História One More Rose Only - Capítulo 1

Minha vida não era perfeita, acredito que a de ninguém seja, mas era boa. Uma casa bonita, um pai que apesar de viciado em jogos e apostas, eu amava, e um emprego que apesar de me pagar uma miséria no final do mês, eu gostava. Agora estou aqui, de malas na mão em frente ao que parece ser meu novo lar. Lar.. Eu poderia fazer uma lista de adjetivos sobre essa casa, quero dizer, mansão, mas lar não estaria entre eles.

As últimas quatro horas passaram como um flash sobre meus olhos, a última coisa que me lembro é de me pai me mandando fazer as malas, eu iria me mudar, o motivo eu ainda não sei. Talvez ele tenha ficado sem dinheiro para me sustentar ou a policia finalmente tenha descoberto os jogos não exatamente legais. Eu entenderia, realmente entenderia. Só não queria ter sido mandada para a casa de um lorde que nunca tinha ouvido falar até hoje de manhã, obrigada a viver com ele.

Isso não vai durar muito tempo, de qualquer modo.

De repente vejo dois homens saindo da mansão, e digamos que o olhar deles não é muito receptivo.

- Você é uma delas? - O mais baixo me pergunta.

Fico confusa, mas concordo com um leve movimento de cabeça, será que esse lorde abriga mais garotas como eu? Não é como se eu esperasse exclusividade.

Eles me guiam até a entrada, um deles abre a porta enquanto lança um sorriso para o outro, fico ainda mais confusa, mas logo que entro na casa esqueço sobre o assunto. A mansão é linda e muito maior do que aparenta por fora, fico sem ar, eu irei morar aqui? De repente avisto duas empregadas, mais ou menos da minha idade, cochichando e e olhando para mim. Será que em troca da minha moradia terei que trabalhar?

- Eu poderia falar com meu pai?

- A essa hora seu pai já deve estar longe - um deles responde.

Por algum motivo não gosto da maneira que ele fala.

- Só um telefonema.

- Acho que você não nos entendeu Srt., não será possível contata-lo.

Eu estava pronta para responder quando sinto um pano sobre minha boca e nariz, um cheiro forte invadi minhas narinas ao mesmo tempo que um par de braços me envolvem. E de repente não sinto mais nada.

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Abro meus olhos lentamente, ainda posso sentir o mesmo odor de quando apaguei. Ao menos eu acho que foi isso que houve, não seria possível ser tudo um mero sonho, foi tão real.

Minha ideia é comprovada quando olho ao redor e estranho o quarto em que estou, pelo pouco que posso ver ainda deitada, diria que é mil vezes mais espaçoso que meu antigo. Das cortinas pesadas, ao lustre sobre minha cama e os móveis, tudo muito elegante e diria até bonito.

- Vejo que já está acordada.

  Escuto uma voz masculina e aparentemente próxima, estranho, nem ouvi a porta bater.

- Quem é você? - Pergunto parecendo sonolenta.

- Apenas um mordomo, as suas ordens.

- Mordomo é seu nome por acaso? Eu lhe perguntei quem é  -  Não era minha intenção soar rude, mas é isso que acontece.

- Dentro desses portões, sim, eu sou apenas um mordomo.

Minha cabeça está doendo demais para argumentar, é impressão minha ou tudo parece estar girando?

- Você vai se sentir melhor quando o efeito da droga tiver passado, dentro de algumas horas. Agora, eu recomendo que descanse.

  Mordomo diz como se lesse meus pensamentos, resolvo seguir seu conselho. E estou tão exausta, que dentro de alguns segundos já estou adormencendo. Mas antes que isso aconteça, escuto uma voz suave:

- Adrien, meu nome é Adrien.

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Minha cabeça esta doendo, percebo que ja esta noite pela falta de iluminação do quarto, decido sair. Minhas pernas ainda estão bambas, desço as escadas enquanto escuto, oque aparenta ser, alguém tocando piano e vou seguindo o som que vem de uma sala próxima, a porta esta entreaberta. Não me atrevo a espiar, apenas fico ali, ouvindo o som melodioso ecoar pela casa que é um silêncio só. Derrepente ouço uma voz feminina, suave e melosa, ao mesmo tempo em que sinto meu braço sendo puxado com força, me obrigando a encarar o responsável.

- Oque faz aqui? Deveria estar com as outras - ela parece brava, mas não me deixo amedrontar.

- Eu não trabalho aqui, eu só estou..

- Ótimo, uma mais burra que a última - A mulher misteriosa me interrompe e solta um suspiro de reprovação - Adrien nao me disse que ele escolheu mais de uma está noite - Ela diz olhando em meus olhos com um certo desprezo.

Adrien.. Será ele o responsável por tal melodia? Perco minha chance de me aprofundar no assunto quando a mesma retorna a falar.

- Vamos, a essa hora já deveria ter conhecido as outras.

E com essas palavras, desaparece no corredor escuro, me levando a segui-la. Finalmente irei esclarecer meu papel aqui, e com esperança, resolver seja em qual situação meu pai me colocou.

Ela para na frente a um grande salão com várias meninas, a maioria aparenta ser da minha idade ou apenas alguns anos mais velhas, todas me encaram quando chegamos. Aparentemente sou a unica "novata". Passamos pela sala, aonde algumas leem, conversam ou apenas se arrumam em frente a fileira de espelhos. Ela para entre duas meninas, uma morena e outra loira.

- É ela? - A de pele dourada pergunta.

- Sim, chegou ontem - Elas me encaram - Como você se chama?

- Sara - respondo ríspida.

Estou começando a ficar irritada com tudo isso.

- Preste atenção, Sara, essas duas vão dizer tudo que você precisa saber, está certo? Se comporte e você terá uma vida melhor do que pode imaginar, agora se quiser bancar a garota esperta, vai acabar se dando muito mal, não só com Vincent, mas comigo. Entendido?

Não respondo, então ela apenas se vira e caminha para a porta, mas antes de sair, olha para mim e diz em um tom, que por algum motivo me causa calafrios:

- Seja bem vinda ao Harém, futura Srt. Boccioni.

E com um sorriso em seus lábios bem desenhados, ela vai embora. Me deixando ali, mais confusa do que nunca.