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História One me two hearts - Bonde do olimpo


Escrita por: unkn0w

Notas do Autor


dude
that's gay
vão abrindo o youtube aí pra ir escutando as musiquinha do capítulo. Se quiserem por tumbalatum, turutum, deu onda, na ponta ela fica...
UASHUAHSH
calma, depois vem shape of you, nem tudo está perdido

Capítulo 37 - Bonde do olimpo


Fanfic / Fanfiction One me two hearts - Bonde do olimpo

APOLO

               Respire fundo três vezes. Não vomite agora. Que seja a noite toda, mas não agora. Sorria, acene, cumprimente. A noite é dos seus alunos, não estrague isso. Não agora.

               — Diretor! — ouviu um gritinho animado de animação. Apertou os olhos procurando por dentre os alunos naquele salão apertado. — Aqui, Apolo!

               Dois braços morenos agarraram seu tronco de repente. Olhou para baixo e viu o sorriso gigante e animado da outra filha de Hades, Hazel.

               — Olá, diretor Solace — ela brincou. — O senhor está encantador.

               Apolo empinou o nariz por um instante e comprimiu os lábios, tentando fazer uma expressão convencida, mas então riu e deixou-se vencer por aqueles olhinhos amendoados e brilhantes de menina.

               Segurou-a pela mão e a rodou, arrancando um riso seu. Observou o vestido púrpura que ela usava, as sandálias brilhantes, a maquiagem leve, o cabelo solto e natural, com uma leve nostalgia.

               — Essa viada arrasa demais — a abraçou, gargalhando. — Não que eu não adore a sua presença, meu anjo, mas você e seu pai não estavam pelas bandas da Alemanha enquanto eu e o Nico viajamos?

               Hazel afastou-se passou os dedos pelos cachos.

               — A gente ia fazer uma surpresa ontem vindo pro show, mas o voo foi cancelado e tivemos que assistir online, no avião mesmo! — contou como se fosse a situação mais engraçada do mundo. — Mas Nico me ligou e contou que hoje teria uma festa, então, já que estávamos em Nova York mesmo, por que não vir?

               Então ele...? Será?

               O coração de Apolo palpitou com a possibilidade.

               — Então seu pai está por aqui, querida?

               Ela sorriu e balançou a cabeça com descaso.

               — Aquele ali já voltou pra casa. Ele disse que a igreja precisava dele, e que não teria nada a fazer aqui, de toda forma.

               Sentiu-se murchar. Nada a fazer ali, não é? Claro.

               Era como se, de repente, estivesse duas vezes mais doente. Ainda, assim, não deixou transparecer.

               — Ele está certo. Veja como estou deslocado aqui!

               Hazel riu.

               — Até parece! Você? Deslocado entre adolescentes? Por favor, Apolo.

               O homem sorriu e decidiu desviar do assunto para algo que vinha lhe intrigando durante o diálogo.

               — Você se recuperou? — perguntou baixo. — Está tendo acompanhamento profissional?

               — Eu... — ela olhou para baixo com um sorriso sereno. — Eu escolhi melhorar. Essas férias estão fazendo bem pra mim. Acho que quando voltar, vou tentar ficar na mansão.

               — Você sabe que pode ficar lá em casa o tempo que quiser, certo?

               — Ah, Apolo, fofinho — ela abriu mais um de seus sorrisos ofuscantes e tremendamente falsos. — Tem algumas coisas das quais uma mulher precisa se recuperar sozinha. Agora vou procurar meu irmão. Aquela peste deve estar escondida debaixo de alguma mesa lá dentro, do jeito que odeia festas... — negou com ar divertido.

               Apolo a puxou para um abraço de despedida calorosa e a enxotou para a festa.

               Suspirou, cansado, e afastou-se, indo para um lugar no corredor sem o trânsito de alunos.

               Suas mãos tremiam.

               Sentiu que vomitaria, então correu para o banheiro, mas quando agachou e colocou a cabeça sobre o vaso sanitário, a ânsia passou e deu lugar à dor. Sentou-se no chão, perdido, confuso, sofrendo, preferindo ver o próprio cão a continuar aquele jeito. Olhou para o teto e pensou em Will. Abraçou os próprios joelhos e imaginou que seria bom ter alguém afagando os seus cabelos, passando as mãos em suas costas e dizendo que vai ficar tudo bem.

               E então pensou em Hades.

               Pegou o celular.

               — Oi, Apolo — cumprimentou Hades de forma polidamente animada.

