História One more step - Imagine Monsta X - Kihyun - Twenty-seventh chapter

Eles decidiram por deixar os problemas de lado naquela noite. Uma sessão inteira de filmes é o que os fariam se sentir como um casal de jovens normais. Fama, Starship, Monsta X, Idol, trainee, tudo foi tirado do roteiro. Apenas curtiriam o tempo que lhes foi reservado naquele dia, sem qualquer ligação com o mundo lá fora.

- Você cuida das coisas? Eu vou tomar um banho antes. - Ela perguntou, assim que adentraram o dormitório com sacolas em mãos, contendo tudo o que precisariam para aquela madrugada.

- Claro, eu vou preparar o jantar enquanto isso. - Kihyun tirou os acessórios que cobriam seu rosto, os quais foram utilizados para ir ao mercado com a garota.

- Hm, um namorado prestativo. Muito bom isso, Yoo Kihyun. - Ela sorriu divertida enquanto se aproximava, o pegando pela gola e deixando um selar demorado em seus lábios.

- Se for para você me elogiar e me beijar por vontade própria, posso ser prestativo mais vezes. - Comentou, colando ainda mais seus corpos

- Quando você fala desse jeito, dá a impressão de que eu sou uma péssima namorada. Uma seca que quase nunca lhe dá algum carinho. - Emburrou o rosto, como se estivesse ofendida, o que realmente não estava.

- Na verdade, você acabou de se descrever muito bem agora.

- Yoo! - Exclamou em modo de repreensão, tirando o boné que ele mantinha na cabeça, deixando livre os fios rosados. - Você combina muito com o rosa, sabia?

- Se está tentando me mimar, saiba que está dando certo. Mas é ao contrário, o rosa é que combina muito comigo.

- Tão modesto. - Ela revirou levemente os olhos, se afastando para poder fazer o que tinha dito antes.

- Tem alguma preferência? - Ele perguntou antes que ela saísse do seu campo de visão, tendo novamente a atenção da garota para si.

- Não. Eu como qualquer coisa. Só não coloque vegetais demais. Quanto mais calórica, melhor a comida é.

- E é 100% saudável. - Completou com ironia, já não tendo mais a presença dela ali.

Kihyun se alojou no cubículo daquela cozinha, agradecendo por culinária ser uma das suas habilidades. Vasculhou as coisas dentro da geladeira, junto com as quais haviam comprado, se sentindo indeciso em pensar no que faria. Não que precisasse de muito para surpreendê-la, já que - modéstias à parte - ele era bastante hábil com aquela qualidade que adquiriu.

Pensou mais um pouco, até decidir que prato faria. Nada muito coreano. Tentaria chegar, pelo menos um pouco, perto da comida estrangeira, seja lá de onde ela tivesse vindo. Queria trazer um sentimento nostálgico, e claro, provar para si mesmo que conseguia ser bom também fora da sua zona de conforto.

- Se isso der certo, posso ser considerado um cara para casar, certo!? - Brincando consigo mesmo, esfregou ambas as mãos, suspirando antes de começar.

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- Hyungwon, sabe me dizer para onde o Kihyun foi? - Changkyun adentrou o quarto vizinho, se dirigindo a pessoa deitada sobre a parte de cima da beliche.

- E para que você quer saber? Não se importa com ele mesmo. - Hyungwon não se deu ao trabalho de encará-lo, estando entretido demais com algo na tela de seu celular.

- Não é com ele que eu estou preocupado, idiota. - Trincou o maxilar, falando a última parte baixo demais para que Hyungwon escutasse. - Me diga logo aonde ele está.

- ... No dormitório da (s/n). - Se rendeu e falou de uma vez, não vendo problemas em revelar algo assim.

- Eles estão sozinhos lá?

- Acho que sim.

- Merda. - Changkyun cerrou o punho, seguindo apressado para pegar seu aparelho telefônico. Torcia para que ela o atendesse daquela vez, mas como antes, foi diretamente direcionado ao caixa postal. - Você vai cometer uma grande borrada, (s/n)...

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- E aí? Como vão indo as coisas? - Ela reapareceu, já de banho tomado, vestida com uma blusa longa, a altura de suas coxas e um short por baixo.

