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História One me two hearts - Especial: ENTÃO É NATAL (parte 1)


Escrita por: unkn0w

Capítulo 26 - Especial: ENTÃO É NATAL (parte 1)


Fanfic / Fanfiction One me two hearts - Especial: ENTÃO É NATAL (parte 1)

[Especial de natal: acontece na Fanfic, mas sai da continuidade temporal]

 

“Quero ser uma virgem pura

Uma prostituta do século XXI

Quero minha virgindade de volta

Para que eu possa me sentir plena

Eu quero beber até doer

Eu quero cometer um grande erro

Eu quero sangue, coragem e um bolo levinho

Eu vou vomitar tudo isso de qualquer jeito.”

— Marina and the Diamonds, Teen Idle

 


HADES

Hades acordou com um incrível mal estar, aquela sensação que dá quando você está pegando no sono e de repente alguém te puxa da inconsciência violentamente. Algo latejava na sua cabeça e em seus tímpanos, só então notou que havia dormido com o celular ao seu lado na cama. Com a visão embaçada e desfocada pelo sono, leu o nome no visor sem realmente processá-lo e atendeu.

Antes que pudesse falar qualquer coisa, ouviu dizerem:

 — Sonhei com você quase todas as noites essa semana.

Demorou uns dois segundos até ele reconhecer a voz de ouro líquido.

— Apolo...?

— Eu quero saber se esse sentimento é recíproco.

— Você está bêbado?

— Você já pensou em ligar depois de beber algumas? — riu. — Porque eu sempre penso.

— Não acho sensato você...

— Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu pra ligar pra sensatez. — Hades ficou em silêncio, tentando não  rir. — Não sei se você sente o mesmo que eu, mas poderíamos ficar juntos se você quisesse.

Hades respirou fundo e sentou na cama. Apolo só podia estar brincando. Massageou as têmporas e tentou não perder completamente a paciência. A situação era meio cômica, meio trágica. Aquele homem bêbado, coma voz arrastada, sem idade para cometer idiotices adolescentes, estava se declarando por telefone para ele.

Por Deus, estava de volta no ensino médio?

— Olha o exemplo que você está dando para Will. Vai tomar uma água, pare de se embebedar. E se ele acordar e te vir assim?

E com a fala, uma pergunta muda: você está em casa?

— Will não está aqui... Eu tô na estrada.

Ah não.

— ESTÁ BÊBADO, AO TELEFONE, ENQUANTO DIRIGE?!

— NÃO! Não, por Deus.

— Pare de dirigir agora! Você vau bater esse carro.

— Na verdade, eu já bati o carro. Tecnicamente, metade dele ainda está na estrada, então...

Hades deu um suspiro sonoro.

— Como você bateu o carro, Apolo?

— De repente tinha uma árvore no caminho... — Ele parecia confuso. — Ah, sei lá. Eu só...

— Onde você está? Estou indo para aí.

Apolo deu um risinho.

— Isso é um encontro? Porque se for, tem um motel a três ruas da sua casa.

— Onde. Você. Está?

— Na entrada da cidade. Da sua cidade.

— O que diabos você está fazendo em Iota?

Ao passo que falava, Hades colocava o sobretudo e pegava as chaves do carro. Andou pelo corredor até o quarto de Nico enquanto Apolo falava:

— Sabe, aqueles negócios triviais... Pretendia falar com você, acabar na sua cama, quem sabe dar um olá para Nico...

— Porra. É véspera de natal, que merda você tem na cabeça?!

Adoro quando você fala palavrão, pastor Hades — deu uma risadinha. — Por que não fala alguns no pé do meu ouvido enquanto tira a minha roupa?

— Cale a boca por um instante.

Hades tirou o celular do ouvido e o mutou. Entrou no quarto de Nico em passos leves e tocou seu ombro magro.

— Nico — sussurrou. O menino abriu um pouquinho os olhos.

Hades derreteu um pouco quando viu a pele pálida coradinha e os lábios rachados num biquinho contra o travesseiro. O fez lembrar-se de quando Nico tinha dois anos e amava dormir em seu colo. Ele afastou os pensamentos com o coração pesado.

— Apolo sofreu um acidente, estou indo busc...

— Will! — ele arregalou os olhos e sentou. — Como Will está?

— Will não estava com ele — Hades deu um sorriso sereno e deitou a cabeça do filho no travesseiro. — Fique calmo, acho que ninguém tá ferido.

— Tudo bem.

— Durma, eu já volto. Qualquer coisa, tome conta da sua irmã.

Nico murmurou um “uhum” e Hades voltou a colocar o telefone no ouvido. Saiu do quarto.