               — Hades, hey — Apolo, por sua vez, só conseguia falar de forma contida, para não transparecer dor. — Pensei que você estaria com Hazel quando ela apareceu por aqui.

               — Ela está em segurança? — o tom da pergunta fez deixar claro que era retórica. — Que bom.

               — É, agora ela está com os outros no salão de festas. Eu estou pela recepção, não acho que aquilo seja muito pra mim. Sabe, um bando de adolescentes fingindo que eu não sei que estão enchendo a cara.

               — Ah, pobrezinho, está se sentindo o excluído? Queria estar bebendo com eles?

               Apolo riu.

               — Um pouco.

               E fez-se silêncio.

               Normalmente, ele saberia como preencher essa lacuna. Mas com o passar dos segundos o silêncio foi ficando denso e mais denso, tão palpável que poderia ser espalhado num pão, e ele ainda não tinha encontrado nada a se dizer.

               Foi a voz de Hades que acabou chiando no lugar do silêncio:

               — Apolo, você está bem?

               — Sempre. Por quê?

               — Não sei. Seu jeito parece-me estranho hoje.

               — Parece, madame? — gargalhou consigo mesmo, pois era uma piada que só ele poderia entender. E isso o deixou melancólico.

               Pôde escutar algo tilintar do outro lado da linha. Pensou nas mãos fortes de Hades segurando talheres, pondo a mesa para só um. Imaginou como seria prepararem juntos um jantar a dois, e por um momento essa cena roubou seus pensamentos e os tornaram obcecados. A luz fraca das velas, o vinho tinto, o aroma das flores – quaisquer umas que não fossem rosas. Imaginou-se o abraçando por trás enquanto ele estaria fazendo algo na bancada da cozinha. Os beijos, as carícias por cima e por baixo da mesa.

               Só mais uma semana de vida, implorou. Se você me der só mais uma semana de vida eu prometo que faço isso acontecer. Por isso...

               — Parece.

               Não me leve hoje. Não me leve por enquanto.

               — Estranho como?

               — Como se tivesse distraído, como se... Parece que você está... — Hades deu um suspiro de desistência.

               — Diga.

               Hades prendeu o ar por um momento e enfim soltou:

               — Semimorto.

               O golpe não o atingiu com a força que pensou que teria. Isso porque existem certas formas de se atingir com as palavras. Ele poderia ter mandado algo pior, que o atingisse como um murro, com impacto, o fizesse cambalear para trás por um momento e então se equilibrar novamente.

               Aquilo o rasgou lentamente, como se tentassem o matar a arranhões. A dor arrastou-se lenta e contraiu o seu abdômen e, quando menos esperava, estava debruçado sobre o sanitário, o celular atirado para longe, bile e sangue subindo por sua garganta.

 

TOMÁS

               — Parece que você tá morrendo de tédio. Vai, anima essa cara, Tomás!

               Suspirou.

               — Que legal, uma festa, wow. Bebida, adolescente, música alta, todo mundo dançando até o cu cair...

               — Tem o Nico com jeans agarrado.

               — Essa é a única parte boa.

               Percy riu.

               — Olha ali, o Jason caiu no meio da pista de dança! — Tomás acompanhou para onde ele apontava e viu o loiro caído no chão, sua blusa acabou sendo levantada na altura do abdômen na queda. Olhou para Percy com uma sobrancelha levantada. — Que homão hein.

               Seus olhos eram escuros com a luz negra, mas Tomás não precisava ver sua pupila ou o rubor de suas bochechas; sua expressão era deveras reveladora. Seu tom poderia até ser brincalhão, mas a expressão era analítica, um pouco contida.

               Tomás teve de rir da obviedade daquilo.

               — Onde o Will se meteu? — perguntou o francês, fingindo procura-lo. — Quer saber? Vou ver se ele precisa de alguma ajuda com as bebidas.

               — Certo, então eu vou com voc...

               — Não, obrigado, você é mais desastrado do que uma criança de cinco anos. Vá dançar ou conversar com alguém — pegou Percy pelos ombros e empurrou na direção de Jason, como se fosse algo aleatório. — Aliás, parece que ele está precisando de uma ajudinha ali — piscou.

               E ele estava. O coitado do Grace estava louco procurando os óculos no chão, mas o aglomerado de gente não deixava. Aliás, aquele tanto de gente parecia superar e em muito 45 alunos do ensino médio, Tomás notou.

               Deu um sorriso satisfeito quando Jason e Percy começaram a procurar o óculos juntos, rindo e brincando um com o outro.

               — Now I’ll take care of my businesssssss — falou consigo mesmo, puxando o S e rindo em seguida.

