1. Spirit Fanfics >
  2. One night in the past >
  3. Sangue

História One night in the past - Sangue


Escrita por: ParkGoJeon

Notas do Autor


Heeey! como vocês estão? espero que bem! ESTOU CONSEGUINDO TER CRIATIVIDADE! AMEM! eu tenho vários bloqueios criativos, mas esses dias eu ando lendo muita coisa e muitas coisas estão surgindo na minha cabeça, o que está ajudando muito. Estava conversando com a minha prima sobre guerras, que por mais que em alguns livros eles tenham dado uma data não foi ali que ela começou. A guerra sempre esteve presente, as pessoas nunca perceberam, e só vieram a nota-la quando ela "estourou". Então pode-se dizer, meus anjos, que a guerra de One Night In The Past já começou, e não falta muito para ela estourar. A cada dia ela está mais presente.
Deem uma olhada na minha outra fanfic, o link está nas notas finais.
Bem, é apenas isso, aproveitem o capitulo. Amo vocês e beijos da omma<3

Capítulo 10 - Sangue


Fanfic / Fanfiction One night in the past - Sangue

 

A dama de vermelho era uma historia muito conhecida entre os homens, em principal os que visitavam os prostibulos com frequência. A dama de vermelho seria, por assim dizer, uma linda mulher que apenas usava vermelho para seduzir seus homens e os leva-los para a cama. No entanto, a mulher nunca havia mostrado seu rosto. Ela foi uma grande prostituta, conhecida até mesmo por ter reis em sua cama. Ela esbanjava joias caríssimas, cabelos sedosos e uma pele linda como a de uma criança recém-nascida. Também diziam que ela tinha uma voz bonita e que sabia cantar apenas uma canção, nessa canção ela falava os poucos anos que tinha e dos milhares de homens que já haviam passado pela sua cama. Os homens que haviam passado por ela diziam que ela dançava maravilhosamente bem, que ela os seduziam com os olhos inocentes e cheios de maquiagem. Diziam que ela ria como uma criança, que dançava como uma mulher e que os fazia revirar os olhos de tanto prazer como uma puta.

Muitos se apaixonaram pela dama de vermelho.

Muitos caíram aos seus pés.

Muitos faliram.

Mas nenhum a fez amar.

O que as pessoas não sabiam era que a dama de vermelho era apenas uma menina de quatorze anos, que havia sido vendida pela mãe em troca de poucos centavos. Ela sofreu diversos abortos durante os anos que se passaram. Ela nunca amou ninguém. Apenas o sexo e o dinheiro que vinha com ele. As rainhas a odiavam e ela amava ser odiada, ela adorava a adrenalina de saber que estava sendo perseguida e amava ainda mais mandar mata-las pelos próprios maridos. A mulher de vermelho então desapareceu no apice de sua fama, ela tinha mais joias que uma rainha e mais dinheiro que um rei.

Alguns diziam que ela ainda estava viva, que tinha mais de dez filhos, que estava gorda e que apenas o rosto que nunca havia sido mostrado se mantinha belo. Outros diziam que ela havia morrido por conta de alguma doença. Boatos e boatos se espalharam sobre ela, a mais desejada entre os homens, até livros haviam sido escritos. A cada pagina um conto erótico sobre a Afrodite dos deuses, a dama de vermelho, a criança dois reis.

Mas a pergunta que mais assombrava a mente dos homens que a conhecia era: onde ela estaria?

 

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Já havia amanhecido, e Jimin estava cheio de trabalho empilhado ao lado de sua cama. Ele virava de um lado para o outro, espera mais cinco minutos. Olhava para o teto e sentia o coração pesar, estava cheio de saudades. Saudades de casa, da felicidade, de Taehyung  e do seu tão amado Jeon.

O teto é muito branco, a porta da varanda deixa passar a claridade do sol, era pouca, estava nublado. Já fazia uma semana que o tempo andava assim, nublado e tristonho. Seus olhos vão para o passarinho que está preso em uma gaiola em cima de sua mesa — tinha ganhado de Yoongi a alguns dias —, ele não canta aquela hora da manhã, em vez disso fica sentado e dá bicadas no alpiste ao seu redor.

