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História Thoughts of Thunders - Only: Lost in Life


Escrita por: bonniebitch

Notas do Autor


olá~

essa fic já foi revisada, espero que esteja ciente que ela aborda um problema pesado porém >real<.

se não estiver se sentindo bem, por favor não leia, ela pode vir a ser um gatilho.

escrevi pra que ela retrasse a realidade de muitas vítimas desses casos!

Capítulo 1 - Only: Lost in Life


Fanfic / Fanfiction Thoughts of Thunders - Only: Lost in Life

“Sabemos o que acontece quando uma pessoa tem esperança de obter uma coisa desesperadamente desejada; parece bom demais para ser verdade. ” – As Crônicas de Nárnia

A noite estava fria por conta da ventania forte. Gotículas de água caíam dos céus e quebravam-se sob o chão da Terra. Entre as nuvens cinzentas, trovões faziam barulhos estrondosos e raios iluminavam o horizonte por meros segundos.

Mas o pequeno Taehyung estava entretido com todo aquele alvoroço da mãe natureza. Assim que ele ouviu o noticiário pelo fim da tarde, sabendo que viria uma forte tempestade, o mesmo já tinha pego um banquinho na cozinha e posto em frente à janela com vidraças extensas da sala, onde poderia sentar-se, apoiar seus cotovelos no batente da janela e observar tudo com maior precisão.

Por algum motivo, ele não sentia medo de ouvir aquelas fortes e altas rajadas de tensão elétrica que os trovões emitiam. Gostava dos feixes secundários de luz que os raios davam. Seus sentidos ficavam aguçados quando chovia, e ele simplesmente almejava sentir o cheirinho de terra molhada após um tempinho em que a chuva cessava.

Para um menino que vivia no campo e não tinha muitos meios de diversão, aquele tipo de situação era uma das únicas a qual ele se sentia verdadeiramente tranquilo. 

Vivia com os tios, já que, por mera coincidência, seus pais foram mortos após serem atingidos por relâmpagos. Ambos estavam tentando salvar desesperadamente a plantação de morango de uma grande tempestade que ia devastar a fazenda, mas não conseguiram salvar a si próprios. 

Taehyung era bebê quando tudo aconteceu, talvez fosse por isso que não sofria com a falta da presença dos pais, afinal, eram pessoas das quais nem ao menos se lembrava. Mas sabia que algo o conectava com toda aquela tensão que era transmitida pelos raios...

Depois do acidente, fora imediatamente morar com os seus parentes, que também viviam do coleto de plantas. E apesar de estar vivendo num local sem muita tecnologia, de trabalho árduo e poucos livros para que divagasse com a sua imaginação, Taehyung se sentia bem ali.

Alguma coisa lhe dizia que a vida nas cidades urbanas nunca chegaria aos pés da vida simples que levava na fazenda.  Lhe parecia até mesmo assustador apenas assistir televisão, passar a tarde toda jogando videogame, quanto mais mexer num daqueles chamados "celulares touchscreen" do qual seus coleguinhas sempre comentavam na escola.

Taehyung achava que, nas grandes cidades, ele nunca poderia abrir a porteira para ajudar seu tio a passar os bois para o outro lado das cercas. Ele achava que nunca poderia ir correndo e saltitando pela grama verdinha e fofinha na floresta atrás da fazenda. Ele achava que nunca veria as tantas estrelas após tempestades feito aquelas que tinham ali, naquele céu escasso de poluição.

A forma simples de vida era o seu lugar, definitivamente.

— Tae, o que faz encarando os raios de novo? Saía já daí! – pronunciou a sua tia, tirando-lhe a atenção.

— Por que eu não posso assistir a tempestade? – perguntara inocentemente, com a vozinha rouca e os olhinhos cintilantes. Ingênuo do mal que aquilo poderia lhe fazer.

Sua tia respirou fundo, indo até o menor. Ela agachou suas pernas para ficar do mesmo tamanho dele, apenas para que o pequeno sentisse mais comodidade ao falar consigo.