— Apolo, está aí?

— Por você sempre, delícia.

— Estou indo te buscar. Agora. Não desligue o telefone e se qualquer coisa acontecerqualquer coisa, me avise. Mesmo que você vá dormir.

Pela primeira vez, Apolo ficou calado por alguns momentos. Quando tornou a falar, Hades já estava quase no último degrau das escadas para a sala de estar.

— Cuidado. Se você continuar agindo assim, vou pensar que você se importa.

Indignado, Hades tirou o celular do ouvido e o encarou com raiva, como se do aparelho o outro pudesse sentir o seu olhar fulminante.

— Mas é claro que eu me importo, seu imbecil.

O loiro riu.

— Claro que se importa, o mundo hoje em dia é um grande hall de todos aqueles que se importam. Notou a ironia? Na verdade é exatamente o contrário disso. Acho que quanto mais a globalização aumenta... Hm-hm, eu nunca foi bom em geografia. Mas quer saber? Eu sempres penseis ques... Pera, quê? — Apolo caiu na gargalhada. — Eu falei igual ao Bob Esponja agora! AHAHAHAHA, eu achos ques issos és muitos legals — e ele riu de novo. — Hades? HÁ! O SEU NOME JÁ TEM O S!

— Com certeza — Hades soltou uma risada curta.

— Você falou erradoooo! É “coms certezassss” — a continuidade de “s” virou uma risada engraçada e então uma gargalhada contagiante. Tão contagiante que até mesmo o sonolento e emburrado Hades começou a rir junto.

Apolo murmurou mais algumas coisas e de repente sua voz foi ficando mais baixa e mais baixa, até que o celular começou a emitir apenas o som de sua respiração compassada e leve de quem dorme um sonho calmo.

 

APOLO

Acordou num susto de alguém abrindo a sua porta e ele tombando para o lado, indo direto para o chão. Seus olhos lentos correram para a vista do seu carro esmagado contra uma árvore e então para o asfalto negro em que estava caído. Levantou a cabeça — que latejava — para a pessoa que abrira a porta e lá estava: com a calça de um pijama cinza, pantufas e um sobretudo preto, Hades di Angelo, o monstro de seus piores pesadelos e mais sujos sonhos.

— Ora, ora, ora — falou com lentidão e dificuldade enquanto Hades lhe levantava pelo braço. — Se não é a donzela que veio me salvar.

— Apolo, cale a boca e tente recobrar o senso, está bem?

— Boa noite, meu senhor — continuou sussurrando. — Responda “boa noite”.

— Boa... Noite? — Hades disse confuso apoiando um braço de Apolo em seus ombros.

— Não, não, a noite é só um enfeite. Bom é você. HehehehEHEHEHEHE

— Apolo. Não.

— Qual é, essa foi boa! Eu tinha uma de história também, mas... — Ao tentar dar um passo com o apoio de Hades, Apolo acabou escorregando na neve e só não bateu de cara no chão porque o outro o segurou bem a tempo. — Mas você tem nome de deus grego, então acho que não daria certo.

— Claro — revirou os olhos.

Hades se abaixou, deixando Apolo cair no chão com um pouco de violência. E então colocou o antebraço na dobra de seus joelhos e depois na sua nuca, e o levantou. Começou a andar até o seu carro do outro lado da estrada.

— Ai, vai devagar. Você é tão grande, seja gentil comigo...

— Apolo, chega — Hades bufou. — São quatro horas da manhã, você acabou de sofrer um acide...

— O Bob Esponja é tão sexy.

Teve de parar para ajeitar o homem escorregando em seu colo.

— Sexy? O Bob Esponja? — levantou as sobrancelhas e riu, num misto de incredulidade e diversão. — Quando o Bob Esponja entrou na nossa conversa?!

— Sim, imagina ele fazendo PoleDance. Jesus Cristo... — Apolo arregalou os olhos e deu um sorriso sacana. — Opa, foi mal, pastor.

— É, pastor — Hades fez uma careta e parte do cérebro confuso de Apolo ficou intrigada com isso.

— Aliás, o Bob Esponja só não é mais sexy que você — Apolo riu e agitou as pernas. — Eu pagaria todo o meu dinheiro mais a hipoteca da minha casa para te ver fazer PoleDance.

Hades deu a volta no carro e o colocou no banco do passageiro. Pegou o cinto e o prendeu no feixe com brusquidão. Foi para o banco do motorista e deu a partida.

— Então... Você vem sempre aqui? — Apolo perguntou.

— É o meu carro — foi seco. — É óbvio que sempre estou por aqui.