Já fazia meia hora que ele estava na cama, estava tão cansado e não tinha forças para levantar e enfrentar os problemas de Goryeo, e os seus próprios. Sua cabeça vira para o outro lado, seus olhinhos escuros veem a parede azul, ela estava ficando feia. Seus olhos então se enchem de lagrimas, ele não queria estar mais em Goryeo, ele não queria estar mais entre aquelas paredes, cogitava até mesmo em voltar para o convento que havia sido criado — embora soubesse que aquilo não era possível, ainda mais faltando dois meses para o portão se abrir. O desespero e o medo da morte estava crescendo em seu peito havia alguns dias, o mesmo desespero que havia tido a algum tempo atrás. Naquela época ele tinha o seu amor, seu Kookie. Ele o conseguira acalmar, mas hoje não havia mais ele para fazer isso. Havia uma farsa que entrava e saia de seu quarto, e ele — mesmo sabendo que não havia necessidade — estava começando a odiá-lo.

Seu corpo se força a levantar, suas perninhas estão ficando mais finas — e elas nunca foram grossas, a não ser na época de sua adolescência. O conselheiro vai até o pequeno vão que existe em seu quarto , ele olha para a banheira cheia de água fria e bota a primeira perna.

Ele se arruma, penteia o cabelo, limpa a pele e coloca uma de suas túnicas favoritas. Ele olha para o pássaro e percebe que o pássaro olha de volta, não é um bom dia, eu sei.  Então ele olha para a cama de novo e morde os lábios, ele relaxa os ombros e vai em sua direção enquanto começava a tirar suas roupas de forma desajeitada, ele fica nu e se deita entre os lençóis vermelhos. Os lençóis eram o seu único bem em seu quarto, era de uma das cores que mais gostava e era o único presente que tinha da mãe, a dama de vermelho.

Enquanto seus olhos se fecham ele pensa: Goryeo pode esperar mais cinco minutos.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Taehyung estava sentado em sua varanda, as pernas estavam cruzadas de forma elegante, os olhos estavam cerrados — com muita dificuldade, ele detestava fazer aquele tipo de olhar. Sua mão direita segurava uma xicara de porcelana, seu dedo mindinho estava levantado e suas unhas estavam pintadas com um verniz vermelho que combinava muito bem com seus lábios e vestimentas vermelhas.

A mulher que estava a sua frente o olhava de maneira séria, estava pronta para falar alguma coisa asquerosa. A algum tempo Taehyung se sentiria ameaçado e triste com sua presença, mas o tempo passa e já fazia quatro meses que ele a vira pela ultima vez. Uma hora ou outra o amante e a esposa terão que se encontrar, tinha ouvido uma das damas reais falando a muito tempo atrás, mulheres sabias eram elas.

Os olhos de Taehyung passaram para a menina que estava ao lado de Jisoo, ela tinha os cabelos longos e cortados retos juntamente com uma franja, tinha os ossos finos e longos, futuramente — milhares de anos depois — poderia se dizer que se parecia com uma modelo. Ela parecia totalmente desengonçada em seu vestido armado de mais e a cada centímetro que ela se mexia Taehyung percebia que os boatos que ela só vestia calças masculinas não passavam de verdades, aquela menina não havia nascido para vestidos  e sim para calças e espadas. Assim como o seu irmão e pai, Lalisa tinha vocação para ser uma espadachim.

— Não querendo estragar o silencio monstruoso de vocês, mas poderiam falar logo? Eu preciso do Taehyung ainda hoje. — Jongin se pronunciou,  estava completamente revoltado e bêbado.

Desde que tinha aberto os olhos de manhã e seu pequeno sol tinha ido para o velorio, Jongin tinha se enfiado de alguma forma em seu quarto. O amante tinha os cabelos bem presos para esconder a revolta dos mesmos, suas roupas eram coloridas e caras, combinavam perfeitamente com seu tom de pele e as joias apenas ajudavam.

