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História One more step - Imagine Monsta X - Kihyun - Fortieth chapter


Escrita por: kando

Capítulo 41 - Fortieth chapter


- Será que podemos conversar? - Era uma abordagem diferente da qual estava acostumada a ter em meio as paredes de espelhos e os passos apressados dos jovens suados e cansados para fora dali. Ficou temporariamente tensa, mas seus ombros relaxaram em seguida.

- Claro. - Depois de abrir um sorriso nervoso, deu um aceno despreocupado para Yangmi, que a encarava apreensiva, indicando que estava tudo bem.

A verdade era que Yangmi não sabia sobre o que havia acontecido naquela mesma sala após a primeira vez que lhe direcionou a palavra, mas sabia sobre as ofertas lascivas do antigo professor, e já era o bastante para ficar em alerta.

Ainda relutante, Yangmi acenou cuidadosamente com a cabeça. - Vou te esperar do lado de fora. - Anunciou enquanto encarava o homem que ela começava a ver com outros olhos, pondo dúvidas na cabeça sobre o julgamento que tinha feito sobre ele na primeira vez que o viu. Era um aviso, e o professor franziu levemente o cenho com aquele olhar.

- Algum problema? - O professor perguntou após Yangmi se afastar, ainda sentindo a pontada do olhar em si.

- Ah, sim. Ela só... - (S/n) não sabia como continuar, o fato de considerar dizer que Yangmi apenas desconfiava das pessoas que ameaçassem uma aproximação por não serem nada simpáticas ou verdadeiras consigo e que ele estava na lista das avaliações não parecia certo de se dizer para um professor tão bacana como aquele.

- Tudo bem, eu compreendo. Ouvi dizer que sua relação com o professor antigo não era muito boa. Mas sabe que pode confiar em mim, não é mesmo, (s/n)? - Sem a dar tempo de responder, ele prosseguiu. - Trato meus alunos todos da mesma forma, não importa de que parte do mundo venham. Adultos como nós costumavam desprezar os de fora, mas espero que entenda que isso tem mudado muito recentemente, e são poucos os que permanecem com essa mente fechada igual a do antigo professor. Não quero que se sinta indiferente, você é a minha melhor aluna e prezo muito seu esforço. Descobri que está aqui há apenas poucos meses e já está em um nível bem avançado, fazia de aulas de dança antes? - Ela negou brevemente, nunca tendo escutado algo assim antes, como "melhor aluna", e duvidava se deveria acreditar nele. - Realmente impressionante. Existem poucas pessoas com o desenvolvimento tão rápido como o seu.

As mãos deslizaram pela lateral das coxas em desconforto, não como o desconforto que sentia na presença do antigo professor, que a desdenhava e lançava suas propostas mais indecentes demonstrando que a considerava vil o suficiente para que aceitasse, mas sim o desconforto por acreditar que o professor atual fazia caso demais dela.

- Queria me falar algo? - Desviou, pensava que quanto mais direto ele fosse, melhor ela conseguiria distinguir suas intenções.

- Oh, sim. Fiquei sabendo pelo próprio Sr. Kim que não houve renovação no seu contrato. Por sua parte. É verdade? - Ele falava da reunião que ela teve com o CEO, para definir seu futuro na empresa. Não pareceu um assunto ameaçador para ela.

- Sim. - Respondeu simplesmente.

- Você está me dizendo então que irá deixar a empresa?

- É o que significa, não?! - O professor a estudou silenciosamente, para segundos depois coçar o queixo, onde uma pequena e rala porção de pelos se acomodavam.

- Devo considerar que está desistindo, então?

- Não digo exatamente assim. Tenho motivos pessoais para isso.

- Problemas com a família? Precisa voltar para a casa? - Ele realmente parecia interessado, o que a levava a crer que havia algo por trás de tudo.

- Não, senhor. Problemas aqui na empresa mesmo.

