História One more step - Imagine Monsta X - Kihyun - Thirty first chapter

- Você mencionou garotas. - Ela murmurou ao parerem em frente à porta de um lugar tão conhecido por eles. Ele inclinou a cabeça para encará-la, mostrando certa aflição e determinação em seu olhar. - Disse que garotas estão aqui. Elas estão aí dentro?

Dando voltas confusas com a mente, como se não tivesse pensado antes no que diria quando a levasse até ali, Wonho respirou fundo, aproximando um pouco mais para tocá-la nos ombros. Ela recuou de imediato, se lembrando do dia em que ele a tocou daquele jeito, sendo forçada a beijá-lo.

Ele percebeu. Não demonstrou, mas percebeu. E aquilo atingiu de forma dolorosa seu peito, assim como antes, mas daquela vez ele encontrava um motivo. Kihyun é o culpado, foi isso que sua mente ressonou.

- Preciso que as conheça, está bem? - A voz em sua cabeça o fez despertar. Se focou no que realmente estava fazendo ali. Desmascarar o Kihyun e fazer a (s/n) abrir os olhos para enxergá-lo. Ela lhe daria uma chance caso Kihyun não estivesse no caminho.

- Por quê?

- Elas irão lhe explicar tudo. É melhor assim. - E quando foi para abrir a porta, Jooheon saiu pela mesma, arregalando os olhos por já vê-los ali.

- O que fazem aqui? - Ele perguntou, parecendo nervoso enquanto fechava rapidamente a porta atrás de si.

- Como assim? Eu não disse que estava indo buscá-la?

- S-sim, mas... - Desviou o olhar para ela, mordendo a língua e puxando Hoseok para longe, até que deduzisse que ela não estivesse mais escutando. - Minhyuk me mandou uma mensagem, disse para esperarmos por ele. Ele acha que não é mais uma boa idéia. Falou que deveríamos deixar o Kihyun contar.

- O quê? Mas que idéia é essa? Aquelas garotas vão contar tudo que o Kihyun fez com elas. Se fosse ele a contar, não acha que esconderia boa parte da história?

- Minhyuk estava com ele agora. Disse que está diferente. Sorri para tudo e olha abobado para o nada. Sem falar que não desgruda os olhos do celular. 

- E daí?

- Não percebe? Ele está apaixonado. Seus sentimentos são sinceros. Nós que estamos sendo mesquinhos ao querermos acabar com a felicidade dele. Não havia motivos para mexermos neste assunto. Aconteceu há muito tempo atrás, o Kihyun é quem deveria decidir quando e se contar. Não tínhamos o direito.

Wonho revirou os olhos, não estava disposto a desistir logo agora, e quando olhou sobre os ombros de Jooheon, um sorriso sútil se formou em seus lábios.

- Acho que não temos mais escolhas, de qualquer modo.

- Como assim?

Seu sorriso se alargou e ele empinou o queixo, indicando que Jooheon olhasse para trás. - Ela entrou. E não acho que adiantaria muita coisa se tentássemos atrapalhar, afinal, ela vai querer saber de qualquer jeito.

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- Acabamos, por fim. - Kihyun murmurou, tirando rapidamente o celular do bolso para poder fazer o que não teve tempo o resto do dia.

- Sim, tenho que ir agora. - A cabeça foi erguida e os olhos arregalados. Kihyun sabia que suas falas não teriam retorno no momento em que desligasse aquela câmera. Mas houve, Minhyuk estava falando consigo, mesmo que não tivesse dito grande coisa.

- Ir? Ir para onde? - Apostou as cartas que lhe foram disponibilizadas. O que tinha a perder, se não, ser ignorado?

- Er, encontrar o Jooheon. Sinto que cometemos um grande erro. - Kihyun o visualizou, com uma enorme curiosidade no sentido daquela frase, porém, não disse nada.

Enquanto digitava palavras afetuosas com emojis fofos e carinhosos, o que Changkyun lhe disse noite passada, por algum motivo, martelou insistentemente em sua cabeça, acompanhada a um pressentimento angustiante.

"Diga a ela, Kihyun. Diga o quanto antes. Não espere que o pior aconteça."

- Você contou? - E tão impressionantemente, Changkyun apareceu pelo cômodo no exato momento em que sua voz se dissipara da mente de Kihyun.

- Contei o quê? - Minhyuk perguntou confuso, e um pouco assustado pela aparição repentina.

- Você não. Ele. - O dedo indicador apontou para o garoto de cabelo rosado, que já esperava alguma ameaça do I'M. Algo do tipo, "se você não fizer, eu faço".

- Não se meta aonde não foi chamado, Changkyun. Esse é um assunto meu. Um assunto que eu deveria tratar com ela.