Jisoo bufou e Lalisa mordeu os lábios, quase como se estivesse se segurando para não rir. Taehyung se remexeu em sua cadeira, seus dedos batucavam a mesinha que dividia ele e sua ex-rival do amor, ele estava se cansando daquilo e Jongin não estava em uma situação diferente. O amante colocou a xicara de em cima da mesa e antes que Jisoo terminasse de avaliar o quarto por trás da porta, ele a interrompeu.

— Olhe para mim — falou sério, sua voz tinha ficado grossa e sua postura que já estava bem ereta ficou ainda mais —, Você veio falar comigo e não olhar para o meu quarto, estou certo?

Ela o olhou com as sobrancelhas franzidas, antes ela considerava o território de Hoseok o seu território desde o casamento, mas agora ela estava percebendo que estava completamente errada. As coisas de Hoseok, e até mesmo o próprio príncipe pertenciam a Taehyung e ele fazia questão de esbanjar isso.

— Onde está o meu marido?

Assim que ela lhe lançou a pergunta Taehyung começou a ficar irritado, sabia que Hoseok era casado com Jisoo, sempre soube, mas ela o chamando de meu era demais para a sua pessoa. Lançando um olhar para Jongin que estava no sofá um pouco atrás de si ele pediu uma intervenção, uma ajuda para não perder a paciência seria bom, mas o que poderia ser considerado o seu amigo estava muito bem deitado e distraído com um colar que carregava.

O amante se virou e respirou fundo — Faça a pergunta que quer fazer ou saia, não tenho o dia todo.

Na verdade tinha sim, ia apenas expulsar o bêbado do seu quarto e ficar de um lado para o outro pensando que roupa elegante usaria para a chegada do seu sol. Jisoo se remexeu na cadeira e colocou uma das pernas em cima da outra, uma mecha de seu cabelo deslizou para frente do seu rosto, ela não a tirou. Seu rosto inexpressivo era surpreendente, parecia uma rainha.

— Amanhã a tarde estarei indo embora para a minha cidade natal, não posso ficar no meio dessa guerra, eu gosto de viver. — suas mãos que estavam perto da xicara se retorceram, toda a atenção do cômodo estava voltado para ela — meu pai já foi assassinado pelo rei, meus irmãos estão longe e não pretendem assumir. Eu irei assumir tudo, e para isso irei largar Hoseok. O rei já me deu sua permissão.

As palavras da mulher deixaram o ambiente bem desestabilizado. Taehyung olhou para ela tentando assimilar as palavras, ela estava deixando Hoseok, e não era apenas por aquele motivo, Taehyung conhecia aquela mulher desde seus dez anos. Ela estava deixando o príncipe por conta dele.

Jisoo não falou nada, apenas olhou para a menina ao seu lado e sorriu antes de sair. Quando a porta foi batida Taehyung olhou para Jongin que o encarava com a mesma intensidade, o amante mais novo estava bem surpreso. Esperava que ela o espancasse, que gritasse o fizesse — ou pelo menos tentasse — se sentir humilhado, mas não; ela havia abrido as janelas para ele e tinha se retirado.

— Daebak!. — falaram os dois em uníssono.

 

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

 A luz da tarde estava começando a morrer e Jung Kook começava a agradecer aos Deuses — ele havia descoberto alguns na biblioteca. Os dias estavam se prolongando cada vez mais. Seus olhos passaram por todo o campo, ao seu lado estavam vários garotos caídos e completamente cansados, todos com alguma arma nas mãos.

Desde a noite que havia se confessado a Jimin duas coisas haviam acontecido; a vontade de aprender a duelar  surgiu em seu corpo, e a voz do Jung Kook daquele tempo se fez presente. Todos os dias quando acordava ia até o campo e segurava uma espada, aquele corpo tinha bastante reflexo e habilidade, e ainda havia o seu próprio orientador pessoal, que era o próprio general daquele tempo.