- Olha, (s/n), não quero dizer o que deves fazer. Mas largar tudo agora não é o melhor caminho que tem a tomar.

- O CEO lhe pediu para me convencer a ficar, não foi? - Ele arregalou os olhos levemente e ela sorriu sutil. - Devo ter imaginado, ele insistiu muito que eu não tomasse qualquer atitude precipitada e renovasse minha permanência na empresa até o fim do ano. Mas eu já tomei minha decisão, e gostaria muito que a respeitassem.

- Não estou desrespeitando sua decisão ou os motivos dela. Entendo a pressão que sofre. Mas assim como o Sr. Kim, não gosto de vê-la entregando os pontos desse jeito, logo quando está tão próxima.

- Existem muitos motivos que me fazem não querer ir adiante, e vários deles se baseiam exclusivamente após o debut.

- Está se referindo às suas colegas de dormitório? - Ela nada disse, confusa por ele ter descoberto um dos motivos. - Acredite, (s/n), eu já havia notado antes a relação nada amigável que vocês têm. O antigo professor não foi nada justo ao fazer a divisão. Mas resolveriamos isto assim que todos os trainees renovassem o contrato. Não precisaria permanecer com elas. Tínhamos e ainda temos planos para você, com colegas de verdade.

- O que o senhor quer dizer com isso? - Ele pareceu animado, talvez por ela demonstrar interesse.

- Criamos um projeto, em parceria com a JYP. Nossos trainees seriam avaliados e escolhidos. Estavam pensando em criar algo realmente grande, com reality show e patrocinadores. Você seria nossa carta na manga. Uma estrangeira sem descendência asiática no meio seria algo polêmico, atrairia a atenção do público. E podemos dizer que você seria perfeita para isso, as pessoas iriam te adorar.

- Não acho que seja verdade que as pessoas gostariam de mim. - Ela falava isso por experiência própria, era o que vivenciava.

- Acredite, você tem tudo o que eles iriam querer. É diferente, um rosto fofo e muito talentosa. Seria destaque, na certa.

- Ninguém daqui gosta de mim, não acredito que em outro local seja diferente.

- Hey, me desculpe pelo que eu vou dizer, - Se inclinou, como se estivesse contando um segredo. - mas a orientação desse lugar está completamente errada. Os trainees daqui não sabem o que é companheirismo e reconhecimento de alguém com qualidades melhores que as deles mesmos, acreditam que ultrapassar é o único meio de sobrevivência. As coisas irão começar do início para os escolhidos, eles estarão sozinhos e amedrontados, precisarão criar laços. É uma jogada divergente da qual você está acostumada. Estarão todos no mesmo barco, sem desigualdades.

- Não vão me julgar? - Inquiriu, era uma proposta tentadora.

- Eles não vão ousar sujar suas imagens insultando a preferida do público.

- Você ainda não sabe se serei a preferida.

- Sim, certamente será. Confesso que interesseiros vão tentar se aproximar de você para conseguir credibilidade, mas é uma menina inteligente, acredito que conseguirá destinguí-los.

- Permanecerei na Starship? - Continuou o questionamento sobre sua situação, era bom demais para ser verdade.

- A cede do reality show será na JYP, então não. Ficará fora por um longo período. Ouvi dizer que namora em segredo um Idol daqui. O afastamento entre vocês seria um problema?

Era o que ela queria, e tudo estava sendo entregue assim, de mão-beijada, era uma simples opção de escolhas. Mas ela ainda não entendia o por que de estar tão hesitante. - Não. De maneira alguma. Definitivamente, não.

- Posso concluir então que seja ele um dos motivos da sua decisão de deixar a empresa. - Astuto, esse professor conseguia perceber o que acontecia sem nem mesmo precisar que soubesse. Por trás do sorriso acalorado que abria todas as manhãs, mantinha uma personalidade versada e afiada. Era diferente das outras pessoas, inteligente além do que ela imaginava.

