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História One me two hearts - Interlúdio: filler


Escrita por: unkn0w

Notas do Autor


Filler: capítulo pequenininho e sem muito objetivo para evitar a desanimação dos leitores enquanto a autora escreve a obra de arte que será o próximo capítulo.

Capítulo 24 - Interlúdio: filler


Fanfic / Fanfiction One me two hearts - Interlúdio: filler

            — Parece que estou do lado de um gênio. Que honra — Will disse calmamente.

            Suas palavras não importavam, tampouco o significado delas. Ele apenas queria dizer que estava ali, mostrar para Nico que não tinha o que temer, porque o presente era aquele e havia alguém ali. Por ele.

            O rosto de Nico era tão suave quanto grotesco, sua expressão era distante e nem por isso vazia ou fria. Seus olhos estavam no passado, eram enevoados.

            Ficaram em silêncio, como se Nico se desse um intervalo. Will brincou com uma mecha de seu cabelo e aproximou seu rosto do dele, roçando seus lábios gélidos. Nico não se mexeu, foi mais como uma mudança na respiração e na temperatura, porque de alguma forma Will sabia que tinha que continuar, que Nico precisava disso. Então delicadamente segurou seu rosto com as duas mãos, como se ele fosse algo precioso e frágil, e ficou assim por um instante, a sua boca na dele, suas testas se encostando.

            — Eu ainda tenho muito que contar, você sabe — Nico murmurou contra a pele de Will. O loiro de afastou alguns centímetros para dizer:

            — Sei disso, você não respondeu muitas das questões — Will deu uma risada encantadora, covinhas aparecendo nas suas bochechas, os olhos um pouquinho mais brilhantes. Por que Will brilhava tanto? — Você tá com cede?

            — Um pouco — Nico apoiou a cabeça em seu ombro.

            — Vou buscar água. Depois continuamos.

            Nico assentiu e o observou se afastar. Antes que pudesse levantar completamente da cama, quando ainda estava curvado, Nico agarrou sua blusa e o puxou para baixo, chocando seus rostos em algo próximo de beijo.

            Por que tão desesperado?

            — Calma aí, garoto-gênio — Will sorriu, tinha um cortezinho na sua boca. Nico também sentiu gosto de sangue. — Se quer tão desesperadamente me beijar, é só avisar.

            Will aproximou o rosto do de Nico, mas travou a apenas alguns sentimentos.

            — A Angelina com quem você falava antes... É a minha mãe?

            Nico hesitou. Seus olhos vagaram para a mulher sentada no espaço logo abaixo da janela e ela assentiu.

            — É.

            — Ela está aqui agora?

            — Sim. Está.

            — Nico! — o loiro colocou as duas mãos no rosto, que estava avermelhado. — Isso é muito, muito vergonhoso.

            Nico riu, Angie também.

            — Não acho que Angie ligue para isso — di Angelo sorriu e deu de ombros. — Aliás, acho que você gostaria de saber de algo.

            — O quê?

            — Quando você ou seu pai estão por perto... As almas simplesmente somem, sua existência é nula, como se elas fossem sombras e vocês a luz do sol. Angelina foi a única que não desapareceu. Eu não... Entendo o motivo, mas a paz que eu e Hazel sentimos com vocês por perto é simplesmente inigualável.

            Will pensou por um instante e sua expressão se iluminou.

            — Então a solução é vocês ficarem sempre perto da gente — sorriu.

            Nico sorriu também, e inclinou a cabeça para cima, para que Will o beijasse. Solace sucumbiu na hora, achando a forma que os fios negros dele pendiam para trás estranhamente bonita.

            Nesse beijo, demorou-se um pouco mais. Abriu a boca e acariciou a língua de Nico com a sua. Mais, ele queria mais. Segurou seus ombros, apertou-os. E de súbito, separou-se, levantando da cama.

            — Ai meu Deus, mãe, onde quer que você esteja, me desculpe — ele estava completamente ruborizado.

            — Na janela. Ela está na direção da janela.

            Will virou o tronco na direção dela.

            Angelina ficou de pé, deu um passo flutuante rumando Will. Deu uma risadinha de fada e o olhou com ternura.

            “Está tudo bem, querido”.

            Nico sorriu para ela e estava pronto para falar o que havia dito para Will, mas a sua expressão o impediu de dizer qualquer coisa.

            Olhos arregalados, sendo inundados aos poucos por lágrimas. O queixo caído, a mão longa cobrindo a boca.

            — Eu ouvi — disse engasgando, a emoção transbordando meio que a força. — Eu a ouvi, mamãe — ele riu e enterrou o rosto nas mãos, fungando. — Sua voz é linda. Eu nunca tinha escutado pessoalmente, não com idade o suficiente pra ficar na memória.

            — Ah, ela morreu quando você ainda era bebê, certo? — Nico levantou e colocou uma mão nas costas de Will.

            Ele tentou falar com calma, mas o seu coração palpitava como um louco. Por que Angelina era assim? Por que ela não era como todas as outras sombras, que sucumbiam à luz dos Solace? E o que ela fazia ali, por que só aparecera naquele dia, naquele momento, naquele lugar?

            Quanto mais pensava, mais perguntas tinha.

            Nico olhou-a diretamente nos olhos, tentando entender, como se assim pudesse encontrar alguma resposta. Ela tinha os olhos levados, brincalhões, que dançaram entre os seus e os olhos de Will, que ainda chorava.

            Ele começou a perceber. A curva da sobrancelha, o formato dos olhos. Os lábios carnudos, o ângulo das bochechas e da ponta do queixo. Eles eram iguais nesse ponto. Tinha aquela musicalidade também, aquele jeito de quem sempre entoa uma cantiga de ninar. E também aquela vida em seus sorrisos que não estava no formato dos dentes ou no contorno da boca, mas na alma, dentro deles. Duas crianças excêntricas com almas de animal, crianças que não pertencem a lugar nenhum.

            — Acho que entendo — disse Nico, distraído. Os dois pares de olhos se voltaram para ele. — Angelina também é um raio de sol.

            Will riu um sorriso. Angie novamente sentou embaixo da janela, abraçou os joelhos e apoiou a cabeça neles.

            — Ela se parece comigo? — Will perguntou, finalmente controlando o choro, embora ele ainda continuasse em sua voz e em seu olhar.

            — Sim — Nico secou uma lágrima esquecida que estava para pingar de seu maxilar. Deixou seu polegar ali, acariciando sua pele. — Você tem os olhos dela, embora a cor seja de Apolo. Seus rostos são muito parecidos, como se fossem duas Études de Chopin. Melodia diferente, base terrivelmente similar... Desculpe, não sei se pude explicar direito.

            — É o suficiente.

            Will deixou um beijo em sua testa e uma olhadela para a janela antes de sair para buscar água.

            Quando voltou, Nico tomou alguns goles e então se acomodou sentado na cama, encostando as costas em alguns travesseiros. Will deitou a cabeça em suas coxas e aguardou silenciosamente.

            Nico observou Angelina flutuar até sentar ao lado da cama. Ela passou o dedo por uma mecha do cabelo de Will, dando a impressão de que fora uma brisa, e sorriu muito satisfeita e muito feliz.

            Por fim, Nico suspirou e acariciou o rosto de Will, buscando forças para narrar a pior parte.


Notas Finais


tehe


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