No começo a voz apenas falava uma vez por dia, as vezes nem falava. Mas com o tempo Jung Kook começou a perceber que havia atitudes suas que não eram controladas por si, que haviam palavras que saiam de sua boca que não eram suas. Quanto mais forte ele ficasse, mais Jung Kook ia desaparecendo.

Ele logo poderia voltar para casa.

Se levante, você é um general, não pode ser relaxado. As palavras do outro Jung Kook apareceram em sua cabeça, era um sussurro, cortante e dolorido. Uma dor de cabeça que por mais que ele gostasse — por saber que quanto mais ele fizesse aquilo, mas rápido as coisas andariam — doía e era insuportável.

Eu sei. Respondeu e então se levantou se apoiando na espada longa. Seus olhos percorreram mais uma vez por aquelas crianças caídas e ofegantes, não importava quanto olhasse não deixava de achar aquilo horrendo e terrível. Aqui isso é normal, no seu mundo não é diferente, as coisas apenas tem uma visão e um nome diferente ,e você sabe disso.  O general falou novamente, ele estava virando mais do que um pensamento.

Como se o general fosse uma pessoa materializada Jung Kook deu as costas e começou a se concentrar em deixar a mente vazia. Queria pelo menos fingir que ele não estava ali. Sabia que era bom que ele estivesse ali, era como se ele o estivesse o chutando para fora daquele corpo. Mas, talvez por estar tão acostumado ele não queria ir embora, não enquanto Jimin o fitasse com aquele olhar.

O general não falou mais nada, e como se ele estivesse se afastando Jung Kook ouviu o eco de seus passos dentro de sua cabeça. Enfim estava sozinho. Levantando o rosto Jung Kook petrificou ao perceber que Jimin o olhava de uma das pontes perto do lago que não ficava muito distante do campo, qualquer um que o olhasse não o reconheceria, mas era Jimin. O seu hyungnim e o homem que amava.

Mas enquanto Jungkook o olhava com dor e pedindo seu perdão silenciosamente Jimin o retribuía com um coração partido e uma voz cheia de horror.  Seu corpo estava coberto por um tecido vermelho que o destacava mais do que a lua no céu. Eu não acredito! O general voltou a falar, ele tinha percebido antes de si quem acompanhava o conselheiro, Min Yoongi tinha um sorriso presunçoso nos lábios e falava com Jimin de forma alegre. 

Jung Kook ignorou a voz do general, Jimin estava sofrendo, ele queria gritar, mas não tinha mais forças. Ele havia se enrolado na tristeza e tinha ido dormir.

Dormir para nunca mais acordar.

Jung Kook sofria com aquilo, não apenas o do futuro, mas o do passado também. O tempo estava acabado, o relógio estava quase marcando a meia noite e as pessoas que mais eram importantes estavam indo embora. No final das contas o que restaria seria apenas ele, e mais ninguém.

Deve haver um jeito, me deixe voltar, ele repetiu a frase que falava todos os dias desde que começara a falar em sua mente.  A voz do general gritava dentro de si e seu coração se debatia com isso, mas não era Jung Kook que tinha o poder de deixa-lo voltar. O tempo que iria fazer isso, ambos os sofredores e pecadores teriam que esperar sua sentença.

Seja de vida ou morte.

— General Jeon. — uma voz masculina o chamou e ele olhou para trás, ele já a tinha visto algumas vezes, mas nunca tinha trocado uma palavra com ela. Curve-se, o general falou e ele o obedeceu. — Me acompanhe, o rei o quer ver. — disse a princesa. 

   ✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

  Kyung Soo olhou para o anel que tinha em mãos, o rosto inexpressivo escondia a tristeza que jorrava em seu peito. Era o anel da sua mãe, a mulher que era conhecida como a bruxa, a mesma mulher que havia sido morta por envenenamento a poucas horas. Ele sequer pode vê-la uma ultima vez.

 Seus olhos infantis observaram o quarto da mãe com paciência, era um quarto bastante humilde para o que ela costumava usar quando era uma rainha. Enquanto ele olhava os moveis e os quadros pintados pela mesma — em dias escuros, ela só pintava nesses dias. Kyung Soo se desmanchava, as pessoas que importavam estavam indo embora aos poucos, desaparecendo no ar, virando pó e deixando apenas o cheiro de morto para trás.

