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História One More Night - Será?


Escrita por: Yukye

Notas do Autor


YOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Como prometido e para fechar essas férias a segunda dose de One More, espero q todos tenham uma ótima leitura e aulas. Por fim ONE MORE NIGHT!!!

Capítulo 18 - Será?


Fanfic / Fanfiction One More Night - Será?

 

Mais um dia, outro dia e que dia. A noite estava calma, mais quente; um fino suéter estampado por um urso bege num fundo azul claro era o bastante para manter o corpo quente.

- Sem fome? Laura? Laura? – Perry chamava sem sucesso.

- Carmilla!!! – Berrou LaF ao lado da loira no banco da cozinha.

- Onde?! – A jornalista apoiava as mãos na mesa – Pera, o que foi isso? – A distraída perguntava massageando o ouvido quase surdo.

Perry e LaF gargalhavam com a falta de atenção da loira mais perdida em pensamentos sobre uma garota do que na sopa de cenoura no prato, sendo que comida sempre despertou mais interesse na jovem.

- Quem é essa ai? – Perguntou Danny virando um prato de sopa frente a bióloga na mesa.

- É a garota que o jovem Guto falou outro dia, parece até que Laura a encontrou, do jeito que anda perdida nisso – Perry enchia o prato da lenhadora na quinta rodada.

- É, parece que os dois estão apaixonados por essa garota, Guto não para de falar nela, e Laura não para de pensar nela – LaF tomava mais uma colherada – Ei, me diz, era ela mais cedo na loja? Ai deve ter sido ela sim, olha como ela nem ta prestando atenção e, ta meio vermelha.

- Laura, Laura? – A lenhadora também fracassava na tentativa de chamar a atenção da galega.

A dona da hospedaria seguiu para cuidar da avó na companhia da medica de plantão. Danny ficara algumas horas mais na cozinha ajudando Laura com os pratos na pia.

- Pode deixar Danny – Dizia a galega.

- Nem pensar, ta frio – A lenhadora defendia a pia como uma jogadora de basquete.

- Não ta, não tanto, vai eu lavo, sai, não tenho medo de água fria – Insistiu tentando puxar a amazona da pia.

- Sai você – Ria Danny, pois Laura era por muito menor e mais fraca, não havia o mínimo de chance dela ganhar.

Após a costumeira brincadeira na pia, Danny acompanhou Laura até o quarto, parando para uma ultima conversa à soleira.

- Então...te vejo amanhã? – A perguntas era obvia, mas a lenhadora gostava de ouvir a resposta da “querida amiga”.

- Ah! Claro.

- O que foi Laura? – Danny estranhou a resposta em tom duvidoso de si mesmo.

- Ta sim, por quê?

- Porque geralmente você responde com um sorriso e uma piada ruim – A lenhadora olhou para o lado coçando a cabeça nervosamente.

- Piada ruim? – A duvida saiu desacreditada.

- Não, mas é que você parece indecisa, ou dispersa, nem comeu direito. O que foi Laura – Ela segurou os braços da jornalista a cercando-a contra a porta do quarto – Sabe que pode me contar qualquer coisa, o que há? – As mãos delas se encontraram na mesma hora a galega abriu a porta atrás dela e entrou no quarto dando dois paços para trás.

- Não é nada Danny, só uns pensamentos que ando tendo, parece até déjà vu, as coisas que o Guto disse – A galega encarou a floresta atrás da balaustrada às costas da ruiva.

- Ah! Não me diz que tem haver com aquela tal de Carmilla? Laura, nada do que ele diz faz sentido, nem acredito que seja verdade, se não a gente lembraria, não faz sentido só ele lembrar, aposto como essa Carmilla deve ter sido uma amiguinha dele anos atrás – Dizia a dona da lógica matemática da memória.

- Você tem razão, mas...

- Vá dormir, descansa essa sua cabecinha – A lenhadora ajeitava uma mecha para trás da orelha de Laura – Boa noite – Danny se despediu com um beijo na bochecha da loira.

- Boa noite Danny, te vejo amanhã cuidado com o pé grande no caminho de volta – Riu fechando a porta com esforço de aparentar a normalidade no fluxo das piadas ruins – Carmilla... – Laura apoiou as costas na parte interna da porta, escorregando até sentar no chão - ...quem é você?