— Desculpa, eu fui adolescente há muito tempo... Minhas cantadas tão enrefejadas... Não, eu tenho certeza de que a palavra não era essa.

— Não seria “enferrujadas”? — Hades perguntou prendendo um sorriso.

— É, enfejadas... Enf-enferrudaj...

— En-fer-ru-ja-das.

— Enferrujadas.

— É isso aí, menino Solace, um dez para você.

Apolo deu um bocejo enorme e o seu hálito horrível de cerveja invadiu o carro. Hades revirou os olhos.

— Estou... Ficando com sono.

— Já estamos chegando. Se você dormir agora não vai conseguir acordar, vou ter que te carregar dois lances de escadas, e eu não estou tão forte assim.

— Então faça alguma coisa pra me distrair, droga.

Os dois ficaram num silêncio tenso por alguns segundos, mas Apolo deu uma risadinha maliciosa. Sim, ele sabia exatamente como poderia ficar acordado.

Mordeu o lábio inferior e, se aproveitando do fato de que Hades estava concentrado na estrada, levou a mão até a sua nuca. Arrastou as unhas ali bem fraquinho e viu a pele dele se arrepiando. Soltou um riso nasalado.

— Você vai me fazer bater — disse Hades pacientemente.

— É só você não reagir.

Apolo continuou o acariciando, então ficou chato e ele decidiu abaixar um pouco a mão.

Passou a ponta dos dedos pelo seu maxilar e depois por sua clavícula direita. Desenhou círculos imaginários por cima do tecido de sua camisa e arrastou seu toque pelo peitoral de Hades, cujos batimentos acelerados podiam ser sentidos com clareza até mesmo por alguém com a consciência duvidosa.

Muito provavelmente por causa de nervosismo, Hades riu. 

— Pare com isso.

— Por quê?

— Está me desconcentrando.

— Ah, estou?

O tom de Apolo era arrastado, murmurado. No mínimo dos mínimos, sexy.

Ele entendeu o que causava no corpo alheio, então continuou. Passou um pouco mais a mão pelo seu peitoral e foi descendo, contornou o seu abdômen inegavelmente definido, pressionou-o e então o acariciou.

— Você faz academia?

— Sim. Mas eu já fui mais dedicado — havia alguma tensão em sua voz.

— Oh.

Apolo se perguntou se as coxas dele também seriam malhadas daquele jeito. Prendeu o riso como uma criança levada fazendo algo extremamente errado e, de uma vez só, como se tirasse um curativo, apertou uma das coxas de Hades. Constatou que sim, era malhado, o que só aumentou o seu desejo de vê-lo sem nenhuma roupa.

— Ei, o seu zíper tá aberto.

Hades deu uma olhadela para baixo.

— Não está não.

— Então vamos resolver esse problema.

No momento em que Apolo colocou a mão no cós da calça dele e constatou que pijamas não têm zíper, Hades freou o carro bruscamente.

— Chega, Apolo! Se aquieta um pouco!

Apolo gargalhou.

— Minha nossa, Hades, seu pijama é incrível.

— Oi?

— Posso falar contigo fora dele? AHAHAHAHAH—

— Você definitivamente não está bem — negou e acelerou o carro novamente.

— E você não é pescoço, mas definitivamente mexeu com a minha cabeça.

Hades soltou um riso contido, Apolo continuou.

— Me chama de tabela periódica e diz que rola uma química entre nós.

— Definitivamente tem química — disse Hades, engrossando a voz e franzindo as sobrancelhas. — A química do álcool agindo no teu sangue e te deixando insuportável.

— Mas você está rindo!

— É claro que estou, olha só pra você! — finalmente, gargalhou.

— Eu sei que você não é católico, mas eu rezo 1/3 pra achar 1/2 de te levar pra 1/4.

— Tenho de admitir, essa foi criativa. Você tem um talento — riu.

— Se pudermos tirar um talento disso, então ele é te fazer rir.

Depois de fazer uma curva e entrar na estradinha da mansão, Hades olhou de canto para o lado. Mas foi Apolo quem continuou:

— Isso não foi uma cantada. Sua risada é...

— Entendi. Já entendi.

— Por que você fica me evitando? Tem medo de ceder?

Hades puxou o freio de mão com força. Foi quando Apolo notou que o carro já estava estacionado.

— Veja só — disse o moreno com acidez — parece que chegamos.

 

HADES

— Me carregue no coloooo — Apolo se jogou para cima dele.

— Não — segurou o pulso do loiro. — Não vou te carregar até o andar de cima nem fodendo. Ou você vem se apoiando em mim ou vai dormir aqui fora, no chão.

