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História One World Away - "Então por que perguntou?"


Escrita por: Ezarelica

Notas do Autor


Olá meus amores! Tudo bom?
Antes de mais nada, quero pedir mil desculpas pela demora ç-ç
Eu tive alguns compromissos a mais essa semana e provavelmente vou ter semana que vem também, e isso acaba bagunçando meus horários e tendo menos tempo para escrever...

Enfim,
Boa leitura!

Capítulo 24 - "Então por que perguntou?"


Fanfic / Fanfiction One World Away - "Então por que perguntou?"

Assim que adentrou seu quarto, Erika sentiu uma mão encostar em seu ombro de maneira delicada. Virou-se e foi surpreendida por um abraço apertado de Kero. O unicórnio lhe envolveu com seus braços de maneira afetuosa, como se tentasse fazer o possível para ela se sentir melhor.

Deixou algumas lágrimas escaparem, umedecendo a roupa dele. Kero acariciou seus cabelos castanhos enquanto murmurava algumas palavras quase inaudíveis para confortá-la. Ykhar, Alajéa e Karenn adentraram o quarto também, fechando a porta atrás de si.

A faeliana afastou-se lentamente e esfregou os olhos para tentar secar-se.

— Ykhar, Kero... Eu estou bem, vocês podem ir...

— Bem? Você não está nada bem! Olha o que esses... esses... — A brownie grunhiu — Filhos de BlackDog fizeram!

— Nós não vamos abandonar você, principalmente agora. — O unicórnio segurou as mãos de Erika.

— Não é abandono. Vocês devem ir porque precisam de vocês, é algo importante. E além disso, eu tenho a Karenn e a Alajéa.

As duas garotas mencionadas se entreolharam com um sorriso e logo aproximaram-se da faeliana, dizendo que podiam contar com elas e que ambas tornariam o dia mais feliz. Kero e Ykhar se entreolharam, vacilantes. Eles sabiam que a situação não era nada boa e que eles precisavam agir, mas ao mesmo tempo não queriam deixar sua amiga de lado.

Com um sorriso entristecido no rosto, Erika os empurrou gentilmente para fora. Trocaram algumas risadas e brincadeiras, antes de resolverem que realmente iriam fazer o que foram ordenados para fazer.

Erika, quero que saiba que nós sempre estaremos aqui para você. Podemos nos conhecer há um pouco mais de três meses, mas você é uma amiga extremamente importante para nós e faz parte da nossa família. Nunca irá nos perder. — A ruiva abraçou-a por fim, dizendo mais algumas palavras encorajadoras e saiu arrastando o unicórnio consigo.

A faeliana suspirou. Sentia-se um pouco mais leve por ter extravasado um pouco de toda aquela mágoa que ela continha dentro de si, mas ao mesmo tempo sentia-se mal por ver que ela havia acabado de criar um clima difícil entre os membros da guarda que eram mais próximos dela.

— Quer conversar sobre isso? — Alajéa indagou, sentando-se na cama e chamando as amigas para fazerem o mesmo.

— Eu não sei...

— Acho que nós poderíamos dar uma volta pelos jardins, falar bobagem, comer todas as torradas com mel antes que o Ezarel pegue alguma... — As meninas riram.

Depois de alguns minutos de discussão, elas decidiram que o melhor a fazer seria passar o resto do dia sem se envolver com nenhum trabalho da guarda ou com esses desaparecimentos estranhos. Mesmo que fosse algo que merecesse muita atenção no momento.

— Eu odeio ver esses portões sendo fechados. — Karenn queixou-se, fazendo bico — Estamos trancafiados aqui dentro!

— Pelo menos não corremos o risco de desaparecer.

— Esperem para ver, daqui a pouco estamos lá fora fazendo missões em grupo para tentar encontrar pistas. — Chrome resmungou, deitando-se na grama.

O lobisomem acabou se dando o direito de ter folga também quando encontrou as garotas reunidas no meio do jardim. Foi extremamente difícil convencê-lo a ficar quieto e não ir deixar o Ezarel com um olho roxo, visto que isso poderia lhe trazer consequências.