Todos os dias eram assim, com o pai fora da cidade, o trabalho diminuía e já nem era muito em dias comuns, mas Sherman Hollis insistia que a loja somente funcionasse com ele presente, sua filha, habilidosa com agulhas somente costurava – e por pirraça dela – se dependesse de seu pai, a garota viveria numa bolha.

Ela aprendeu a se distrair ocupando a mente dos mais diversos textos, vários deles endereçados aos polos mundiais, referentes ao estado do mundo, o primeiro ministro inglês Winston Churchill, o presidente americano Roosevelt e, até Hitler, mas essas direcionadas ao Fuhrer nunca chegaram ao destinatário. Depois de seu trabalho como membro não oficial da Liga das nações, Laura se ocupava dos negócios da família, tecidos e costura, qual pano encaixava melhor, qual linho ou ponto aguentava tensão, de todos os afazeres o que mais gostava era escrever, não era a toa seu apelido de jornalista não registrada, adorava descobrir uma nova toca de raposa, ou uma caverna, casarões e restos de castelos do século anterior – sempre era em segredo – nem mesmo Danny ou seu pai sabiam dos seus passeios – pintar o cabelo com graxa era uma das artimanhas mais usadas para sair.

 As caminhadas matutinas também eram ótimas, mas sem duvida eram as noturnas as favoritas, à luz do luar, as nuvens projetadas da sua respiração, o ar frio enchendo os pulmões, a umidade do ar, os músculos e o suor bombeando o sangue pulsante por aventuras. Lembrava-se das falas do pai:

- Filha eu já disse pra me esperar, pego você de manhã – Dizia ele preocupado, certo de que qualquer coisa pudesse acontecer se ele não cuidasse da filha.

- Pai o que há? Tem medo que um urso me coma? – Ria a loira no balcão da alfaiataria.

Na mesma semana o senhor Hollis arrumou um saco de spray contra ursos – ele era linha dura – mas Laura entendia, afinal ela também seria capaz de arrumar uma torre guardada por um dragão e, um fosso para mantê-lo seguro. Engraçado talvez, mas Laura já não lembrava mais do rosto da mãe, nem seu pai comentava sobre, muita dor provavelmente, nunca se casara outra vez – e não foi por falta de partido – seu pai na época da perda ainda era um garboso militar dono de uma grande fortuna e, linhagem de nome, um lorde, mas que virava o maior imbecil nojento quando alguma mulher vinha atrás dele, apenas para afastar qualquer madrasta da filha. Ela não o culpava, por mais irritante que fosse as vezes, sim ou não para uma nova esposa, nova “mãe”, qualquer que fosse a decisão ela apoiaria, mas dava para entender a postura dele. O mesmo buraco feito por mísseis em seu peito, também havia aberto uma cratera no peito do pai. Esse buraco costumava incomodar muito, mas com o tempo, aprenderam juntos a deixa-lo de lado, sem preenchê-lo, sem tentar, sem negar, só o deixar ali no canto, só isso.

Por fim, depois dos dias monótonos e as risadas programadas, Laura caminhava pelos corredores para os chuveiros no andar de baixo, com a toalha nas mãos, a cesta com o shampoo e sabão antibacteriano, o roupão de coelhinho feito por ela mesma, com direito a orelhas bem compridas no capuz que, a engordavam uns seis quilos de fofura da mais sedosa toalha para esse tipo de roupa. Sempre a ultima a tomar banho, quando todos estavam dormindo. Trancou a porta do banheiro, indo para o box do fundo, pendurou o roupão e, foi tirando as roupas dos bolsos internos.

Uma calça jeans azul bem escura, camisa no mesmo tom, uma blusa de lã com a gola alta e zíper na parte da frente, o remendado capote cinza, um chapéu combinando e, o pote de graxa junto a um pente. Minutos depois estava a falsa morena a sair pela pequena janela do banheiro de encontro a montanha, agachada vigiou os arredores, sem o sinal de qualquer individuo, esperou a luz do quarto de Perry findar e, disparou correndo para trás do pequeno celeiro, dele correu para a floresta se escondendo atrás de uma arvore, verificou se alguém a notara; ninguém, então correu para a estrada, onde desceu alegremente para a cidade com a lua cheia lhe beijando a face.

