Point of view América Singer
- O que você está fazendo aqui? - silabei.
- Eu não sairia desse jeito se fosse você.
- Eu não vou sair.
- Vamos logo, Tia Ami - Ele falou imitando a irma, estava se divertindo as minhas custas.
- Não.
Ele respirou fundo e olhou tristonho para Brice que estava vestindo uma calça rosa, uma blusa de frio Rosa, uma toca Rosa e uma bota rosa. O cabelo castanho dela e os olhinhos azuis destacavam ali.
- É, acho que a gente vai ter que ir sozinho, Bri.
- Ah não, Tia Ami. Por favorzinho! Vamos com a gente? - pediu fazendo bico.
Suspirei. Aquele bico era irresistível. E não era só ela que estava fazendo.
- Golpe baixo - apontei pra ele que deu de ombros.
- Você tem dez minutos para se arrumar, ou você prefere ir assim? Você está bem... sexy - Ele cochichou a última parte para que ela não ouvisse.
- Eu tenho o tempo que eu quiser para me arrumar. Seu folgado.
Abri a porta pra eles e lhes dei passagem e foi então que a ficha me caiu.
- Como foi que...
- Celeste me falou - Ele piscou - Você deveria ser mais simpática como ela.
- E você deveria calar a boca.
- Meu Deus... Vocês só sabem brigar, é? - questionou Brice e eu não consegui ficar sem rir.
Fui para o meu quarto.
Vesti uma calça jeans branca e um moletom Preto da Nike. Uma das únicas peças que eu trouxe quando fugi. Calcei meu all star Preto e passei apenas rímel. Me arrumei de qualquer jeito.
- Eu não falei que era um jantar romântico, não precisava demorar tanto assim para se arrumar pra sair comigo.
Bufei.
- Não me provoca - avisei.
Fomos para o carro dele ouvindo Brice cantar uma musiquinha.
- Deixa que eu abri pra você...
- Eu tenho mão.
- Estava doido pra ouvi isso - cantarolou sorrindo e foi prender Brice na cadeirinha - Onde nós vamos?
- Firbyz! - gritou ela.
- Sem gritar, amorzinho - Ele falou delicado e eu sorri - Está bom pra você, ruivinha?
- Ãhãm.
O caminho até lá se resumiu em troca de farpas e canções da Brice. Em vinte minutos chegamos em um lugar que tinha como segurança um frango gigante, cheirava a gordura e era cheio de máquinas de jogos.
Maxon comprou algumas fichas para a irmã brincar nos infinitos brinquedos que tinham naquele lugar infestado de crianças e ela saiu correndo, se perdendo na multidão.
Maxon e eu fomos sentar em uma mesa.
- Eu quero o maior hambúrguer que tiver com batata frita e bacon e uma cherry - falei enquanto ele olhava o cardápio.
- Tá bom - Ele riu - Vou pedir três desse.
Ele foi até o balcão e fez nosso pedido. Fiquei acompanhando ele com o olhar. Seu jeito charmoso e descuidado de andar, o boné vermelho para trás, o suéter Preto dele e a calça jeans...
Maxon voltou, ele olhava preocupado para todos os lado a procura da irmã e quando achou acenou pra ela. Ele voltou o olhar pra mim e eu não desviei. Ele voltou sorrindo, virou a cadeira de costas para a mesa e apoiou no rosto na mão.
- O que? Tá apaixonada?
- Não. Só estava impressionada com o tanto que você parece um assaltante.
- Ah, cala a boca. É só mais um dos meus charmes.
Comecei a rir.
- Não, você não é charmoso.
- Não? Consegui abater tanta mina nesses último meses. Como você acha que eu consegui isso?
- Abater mina?
- É. Comer, transar, fod...
- Já entendi! - interrompi - Você é um babaca mesmo.
- So porque eu já abati muitas garotas?
- Você acha isso bonito? - fui pra frente e me apoiei na mesa para olhar em seus olhos.
- Não - Ele deu de ombros - Mas é a vida, né?
Revirei os olhos frustrada. Babaca, imbecil, canalha, safado...
- Só estou aqui por causa do bico da Brice - avisei - Depois que você me deixar em casa, faça o favor de nunca mais falar comigo, entendeu? - Ele arregalou os olhos.