Os tios de Taehyung eram pessoas humildes, de bom coração e extremamente carinhosos. Eles lhe amavam e sempre faziam de tudo para que não tivesse que se esforçar demais com os trabalhos dali, já que o mesmo era muito pequenino. Ajudar a lavar os pratos, abrir a porteira, dar de mama aos bezerros, entre outras tarefas simples eram o que lhe mantinham entretido por hora. Ensinando-o pouco a pouco os seus deveres e responsabilidades.

A moça sorriu com afetuosidade para ele, passando levemente as costas de sua mão sobre as bochechas macias do menino.

— Apenas não é bom, meu querido. – respondeu-lhe vagamente, assim como das outras inúmeras vezes em que pedia para que o mesmo não ficasse olhando as tempestades que ali tinham. Mas afinal, ela nunca arranjara uma resposta clara o suficiente para o menor, e por isso, ele sempre voltava a observar a chuva com fascínio — Por que não chama o Namjoonie para brincar com você?

Ah, Namjoon.

O filho de seus tios. O garoto que não estava satisfeito naquele lugar. O garoto que ficou em primeiro lugar da nação coreana nas matérias de Coreano, Matemática e Inglês. O garoto absurdamente inteligente. O garoto de voz grave e ações pesarosas. O garoto que causava dores de cabeça para seus pais. O garoto que não era muito bom com Taehyung...

— Namjoonie não gosta de mim, Tia Kim. Não quero incomodar ele. – murmurou, passando a encarar seus pés com um biquinho nos lábios.

Ele verdadeiramente tinha medo que Namjoon o ouvisse falando tal coisa, pois tinha certeza de que o primo mais velho faria questão de lhe mostrar o quanto não gostava mesmo de si.

A senhora Kim suspirou, tentando controlar suas lágrimas.

Taehyung era um garotinho adorável, amável, um amor de pessoinha, e nunca deixaria de ser! Ele amava a terra e os animais da fazenda, gostava de ser prestativo e ajudar os seus tios como podia, gostava de pegar os livros velhos que tinham nas gavetas da casa de madeira e passar a noite com uma vela em claro ao seu lado enquanto lia. Ele era simples, puro, gostava de aprender na creche e usufruía bem do tudo – pouco – que sabia. Era um menino querido, um menino de ouro. E o seu gosto singular por tempestades não mudava nada disso, deixava-o apenas mais especial. Talvez fosse até meio precoce de tão especial.

E ela apenas não conseguia entender o porquê que um menino tão bom quanto Taehyung tinha perdido os seus pais. Enquanto que, o seu filho, tendo uma casa para morar e uma família para amar, de nada aproveitava aos bens lhe concebidos.

Não que a senhorita Kim estivesse comparando o seu filho ao seu sobrinho. No entanto, ambos viviam juntos a um certo tempo, então por que não conseguiam viver em paz um com o outro?

Ou, reformulando melhor, por que o seu filho não se sentia em paz ali?

A sua pergunta não seria respondida tão facilmente, mas quando ouviu o estrondo de mais um trovão, trouxe rapidamente o pequeno corpo do seu sobrinho de encontro ao seu, abraçando aquele ser angelical com devida delicadeza.

— E-Ele... Namjoon só não gosta daqui. Mas eu garanto que ele gosta sim de você, meu bem! – disse ela, guardando os soluços que o choro lhe causava, permitindo que apenas as lágrimas saíssem.

E tinha apenas mais uma pergunta rondando os seus pensamentos: como alguém podia não amar Kim Taehyung?

 

░ϟ░2 anos depois░ϟ░

 

Seus olhos se abriam lentamente com o sono ainda presente sob as pálpebras. A noite anterior havia sido quente, afobada e seca, coisas das quais Taehyung não suportava e acordara irritado justo por causa delas.

Queria um friozinho aconchegante para dormir quentinho nas várias camadas de cobertores sobre a sua cama. Queria dormir ouvindo o latejar das gotas d'água na calha. Queria a umidade que a água causava no ar. 

Com essas coisas, ele certamente teria maravilhosas noites de sonecas bem dormidas.