               Numa festa, é fácil esquecer que se está sozinho.

               Suspirou e olhou em volta, dessa vez realmente procurando Will, ou Nico, ou Cath. Os três juntos seria o ideal. Caminhou por entre as pessoas e naquela confusão de luzes, gente, música e movimento, se sentiu pequeno como nunca antes. “Ser uma parte deles e um pedaço separado deles”, ou algo assim. Sentiu seu peito apertar e parou de andar. De repente, começou a lembrar de coisas desagradáveis.

               “Como é?” Nico riu e o afastou. “Você está brincando não é?”.

               “Haha. Claro. É claro que estou.”

               Por que é tudo uma brincadeira, não é? É uma idiotice. Todo esse negócio de adolescência, e de redes sociais, e de drama, e de amor. É uma imbecilidade adimensional. O enojava ver tanta gente com sentimentos tão intensos juntas num ambiente fechado. Ele quase que conseguia sentir a hipérbole que cercava a vida deles o sufocando.

               Então por que estava com vontade de chorar?

               Respirou fundo e não teve que se esforçar para fazer uma expressão impassível. Procurou melhor e viu Will logo a frente, falando com Nico enquanto servia três copos com refrigerante. Ele deixou o terceiro pela metade e o segundo a dois dedos de ficar cheio. Significava que seriam preenchidos com vodka.

               — Vocês vão beber? — perguntou Tomás, interrompendo a conversa e se aproximando.

               Will o olhou desentendido.

               — É. Você não? Eu até coloquei refrigerante para você...

               — Álcool, Solace. Álcool.

               — Ah! — Will riu. — Se eu não ficar cheirando a bebida, pelo menos um pouco, meu pai vai me matar. Então só vou fingir que vou beber isso e derramar um pouco na minha calça, perto dele.

               — Certo... — Tomás estreitou os olhos e se virou para Nico. — E você? Pensei que fosse responsável.

               — E sou — Nico deu de ombros. — Mas estou precisando esquecer um pouco dos problemas. Pelo menos hoje, antes de voltar para casa.

               Tomás assentiu. Tinha como discutir com isso?

               — Nico! — viu uma menina vindo na direção deles. — Pronto, aqui, consegui.

               Ela era quase da mesma altura que Nico. Tinha olhos cor de amêndoa, a pele morena, cachos lindos descendo em cascata pelos ombros. Estendeu para Nico um celular, que ele guardou.

               — Deu certo, Hazz?

               — Aham... — ela percebeu Tomás. — É seu amigo, Neeks?

               — É — ele sorriu ternamente para a garota. — Esse é Tomás, ele veio da França. Tomás, essa é minha irmã por parte de pai, Hazel.

               Tomás sorriu.

               — Acho que já te vi no colégio... Bom, não teria como me ser familiar de qualquer outra maneira; vocês não se parecem nem um pouco.

               — Apesar de que ela parece com Hades... — Will disse pensativo.

               — Hades? — Tomás indagou.

               Nico e Hazel explicaram simultaneamente:

               — Nosso pai.

               Tomás teve que gargalhar.

               Tinha um tipo de desespero doentio em seu riso.

 

NICO

               — Sem chance. Não vou dançar funk. Nã-não. De jeito nenhum — Will o segurou pelos braços, rindo e murmurando “ah, vamos, por favor!”. Nico deu um sorriso de desculpas, o tom de manha. — Will... Eu não quero dançar... Estou bem aqui.

               Will fez a carinha mais fofa e decepcionada que Nico já vira.

               — Isso não vai adiantar comigo, Solace — deu-lhe um beijo na ponta do nariz. — Vá se divertir com a Cath. Ela tá ansiosa pra te ensinar a dançar funk.

               — Está bem — Will franziu os lábios. — Você ainda vai dançar comigo. Me aguarde, Nico di Angelo.

               — Oh, estou tremendo de medo — Nico riu.

               — E deveria — o loiro deixou um sorriso malicioso para trás antes de se virar e ir até a pista de dança.

               Nico observou o namorado se ponto ao lado de Jason. Percy e Leo também estavam no meio. Cath chegou entre o grupinho depois de voltar correndo da mesa com o computador. Ela fez um “beleza” pra Jass, que estava lá, e uma música em português começou:

Eu preciso te ter

Meu fechamento é você, mozão

Eu não preciso mais beber, e nem fumar maconha

Que a sua presença me deu onda

               Nico gostou da melodia. Era chiclete, mas era boa. Com um sorriso convencido, ficou observando Catharina a mostrar uma sequencia de passos simples, para um bando de bailarinos. Depois da melodia se repetir ao longo da música, ficou claro que a sequencia era bem fácil e repetitiva, até Nico pegaria.

