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História One night - Capítulo Único


Escrita por: Liaah_

Notas do Autor


Escrevi esse one-shot porque amo demais o Daryl, ele é um dos melhores personagens na minha opinião 💜. Nessa fic, resolvi deixar ele um pouco mais descontraído, mais aberto a ter relações com as pessoas.
Espero que gostem. Se sim, deixem seus comentários. Quem sabe eu escreva mais ones hahaha 💜

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction One night - Capítulo Único

Merda. Mil vezes merda, pensava Daryl, enquanto corria floresta adentro sem nem ao menos olhar para trás. Tinha se separado. Se separado do resto do grupo. Rick, Carol, todos eles estavam por conta própria na mata em algum lugar por ali, disso ele tinha certeza. Apesar de querer encontrá-los, não podia voltar. O Governador ainda podia estar lá e assim que Daryl pisasse naquele campo em frente à prisão, Phillip o mataria para seus companheiros assistirem, assim como fizera com Hershel. 

Pobre Hershel. Eu até que gostava do velho.

Após alguns minutos que mais pareceram uma eternidade Dixon resolveu diminuir o ritmo, sentindo seu corpo já ficar cansado. Caminhou a longas passadas, sua besta bem posicionada em suas mãos. 

Andava distraído, quando enroscou seu pé em uma raíz de árvore e foi de encontro ao chão, largando a besta ao seu lado para poder um impedir seu rosto de colidir com a grama suja. 

- Merda.- exclamou, automaticamente. 

Quando ia se levantar, virou-se e seu corpo gelou. Um morto vivo vinha agilmente em sua direção, erguendo os braços esqueléticos como se quisesse dar em Daryl o abraço da morte. Dixon tentou alcançar sua besta, mas a mesma tinha caído a alguns metros de si e como seu pé ainda estava preso firmemente, o homem se viu em uma enorme enrascada. 

Tentava se soltar freneticamente, mas a raíz tinha enganchado seu pé direito de uma tal forma que ele não sabia nem mesmo explicar. Respirou fundo assim que o morto vivo chegou bem perto. Ia cair com coragem, do jeito que sempre infrentara aquele inferno na Terra. O errante já estava em cima de si, quando algo curioso aconteceu. 

Um baque surdo foi ouvido e ao erguer seu olhar, Daryl viu que uma faca de cabo marrom projetava-se da cabeça do morto vivo, que tinha congelado da maneira em que estava. A lâmina então foi arrancanda de seu crânio e o bicho caiu para o lado, revelando quem o matara. Daryl não  pôde impedir seu queixo de cair. 

A pessoa que o havia salvado, era uma garota. Ela deveria ter no máximo uns 17 anos. Tinha cabelos cortados na altura dos ombros lisos e castanhos claros. Seus olhos, eram quase pretos de tão escuros. Tinha a pele mais branca que a neve, o que só chamava ainda mais a atenção para seus misteriosos olhos enigmáticos. Usava um shorts jeans rasgado e uma camisa xadrez vermelha dobrada na altura das mangas. Tinha uma expressão calma em seu rosto, seu peito subia e descia rapidamente. Ela era muito bonita para a idade que aparentava ter. 

A garota não disse nada, apenas limpou sua faca suja de sangue na base de sua camisa e agachou-se perto de Daryl, com a ajuda da lâmina conseguiu desenganchar o pé dele. 

Daryl mexeu seu pé, aliviado por o mesmo estar finalmente livre. Por causa da garota. Quando levantou seu olhar, viu que ela já havia se erguido e caminhava para longe dele, como se nem o tivesse visto. 

- Ei!- chamou Daryl, mas ela nem ao menos se virou.- Merda.- o homem  colocou-se de pé rapidamente, pegando sua besta e correu atrás dela, pegando-a pelo braço para que parasse de andar.- Será que você pode parar para me ouvir?

A garota se sentiu ameaçada e apontou a faca em sua direção. Antes que ela pudesse desferir um golpe, Daryl arrancou a faca da mesma e pegou-a pelo cabo, colocando-a na nuca da garota enquanto aproximava o corpo dela do seu. 

- Será que pode me ouvir agora?- disse ele, suspirando. 