- É impressão minha ou você está com ciúmes?
Não aguentei. Puxei a cestinha vermelha com molhos, palitos e guardanapos e comecei a jogar nele, um por um enquanto ele se esquivava.
- Cacete!
- Idiota - joguei os saches de mostarda.
- Para com isso, Louca!
- Você para de ser... - joguei o porta guardanapos e ele segurou antes de bater na cara dele -...Amostrado!
- Para, porra! - Ele estava gritando e rindo e a gente tinha platéia de todos os cantos.
- Isso é pra você aprender... - joguei o paliteiro todo - A não ficar me...
- Senhores, senhores - o frango gigante pos a mão no meu ombro e no dele e quando fez isso nós paramos de brigar e olhamos para ele - Esse é um ambiente infantil, não podem se bater nem xingar.
- Desculpe, Geremy. A minha namorada ficou com ciúmes de mim e começou a me atacar. Isso não vai se repetir, né amor? - ele jogou um beijinho.
- Só não mate o seu namorado, não agora, nem aqui - ele me disse e então saiu.
Eu respirei fundo e me recostei naquela porra de cadeira. Não vou mais lutar. Olhei pra cima e contei até dez. Não vou socar o rostinho lindo dele.
- Olha, so! O nosso lanche está pronto. Já volto.
Ele levantou assoviando e foi até o balcão. Pegou as duas bandejas de uma só vez e chamou Brice que veio correndo e se sentou.
Peguei meu hambúrguer e comecei a comer. Cada mordida, uma pontada diferente no coração. Minha mãe me mataria se soubesse que eu como esse tipo de coisa.
Maxon colocou um guardanapo no colo da irmã e prendeu o cabelo dela para trás. Passou kat chup e mostarda no hambúrguer dela, arrumou o canudo no refri e as batatas. E so quando ele teve certeza que ela comeria muito bem, ele pegou o lanche dele para comer.
- Você não me disse seu nome - Ele falou de boca cheia.
Eu ja tinha uma patada para dar nele, mas preferi não entrar em seu joguinho.
- América.
- América? - ele limpou a boca suja com mostarda - América tipo... América?
- Não. América tipo Austrália.
Ele riu sozinho.
Terminamos de lanchar e Brice voltou para os brinquedos mesmo Maxon dizendo que ela iria passar mal.
Fiquei comendo minhas batatinhas enquanto observava todas aquelas crianças correrem de um lado para o outro, todos aqueles pais furiosos com seus filhos, cansados de tentar empurrar comida neles, loucos para ir pra casa... como eu tinha inveja daqueles adultos, pais.
- Ruivinha? - Maxon me chamou e eu acordei do transe. Olhei para ele - O que foi? - perguntou preocupado - Você está chorando?
Perdi a fala.
Passei o dedo por de baixo dos olhos e sorri.
- Bocejei.
- Ah - ele riu pra mim.
- Minha mãe nunca deixou eu frequentar um lugar desses. Mas quando eu cresci, fugia da escola e ia com meus amigos, passava a tarde toda jogando. Ela nunca desconfiou.
- Como assim? - perguntou rindo - Você cabulava aula?
- Sim - dei de ombros - Você não?
- Não. Meu pai nunca ligou, minha mãe era bem liberal comigo. Geralmente ela vinha comigo, ppareciamos dois adolescentes - ele disse com um sorriso triste - Você mora aqui à muito tempo? - ele perguntou.
- Um ano.
- Sério!? Por isso nunca te vi aqui antes... Ja conheceu a cidade?
- Conheço a academia, a minha quadra, o salão, o C&W e agora o Firbyz.
- Porra! - ele comemorou - Você acabou de se comprometer à alguns passeios turísticos com o melhor guia de todos.
Bufei.
- Olha a merda... vamos esclarecer algumas coisas? Eu não quero nada com você. Nem com ninguém. Para de ficar achando que...
- Eu não estou achando nada. Só quero te levar pra passear comigo. O que tem de mau nisso?
- Tem você de mau nisso.
- Porra, ruivinha. Vamos fazer um trato então?
- Não.
- Okay. Seguinte: eu nunca vou tentar fazer nada com você. A não ser que você queira. Pode ser?
Ergui uma sobrancelha, desconfiada.