As olheiras em baixo de seus olhos entregavam o fato de que ele não conseguira dormir bem noite passada. Estava se mexendo muito, tentando encontrar uma posição confortável, mas causando barulhos ao ficar movimentando a quina da cama pelas paredes de madeira barulhentas na casa. E sem comentar de que a cama também tinha uns bons anos a mais que si, e já estava ficando velha o suficiente para ranger bastante.

Mas enfim, abriu totalmente seus olhos, levantou-se e foi em direção ao banheiro do corredor.

Era sábado, seus tios tinham lhe avisado no dia seguinte que sairiam para ir ao mercado da cidade naquele final de semana para comprarem mantimentos e roupas. 

Taehyung já estava acostumado com aquilo, e nesses finais de semana, se mantinha concentrado em escrever histórias pelo seu caderno da escola, um novo hobby que tinha adquirido. 

Ele era extremamente jovem, mas escrevia incrivelmente bem e já sonhava em ser escritor quando crescesse. Escrevia aventuras e ficções, geralmente crônicas, já que não gostava muito de romances¹. Seu livro predileto era "As Crônicas de Nárnia"; era encantando pelos contos diferenciados de tal e, de alguma forma, se sentia vazio assim que chegara no final, vendo que o leão Aslan tinha de destruir o mundo de Nárnia. Aquele mundo do qual os orbes oculares do pequeno Taehyung tanto desejavam ver.

Como forma para diminuir sua decepção pelo término do conto, Taehyung geralmente escrevia finais alternativos ou fazia suas próprias versões da história, baseadas no livro. E de vez em quando, sonhava em poder conhecer Nárnia. As tempestades deviam ser as mais horrendas possíveis na terra da fantasia.

Ao todo, o menino só queria poder viajar sob o seu próprio intergalático mental.

Porém, quando abriu a porta do banheiro, um estranho e desconhecido filete de carga elétrica tinha subido fervorosamente pela sua espinha dorsal.

Namjoon não trajava roupa alguma, fazia barulhos de forma sôfrega pela garganta, seus olhos estavam fechados com força e, sua cabeça, inclinada para trás. O corpo dele estava tendo tremelhiques contínuos, e o mesmo respirava de forma pesarosa. O que chamava atenção de verdade era a sua mão, que mexia incessantemente em movimentos brutos para frente e para trás. Ele segurava sua parte íntima para fazer aquilo.

N-Namjoonie...

O garotinho não compreendia a cena e estava meio assustado. Os sons que a voz grossa do maior fazia se assemelhavam levemente com o som de trovões, que já eram bem conhecidos para Taehyung. Porém, Namjoon parecia estar em deleite. Um estranho e desconhecido deleite.

Taehyung ficou com medo.

Assim que ouvira a voz rouca e baixinha do primo, Namjoon parou com os movimentos no seu íntimo, parou de gemer, abriu os olhos num estalar de dedos e a raiva lhe consumiu no mesmo instante.

O pirralho tinha lhe pego, tinha interrompido. Tinha que ser justo naquela hora? Ele só estava sendo o pequeno grande incômodo, de novo.

Se lembrava bem de que quando aquela criança tinha vindo para sua casa e perdeu totalmente a atenção de seus pais. Aquela foi a primeira vez que viu Taehyung, e por mais que tivessem se conhecido mais depois, Namjoon já não dele desde a primeira impressão.

Sem vergonha ou hesitação, ele apenas saiu de onde estava e foi em direção a porta do banheiro. O menino a sua frente começou a se encolher, como se esperasse levar um tapa – o que qual não seria uma surpresa –, no entanto, Namjoon apenas fechou a porta com brusquidão na cara do mesmo, que levou um sustinho por conta do baque.

Taehyung soltou o ar preso em seus pulmões. Ele encarava com os olhinhos opacos a porta fechada a sua frente. Não voltou a ouvir os barulhos que Namjoon fazia, mas sim, o barulho do registro do chuveiro sendo ligado.

O pequeno Tae certamente amava aquele som confortante de gotas chocando-se contra o chão. Era tão familiar, trazia-o boas sensações. E ele tinha levantado cedo em pleno sábado apenas para tomar um banho e poder convencer-se de que podia se sentir um pouco melhor com o chuveiro, já que não havia chovido na noite anterior como "a moça do tempo na TV" tinha avisado.