A garota não negou, desconfiava se ele também pudesse detectar mentiras. Certamente podia. - Será que posso pensar um pouco mais sobre o assunto? Ainda estou um pouco dividida.

Ele se afastou, como se indicasse espaço. - Leve o tempo que precisar. Não precisamos da sua resposta agora. Tem algumas semanas até decidir o que quer.

Com um aceno de cabeça, ela seguiu ababelada para a saída da sala de prática, encontrando com Yangmi no corredor. Gwanghyun a fazia companhia, e ficou rígido no mesmo momento que a viu.

Após os méritos de melhores dançarinos trainees da Starship merecidos pelas ótimas demonstrações de atuação em um conjunto de movimentos e passos elaborados com exímia sensualidade controlada, sem exageros na dose ou introversão em se expor, segundo o professor, os ex-parceiros de dança permaneceram com o pequeno laço que criaram no tempo juntos. Não eram amigos, estavam distantes quanto a isso, Gwanghyun ainda era especialmente tímido ao puxar conversa com ela, mas tinham uma convivência agradável. Gostava de passar tempo com ele. Kihyun é quem impedia interações mais íntimas, pois quando qualquer atividade incluía Gwanghyun no meio, ele estava sempre ali para atrapalhar, mesmo que estivesse ocupado trabalhando no comeback e ela ainda agisse de modo indiferente, sem ter o perdoado oficialmente, ele permanecia vigilante, impedindo que se aproximassem. Ela havia percebido algo assim até pouco tempo antes, quando Hoseok lhe abrira os olhos em um momento de fragilidade.

- E aí? O que ele queria? - Yangmi se aproximou, desconfiada pelo que escutaria.

- Falar sobre o meu contrato.

- Falar sobre o quê? Eles não vão te mandar embora, não é? - Ficou notadamente preocupada. Era comum conversas íntimas assim para dizer que um trainee estava fora.

- Não, eu apenas estou pensando em não renovar. Estão dizendo que não é uma escolha inteligente largar tudo agora.

-O quê? - Foi a vez de Gwanghyun, soava perturbado. - Não me diga que está pensando em sair da empresa.

A garota suspirou, ainda não havia contado sobre o que planejava, e sentia-se culpada ao notar os semblantes. Eles se preocupavam com ela, não era fingimento. - Vamos almoçar. Explico tudo para vocês com mais calma.

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                        ~★~




As mãos de Kihyun pendeu acima da cabeça depois de encerrar a ligação. Estava desesperado. Sua namorada, ou pelo menos ele ainda acreditasse que fosse, estava em perigo e ele nada poderia fazer até segunda ordem. Odiou a si por perdê-la de vista. Odiou Seunghyun por parte da culpa ser dele. Odiou, principalmente, antes de qualquer outro, aquele advogado engomadinho que se fazia presente na maioria das reuniões com o CEO. Sabia que havia algo de errado com ele, desde a primeira vez que colocou os olhos na garota, Kihyun sempre percebera o olhar concupiscente, agora acreditava ter sido burro demais para não pressupor o que ele tinha em mente. Kihyun tentava alcancar algo inimaginável, afinal, não havia como ele ter desconfiado de algo assim, mas dizia para si que um bom namorado perceberia, que era a função dele protegê-la.

Tinha vontade de gritar, acabar naquele momento com todos que ousassem colocar as mãos nela. Não tinha o controle da situação, e sentia-se fraco e impotente, sua única esperança era que utilizasse todos os seus recursos para que ela permanecesse intangível em todo o tempo. Agarrou-se ainda mais àquela esperança quando percebeu que Changkyun e Hoseok se aproximavam. Precisava parecer bem. Fez uma careta antes de folgar o rosto, dando aspectos de relaxamento, e suspirou fundo ao tê-los há poucos passos.

- Demoraram. - Comentou, disfarçando a voz embargada o máximo que podia.