- O que você quer?- ela disse, parecendo realmente assustada. O medo brilhava em seu  olhar, ele podia ver. Daryl não sabia o que estava causando aquele medo na garota, mas ficou com pena da mesma.

- Eu queria te agradecer por salvar a minha vida.- disse, soltando-a e estendendo-lhe a faca.

A garota pareceu suspeitar, mas pegou a faca mesmo assim, segurando-a com força dessa vez, com medo de perdê-la. 

- Não tem de quê.- ela disse por fim, sua voz era doce, mas estava preenchida por algo a mais que ele não conseguia identificar. Ela virou as costas de novo, mas ele a chamou. 

- Ei.- ela virou-se para ele parecendo meio a contragosto.- Você está sozinha?

- Algum problema com isso?- devolveu ácida ela.

- Nenhum.- respondeu ele, dando de ombros.- O ponto é que, se você estiver mesmo sozinha, eu tenho um grupo. Um grupo de sobreviventes. Como você me salvou, poderia muito bem se juntar a nós. 

- E onde está esse grupo?- ela não pareceu comprar a história. 

- Nós nos separamos.- contou ele, pendurando sua besta nas costas.- O lugar em que estávamos vivendo foi atacado por outro grupo. Não tivemos tempo de nos organizarmos. Aconteceu tudo muito rápido.

- Quantas  pessoas são?

- Mais de dez.

A garota suspirou, parecendo vencida. Ele pôde perceber algo. Ela estava ansiosa por deixar de ficar sozinha, por compartilhar algo com outras pessoas. Mas havia algo a mais. Mais alguma coisa havia acontecido que a deixara desconfiada de tudo e todos. 

- Há mulheres nesse grupo?

Daryl estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim. 

- Várias. 

Alguns minutos se passaram, ela aparentemente estava cogitando a hipótese. 

- Eu tenho uma casa aqui perto.- ela disse, subitamente.- Podemos passar a noite lá. Amanhã, tentamos achar esse seu grupo.- ela começou a andar novamente e dessa vez, Daryl a seguiu. 

- Meu nome é Daryl. Daryl Dixon.- comentou, feliz por ter conseguido convencê-la. Aquilo seria vantajoso para ambos os lados. Ela, não ficaria mais sozinha por aí. Ele, teria ajuda para encontrar o seu grupo. No final, os dois saíram ganhando. 

- Beatriz Fernandes, mas meus amigos me chamam de Bia.- ela disse, sem nem olhá-lo. Pelo seu nome e seu sotaque um pouco arrastado ao falar o inglês perfeito, Daryl soube que ela não era dali. 

- De onde você  é?- perguntou, enquanto ambos caminhavam lado a lado. Geralmente, Dixon não costumava falar muito com as pessoas, mas sentia-se confortável na presença dela. Provavelmente porque ela havia salvado sua vida. 

- Brasil.- ela respondeu, um turbilhão de lembranças boas lhe invadindo a mente.- Eu estava de férias em Nova York com algumas amigas quando a epidemia começou. As duas não conseguiram. 

- Sinto muito.

Ela pela primeira vez desde que haviam começado a caminhar o olhou diretamente nos olhos, franzindo a testa fazendo com que uma pequena cicatriz surgisse entre as mesmas. 

- Você perdeu alguém? 

- Vários amigos. Recentemente meu irmão, Merle. Quando ele voltou como uma daquelas coisas, eu tive que matá-lo.- respondeu, suspirando pesadamente como se quilos de chumbo tivessem sido adicionados aos seus pulmões. 

Ficaram em silêncio o resto do caminho, até que finalmente uma casa pequena pintada de branco surgiu na frente de Daryl. Tinha uma cerca baixinha ao redor que aparentava ter sido posta ali a muitos anos, porque estava bem desgastada. No gramado por detrás da cerca que ficava ao redor da casa, haviam corpos e mais corpos de vários errantes já mortos. 

- Por  quê você os mantém ali?- questionou Dixon, ajeitando seu colete com asas de anjo no corpo. 

- Eles mascaram meu cheiro.- disse ela, pulando a cerca baixa. 

Daryl deu uma risadinha pela engenhosidade da garota e fez o mesmo, seguindo-a para dentro da casa assim que ela abriu a porta e a fechou assim que ele entrou. 