Kihyun a encarou de cima a baixo, enquanto a observava se sentar no balcão ao lado dele. Não era grande coisa, ele já tinha a visto assim diversas vezes na sala de prática, mas aquelas coxas pareciam querer tirar o seu foco especialmente naquele momento.

- Estavam indo bem. Mas agora eu não tenho tanta certeza. - Mesmo com o tom de malícia, e a ousadia que ele teve em pressionar o lábio com os dentes, ela não percebeu a insinuação.

- Hum? Como assim? - Encarou as panelas, vendo se tinha algo de errado com a comida, mas tudo estava fluindo perfeitamente bem.

Kihyun largou o pano que segurava sobre a pia, indo para a frente dela, se encaixando no meio de suas pernas.

- Acho que não vou conseguir me concentrar mais se você estiver aqui. - Já de perto, ele pode sentir o cheiro refrescante e doce que o corpo dela exalava, uma mistura de sabonete e shampoo.

- Está me pedindo para sair? - Ela questionou, ainda sem entender o rumo da insinuação.

- É óbvio que não. - Riu com a ingenuidade da garota, se inclinando até o pescoço dela, fungando profundamente o cheiro que o inebriava. - Pensando bem, sim. É melhor você sair daqui agora mesmo.

- Eu vim para trocar de lugar. Você pode ir agora. Trouxe roupas, certo?

- Na minha mochila. - Respondeu, ainda roçando o nariz pela pele perfumada. Depois a encarando. - Você é quem vai terminar de cozinhar? - Ele arqueou uma sobrancelha, se intrigando com o assunto.

- Está desconfiado das minhas habilidades na cozinha, Yoo?

- Certamente. Não vejo isso em você.

- Então vá jogar uma água no corpo e deixe que eu cuide do resto, hm?! Me sinto desafiada a provar que consigo ser melhor que você na cozinha.

- É o que veremos. - Ele sorriu abertamente, se divertindo com a idéia. - Só não queime nada.

- Aish, Kihyun. Você definitivamente está me provocando. - Ela o afastou, descendo do balcão e indo verificar o que ele fazia para comerem, se surpreendendo por não ser nenhuma comida coreana que ela estava tentando se acostumar nos últimos meses. O que não era muito fácil, já que, se não fosse apimentado, era completamente sem sal.

Mesmo sem perceber, ele sentiu quando ela relaxou os ombros, agradecendo aos céus por poder comer a comida com gosto dessa vez.

- Volto logo. - Ele gargalhou baixo, percebendo que ela o ignorou pelas coisas que tinha dito antes. - Até lá, tente não botar fogo na cozinha. - Não conseguiu evitar caçoá-la mais uma vez, recebendo um olhar cortante, que ele logo se livrou ao correr para o banheiro.

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- Jagiya, espero que não tenha estragado a janta. - Kihyun adentrou a cozinha com uma toalha posta sobre os ombros, que tampava parte do peitoral desnudo.

Sem responder, ela apenas levou, com uma colher, o caldo do ensopado de frango que fazia até a boca dele, o observando degustar do sabor atentamente.

- Eu realmente te subestimei. - Ele reconheceu, considerando que ela era muito boa com os temperos. - Mas apenas isso não comprova que é melhor do que eu na cozinha.

- Está me desafiando novamente, Kihyun? - Cerrou os olhos, tendo o corpo dele cada vez mais próximo.

- O que acha de verificarmos isso outro dia? Estou morrendo de fome. - Reclamou, suspendendo as mãos sobre a cintura dela, mas logo a garota se virou de frente para o fogão, evitando propositalmente que ele a beijasse.

- Já estou terminando, coloque um filme enquanto isso.

- Eu disse que estava com fome... Mas não disse de quê. - Sussurrou sobre os ombros dela, recebendo uma leve cotovelada no estômago.

- Vá logo, Yoo. E vista uma camisa. - Depois de fazer um mini-drama por ter apanhado da namorada, Kihyun obedeceu as 'ordens' dela, se jogando, agora devidamente vestido, sobre o sofá, conectando o notebook à televisão, encarando indeciso a tela do visor a sua frente.

- O que vai querer assistir? - Levantou o olhar, a observando por trás do balcão que separava a cozinha da sala.

- Qualquer coisa está bom.

- Se importa com o gênero terror?

- Gosto bastante. - Respondeu, o desiludindo da idéia de fazê-la ficar agarrada em si a noite inteira.