- Uma estrangeira passou por aqui, demorou um pouco para concluirmos que o atendente e nós não falávamos da mesma pessoa. Com quem falava? - Wonho tinha o observado falar ao telefone pela vitrine da loja, por isso a pergunta.

Kihyun balanceou levemente e deu as costas, se dirigindo a porta do carro, onde alcançou a maçaneta. - Com a (s/n). Podemos voltar agora.

- Ela ligou pra você? - Changkyun o seguiu, surpreso, impedindo-o que entrasse no carro.

Kihyun engoliu em seco antes de se virar e responder, já prevendo a próxima pergunta. Tinha que pensar em uma desculpa depressa. - Sim.

- E onde está?

- Ela me disse que ficou muito tarde para voltar. Vai dormir na casa da Yangmi. - Soltou os ombros quando sua boca se moveu sozinha, resultando em algo que pareceu convincente.

- A trainee? - Wonho sabia quem era perfeitamente bem, por vezes, a considerou inconveniente por tomar o tempo de (s/n) que poderia ter roubado quando Kihyun não estava a espreita.

- Ela mesmo. - Pelo menos algo assim Kihyun sabia. Conheceu a menina em um esbarrão na ala de dormitório dos trainees. Custou muito para a (s/n) convecê-la de que Kihyun tinha ido ali apenas para lhe mandar um recado, que não tinham qualquer envolvimento como o antigo boato desmentido dizia. Yangmi, obviamente, não acreditou, disse que celulares tinham suas imprescindíveis maneiras de mandar recados.

- E a (s/n) ligou pra você? - Changkyun refez a pergunta, por algum motivo, não acreditava.

- Foi isso que eu disse.

- Não estavam brigados? - Wonho interferiu, entendendo a dúvida de Changkyun.

- Não brigamos. Ela apenas está magoada comigo.

- E não é motivo o suficiente para ela preferir ligar para mim, e não para você? - Changkyun poderia soar convencido, mas sabiam que era um fato, sem nenhuma sombra de dúvidas, era nele em quem ela se apoiaria.

- Deve ser a hora, Changkyun. Talvez ela não quisesse te acordar ou te perturbar.

- Isso não faz sentido. Ela saberia que eu não pregaria os olhos até que ela estivesse de volta. E por que só ligou agora?

- Deveria ter esquecido de avisar. Olha, eu a machuquei bastante com as minhas palavras e atitudes antes dela ter fugido de mim, reconheço e me arrependo disso. Talvez ela só precisasse de um tempo. - Changkyun continuou o encarando atentamente, algo não parecia certo. Kihyun não estava sendo sincero em partes. Sem contar que desviou o assunto dela ter ligado para ele, e não para Changkyun.

- Certo, vamos voltar. Vou avisar o Jooheon. - Hoseok percebeu o clima e se adiantou, os empurrando para dentro do veículo.


                        ~★~


Já tinha se passado um pouco mais de dois minutos que Seunghyun saira pela porta cinza e a abandonara ali. Disse que era para conseguir tempo, falaria com o Kwon enquanto ela ocultasse a arma, mas Seunghyun provavelmente não entraria de volta por aquela porta. Pegaria o dinheiro e iria embora buscar por ajuda, pelo menos era o que ela esperava.

O revólver foi escuso por entre a tela de proteção rasgada na parte debaixo do sofá, por dentro. Manteria escondido ali até segunda reavaliação de que tudo estaria bem e que nada aconteceria consigo ou com qualquer outro, especificamente falando, Kihyun. Ela pensava em prezar mais pela vida dele do que a sua própria, pois considerava que aquele era um problema dela, Kihyun não poderia se machucar por algo que julgava-se culpada, não permitiria, mesmo que as consequências no fim se somavam assombrosas. Desejava profundamente não ter que colocar a mão por debaixo do sofá, pois apesar de tudo, não queria machucar o Kwon. Nunca havia ferido ninguém antes, e não era agora que queria adicionar um novo ítem à "coisas que devem ser remoídas".