Às vezes a moça do tempo errava o tempo, assim como ele ainda errava algumas palavras enquanto escrevia.

Sem pensar muito e como forma de ocultar o medo, Taehyung imaginou que aquela era uma porta de entrada para o mundo mágico de Nárnia, como o guarda-roupa, e pensou que lá dentro estivesse acontecendo uma a grande tempestade, como no quadro em "O Peregrino da Alvorada".

Era uma passavam.

Então, vagarosamente, pôs suas mãozinhas sob a tranca da porta, girando-a e notando que seu primo não tinha a fechado por dentro. E mais cuidadosamente ainda, sem soar barulho algum, ele abriu uma fresta na porta, de tamanho suficiente para que conseguisse passar sobre a mesma e trancá-la rapidamente atrás de si. Hiperventilando por conta da singela adrenalina, escorou suas costinhas na porta, vendo o vulto ofuscado pelo box do corpo de Namjoon. 

O mais velho movimentava-se lá dentro, passando as mãos pelo corpo e se banhando.

Taehyung desviou o olhar, com as orelhas e bochechas vermelhas feito maçãs. Virou-se de costas para o primo, e agora, de frente a porta, começou a despir-se.

Sim, iria tomar banho com ele. Tomava banho com a sua tia e muitas vezes ficava dentro da banheiro com o tio, enquanto brincavam com o pato de plástico e seu barquinho de brinquedo. Estava acostumado a ter companhia no banho, assim como também conseguia se divertir sozinho por ali outras vezes. 

De qualquer forma, nunca tinha tomado banho com o primo antes. Mas aquela parecia a oportunidade perfeita, a oportunidade para se entenderem melhor, para construírem carinho um pelo outro e lembranças. Queria isso!

Mas não, não era um banho. Ele não podia se esquecer de que estava em Nárnia e que ao seu redor estava acontecendo a maior tempestade de todos os tempos! Isso era o essencial naquele momento para que não sentisse medo.

Namjoon lhe causava um medo não intencionado muitas vezes.

Terminou de tirar as poucas roupas de seu pequeno corpinho e se dirigiu devagar até o box. O pequeno mordia seus lábios inferiores, encarava o chão do banheiro e mexia suas mãos nervosamente. Estava ciente de que poderia, de fato, morrer de medo, porém, estava pensando positivo desde que Namjoon teve a oportunidade de lhe bater antes, como sempre fazia, mas não o fizera.

Timidamente, bateu no box de vidro, chamando a atenção do maior que se virou em sua direção habilmente.

O mesmo ficou estático, o vidro fosco impedia Taehyung de saber a maneira que outrem lhe encarava, mas por mais que soubesse que não era de uma forma boa, estava curioso.

— O que você quer?

A voz do maior tinha saído abafada por causa do vapor quente que a água do chuveiro emanava. Ele continuou na mesma posição, firme, perplexo e observando o pequeno Tae pelo vidro.

O banheiro era o único lugar naquela casa que tinha um pingo de tecnologia sequer, possuía azulejos e um box para o chuveiro, que nem um banheiro das cidades. Aquele lugar era o único no qual Namjoon se sentia bem ali, o único canto onde ele sentia que podia relaxar as tensões musculares e pensar sozinho enquanto a água fervente batia em suas costas largas. O único lugar em que ele podia se masturbar e o barulho de seus gemidos não se alastrava tão alto.

Porém, o pirralho que vivia consigo queria tirar até o seu último resquício de paz naquela casa.

— Posso tomar banho com você?

A resposta foi uma pergunta. O quão confuso isso soava? Talvez não mais que aquela situação em si.

Namjoon, mais uma vez só naquele dia, olhou pasmo para o menino. Sorte a do menor que nada via de suas expressões por conta do vidro que os separava.

Taehyung nem era o maior tormento de sua vida – por mais que também incomodasse demasiadamente –, mas ele estava por perto e talvez fosse a resolução do seu problema. 