Essa história cada vez se parece mais com a hamadríade...

Erika ficou um tempo observando o trio conversar com empolgação. Chrome e Alajéa implicando um com o outro enquanto Karenn tentava ser querida com ele. Não tinha como saber se ela realmente estava sendo assim porque queria ou se era para manter o lobisomem fazendo as suas vontades, mas talvez não fosse hora para pensar nisso.

A faeliana sorriu, pensando que eles eram bons amigos e que se sentia feliz por tê-los consigo. Ao menos sentia-se um pouco menos sozinha naquele mundo de falsidade.

Castiel avistou a namorada de longe, respirou fundo e começou a ir na sua direção. Mesmo que ela estivesse rodeada de outras pessoas, precisava chamá-la para terem uma conversa em um local mais reservado. Ele precisava contar toda a verdade para ela, pois essa era a sua última chance de fazer dar certo.

A sereia foi a primeira a notar a sua presença e pareceu ficar desconfortável. Desviou o olhar, fazendo o possível para mostrar que não gostava dele. Desde o início Alajéa tinha uma sensação ruim sobre o humano, mas nunca havia encontrado um meio de comprovar. Vez ou outra lhe ocorria que deveria dar uma chance para ele.

— Castiel! Você sumiu em um dia importante, sabia?

A vampira pôs as mãos na cintura, fingindo estar indignada. Chrome observou as atitudes dos dois, principalmente quando Castiel a empurrou e a fez cair na grama. Eles estavam se dando bem demais há um tempo e ela nunca havia comentado sobre a amizade deles, o que não era normal.

— E o que tem de importante no dia de hoje? — Ele olhou para os outros até encontrar Erika e lhe exibiu um sorriso, que não foi retribuído.

— A Erika é a sua namorada e você não sabe o que está acontecendo? — Chrome ergueu uma sobrancelha, fazendo o humano começar a ficar preocupado. O que poderia ter acontecido?

— Nós ficamos sabendo o que aconteceu. E se você tivesse me contado antes seria muito mais fácil! — Ele entendeu do que se tratava.

Karenn fez bico, porém dessa vez ela estava realmente indignada. Não precisava ter acontecido tudo aquilo se Castiel simplesmente tivesse lhe dito que Ezarel a beijou a força para lhe fazer beber a poção.

— Se a Erika não te contou, não sou eu quem vai contar.

— Será que nós podemos mudar de assunto? — A faeliana sugeriu, com um sorriso amarelo. Já havia tido o suficiente dessa história.

Alajéa tratou de começar a contar sobre um livro que estava lendo e o lobisomem, pela primeira vez, pareceu concordar com ela em alguma coisa. Ambos discutiram de maneira calma sobre a obra, fazendo os outros se sentirem mais a vontade.

De repente, Karenn reparou que o que Castiel fez não foi de todo o mal. Mesmo que ele não  tenha lhe contado o que aconteceu, ela pôde ter certeza de que Ezarel sentia algo por Erika. E não precisava de muito para descobrir isso, bastava a reação dele quando foi questionado sobre a importância da faeliana. O elfo se negou a responder e ficou nervoso, nada o entregava mais do que isso.

Um pouco constrangido, o humano reparou que toda a sua coragem havia se esvaído. Agora que tinha ciência do estado da sua namorada e de como ela não estava apta para receber notícias desagradáveis, não podia contar que mentiu o tempo todo e esperar que a reação dela fosse boa.

— Ei, estamos falando com você.

Percebeu que todos os olhares estavam nele. Recordou-se de ter ouvido alguma coisa sobre um mascote sem dono e pensou que fosse sobre isso que estavam indagando.

— E o que eu tenho a ver com um mascote sem dono?

— O dono dele está desaparecido e ele vai ser mais um mascote abandonado que vai ficar nas mãos do Purreru, sofrendo por estar sozinho. — Alajéa parecia levar o assunto muito a sério — Você não tem mascote, poderia ficar com ele. É um Maülix e é muito lindo!

— O que seria um Maülix? E a Miiko disse que não posso ter um.