A trinca da porta soou como um ruído ecoador de extensa repercussão. Ela não notara antes se o barulho era tão assustadoramente alto assim ou se eram os seus sentidos aguçados em instinto de autodefesa. Afastou-se para longe, quase alcançando a parede. Tinha toda a visão do lugar, e lhe ocorreu desesperadamente correr até detrás do empilhamento de caixotes antes que a porta fosse escancarada o suficiente para estar à vista, mas retrocedeu, não era hora de se acovardar, teria que estar diante do Kwon tempo o suficiente para distraí-lo enquanto trambiques eram realizados por suas costas.

Pensando em Kwon, ela percebeu que não conseguiria descrevê-lo, se fosse necessário. Primeiramente por nunca ter o olhado diretamente, apenas a roupa impecavelmente polida era o que sobressaia no meio de tediosas conversas judiciais sobre seu molestador, e segundo porque estava ocupada demais revendo as lembranças do passado para decidir observá-lo. Era difícil reconhecê-lo, afirmou ainda mais quando um homem em camisa preta polo e moletom folgado cinza se deslizou para dentro.

Permaneceu estática. Ele estava na sua frente, e sequer parecia enxergá-la. Puxou o boné branco que mantinha na cabeça, sem desviar o olhar da tela acesa em sua mão. Ela o observou, mesmo que não tivesse a imagem gravada na mente, sabia que ele estava completamente diferente de quando costumava vê-lo. O terno substituído pelas roupas casuais o diminuía irrefutáveis anos, sem qualquer sombra de superioridade a um jovem comum. O semblante despreocupado, sem feições duras ou autoritárias. Ela concluiu que se tratava de um outro alguém, um garoto que acompanhava Kwon em seus peculiares e fatídicos passatempos.

Um minuto depois seu olhar foi retribuído, e sua respiração falhou com o pressentimento. Lembrou de Seunghyun e a conversa sobre auras, essa era terrivelmente coberta por uma sombra escura, a arrepiava. Era Kwon, sem nenhum vestígio de dúvida.

Ele sorriu enquanto descia o olhar, sem qualquer pretensão de disfarçar. Um sorriso zombeteiro, que dissipava a medida que faísca lhe saltavam dos olhos. Ela estava com uma camisola curta de cetim e aplicação de renda francesa, decote no busto e nas costas, puramente branca. Estava linda. Não era vulgar, era estimulante e apaixonante, com o ar inibido e amedrontado que a circulava, para alguém como o Kwon, extremamente excitante, acima de tudo.

Jiyong a analisou por um tempo, seu olhar emitia um intenso fulgor, a queimando, por cada pedaço de carne e pele exposta, ao ponto de fazê-la se sentir nua. Subiu até os lábios, onde percebeu um leve tremor. Sorriu de canto ao inclinar a cabeça para o lado. Sabia o efeito que sua presença a causava, e era ainda mais agradável para o seu joguinho sádico.

Os passos para mais perto a deixou em desespero, inibiu o próprio impulso e forçou seu corpo a permanecer no lugar. O peito subindo e descendo rapidamente com a respiração acelerada e as pernas bambearam continuamente. Kwon diminuiu a velocidade, considerando que ela era mais sensível do que ele julgava, seu tipo ideal. Frágil e indefesa. Teria que utilizar uma abordagem menos agressiva, não seria bom espantá-la logo no começo.

Se aproximou cautelosamente, estando perto o suficiente para estacar e permitir que o doce sabor do perfume lhe atingisse a narinas. Fechou os olhos e inalou fundo, dando os últimos passos para estar diante dela. - Tens um cheiro maravilhoso.

Ela contorceu os lábios em desprezo, negando-se a encará-lo com o foco para o chão. Ele deveria saber de onde vinha aquele cheiro, o próprio que o exigiu.