Changkyun fez um barulho grosseiro com a boca, indicando impaciência. - Não mais, Kihyun. Não mais... - Virou as costas irritado. Sua parte havia sido feita, tinha o avisado, então imaginou que não tinha mais motivos para se intrometer. Se Kihyun queria manter o orgulho, problema dele. Mas seu coração se apertou. (S/n) não tinha culpa. Lutaria pelo bem dela, mesmo que isso significasse que ela ficaria  com o Kihyun no final. Não poderia deixar que ela encontrasse aquelas garotas, tinha que fazer o idiota orgulhoso falar antes de qualquer outra pessoa.

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- Oi. - A vozinha tímida e baixa chamou a atenção das três garotas sentadas no chão do centro de uma sala cercada de espelhos. A conversa foi interrompida e todas as três inclinaram o rosto para ver quem entrara.

(S/n) ficou corada no mesmo instante com a atenção virada para si. Não se dava bem com garotas. Pelo menos não com as trainees da Starship. E se aquela atitude fosse natural das coreanas? Talvez a maioria não gostassem de estrangeiros, e apenas a minoria, como Yangmi, gostassem?

- Você deve ser (S/n), a namorada do Kihyun, certo? - A mais alta do trio se levantou, fazendo uma pequena reverência, que (s/n) copiou e também fez. Ela tinha cabelos longos pretos e um sorriso simpático, não parecia querer chamar a ocidental de algum nome ofensivo.

- Hm, é, não somos bem... como posso dizer?... Kihyun e eu não...

- Tudo bem. Joohoney nos contou. Não há com o que se preocupar. Ninguém acreditaria mesmo em nós se dissessemos que Yoo Kihyun do Monsta X está namorando sem provas. - A de cabelos curtos pronunciou, abrindo um sorriso nervoso. - Aliás, sou Sojin. Essa girafa aí na sua frente, é a Yein, e essa criança aqui... - Apontou para a pequena menina sentada ao seu lado, que lhe lançou um olhar mortal. - É a Minji. Ela é meio mal-humorada, mas não é má pessoa.

- Eu não sou uma criança. Já tenho vinte e três anos. - Se defendeu, lançando um olhar ainda mais mortal para Sojin.

- Ah, é? Não parece. - Sim, não parecia mesmo. A garota, provavelmente, não passava de um metro e cinquenta. Tinha os cabelos em duas tranças de lado e bochechas rosadas e salientes. Uma verdadeira fofura.

- Venha se sentar conosco. - Yein ignorou a discussão que havia começado entre Sojin e Minji, puxando (S/n) para perto delas, que logo pararam de discutirem ao perceberem o olhar confuso da estrangeira, que não fazia a mínima noção do que acontecia ali.

- Você é bonita. - Minji comentou, seu rosto inexpressivo fez (s/n) desconfiar se ela estivesse sendo sincera. - Mais bonita do que qualquer outra garota que o Kihyun já ficou.

A fala a intrigou, além de ter incomodado. Aquela garota conhecia o Kihyun para declarar algo assim? Como poderia saber com quem ele já havia se relacionado antes? Sites nenhum davam informações assim dos Idols.

- Garotas que o Kihyun já ficou? - Não evitou demonstrar sua inquietação. Tinha vontade de saber o significado daquilo.

- Iremos lhe contar tudo, só não vamos falar dos detalhes, não queremos te assustar, está bem? - Yein pronunciava com desvelo, como se estivesse falando com uma criança que poderia ser espantada a qualquer momento caso não agisse com cautela.

- O que estão querendo dizer?

- Seu namorado... - Minji apontou o pequenino dedo para ela, com uma voz autoritária. - É um tirânico.

- Minji!!! - Yein repreendeu-a, e recebeu um olhar indiferente da mesma.

- Por acaso estou falando alguma mentira? - Yein não respondeu, e Minji murmurou satisfeita ao ganhar razão.

- Deixem que eu começo. - Sojin se adiantou, com um olhar vago, e por um instante, ninguém achou que ela fosse realmente dizer algo. - ... Kihyun e eu, nós... já nos conhecemos. Quer dizer, todas nós o conhecemos. Éramos colegas de classe dele. - (S/n) soltou um "Ah" surpresa, ficando ainda mais curiosa em saber o motivo daquelas garotas estarem ali. - E... todas nós tivemos experiências que disseram para compartilharmos com você.

- Experiências?

- Todas nós já nos relacionamos com ele. Assim como você agora. - Aquela garota de trancinhas realmente não tinha papas na língua. Falava sem qualquer rodeio ou medo do que suas falas diretas poderiam causar nos outros.

- Vocês já foram namoradas do Kihyun? - (S/n) disse a primeira coisa que veio a sua mente, sem se importar, realmente, com aquele fato.

- Namoradas? - Minji gargalhou. Amarga. - Kihyun não tinha namoradas, apenas... passatempos.

- Ele tinha um padrão. As conquistava, iludia, se divertia, e por fim, as dispensava. - Outra voz acrescentou.