Se eu tivesse matado o rei antes, foi a primeira coisa que passou em sua cabeça após ter recuperado os seus sentidos, em sua cabeça ele deveria ter impedido aquilo. Ter começado sua chacina, ter matado o rei e todos que tivessem ligação com ele. Mas não, suas estratégias ocuparam tempo, e a espera da perfeição levou sua mãe embora.

Kyung Soo olhou para o quarto uma ultima vez antes de sair, lembrando-se das vezes que entrava no quarto da mãe e sentia que estava perdendo algo ao sair, mesmo sabendo que a encontraria no dia seguinte ele sempre tinha esse sentimento dentro do peito. Durante toda a sua vida ele perdeu.

Ele deu as costas para tudo aquilo e saindo pelas passagens secretas ele sentiu pela primeira vez que não estava perdendo nada. Nada ali dentro o queria, nada ali dentro o amava, embora ele quisesse muito que houvesse.

Dessa forma Kyung Soo desapareceu entre as sombras das passagens e surgiu em pura luz no quarto do homem que amava. Como tinha planejado não era Jongin que estava no quarto e sim as pessoas que seriam seus aliados, as pessoas que se dessem um passo em falso ele não teria pena em mata-las.   

O único problema em mata-las era o sentimento de conforto e confiança que tinha neles, isso o preocupava. Eles eram os seus irmãos, mas também poderiam ser seus inimigos. E o que o mais incomodava entre esse borbulhar de sentimentos era saber que isso não vinha inteiramente dele, e sim do garoto que estava no fundo de sua mente olhando para tudo aquilo a distancia.

Ele estava voltando depois de anos, e justamente quando tudo que queria estava começando a dar certo.

Os príncipes estavam alinhados dentro do quarto, todos em roupas escuras e comuns, seus olhos estavam vermelhos e seus corações estavam cheios de tristeza,  Kyung Soo podia ver isso. Assim que ele apareceu diante de seus olhos eles o fitaram e fizeram uma reverencia, ali estavam os irmãos que sua mãe havia envenenado a anos atrás.

Kim Seokjin, Byun Baekhyun e por fim, Jung Hoseok.

Kyung Soo se aproximou dos três, pensou em abraça-los, mas tinha que mostrar para eles que não era o irmão deles e sim o próximo rei. Deixaria para conquista-los emocionalmente futuramente, com muita cautela, é claro. Então, já que não podia demonstrar a eles fisicamente falou.

— Soube de nossos irmãos, consigo imaginar a dor que estão sentindo, também a sinto.

Era mentira.

— Gostaria de pedir desculpas pela minha mãe, mas sei que a culpa não é dela. Não os irei confortar com a mentira dita pelo rei.

Eles se mantiveram em silencio.

Quando era pequeno sua mãe havia envenenado cinco de seus irmãos, deixando alguns com sequelas e outros com a imunidade extremamente baixa pelo resto da vida, um bom exemplo disso era seus irmãos Baekhyun e Sehun. Baekhyun poderia ser considerado bipolar, um bipolar extremamente perigoso e que estava no topo de sua lista para ter cuidado. Já Sehun, havia um total cuidado com a sua saúde, qualquer coisa o deixava de cama. No entanto a sua frente haviam apenas três dos seus irmãos envenenados, Sehun estava entre a vida e a morte e Seungri já tinha ido para o mundo dos mortos.

Os únicos três que o conhecia se mantiam diante de si.    

As janelas atrás de si deixavam entrar uma faísca de luz, se as cortinas grossas não estivessem  cobrindo sua imagem pareceria incrivelmente majestosa, seria quase como se Apolo brilhasse em abundancia. Kyung Soo respirou fundo e se focou em um ponto que não fosse seus irmãos.