Parou num beco próximo ao Punkt, mirando a escadaria metálica na lateral, aquela garota. O que foi aquilo mais cedo, aquela sensação, foi tão rápido e, parecia que seu corpo gritava por aqueles braços, tudo parecia se encaixar, a não ser o fato de não se lembrar de nada, nada do que Guto dizia, não havia sentido, como ele diria algo assim? Depois surgiu ela, caindo da escada, depois na porta do quarto, por ultimo na alfaiataria atrás do balcão. Os olhos cheios de desejo, o peito bombeando algo mais que sangue e, a boca tão próxima, não fosse LaF, sabe-se lá o que poderia ter acontecido, mas estava inclinada e deixar-se guiar por ela, quem sabe explica-se tudo.

Por fim estava de frente com a porta do quarto de Carmilla, bateu quatro vezes, nenhuma resposta, oito, doze, nada da porta se abrir.

- Será que ela ta no bar? – Descendo apressada pelas escadas, desviou de Kisch subindo bêbado com uma garota ainda mais bêbada que ele. Laura olhou bem para a moça se certificando de que não “ela”, Kirsch de bêbado e distraído nem reparou na morena de capote cinza, até a convidou para se juntar a eles.

Ignorando o convite, Laura entrou no bar; ser de seu tamanho era ótimo nessas saídas, pois quase ninguém reparava nela. Os bêbados e sóbrios disputavam a queda de braço, adivinhem quem era uma das competidoras na mesa central, a mal-humorada Carmilla vencia um a um, ninguém era pareô para a sobrenatural força da garota. Ela pareceu notar Laura, pois a mirou diretamente, mas Laura se escondeu atrás de um largo senhor.

- Agora é comigo garota! – Dizia Danny virando o respaldo da cadeira para a mesa ao desafiar a vampira.

- Danny? – Perguntou Laura empurrando os bêbados, descrente da lenhadora ali.

- Vamos ver então, quanto vai ser a aposta? – Ria Carmilla cruzando os pés sobre a mesa – Não tem o bastante pra competir comigo – Ela sorriu e, basicamente provocando um ataque em Laura ao contemplar a visão.

- É você já alisou todos daqui, então por que não tenta isso? Aposta tudo, eu aposto tudo o que eu tiver, e se você ganhar, ganha de uma vez – Sorriu a lenhadora com um brilho desavergonhado nos olhos – Ou ta com medo? – Todos ajudaram aumentando a provocação, claro, a vampira não ia recusar o desafio, uma mais um menos, não fazia diferença, não havia o mínimo de esperança para uma vitoria humana.

- Então manda ver Diana! – Bateu o cotovelo no meio da mesa.

- É Danny! – A lenhadora bateu o cotovelo na mesa agarrando a mão da adversária.

- Pronta?

- Quando quiser ruivinha – Debochou da lenhadora.

- SOCORRO!!! – Alguém gritou do lado de fora da espelunca, no mesmo segundo Danny venceu a mão da vampira distraída pelo disparar do coração de Laura.

- Rápido! – Exclamou o comandante da policia recolhendo o quepe do balcão, os três homens uniformizados de verde saíram correndo em busca do pânico do lado de fora.

- O trem! O trem! – Gritavam, os guardas disparavam nas motos atrás do carro dos bombeiros derrapando na estrada.

A multidão de curiosos corria para o clarão atrás da floresta, Danny embolsava os lucros na mochila, antes de correr para o caminhão dos lenhadores com Kirsch fechando o cinto.

- Vamos nessa Broo!!! – Dizia ele animado girando a chave.

- O que ta acontecendo?! – Danny clicava o cinto e o caminhão arrancava.

Droga de curiosidade, embora Carmilla fosse o objetivo daquela escapada, nada era mais excitante que uma confusão que, um provável furo jornalístico, a curiosidade da loira a arrastou para fora seguindo a multidão.

Laura se esgueirou pela lateral do caminhão, com o rosto coberto pelo cachecol e, quando o motor arrancou pulou para a caçamba, um buraco a fez saltar, mas o pé escorregou do para-choque a dependurando, a velocidade aumentava, os dedos escorregavam mesmo com as luvas. Não poderia gritar Danny a escutaria e, não seria nada bom que a lenhadora soubesse de seus passeios. Forçou fechou bem as mãos, mas elas escorregavam, outro pulo, ela soltou uma das mãos.

