História One Man's Army - A Explosão

Prólogo

A nossa história se inicia com um homem trabalhador cansado da mesmice de sempre, trabalhando oito horas por dia e recebendo o dobro de um salário mínimo – não muito, posso afirmar – ninguém esperaria nada de mais vindo de um pacato cidadão como esses. Orville Hartwell, um bom homem ao meu ver, acabara de chegar em casa, após um dia horrível na cápsula. Nada de mais havia acontecido, ele simplesmente odiava esse trabalho, ele provavelmente daria mais certo como aviador do que no escritório, mas seu sonho foi por água baixo quando adolescente, pois seu pai negara qualquer chance que ele tivesse. Mesmo assim, dentre as opções para qual era qualificado, contador era que pagava mais bem, ele podia sustentar sua mulher e a filha e tinham uma casa e carro que os atendiam bem, não recebiam muitas visitas e também não viajavam, nada de especial. Vivia em partes o famoso “Sonho Americano”. Infelizmente este sonho se transfiguraria em um pesadelo da noite para o dia.

Capítulo I - A Explosão

Após a Terceira Grande Guerra ocorrida entre 6 de março de 2030 e 21 de novembro de 2054 e a Quarta Grande Guerra, ocorrida entre 18 de setembro de 2622 e 27 de outubro de 2796, a humanidade sofreu muitas quedas, a população mundial foi reduzida à 1,3 bilhões de habitantes, países como África do Sul, Brasil, China, Coreia do Norte, Japão foram incinerados, praticamente, só a América do Norte e a parte norte da África sobreviveram, divididos em dois impérios, a Facção Anarquista (FAA), composta pelos africanos e ocupava os territórios de Argélia, Tunísia, Egito, Arábia Saudita, Iraque, Jordânia e Israel, com 437 milhões de habitantes, e a Aliança Invencível (AIE), composta pelos americanos e o que sobrou dos canadenses e europeus, e ocupava os territórios do Canadá, Estados Unidos e América Latina, com 874 milhões de habitantes. Frequentemente haviam guerras entre os dois aglomerados e a paz estava longe de ser alcançada, a AIE tentava de todas as formas assinar um tratado de paz, mas a FAA se recusava a aceitar, e forçada a se defender, os cientistas da AIE, nos laboratórios mais avançados, desenvolveram uma bomba atômica, que poderia pulverizar seus inimigos em segundos, porém ainda não estava finalizada e neutralizada para atingir apenas o continente africano e asiático, e teriam de ativá-la logo para terem tempo de resolver o problema do aquecimento global, porque só restava 3% da Camada Protetora, temperaturas como 212° F eram comuns nas áreas que no imperfeito pretérito foram as mais frias da terra, as geleiras derretiam, os humanos precisavam usar roupas de proteção para sair, as cápsulas de trabalho eram subterrâneas, os que não tinham condições de comprar ou alugar as roupas de proteção, morriam em poucos dias, a crise política dominava o planeta, os impostos eram cada vez mais altos, as pessoas passavam fome, saíam na rua e começavam a comer uns aos outros por falta de comida. Um caos completo, a população se reduziam aos montes, até que finalmente um corajoso apertou o botão...

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Uma luz ocupou a visão periférica de todos.

As mães abraçavam seus filhos.

Freiras e padres rezavam.

As pessoas choravam.

Pronto.

Acabou.

Todo o sofrimento. Toda a agonia. Tudo foi embora. A explosão devastou tudo que possuía sangue. O que sobrou foram baratas, areia, alguns animais que foram deixados nas cápsulas de contenção, mas morreriam de fome algumas semanas depois.

Mas havia um homem.

Um homem, que trabalhava na Cápsula 301.

Orville Hartwell.