Namjoon era compulsivo e impulsivo para ter relações sexuais, todavia, não conseguia mais ter prazer com garotas e se negara até a morte ao pensar querer foder um outro garoto. Mas o seu primo... Ah, o seu pequeno primininho mal tinha feições masculinas, ele era pequeno demais ainda, e por isso, não portava um corpo viril ou grande. Era meio esguio, de derme amorenada, quase sem curvas, mas as que tinha eram chamativas aos seus olhos doentes. Taehyung ao todo era chamativo por natureza, ele era um garotinho muito lindo, admitia. E como Namjoon pensara nocivamente naquele instante, seu primo tinha uma "puta carinha de inocêncio virgem". 

Crianças sempre tem tudo que é considerado de mais perfeito aos olhos de monstros.

Namjoon não se importou daquele ser o seu primo, 14 anos mais novo. Muito menos de ser uma criança. 

Seu primo. 

14 anos mais novo. 

Um menor.

Uma criança. 

Ele lhe irritava, e considerou que aquela era a hora perfeita para o ensinar uma lição.

— Pode, pode sim. – respondeu ao mesmo, abrindo o box em seguida.

E como se tudo fosse bom demais para ser verdade, agora fora Taehyung quem estava pasmo com a situação. Namjoon tinha deixado, sem hesitação, que se aproximassem. 

Assim que abriu o box, o pequeno novamente o viu nu novamente, mas agora já não tinha mais vergonha, e sim, curiosidade. Ele se sentia cada vez mais e mais curioso, ansioso ao todo com a presença do maior.

Namjoon era acesso feito um raio, forte como um trovão e causava grande estrago, que nem uma tempestade.

Gostava de seu primo mais velho, mesmo que tivesse medo dele.

— O-obrigado, Namjoonie. – sussurrou, ainda meio assustado, sem rumo, perdido no caminho de menos de um metro de distância do mais velho.

E num ato ainda mais surpreendente, sentiu o outro lhe puxar pelos pulsos para debaixo do chuveiro, fechando o box rapidamente em seguida. Ele deixou Taehyung na água corrente, ajudando o menor a se enxaguar.

Taehyung estava parado, deixando que Namjoon desse o banho em si sozinho. Ele estava surpreso demais com o acontecido para conseguir raciocinar tudo tão depressa. Desenvolveu isso com o tempo e devido a leitura constante, tinham certas coisas nos livros que o deixavam extasiado, e ele simplesmente não tinha reação. Havia de parar um momento para refletir. E o mesmo estava acontecendo ali. 

Seu primo que tanto lhe judiava estava agora passando as mãos carinhosamente pelo seu corpo, massageando de leve algumas áreas, e logo as deixando serem tocadas pela água para que levasse o sabão embora.

Com menos receio, Tae se virou de frente para o primo, que se aproximou para que pudesse se molhar mais um pouco também.

Taehyung soltou um breve ruído de surpresa. Nem mesmo sabia que podia fazer aquilo.

A sensação de ter seu corpo colado com o do maior era, de certa forma, diferente. Mas nem por isso era bom. Estavam de frente um para o outro, o menor sentia o grande e grosseiro membro do mais velho batendo quase que em seu rosto, mas não aconteceu. Só sentia as mãos firmes dele ainda lhe massagearem um pouco, apertando calmamente os seus ombros miúdos.

Carente pela atenção do mais velho, Taehyung entendeu que aquilo era um ato de afeto. Então passou seus bracinhos por uma das pernas do maior, já que era o local mais alto que alcançava no mesmo, para lhe dar um abraço. Tae agarrou a área fortemente, querendo que aquela proximidade durasse para sempre, se possível fosse.

A verdade era que, o menor sentia uma admiração imensurável pelo seu primo. Mexia em suas coisas nas vezes em que ele ia para a casa do melhor amigo, Min Yoongi. E lá na estante que o mais velho usava para estudar, o pequeno achava letras de músicas inacabadas, mas muito interessantes, poesias com ares do passado e histórias tão bonitas quanto as que lia nos livros. Ele queria ser tão bom quanto Namjoon, ele queria poder ser como o tal Yoongi era e escrever músicas com Namjoon, ele queria poder ser importante para a sua pessoa preferida no mundo. Era só isso que o pequeno desejava.

