Leo corria por entre os agonizantes corredores brancos daquele hospital, tombando com enfermeiras, médicos, visitantes e tudo o que via pela frente.
Corria ofegante, já perdendo o fôlego por vários momentos e durante o trajeto continha as insistentes lágrimas que segurou por quase um ano.
Começou com pequenas dores de cabeça, enxaquecas, que Wonshik nunca deu muita importância, ele era muito atarefado, sempre compondo e produzindo para si e para o grupo, prometia sempre a Taekwoon que tiraria um tempo para realmente averiguar se aquilo era algo grave, mas nunca fez.
No fim, iniciaram-se os desmaios, dores mais intensas e quando Wonshik se viu hospitalizado, descobriram o tumor.
De início não era tão preocupante, tinha-se esperança de melhorar até que tudo foi se agravando a cada dia até que se concluiu o diagnóstico final.
Um ano, era o máximo, longos e arrastados doze meses que Taekwoon fez toda a questão de passar ao lado de Wonshik até que finalmente o dia chegar.
Ele quase nunca recebia ligações do hospital, e provavelmente aquela era a última.
Quando ele entrou no quarto, forçou um sorriso, daqueles doídos, que cortam o coração, mas se sentiu agraciado em ser retribuído com o mais fraco, porém mais sincero sorriso vindo de Wonshik.
Parou ao lado da cama, segurou a mão gélida e pálida do mais novo, totalmente ligada por aparelhos e fios que ele nunca soube para que serviam e entrelaçou seus dedos aos dele, não deixando de notar em seu pulso a pulseira que ambos tinham.
Não era correto tornar aquele relacionamento público, principalmente com todo o preconceito na Coréia, por isso aquelas pulseiras lhe equivaliam como alianças.
Respirou fundo pelo menos umas dez vezes, ouvindo o tic-tac insistente do relógio e o constante barulho das máquinas e enfim sussurrou, aparentemente mais sem forças que Wonshik, um "eu te amo".
Ele não lhe respondeu com palavras, mas viu em seus olhos as três palavras gritadas com o maior vigor.
Contou mentalmente cinco segundos, e ao final da contagem, ouviu o último suspiro vindo de seu amado.
Taekwoon sorriu, Wonshik sempre lhe disse que amor era deixar ir, deixar ser livre.
E mesmo que doesse muito, ele deixou Wonshik ir.
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