- Droga, agora é a curva – Disse para si, sendo ali o fim para uma boa queda – Ai que droga – Quase gritava.

Quando sentiu os dedos soltando da lataria na curva, algo agarrou sua mão solta. Laura olhou, era Carmilla, mas como? Seus dedos a traíram, se soltando, a morena se apoiou a cintura na extremidade e agarrou a outra mão da loira, puxando de forma atrapalhada.

- Te peguei – Laura mal escutou, apavorada, unicamente se agarrava na morena do dentro da caçamba – Anda vem pra dentro – A estrada era suave, sem curvas fechadas – Devagar, uma perna de cada vez – A loira obedecia, enquanto sua cintura se mantinha envolvida dos braços da outra – Ótimo... – Sem curvas fechadas, mas não sem os buracos de fazer a cabeça de Danny e Kirsch bater no teto e, catapultar a jornalista encima da vampira.

O encaixe das bocas estava perfeito, não fosse pelo cachecol na frente. Por exatos cinco segundos elas mantiveram o contato acidental, até Laura separar a conexão, porém se viu presa pelos braços da outra entorno da sua cintura.

- Essa pilha de lenha não esta tão alta, se você levantar eles vão nos ver, então é melhor você ficar aqui – Sussurrou Carmilla no ouvido da loira. Aquilo era louco, porém algo no corpo, nos olhos, no abraço, na respiração e, até na voz da morena, deixavam tudo mais insano e acalmavam ao mesmo tempo.

A jornalista se rendeu, relaxando o corpo movendo-se para o lado.

- Ei, eles... – Preveniu para a jornalista.

- Não vou levantar, só te aliviar do peso – Disse a loira desvencilhando-se do gostoso, porém inconveniente abraço. A vampira recostou na pilha de madeira e chamou Laura com o indicador.

- Você pode escorregar pra fora ai – Disse sabendo que Laura não poderia negar, pois outro solavanco quase a arremessou pela lateral.

- O que você ta fazendo aqui? – Perguntou ajeitando a cabeça no ombro da vampira.

- Nossa, de nada – Disse a morena aos risos.

- Fala baixo – Laura deu-lhe um cutucão, bem abaixo das costelas – ...obrigada por me salvar, mas agora o que a senhorita ta fazendo aqui?

- Eu vim pegar meu dinheiro de volta, aquilo foi trapaça, eu me distrai com você... – Carmilla engasgou - ...e você? O que a senhorita faz aqui? – Retomou o fôlego.

- O que eu tenho haver? Nem nos conhecemos.

- Ah! Sério Cupcake? Vai jogar esse cabelo com graxa pra cima de mim e torcer pra eu acreditar que seu nome é Guida Lane? – Riu do descrente olhar da mascarada.

- Quem é essa? – Perguntou curiosa.

O caminhão diminuiu a velocidade findando a conversa que, certamente chegou aos ouvidos dos condutores.

- Porcaria – Carmilla percebeu a parada não programada, pois os outros veículos seguiam em alta velocidade, passando por eles – Vem – Laura só teve tempo para perceber a neve na beira da estrada e, as arvores por perto. O caminhão parou uns metros à frente com Danny e Kirsch verificando a caçamba – Se prepara que vamos pegar a carona de volta assim que eles se virarem.

- Tá – Respondeu atrás da morena, percebeu a espada amarrada em suas costas, o cabo desenhado do que pareciam asas de morcego, a bainha trabalhada até a ponta perto da mão esquerda segurando a sua – Enh? – Antes de poder falar, estava sendo puxada em direção ao caminhão.

- Você vai primeiro, eu te empurro – Carmilla foi puxando Laura para frente.

Laura não sabia dizer como pulou daquele jeito, mas já estava dentro, o motor ligou, ela estendeu a mão e, puxou Carmilla para cima, estavam elas de volta deitadas apoiadas na lenha.

- Laura Hollster – Apresentou-se descendo o cachecol com o indicador.

- Carmilla Skandratt – Respondeu devolvendo o olhar e, junto um fofo sorriso.

A jornalista corou e acabou sorrindo de volta, apertou as mãos e, percebeu que ainda estavam de mãos dadas.


Notas Finais


Obrigado. Arigato. Valeu chegar até aki vcs são dez. Como fomos? Me contem o que estão achando, só não cortem a minha cabeça onegai.
Twitter: https://twitter.com/Yukyytto


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