- Colocarei suspense então. - Ela bufou, pelo fato dele simplesmente ter acabado de contrariar o seu gosto.

Kihyun mexeu mais um pouco no notebook, colocando desinteressado o primeiro filme que apareceu na internet  que logo começou a ser reproduzido na televisão.

- Tome! - Ela se pôs na frente dele, estendendo um recipiente com a comida já posta, enquanto a outra mão segurava um mesmo objeto.

Kihyun tomou o prato da mão dela, se ajeitando no sofá, logo tendo o lugar ao seu lado sendo ocupado pela mesma.

- O que escolheu? - Perguntou, encarando confusa a TV.

- Não sei ao certo. Ficção científica, comédia, tanto faz, se for chato colocamos outro. - Assim que terminou de falar, Kihyun levou uma garfada à boca, degustando com gozo o sabor que preencheu seu paladar. - Eu realmente sou ótimo nisso. - Se gabou, fazendo um bico fofo ao falar por causa da boca cheia.

- Hey! - O encarou incrédula, como se esperasse algo mais a ser dito.

- Tá legal, você também fez um bom trabalho. - Deu tapinhas nas costas dela, em forma de consolo, e a mesma revirou os olhos.

- Kihyun, esse seu lado não é nada agradável. - Murmurou, e com a boca toda lambuzada, Kihyun mirou um beijo na bochecha dela, a provocando ainda mais. - Argh... - O afastou, passando as costas da mão no rosto, limpando o lugar que se encontrava sujo com molho. - Você é irritante. - Rosnou.

- Eu também te amo. - Retrucou, tornando impossível que ela fizesse o mesmo.

Deixando a brincadeira de lado, Kihyun a encarou, engolindo sem nem mastigar o restante da comida que estava em sua boca, que desceu com dificuldade pela garganta. Ele tinha a impressão de ter dito bobagem, mas sua mente negou. Não tinha dito nenhuma bobagem, e nem estava brincando. Ele apenas achou um meio disfarçado de dizer isto a ela. E não era para a mesma estar daquele jeito, deveria estar levando tudo na esportiva, se ele não tivesse pronunciado tais palavras com tanta seriedade.

Algo sempre o impediu de dizer seus sentimentos abertamente, e talvez, fosse a sua própria insegurança a causadora de tudo. Pois sempre se perguntava se alguém com um passado tão obscuro quanto o dele, pudesse merecer alguém como a (s/n). Ele acreditava que não. Ela era boa demais para si. Mas não podia deixá-la ir, não conseguia. Mesmo que assumisse sua culpa, era egoísta demais para pagar por ela.

Sempre acreditou que não se declarava por medo dela não sentir a mesma intensidade de seus sentimentos, mas era exatamente ao contrário. Tinha medo dela revelar amar alguém como ele, não queria aquilo, não enquanto mantivesse  escondido o que passara voltar a pertubá-lo nos dias antecedentes.

- ... Devo abrir? - Ele balançou a cabeça rapidamente quando foi despertado do seu transe, ouvindo apenas a última parte do que ela dizia.

- Oi?

- A porta. Tem alguém batendo. - Kihyun se enraiveceu. Por que sempre teriam de atrapalhar justo no momento em que ele juntara coragem o suficiente para se confessar?

- E quem é? - Tinha a vontade de desaparecer com o culpado que interrompera algo como o que ele tinha a falar.

- Ainda não sei. É melhor que se esconda no quarto por enquanto. - A contra gosto, ele assentiu, se levantando, e antes de se retirar, a tomou pelos braços.

Esse foi um costume que ele criou sobre ela, tanto que passou a ser natural. Sempre a beijaria quando fossem se afastar ou se despedirem, mesmo que por poucos minutos. Mas daquela vez, Kihyun realmente temia por não poder fazer aquilo novamente...

- Dispense logo quem for. Odeio quando nos interrompem. - Sussurrou sobre a boca dela, que ainda não tinham se afastado.

Assim que as línguas desfizeram o último contato, e um último beijo foi direcionado as lábios da garota, ela ficou livre para poder ir atender quem quer que estivesse por trás daquela porta.

- Ele vai acabar me deteriorando desse jeito. - Balbuciou para si mesma, ajeitando a respiração antes de avançar em direção à porta, abrindo-a sem o menor dos oscilos, e se arrependendo por tal ato. - ... Você?