Como o vento lá fora

Me rodeie com os seus braços

Me puxe, me aperte, me abrace forte

Aqui e agora

Não quero mais ouvir soluços

Não chore, feitio de pequenino porte

Sabia, sabia que aquele poema foi feito para si! Namjoon o observava, afinal. Sabia que ele odiava quando dizia:

— Gosto de ficar junto da chuva porque que Deus está triste, está chorando. Eu quero ficar com ele. 

— Não existe Deus, seu burro! Chuva é só um estado meteorológico.

O maior sempre lhe dizia isso, com as duras palavras.

O jeito como ele falava de forma "sensata" e dura que Deus não existia deixava o pequeno Taehyung intrigado, se perguntando no que ele acreditava então. Mal sabia o mais velho que Tae considerava Aslan Deus. O pequeno detalhe de que era agnóstico e via Deus em perspectivas diferentes da igreja católica.

Namjoon não falava muito consigo, e quando falava, era sempre rude e breve.

Mas em contraponto, ele retribuiu seu abraço com desejo, acariciando os fios de cor castanho escuro do seu cabelo.

Ouviu o maior pegar um sabonete outra vez, esfregar nas próprias mãos e começar a passar a espuma cremosa pelo seu corpinho. O menino mantinha Namjoon preso no abraço, mas isso não impedia o maior de começar a sua limpeza.

O pequeno queria chorar, mas de felicidade. De fato, ali era Nárnia, e aquela tempestade era a mais marcável de toda a sua curta vida.

Talvez as coisas mudassem, talvez seu primo fosse capaz de criar afeição consigo e talvez eles pudessem se tornar amigos dali em diante.

Namjoon passava as mãos em cada cantinho de seu ser, sem ter vergonha. No começo, Tae o desprendeu um pouco do abraço para que o mais velho lhe lavasse melhor, mas agora, já estava agachado, do mesmo tamanho do pequeno, ensaboando-o.

Era mórbida a forma como simplesmente não se sentia mal por pensar indecências com uma criança, e nem por aquela criança ser o seu primo. Cada vez que alisava mais o menor, mais excitado ficava. Taehyung era lindo demais, como um anjo, ele era luz aos olhos do demônio mais perdido nas sombras.

E Namjoon se sentiu o pior de todos os demônios assim que as mãozinhas do menor foram de encontro ao seu cabelo escuro, começando a entrelaçar os fios do local.

— Taehyung- – iria protestar.

— Vou ajudar a lavar sua cachola, Namjoonie hyung! – mas não conseguiu.

O menino se concentrou em apenas massagear o couro cabeludo do maior com os seus dedinhos. E Namjoon sentiu raiva, não queria sentir pena daquela praga! 

Era isso que aquela criança era, uma praga. Devia nunca ter nascido.

Terminou de limpar a pele do menor, tirando as mãos pequenas e fofas do mesmo de si e pondo-o de baixo da água corrente para tirar o excesso de sabão.

Fora naquele instante que perdeu o resto de sanidade que ainda tinha – se um dia já teve uma.

Taehyung estava de olhos fechados, fazendo com que a água escorresse do seu rosto até os seus pezinhos. Estava de costas para Namjoon, e aquela cena foi o suficiente para que o maior tampasse a boca do mesmo e prendesse os braços atrás de seu corpo do menino. 

O mais velho parecia ter feito tudo com facilidade, já que o menor nem ao menos tentou se soltar. E vendo isso, o moreno achou que realmente não havia necessidade de deixar Taehyung preso, ele não faria nada para tentar escapar.

Por fim, naquela sequência assustadora e tenebrosa, pegou o mesmo no colo, desligou o registro e saiu do box com o ele em seus braços. Taehyung estava assustado novamente, talvez mais assustado do que já esteve em toda sua vida, mas não teve coragem de tomar uma atitude, tudo que fez foi colocar o seu rostinho na curvatura do pescoço e dos ombros largos do maior.

Estava tudo bem, não estava?