Pelo lado de dentro, a casa era até que bem organizada. Não haviam lâmpadas acesas, apenas aquelas luzes coloridas de se colocar na tomada. Felizmente, er ao suficiente para iluminar bastante o ambiente estreito. A casa possuía uma cozinha não muito larga, uma sala com um sofá bege que parecia confortável e no fundo do corredor não muito comprido, havia um quarto e um banheiro. A casa provavelmente havia pertencido a alguem solteiro antes da epidemia. 

- Estamos seguros aqui.- assegurou a garota, deixando sua faca sobre a mesa da cozinha.- Pode deixar suas botas aqui.- ela indicou o canto da porta enquanto ela mesma tirava seus tênis roxos. 

Daryl fez o que ela disse, tirando sua besta ainda meio inseguro e colocou-a sobre a mesa também. Assistiu enquanto a garota abria um armário acima da pia e pegava um pacote de salgadinhos, depois ia até o sofá e sentava-se no mesmo sem cerimônia. As meias roxas e pretas quadriculadas dela o fizeram rir baixo quando o mesmo sentia-se do outro lado do sofá, largado, aproveitando a maciez do mesmo. 

Bia lhe estendeu o pacote de salgadinhos e Daryl pegou um punhado dos mesmos, faminto. Comeu sem nem se preocupar com o que ela pensaria de seu mais novo convidado. Dixon sempre fora um caipira e sempre seria. Ninguém poderia mudar isso. 

- Isso é muito bom.- ele exclamou, enquanto engolia e colocava mais alguns na boca. 

Bia deu uma risadinha, som que chamou a atenção de Daryl, por ter sido tão suave aos seus ouvidos.

- É mesmo.- ela concordou, comendo também. 

Ficaram apenas mastigando por algum tempo, mas então ele se pronunciou, inquieto do jeito que era.

- O que aconteceu que te fez ficar tão assustada comigo daquele jeito?

Com o canto do olho, ele viu a garota encarar um ponto fixo invisível enquanto engolia em seco. Sabia que tinha tocado em um assunto delicado, mas se ela pretendia entrar em seu grupo, tinha que saber tudo sobre ela. 

Achou que teria que insistir com a pergunta para conseguir uma resposta, por isso se surpreendeu quando ela começou a falar. 

- Foi a alguns meses eu acho, não tenho a noção certa dos dias.- contou, suspirando.- Eu estava sozinha na mata, como sempre estive na maioria das vezes desde que tudo isso começou. Foi quando eu vi um cara prestes a ser mordido. Ele assim como você, estava desarmado. Seria facilmente devorado por aquele morto vivo. Eu corri até lá e matei o morto vivo, o salvando.- disse, como se ainda não tivesse atingido o ponto que queria.- Era um cara novo, de vinte e poucos anos. Eu o salvei e sabe como ele me retribuiu?- ela deu uma risada forçada, soou cruel até para Daryl.- Ele me estrupou ali mesmo. Depois simplesmente se levantou e foi embora. 

Daryl ficou quieto, sem saber o que dizer. Por isso ela havia o salvado e logo em seguida virado as costas. Temia que ele fizesse o que o outro cara havia feito. Enquanto o silêncio preenchia o ambiente, Dixon se permitiu analisar a bondade  daquela garota. Ao ver Daryl ali prestes a ser morto, ela decidiu salvá-lo, mesmo sabendo o que ocorrera da primeira vez em que salvara um homem. Ela decidiu que não deveria deixar a vida dele ser desperdiçada. E por aquela decisão, ele seria eternamente grato. 

- Quando eu vi que você veio atrás de mim e colocou aquela faca na minha nuca, fiquei com medo do que você poderia fazer.- admitiu ela, fungando baixinho, como se não quisesse parecer fraca na frente dele.- Ou do que poderia me obrigar a fazer. 

Daryl se colocou no lugar dela por um momento. Deveria ter sido mesmo assustador. 

- Desculpe.- se desculpou, o que não era bem de seu feitio. Dixon sempre fora reconhecido como alguém genioso, mas diante de uma situação daquela, não pôde ficar calado. Aquela garota tinha todo o direito do mundo de ouvir um pedido de desculpas por sua parte. 

- Relaxe, Daryl.- Bia disse, descontraída.- Desde que você me devolveu aquela faca, eu soube que você era diferente. 

