sobre o Brock — digo.

— Foi antes de a gente se conhecer, Jungkook. E eu não queria intimidar você com minha experiência.

— Moço, você fala com mais sabedoria do que imagina — Taehyung assentiu com conhecimento de causa.

— Taehyung, eu tentei domá-lo para você, mas você sabe como ele pode ser difícil — contou Hoseok. — Quando você o beijou, achou...

— Eu acho que já chega disso — interrompi, rapidamente. — Limites, tá?

— Concordo. Ver vocês dois se aconchegando está me deixando péssima — Hoseok fechou a capa do DVD, colocou os patins e seguiu na direção da porta da frente. — Foi bom conhecer você, Taehyung. Tenho certeza de que nos veremos por aí.


Notas Finais


Olá!!¡ Desculpem os erros. (:


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