Namjoon pegou uma toalha e o cobriu, logo depois sentando na tampa do vaso com Taehyung ainda em seu colo, coberto pela toalha com bichinhos engraçados na estampa.

Ele foi rápido, arrumou-se numa posição favorável no vaso, também ajeitou o menino em seu colo e fez com que as perninhas dele ficassem separadas, de cada lado de seu corpo grande.

Taehyung começou a chorar baixinho quando sentiu algo estranho em si, algo que não era seu, algo que sabia, de alguma forma, que não era pra estar ali. 

Aquilo era errado, não era? Não se sentia bem, estava com medo. 

Tudo que pôde fazer foi continuar a se escorar na curvatura do pescoço do maior e chorar ali, apertando as mãozinhas fortemente na toalha que lhe cobria as costas. Namjoon estava fazendo barulhos mais estranhos do que antes.

E do nada, Taehyung sentiu um solavanco. O outro começou a se mexendo e lhe machucar cada vez mais lá embaixo.

Taehyung começou a chorar alto, a berrar, se espernear e tentar se afastar. Mas o primo lhe segurou mais forte o impediu, não ficando emocionado pelo soluço forte da criança ou a forma como ele gritava de dor. 

Como num passe de mágica, como se fosse para diminuir a sua dor, Taehyung ouviu o típico barulho do começo de chuva, além de poder ver as gotas caindo pela janelinha que tinha ali no banheiro.

A cada vez que o outro se mexia, a chuva ficava mais forte.

O barulho do corpo forte e pesado de Namjoon obrigando o de Taehyung ir de encontro ao seu se estalava entre as paredes de concreto do banheiro.

O mais velho estava louco, só conseguia pensar em como estava gostando daquela tortura.

Mas antes de conseguir chegar ao seu ápice, ouviu um grunhido vindo do rostinho em seu pescoço. Logo após isso, as mãozinhas que antes seguravam o tecido da toalha sobre o pequeno corpo se afrouxaram, até que caíram devagarinho sob o colo de ambos.

Namjoon prendeu a respiração, ficando nervoso de uma hora pra outra e perdendo o tesão completamente. 

Não sentia mais a respiração do menor contra o seu ombro, nem mesmo sentia mais as batidas fortes do coraçãozinho dele.

Devagar, levantou-se, ainda molhado, pegando um roupão e botando em si desajeitadamente, por ainda estar com o menor em seu colo, e tudo para não sair dali completamente nu.

Saiu do banheiro e a aura fora do local estava... Ensurdecedoramente quieta.

Seguiu até a porta da casa, saindo dali e respirando o ar enfim úmido que a chuva trouxera.

Suspirou, tomando coragem para chamar Taehyung e fazê-lo ver o arco-íris que se formava no horizonte após a chuva passageira.

— Taehyung, veja o-

Interrompeu a si mesmo.

O corpo em seus braços estava começando a ficar frio. Estava mole, e a pele, meio pálida.

Não acreditou.

Pegou o rostinho do menor em suas mãos e o puxou para vê-lo.

Os olhinhos que antes brilhavam pelo reflexo dos feixes de luz de raios, agora estavam opacos. O menino não respirava, encarava o nada e não tinha movimentos.

Ele já não tinha mais vida.

E ali, após uma pequena garoa, o filho errôneo dos fazendeiros Kim se perguntou o que aquele pequeno menino que vivia com a sua família tinha a oferecer.

Bom, pensamentos sobre trovões, talvez...

“Eu não sei se perdi o caminho ou se desde o começo eu estava perdido. Mesmo quando estou com alguém, uma parte do meu coração está solitário. O fato de eu ter nascido é assustador. A morte dói demais e o presente é muito solitário. Onde está o meu significado? Onde está o meu coração? Neste vasto universo, eu estou eternamente sem rumo. Perdido na vida, perdido em você… ” – RM, Adrift/Drifting


Notas Finais


lembrando: o objetivo dessa fanfic é mostrar como estuprados/pedófilos estão, muitas vezes, inseridos no círculo familiar.

caso leia o bônus: ali foi retratado mais do assunto.

PEDOFILIA E ESTUPRO SÃO CRIMES!


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