Suas unhas foram fincadas nas palmas quando meros cinco centímetros o distanciava de seu corpo, as pernas ameaçaram falhar, mas permaneceu firme. O fato de não ter jantando noite passada e não ter tomado nada mais do que apenas um chá pela manhã a servia como desculpa, negava-se a acreditar que oscilava por medo.

- Não irá precisar disso. - Pelo canto do olho, ela observou o casaco de Seunghyun abandonar seus ombros e sentiu como se uma onda gelada lhe subisse a espinha. Não era o frio. Era o Kwon.

Com os ombros nus, a respiração dele ficou livre para bater por ali, e o arrepio era mais do que visível. Ela sabia que as sutis risadas era por ele achar graça das reações de pânico produzidas pelo seu corpo. Considerava-se traída por si mesma. Sentia-se tão transparente a ponto dele a absorver por dentro e prever seus seguintes descuidos.

Sentiu o movimento dele em sua direção, estava a altura de seu ouvido quando sussurrou. - Olhe para mim, querida. Não está feliz em me ver?

Ela tinha vontade de estapeá-lo e dizer boas ofensas sobre sua insanidade. Mas as palavras de Seunghyun se faziam como alertas em sua cabeça "Se desobedecê-lo, irá sofrer as consequências no quartinho do castigo". Decidiu não arriscar e engoliu todas as suas gotas de orgulho, erguendo a cabeça com tamanha dificuldade que ele percebeu o asco no movimento.

Kwon contornou os olhos pela face reprimida, afastando o cabelo para trás e observando-a atentamente. Havia se enganado, assim como todas as pessoas em primeira vista. Não era frágil, muito menos indefesa. Ela o atacaria, se não tivesse nada a perder. Algo lutava bravamente dentro dela para que se mantesse condescendente, como se ainda houvessem esperanças.

Jiyong achou graça. Era uma guerreira. "Uma guerreira tola" complementou no pensamento. Seus olhos reluziam só de pensar nas mais cruéis das tentativas para acabar com aquela crença, imaginava por quanto tempo ela poderia suportar, especulando seus próprios limites.

- Venha, minha menina. - Pegou-a pela mão com tanta suavidade e sorriu com tanto enternecimento que uma gélida onda de negatividade a atingiu. Ele era mais insano do que pensava que seria. Sua intuição não deixava dúvidas. Era instável. Um furacão poderia começar a qualquer momento, era questão de cautela, redobrada.

Atenta ao seu alerta repentino, sem muito hesitar, permitiu que ele a conduzisse para o sofá, mas não propiciou que seu corpo acuasse ao encontrar apoio no encosto, manteve a coluna ereta, não queria demonstrar desvantagem. Kwon permanecia ao seu lado, sem desviar por um segundo a atenção dedicada a si, próximo demais de seu corpo.


- Oh Céus, sua boca é tão perfeita. Será que posso... - Ele tocou-a com o polegar, deslizando em movimentos lentos. Mantinha um olhar alucinado, até que agarrou-a pelo maxilar e comprimiu a maciez da carne rosada contra a seca e áspera da sua.

Ela reprimiu os olhos e contorceu o corpo. Era asqueroso. Sentia-se violada. No primeiro contato Kwon já havia ultrapassado os limites do espaço que priorizara para acreditar que tudo terminasse bem.

Ele não exigiu muito dela, apenas aquele contato lhe pareceu o suficiente, e logo se desfez. Ela segurou o choro. Seus pedaços que juntara ao ouvir as promessas de Kihyun do outro lado da linha ameaçavam desvanecer para um lugar fora de seu alcance. Sua sensibilidade se desligava morosamente, mas os estragos que ameaçavam deixar para trás eram irreversíveis. Não era o Kwon, ou até mesmo Kihyun, era a perdição de sua própria mente. Sentia-se ruindo, despencando, e nem Changkyun seria capaz de ajudá-la.



Notas Finais


A primeira parte é o flashback de um dia antes dela e Kihyun terem aquela "reconciliação", ao final do capítulo 35, só pra esclarecer.
Kissus e até o próximo😚


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