— Você não faria iss... — Hades saiu andando, o deixando tropeçar nos próprios pés e ficar ali, na terra úmida e nas plantas, mal conseguindo se aguentar de quatro. — Ok, ok. Você faria.

Voltou e novamente passou o braço dele por cima de seus ombros. Ah, quanto trabalho, quanto trabalho. Hades com certeza não conseguiria dormir mais naquela noite.

Meio que arrastou-o até a porta e, quando tentou empurra-la, notou que estava trancada. Bem quando ia começar a procurar as chaves, Apolo se jogou para cima dele.

— Qual o probleeemaaa? Aqui fora está congelando... Vamos entrar logo!

— Se você parar de agir como uma criança, vou começar a procurar as chaves.

Quando olhou para baixo e se deparou com o rosto vermelho e risonho do Solace, notou que ele murmurava algumas palavras desconexas.

Aquela boca parecia boa de beijar.

Antes de colocar os pensamentos no lugar, ou então deixar que eles se desordenassem ainda mais, a porta foi aberta.

— Nico? O que faz acordado?

Nico deu passagem para os dois enquanto mordiscava a unha do dedão. Quando fechou a porta e se voltou para o seu pai, parecia nervoso.

— Depois do que me disse, eu liguei para Will. Ele está vindo para cá amanhã bem cedo... Ele também pediu desculpas por Apolo — cruzou os braços, estremecendo de frio. — Não consegui me acalmar até vocês chegarem. Mas agora que estão aqui, bem, eu vou ligar para Will de novo e... Dormir. Precisa da minha ajuda pra alguma coisa?

Hades, que acomodava Apolo sentado no sofá, voltou-se para o filho com um sorriso terno.

 — Pode chamar Salon para mim enquanto faço uma ligação?

— Claro.

— Ah, e que bom que falou com William. Depois diga que o idiota do pai dele provavelmente só vai acordar com uma ressaca muito forte, mas não se machucou.

— Meu coração tá machucado, Hadeeees — Apolo resmungou, tentando se pôr sentado, o que não deu muito certo. — Você só pisou nele hoje!

Nico arqueou uma sobrancelha.

— Pai? — deu um meio sorriso.

Hades olhou desconfortável para os lados.

— Ele bebeu um pouco mais do que deveria e... Olhe, apenas chame Salon, ok? Você está numa fase de desenvolvimento, precisa dormir direito se não quiser ficar desse tamanho pra sempre...

— Já entendi — Nico deu passos apressados em direção à dependência dos funcionários rindo.

O mais velho suspirou, completamente cansado. Olhou de Apolo para o telefone em suas mãos e revirou os olhos pela quadragésima quinta vez no dia. Mandou uma mensagem para um amigo seu rebocar o carro e manda-lo ao conserto, depois Hades o pagaria.

Salon não tardou em chegar e Hades pediu para que o ajudasse a carregar aquele homem de uns bons 90 quilos escada acima. O mordomo, muito sonolento, foi empurrado algumas vezes por Apolo até Hades ameaçar de deixa-lo se afogar no próprio vômito quando passasse mal dali a pouco.

Enfim, no quarto de Hades. Apolo deitado na cama, Salon dispensado para voltar a dormir, Nico provavelmente já no quinto sono.

 — Eu vou descer pra pegar outro edredom pra você, não gosto de dividir. Então me espere aqui. Aqui.

— Tudo bem, querido, estou começando a ficar com sono então não vou sair daqui não.

Hades assentiu e murmurou um “ok” desconfiado. Saiu do quarto e, só por garantia, trancou a porta. Tinha medo de todas as infinitas situações que poderiam machucar um bêbado naquela casa.

Andou alguns metros e viu a porta de Hazel entreaberta. Deu uma espiada lá dentro, só para checar. Andou mais um pouco e veio o quarto de Nico. De lá ouviu sua voz.

— Não, Will, você não pode vir andando de madrugada de uma cidade para outra — ouviu a risada musical de Nico. — espere até amanhecer e peça um uber (...) Não, não acredito que tenham aviões daí pra cá — risada de novo. — Sim... Sim, eu entendi! Tá, eu... Também te amo. Até amanhã.

            Hades entrou no quarto enquanto Nico ainda dizia “tchau” e havia um sorriso meigo em seus lábios. Mas infelizmente o sorriso se transformou numa expressão assustada assim que seu pai entrou no quarto. Andou e sentou ao lado de Nico na cama.

            — Você e Will falaram bastante — traçou o comentário despretensiosamente.

            — Ele estava preocupado.