— Mas é cruel deixar ele sozinho!

Karenn explicou como o animal se parecia. Castiel franziu o cenho.

— Uma cruza de gato emplumado com cavalo? Não, obrigado. Ele combina mais com você, por que não fica com ele?

— Porque eu não posso... — A sereia semicerrou os olhos — Você está debochando de mim?

— Ele parece ser um mascote lindo, posso vê-lo? — Erika interrompeu Castiel, que estava prestes a responder.

— Vamos fazer carinho nele! — Karenn sorriu.

— Vocês já perceberam que é só isso o que vocês fazem no tempo livre? — Chrome revirou os olhos — Parece que não existe outra coisa para fazer nesse QG além de visitar mascotes abandonados e fazer carinho neles.

O humano respirou aliviado, vendo que a sua namorada arrumou alguma coisa para fazer. Assim ele ficava livre de ter que conversar com ela hoje. Entretanto, sabia que não adiantava protelar, pois a hora acabaria chegando.

 

[...]

 

Erika terminou de escovar os cabelos úmidos e foi para o quarto. Sabia que não era uma boa ideia tomar banho durante a noite e não secar os cabelos devidamente pois corria o risco de pegar um resfriado, mas não tinha paciência de ficar esfregando a toalha e destruindo seus fios castanhos até ficarem secos. Resolveu que passaria um bom tempo acordada e não deitaria com eles assim.

Seu planejamento não deu muito certo, pois assim que adentrou seu cômodo ela se atirou na cama. Fechou os olhos, sentindo o corpo pesar. Depois de um dia longo —  e nada agradável — tudo  o que ela mais precisava era dormir. Esse era o único meio para escapar de tantos problemas.

Um pouco antes, jantou algo leve acompanhada de Ykhar, o que lhe rendeu boas risadas e conversas importantes. Desabafou mais um pouco sobre o que vinha sentindo com relação aos acontecimentos recentes e principalmente ao Ezarel.

 

A brownie a encarava em silêncio, com uma colher na boca e as unhas tamborilando na mesa de madeira. Ela estava pensando em tudo o que Erika havia acabado de dizer: desde se sentir atraída pelo elfo até se sentir traída por ele.

De repente, a faeliana escondeu o rosto nas mãos. Começou a se sentir a pior pessoa de todas.

— Eu sou um monstro, Ykhar! Essa é a coisa mais errada que eu poderia fazer!

A ruiva olhou para os lados, certificando-se de que ninguém estaria ouvindo as duas.

O que você sente pelo Castiel?

A morena ergueu o olhar, pensando sobre a pergunta. Castiel era muito importante para ela. Sempre fora um amigo sem igual e, mesmo que nem sempre tenha sido um bom namorado, costumava se esforçar para ser. Principalmente agora que estava em Eldarya.

Entretanto, não sentia nada por ele além de amor de amigo. Se sentia horrível por isso, mas não podia mais mentir.

— Eu amo ele, mas... Não é como um namorado, é como um amigo.

— É, eu já sabia. Quer dizer, não sabia exatamente que era isso, mas sabia que você não sentia por ele o mesmo que ele sente por você.

— Então por que perguntou?

— Porque acho que está na hora de parar de se enganar. Erika, sejamos sinceras... — Ela se aproximou — Você precisa terminar com ele. O que você está fazendo é errado e é doloroso para todo mundo. Você sofre por gostar do Ezarel e por ter pena de terminar com o Castiel, o Castiel sofre porque gosta de você e acha que é recíproco e o Ezarel...

Ela fez uma pausa para suspirar, balançando a cabeça.

— Tudo bem que gosto da ideia de ver ele sofrer um pouco, mas ele gosta de você e acha que você gosta do Castiel. — Erika se engasgou com o suco que estava bebendo.

— Ykhar, eu entendo e concordo com a parte de que eu preciso arrumar essa situação, mas dizer que o Ezarel gosta de mim é exagero. — A coelhinha ergueu o olhar para o céu, rindo.