- Isso é verdade ou você está só me enrolando?
- Posso ser um babaca pau no cu mas eu tenho palavra. Podemos ser bons amigos enquanto você não se apaixona por mim.
Comecei a rir.
- Você tem a imaginação muito fértil. Mas quer saber? Podemos ser amigos. Mas se você fizer alguma coisa do tipo forçar a barra...
- Temos um trato então.
- Você é insistente assim, sempre?
- Na verdade - ele parou pra pensar e então a covinha apareceu - É a primeira vez.
Senti que tinha ficado vermelha como o meu cabelo.
- Vem cá - ele levantou e puxou a minha mão, me levando até o caixa de fichas.
- Não acredito... - comentei quando ele me entregou as fichas.
Fomos para o jogo de luta, ganhei. Depois para a corrida de carts, ganhei novamente. Jogamos um jogo muito idiota de coelhos com a Brice e deixamos ela ganhar.
Repetimos o de luta e eu ganhei mais uma vez.
- Odeio você - ele disse - Porra, ganhou todos!
- Licença - enfiei a mão no bolso de trás da calça jeans dele para pegar uma ficha e ele levou um sorrindo em seguida.
- Tarada.
Fui até a máquina de pelúcias e enfiei a ficha.
- Não acredito que você vai gastar a ficha nessa máquina mentirosa!
- Cala a boca aí.
Apertei o botão e escolhi o tigre branco e grande que tinha na máquina, o maior urso.
- Tá vendo aquele ali? - mostrei pra ele - É o que eu vou pegar.
- Ãhãm - ele riu - Com certeza você vai.
Apertei o botão novamente, ele desceu em direção a pata dele e puxou o urso pra cima, levando ele até a boca da máquina.
- Não! - Maxon estava boquiaberto - Não! Que porra você fez?
Peguei o tigre e dei pra ele.
- Só mais um dos meus charmes - joguei o cabelo e ele sorriu.
- Puta sorte você tem. Mas eu também consigo, quer ver?
Ele foi pra máquina tentar a sorte.
- To com sono - Brice apareceu bocejando.
- Espera ai, Bri - ele falou concentrado.
- Vem aqui, princesa - peguei ela no colo e ela deitou a cabeça no meu ombro - Eu quero o sapo, Maxon - avisei.
- Pode deixar, ruivinha!
Sete fichas compradas e desperdiçadas depois...
- Essa porra ta me zoando? - ele bateu na máquina - Ruivinha que merda você fez?
- Maxon, para de ser um bosta! Pega logo essa merda, sua irmã está pesada e deve estar com o corpo todo doendo!
- Eu juro, so mais uma vez.
Ele foi pro caixa comprar mais fichas.
- Puta que pariu...
Brice estava babando já. A incrível capacidade de deitar e dormir em poucos minutos no colo de alguém deixou muitos pais ali com inveja de mim. Fiquei olhando para o rostinho dela, cada traço parecido com o de Maxon. Era incrível.
- Que inveja da sua filha - Uma moça apareceu do meu lado com uma garotinha agitada puxando seu braço - A minha nunca é calma assim pra dormir.
E foi embora.
Minha filha.
Senti que meu coração estava se apertando cada vez mais. Minha filha. Apertei Brice nos braços para curtir aquela sensação boa que eu nao tinha experimentado.
-... agora vai - ele botou a ficha e apertou o botão.
Bufei e fechei os olhos.
Idiota.
- Ruivinha, consegui! Consegui, otários! - ele comemorou - Brice, consegui!
- Ela está dormindo, Maxon.
- Pega - ele me entregou o ursinho feliz da vida.
- Eu pedi o sapo, não o pinto.
- Ah não, me dá esse desconto.
- Vamos embora, Maxon!
- Ta bom, OK, tudo bem...
Ele pegou o tigre e o pinto e então saímos do Firbyz. Ele se ofereceu para colocá-la na cadeirinha, mas coloquei eu mesma. Queria sentir todas as sensações possíveis.
Entramos no carro e até pararmos em frente à minha casa não falamos nada.
- Está entregue.
- Obrigada pela noite - falei tirando o cinto e pegando o pinto - Foi legal.
Ele riu.
- É, foi mesmo...Quando vamos repetir?
Sorri revirando os olhos.
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