— Já os fiz essa pergunta uma vez, mas a irei fazer novamente. — ele se endireitou na cadeira — estar comigo os transforma em traidores, estar comigo quer dizer que são a favor da morte de sua majestade. Vocês aceitam isso?

Os três ficaram em silencio, eles amavam o rei, mas ao mesmo tempo eram contra sua conduta, havia algo ou alguém que eles amavam e que estavam tentando proteger. Estar comigo os deixaria vivos, estar comigo os deixariam felizes e ao mesmo tempo com peso na consciência pelo resto da vida. Assim como eu, mas o meu peso será ainda maior.

Kyung Soo de certa forma os achava impressionante, o amor realmente movia o ser humano, eles estavam ali porque amavam alguém e queriam mais tempo com ela. Kyung Soo estava ali por conta do povo e da miséria que seu pai havia feito. Cada um tinha sua escolha, seja ela estupida ou não.

— Bem...

Ele começou, mas foi interrompido, quatro batidas firmes. A princesa e o príncipe haviam chegado. Kyung Soo fez sinal para que um deles abrisse a porta e Seokjin foi o primeiro a se mover com suas pernas longas, nenhum deles havia visto o príncipe mais novo.

Seokjin abriu a porta com cuidado, seus olhos se focaram apenas na princesa que o observava sem expressão. Ele passou anos achando que ela era uma rosa, quando na verdade ela era apenas os espinhos mais afiados da mesma. Yeol e seus cabelos cheios de rosas avançaram, assim como o príncipe. Seokjin arregalou os olhos quando viu quem era. Nenhum dos outros príncipes se virou para ver quem era.

A princesa segurando suas saias pesadas se aproximou do rei, se curvou e lhe lançou um sorriso. O príncipe mais novo se aproximou e ficou ao lado dos seus respectivos irmãos, seu olhar a cada dia que passava se tornava igual ao seu. Ele estava perdido assim como Kyung Soo era, assim como Kyung Soo ainda é.

Sorrindo, o futuro rei prosseguiu — Gostaria de apresentar o príncipe Jung Kook, possivelmente vocês o conhecem.

Todos os príncipes viraram a cabeça na mesma hora, os olhos arregalados e assustados, o general os olhou um por um. Um olhar diferente que Kyung Soo já tinha visto, era outra pessoa.

— Apresente-se devidamente. — Yeol falou e Jung Kook confirmou.

— Meu nome é Jeon Jung Kook, o nono príncipe, filho da prostituta e pirata Kim Yoona. — ele se virou completamente para os príncipes. — È um prazer conhece-los.

Kyung Soo então gargalhou, aquele garoto era incrível.

Taehyung observava os dentes de leão mortos de sua varanda, seu rostinho delicado estava tão vazio de expressão que nem mesmo o próprio Jongin se demorou em ficar no quarto, o amante mais  velho se retirou aos tombos e desapareceu de seu quarto. Taehyung de fato poderia ser considerado como bipolar; em uma hora estava tão confuso e outro tão determinado que quase o deixava cego.

Mas eram apenas os acontecimentos que o deixavam daquela forma.

Ele ainda conseguia se lembrar do sonho, ainda conseguia se lembrar de si mesmo: tão belo e com poucos traços de tristeza. Era tudo ainda muito claro em sua mente, assim como seu objetivo. Nem que tivesse que fazer com suas próprias mãos o plano tinha que dar certo. Para isso estava arriscando as pessoas que mais tinha apresso e amor, tudo apenas por conta de uma morte.

Como as coisas tinham mudado. Taehyung era tão inseguro quando tinha chegado  no palácio, não passava de um espadachim mal treinado, um amante medroso e sem títulos. Ele também não era um assassino, tinha prometido a si mesmo quando resolveu virar um espadachim que jamais mataria um ser humano — embora soubesse que era praticamente impossível de se cumprir tal promessa. Mas era para um bem maior, uma morte por varias.

Apenas uma morte e uma rebelião seria derrubada.

Apenas uma morte e ele e seus amigos estariam livres.

Apenas uma morte e as coisas mudariam.

Apenas a morte do rei poderia fazer isso.

  

  


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...