            Nico passeava o olhar pelo teto do seu quarto enquanto os dedos batiam agitados em suas coxas por conta do nervosismo. Hades quase conseguia ouvir os seus pensamentos.

            — Não precisa ficar tão ansioso — deu uma risada e bagunçou os cabelos do filho. — Já disse que acho vocês uma graça juntos.         

            — Pai...

            — Eu sei, eu sei. Vocês, adolescentes, consideram esses comentários vergonhosos. Aliás, você tem algum cobertor sobrando aí? Eu ia descer pra pegar, mas com o termostato lá debaixo quebrado... Não quero ter que descer naquele frio.

            — Ah, sim, claro — Nico abriu uma gaveta debaixo da sua cama e tirou uma coberta grossa de algodão, era da cor creme. — Aqui.

            Hades agradeceu e se levantou. Estava pronto para desejar boa noite, quando Nico continuou:

            — Você é o cara sóbrio — cruzou os braços. — Lembre-se de não deixa-lo fazer nada que vá se arrepender depois... Ou se fizer, não o deixe se arrepender.

            Após um momento esquisito, Hades assentiu e murmurou um “boa noite” intrigado. Saiu andando pelo corredor.

            A cada passo que dava, era um pensamento que tinha sobre aquela situação, o que aumentava um grau na sua raiva. Quando chegava perto do seu quarto, seu andar estava furioso e o seu gesto para abrir a porta foi brutal.

            — Eu trouxe... Apolo?!

            Seu queixo caiu, e ele não sabia dizer se isso era bom ou ruim.

            Apolo estava apenas de cueca, gravata e meias, na sua cama, sentado na beirada com aquele rosto corado todo sexy. Sem roupas. Apenas cueca, grava e meias. Na sua cama. Na cama do seu quarto. Apolo Solace, só de cueca. Gravata. Meias. Bêbado. Sentado na droga da sua cama, em cima dos seus lençóis, dentro do seu quarto. Na sua cama. Bêbado. Com aquele corpo bronzeado num estado tão bom que poderia ter sido conservado com éter.

            Levou mais do que alguns segundos para processar aquilo, enquanto Apolo prendia o riso como se estivesse contando uma piada muito engraçada.

            Deus, me ajude.

            — O que você pensa que está fazendo, Apolo?

            — Pensei em te dar o seu presente de natal adiantado.

            Teria sido uma fala perfeita, com o timing perfeito também, se ele não tivesse tentado deitar de lado numa posição sexy e simplesmente escorregado da cama e caído no chão, tão desajeitado quanto um embriagado tinha o direito de ser.

            Mas valeu a pena, porque Hades soltou uma gargalhada alta.

            Andou até o homem no chão e jogou a coberta na cama. Abaixou para ajuda-lo a levantar, mas Apolo puxou seu pescoço e ele acabou batendo a cabeça na madeira da cama.

            — Ai, porra — colocou uma mão na testa, no entanto não conseguiu deixar de soltar uma risada.

            Apolo, com um sorriso largo, pegou sua mão e o puxou até que se sentasse no chão.

            — Sabe por que as crianças são felizes? — perguntou enquanto fazia movimentos pesados para sentar ou fazer algo que Hades não compreendia. — Elas não enxergam o mundo de cima. Elas o veem de baixo, assim como estamos agora.

            Finalmente pareceu alcançar o que queria quando sentou no colo de Hades, uma perna de cada lado do seu quadril.

            — E também — continuou. — Elas não têm vergonha de simplesmente fazer o que elas querem fazer.

            Hades o beijou.

            Apenas esticou um pouco o pescoço para frente e alcançou a sua boca semiaberta.

            Hades era pastor, Apolo estava bêbado. Parecia errado, era errado. Mas no instante em que suas bocas sedentas encontraram uma a outra, o sentido e a razão não era mais um fator essencial para os dois.

            Tão repentino quanto começou, o beijo se intensificou. As mãos firmes de Hades nas coxas nuas de Apolo. Os braços fortes de Apolo envolvendo o pescoço de Hades. Não pare, não pare. O hálito azedo de bebida e o de alguém que acordou no meio da noite. O cheiro de suor com álcool, a barba por fazer de Hades espetando o seu queixo. E ainda assim um se agarrava ao outro como se suas vidas dependessem disso naquele momento.


Notas Finais


Então KKKKKK
Olha, eu até poderia dizer que parei aí porque me senti extremamente culpada de nao ter postado nos dias 24 ou 25 (o que não deixa de ser verdade), mas eu vou ser sincera
EU ODEIO ESCREVER LEMON
Ok, proximo capitulo vai ter, acho que voces vao gostar. Tentarei postar o mais brevemente possível, hai?


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