               A segunda música que Cath colocou foi uma de nome “tumbalatum”, a coreografia dessa era ainda mais fácil. Nico se divertia em gravar os movimentos e vê-los sendo executados com palhaçadas pelos seus amigos. Com frequência, Will o olhava e sorria, e fazia brincadeiras, como se estivesse dançando para ele.

               Foi quando a música foi trocada para “turutum” que Nico percebeu uma coisa e passou a ficar mais atento. Apesar de tudo que ouvia sobre o Brasil, em nenhuma das coreografias viu ninguém se tocando ou sequer dançando um de frente para o outro. Na realidade, as coreografias de funk não eram assim tão mais obscenas que qualquer uma que dançassem nos Estados Unidos. Era sensual, sim, mas que dança popular não era?

               Estava tão concentrado prestando atenção nisso que nem notou quando Tomás colocou uma mão no seu ombro:

               — Por que você não tenta?

               — O quê?

               — Por que não tenta dançar? Parece estar te agradando assisti-los.

               — Eu não danço — deu de ombros e tomou um gole de sua bebida.

               — Oh, você não sabe dançar?

               — Nunca tentei pra saber.

               — Espere, você nunca tentou?!

               Nico riu.

               — Não.

               Passou os olhos pela pista de dança onde agora se formava um semicírculo em volta dos seus amigos. Hazel se juntou a eles no centro. A menina nem se importava se estava dançando bem ou mal, ela apenas imitava o que Cath fazia e se jogava na música. Nico sorriu consigo mesmo, porque ela parecia muito feliz.

               Quando essa música também acabou, Catharina colocou outra que traduziu para eles como “na ponta ela fica”. Que nome sem sentido, Nico pensou.

               Mas logo nos primeiros dez segundos se música, ficou boquiaberto.

               — Caramba moleque, que dança difícil! — Leo brincou, saindo do centro e jogando as mãos para o alto. — Eu desisto.

               A música foi pausada por um instante. Cath fez um passo a passo bem lento, mas os únicos que conseguiram brevemente foram Will e Jason. Na sequencia, Cath foi traduzindo a letra para ajudar. Quando se dizia “ela quica”, era para literalmente quicar, ir ate o chão e ficar de pé bem rápido. Em seguida, quando o homem cantava “ela para, rebola, ela trava” era para literalmente fazer isso, assim como quando dizia “ela abre, ela fecha e na ponta ela fica”, sendo que nessa segunda parte era pra executar o movimento com as pernas enquanto agachava com as costas eretas e na ponta do pé. No “na ponta ela fica”, era para dar uma rebolada estranha no chão.

               Nico achou, de alguma forma, bonitinho, e soltou uma risada. Ficou indignado quando nem mesmo Will conseguiu pegar essa parte.

               Deixou seu copo em cima do apoio mais próximo.

               — Vocês dançam ballet clássico e não conseguem pegar uma coreografiazinha dessas? — Alfinetou, enfiando-se no semicírculo em volta deles.

               — Quer tentar, di Angelo? — Jason desafiou com uma expressão cética.

               — Se eu tentasse, humilharia demais. Não quero ser uma das treze fitas de ninguém aqui.

               Catharina gargalhou.

               — Prometo que ninguém vai se matar.

               Will deu o empurrão que precisava: pegou em sua mão e o puxou para o centro, trocando seus lugares. Acenou para Jass, que soltou a música.

               Depois de ver Cath demonstrando apenas uma vez, enquanto traduzia a letra, aprendeu. Afinal, era apenas fazer o que a melodia mandava, certo? Não era apenas a letra que dizia o que era pra fazer. As notas, os instrumentos... Era como se eles ditassem a dança também.

               — Vai lá, bichão! — Percy provocou. — Prova quem é o líder do bonde do olimpo!

               Nico gargalhou. Apesar de estar fazendo algo tão embaraçoso, tinha certeza de que não era pelos ridículos goles de bebida alcóolica que tomara. Estava completamente consciente.

               Cath disse para Jass colocar a música do começo. Nico começou a dançar.

 

WILL

               A pessoa nunca dançou na vida. A pessoa nem gosta de dançar, odeia música, caga pra isso. Era pra ela dançar mal, certo? Mal pra cacete.

               Mas Nico dançava mal?

               Não. É claro que não.

               — Você sabia que ele conseguia fazer isso? — perguntou a Percy.