- Tá de brincadeira comigo, Yein? Dispensava? - Os olhinhos acima das bochechas salientes pareciam incrédulos. - Ele simplesmente nos jogava fora como se fossemos uma fruta podre. Um objeto usado que não tinha mais utilidade.

- Eu não entendo... - (S/n) balançou a cabeça. Não conseguia conciliar o Kihyun que conhecia àquele a quem elas se referiam.

- Yoo Kihyun era popular na escola. Um tipo de bad boy que andava com más influências. E apesar de todo o histórico de suas atitudes rudes e machistas que rondavam pelas bocas dos estudantes, isso não mudava a atração que as garotas sentiam por ele. - Sojin era a única ali que parecia ter capacidade para explicar melhor a história, por isso ninguém ousou interrompê-la. - Eu não posso te dizer como era a relação dele com as diferentes garotas que estavam todos os dias sentadas em seu colo na cantina, mas posso te dizer a relação que eu tive com ele.

- Trocamos palavras pela primeira vez em uma festa. - Sojin prosseguiu. - Depois de algumas conversas, percebi que o Kihyun não era nada do que as pessoas diziam ser, ou, ao menos, considerei. Sempre cavalheiro e cuidadoso, não fazia jus a pessoa grosseira que ouvir dizer... Passamos a ficar diversas vezes depois daquele dia, e cada vez mais, ele me cobrava para ir a casa dele, dizendo que os beijos já não o satisfaziam mais. E...

- Essa idiota foi. - Minji falou de modo ríspido, quase acusatório. - E em pouco tempo, todos sabiam do ocorrido, na realidade, não só sabiam como presenciaram, já que estava estampado no celular de todos como, "A putinha do ano". Ela foi burra demais para perceber que estava sendo filmada. E foi humilhada na frente de toda escola quando foi cobrar alguma satisfação dele.

- Não fale como se você também não tivesse cometido o mesmo erro. - Sojin retrucou enraivecida, e já não conseguia mais controlar as gotas insistentes descendo por sua bochecha. - Pelo menos não foi eu quem aturou que ele me batesse ou me obrigasse a lhe fazer sexo oral em horário de aula. Muito menos me rastejava aos seus pés, implorando que ele nunca terminasse comigo. Eu não me abaixei a esse nível.

As mãos de Minji tremiam, parecia estar prestes a ter um ataque súbito de raiva, ou loucura, já que não se sabia o que esperar vindo dela.

- Fique calma. - Yein se colocou na frente dela, acariciando-lhe os cabelos e sorrindo de modo reconfortante. - Você era apenas uma menina, não tinha culpa alguma. Só queria que ele lhe amasse, era iludida e boba demais. Não se odeie por isso.

- Aquele canalha me destruiu, Yein. Destruiu minha inocência e minha vida. Se hoje sou o que sou, a culpa é dele. - Os braços curtos não conseguiam se fechar em torno da cintura de Yein, assim como os braços de uma criança em volta da mãe.

- Hey, o que está dizendo? Você é uma pessoa incrível. Deveria agradecê-lo por ter te transformado em alguém tão forte. - Yein realmente não sabia o que dizia. Era aquele tipo de pessoa que só via o lado bom das coisas, caridosa e afetuosa. Nunca se comprometia a pensar maldades de alguém.

- Kihyun é... - (s/n) não parecia mais alguém que conseguisse transmitir a faculdade de emitir algum pensamento com razão. Estava em estado de choque, como se descobrisse a farsa que uma parte da sua vida foi. E quem sabe fosse realmente assim?

- Não dê tanta importância a esse assunto, aconteceu a seis anos atrás, no colegial. Kihyun agora é um Idol. - Yein largou Minji e foi tentar reconfortá-la, colocando as mãos sobre as suas.

- Eu ainda me lembro do que aquele garoto fez comigo, e não é como se eu fosse esquecer só porque ele virou um Idol. - A menorzinha falou ranzinza e um pouco chorosa, demonstrando bastante frieza em seu tom de voz.

- Não estou dizendo assim. Só considero que ele possa ter mudado... se arrependido.

- Não. Yoo Kihyun nunca irá mudar. - Teimou, cerrando os punhos em fúria. - Depois que ele parou de andar com aqueles garotos, e não agia mais agressivo com as meninas, eu passei a cogitar essa possibilidade. Esperei até o último dia, criei coragem o suficiente para ir até ele e cobrar seu pedido de desculpas, a mim, e todas as outras. Mas ele, ao menos, se deu ao trabalho de me olhar nos olhos. Passou por mim como se eu fosse um lixo, um estorvo em seu caminho. - Yein abaixou a cabeça, reconhecendo que não tinha como defendê-lo naquele quesito. - Não confie nele, (S/n). Yoo Kihyun é cruel, sádico e abusivo. Ele logo lhe mostrará a outra face, é o jogo dele, afinal. Não deixe que brinque com você.