Aquela era a primeira vez que ela dizia o seu nome, e por algum motivo algo na voz dela lhe causou uma sensação estranha. 

- Me conte mais sobre o pessoal do seu grupo.- pediu ela, curiosa.- Fiquei tanto tempo sem outras pessoas que agora quero conversar. 

Daryl revirou oea olhos levemente, fazendo um som semelhante a uma risada.

- Bom, nós temos o Rick, que é como o nosso líder. O cara consegue manter todo mundo unido até nos momentos mais oportunos. Ele tem dois filhos. Carl e Judith, que é só uma bebê. A esposa dele morreu na cesariana forçada. Carol é uma mulher boa, que perdeu a filha a algum tempo. O marido dela era um abusador filho da mãe. Teve o fim que merecia no final das contas.- ele fez uma curta pausa, pensando no que mais poderia dizer.- Gleen é um asiático simpático que namora com Maggie, uma  moça que tem uma irmã chamada Beth e um pai Hershel, que foi assassinado pelo Governador hoje mesmo. Micchone, é uma afrodescendente orgulhosa e protetora, que faz de tudo pelo nosso grupo. Temos também Sasha, Tyresse. Todos aprenderam a conviver em paz, eu acho. 

- Parece um grupo e tanto.- comentou ela.- Estou ansiosa para conhecê-los. Isso se eles me aceitarem né.- suspirou, meio desmotivada. 

- Bia,- ele também tratou de dizer o nome dela pela primeira vez, querendo saber como ele soava em sua voz.-  é claro que eles vão te aceitar. Você salvou a minha vida. É não querendo me gabar, mas eu meio que tenho importância naquele grupo. A única coisa que você vai ter que fazer para entrar definitivamente no grupo, vai ser responder a três perguntas. 

- Quais?- ela ergueu as sobrancelhas. 

- Quantos errantes você já matou?- ele perguntou, pensando em Rick e se ele estaria bem. Esperava que sim. 

- Muitos. Perdi a conta. 

- Quantas pessoas já matou? 

- Duas. 

- Por quê? 

- Uma delas, uma mulher que estava tentando me matar. E a outra, uma das minhas amigas que foi passar férias comigo, porque ela me pediu. 

- Bia Fernandes, bem vinda ao nosso grupo que agora, é de um só.- ironizou ele, esfregando uma mão na outra.- Olha, falando sério, tenho certeza de que Rick vai  te aceitar. Não vejo nenhum motivo para que não o faça. 

Bia permitiu-se observar, realmente observar Daryl pela primeira vez desde que haviam se encontrado. 

Ele tinha cabelos escuros cortados praticamente na mesma altura dos seus, na base dos ombros. Olhos que pareciam variar do verde para o azul na fraca iluminação da casa. Uma barba rala que chamava a atenção. Ele era bonito. Muito bonito. 

- Gosta do que vê?- questionou Daryl, erguendo as sobrancelhas ao perceber que a garota lhe encarava fixamente. 

- Para falar a verdade, sim.- ela admitiu, dando de ombros e voltando-se a encarar o  nada a sua frente. 

A resposta pegou Daryl de surpresa, assim como tudo que aquela garota fazia ou dizia. Ela era imprevisível. Não era possível saber qual seria seu próximo movimento. Ela agia como se fosse um enigma, um que não podia ser facilmente desvendado. Aquele enigma estava intrigando o homem, que estava começando a querer desvendá-lo. 

- Eu durmo no sofá?- perguntou, fingindo inocência. 

- Pode ser.- ela deu de ombros, como se não ligasse. Então, voltou-se para ele.- Mas, só para constar, o quarto tem uma cama da casal. 

Ele deu um sorrisinho sedutor.

- E você acha que eu posso passar a noite lá?

A garota inclinou-se em sua direção, sussurando em seu ouvido.

- Eu acho que você vai ter que pagar para ver.

Ela se levantou e caminhou pelo corredor, entrando no quarto, deixando um Daryl meio desconcertado ainda no sofá. 

Alguns segundos depois, algo foi atirado no corredor. A blusa xadrez vermelha que ela antes usava. 

Daryl não se conteve mais.

Sorriu para si mesmo e entrou no quarto. 



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