               — Você é o namorado. Tu que tinha que saber se o cara rebola ou não.

               Tudo bem. Nico conseguia se sair bem em quase toda a dança. Mas tinha uma parte... Especificamente no “na ponta ela fica”, quando ele ia até o chão e rebolava...

               Se o céu existia, então era um palco com aquela música e vinte Nicos a dançando.

               Quando a música acabou, todos aplaudiram e Nico fez graça com uma reverência debochada. Ele deu um sorriso convencido para Jason e Percy, e fez um high five com Catharina. Por fim, parou diante de Will.

               — Ótimo, estou namorando um gênio de todas as artes — Will disse com falso ar de raiva.

               Nico sorriu e colocou os braços ao redor de seu pescoço.

               — Então eu me saí bem, é?

               Outra música começou, mas dessa vez não era funk.

               — Bem? Por favor, você acabou de jogar todos os meus anos como bailarino no lixo.

The club isn't the best place to find a lover

So the bar is where I go

Me and my friends at the table doing shots

Drinking fast and then we talk slow

               Will fez uma expressão de surpresa fingida. Apontou para o alto, como que indicando a música, e começou a cantar junto.

Come over and start up a conversation with just me

And trust me, I'll give it a chance

               Nico sorriu e se desvencilhou dele, saindo por entre as pessoas que agora iam até a pista para dançar Shape of You; rumava a mesa de bebidas.

               Mas não chegou a alcançar seu destino. Will o parou a meio caminho, o abraçando por traz, mexendo-se no ritmo contagiante e entorpecente, cantando em seu ouvido:

               — You know I want your love. Your love was handmade for somebody like me. Come on now, follow my lead [Você sabe que eu quero seu amor. Seu amor foi feito a mão para alguém como eu. Venha agora, eu te guio].

               Nico riu e colocou os braços para trás, enroscando os dedos no cabelo de Will. Puxou-o delicadamente, colocando sua cabeça para trás também, até alcançar seu ouvido, a respiração do outro batendo quente em seu pescoço. Com aquela sua voz inacreditável, cantou:

               — Boy, let's not talk too much. Grab on my waist and put that body on me [Garoto, não vamos falar muito. Segure na minha cintura e coloque seu corpo em mim.]

               E assim Will o fez. Em vez de abraça-lo, colocou as mãos em sua cintura, puxando-o contra o seu corpo, pressionando Nico contra ele de uma forma enlouquecedora. Beijou seu pescoço, sendo incentivado pelas mãos em seus cabelos.

I'm in love with the shape of you

We push and pull like a magnet do

Although my heart is falling too

I'm in love with your body

[Estou apaixonado pela sua forma

Nos atraímos e nos repelimos como um ímã

Embora meu coração esteja se apaixonando também

Estou apaixonado pelo seu corpo]

               Imaginou se conseguiria beijar Nico na boca daquela posição.

               Tentou.

               Conseguiu.

               Nico virou-se, porque ficava melhor assim. Will desceu suas mãos, colocou-as nos bolsos da parte de trás da calça dele, que soltou um murmúrio de aprovação. A forma como beijava-o e se separava, respirava e voltava a beijá-lo, era quase como se seu corpo agisse naturalmente junto da música. Porque Nico era música. Desde a carícia que seus dedos faziam em sua nuca até o movimento de seus quadris contra os seus exalavam o ritmo, a melodia daquela música.

I'm in love with your body

Oh I, oh I, oh I, oh I

I'm in love with your body

Oh I, oh I, oh I, oh I

I'm in love with your body

               — Está com problemas, Solace? — Nico se separou para murmurar risonho.

               Foi quando Will percebeu que estava...

               — Oh, fuck — riu e, ruborizado, escondeu seu rosto no pescoço do outro. Não sabia o que era pior; alguém o ver naquela situação ou ter de esconder o volume em suas calças contra o corpo de Nico. — Me desculpa.

               — Tudo bem — podia ouvir o sorriso em sua voz. — Ei, você quer... Ir a algum lugar para... Dar um jeito nisso?

               Ainda com o rosto em seu pescoço, completamente quente e vermelho, assentiu.


Notas Finais


eu ia botar hot e verdade ou desafio nesse cap, mas pareceu a hora perfeita pra parar
então sorryyyy
pelo menos já sei o que escrever na continuação, que deve sair mais rápido
me perdoem por essas 3 semanas sem postar, fim de trimestre é foda
espero que tenham gostado. Tenho sentido falta de algumas pessoinhas nos comentários, então...


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