— Vocês dois são exatamente iguais. Estão apaixonados, falham sempre que tentam esconder e nunca admitem. Se parar para prestar atenção, vai ver que eu estou certa.

— É melhor eu pensar antes de tomar qualquer decisão. O que o Ezarel fez foi muito grave e ele até agora não pediu desculpas de uma maneira decente.

 

O problema é que depois da poção, Erika não conseguia enxergar isso. Era como se todos os momentos que os dois tiveram antes daquele maldito dia não demonstrassem nada. As trocas de olhares, os sorrisos, os apelidos e piadas carinhosas, o modo como ele se aproximava dela e as vezes em que eles pareciam querer se aproximar mais.

Tirou as botas e as atirou em algum canto do quarto. Se preocuparia em organizá-lo depois. Ykhar tinha total razão em tudo o que dizia sobre o relacionamento dela com Castiel, o problema era criar coragem para terminar com ele depois de tudo. Depois de ter ido para Eldarya, tê-la apoiado sempre...

Alguém bateu na porta do seu quarto. Erika bufou, reclamando que tudo o que ela queria naquele momento era sossego. Seu corpo pesava de cansaço e isso fazia com que ela se perguntasse se precisava mesmo saber quem era.

Levantou-se e caminhou lentamente até a saída do seu dormitório, rezando para que a pessoa fosse embora e desistisse de importuná-la. Girou a maçaneta e abriu a porta, deparando-se com Ezarel.

— O que você quer? — A garota franziu o cenho. Saiu de sua cama para uma decepção iminente.

— Precisamos conversar sobre o que aconteceu.

— Já conversamos, boa noite.

A faeliana tentou fechar a porta, mas ele a impediu com o braço.

Não foi o suficiente e eu não disse tudo o que queria dizer. Posso entrar?

Erika suspirou. As palavras da brownie sobre tudo o que acontecia entre os dois perambulava a sua mente. Deixá-lo entrar para uma conversa não parecia uma boa ideia, principalmente porque aumentava as chances de ela admitir para si mesma, com toda certeza, que gostava muito dele.

A faeliana assentiu, balançando a cabeça. Deu espaço para que ele entrasse e fechou a porta assim que ele se encontrava dentro do seu quarto. Ezarel ficou de pé, parecendo um pouco constrangido. A morena sentou-se na cama, ignorando a vontade de oferecer a poltrona para ele.

— Eu sinto muito, de verdade. Eu não pensei que isso fosse te magoar tanto e isso foi um erro.

— Vocês nunca se colocam no meu lugar! Não importa o que seja, sempre pensam em vocês primeiro.

— Nós precisamos proteger a guarda e todos que aqui vivem...

— Eu sei disso! — Erika o interrompeu — Mas se eu também vivo aqui, por que os meus sentimentos não importam também?

A faeliana mordeu o lábio inferior, tentando impedir a sua vontade de chorar novamente. Dizia para si mesma que precisava parar de chorar por eles o tempo todo.

— Por favor, me perdoe. Eu errei e foi muito grave. — Ele suspirou e, ao invés de desviar o olhar como sempre fazia quando falava sobre um assunto que envolvia os dois, dessa vez o elfo a encarou — E eu não consigo ficar em paz com isso.

— Do jeito que você fala, até parece que se importa comigo de verdade. Mas está na cara que desde que eu cheguei aqui, você não dá a mínima!

Ezarel se aproximou dela e, para a surpresa da jovem, limpou uma lágrima que escorria pelo rosto dela.

— Eu me importo muito com você e não quero que sofra por minha causa. Não quero que me odeie. — Ele se sentou na cama — Eu prometo que vou fazer o que puder para consertar o que eu fiz, e que daqui para frente eu vou te proteger de qualquer coisa que possa te ferir.


Notas Finais


E então, gostaram?
Espero que sim <3

Quando a Erika e o Ezarel vão parar de frescura e admitir? Castiel vai ficar enrolando muito ou vai ir logo contar a verdade? A única coisa que elas têm pra fazer no QG é fazer carinho em mascote? O Chrome vai se aprofundar nessa história ou é só ciuminho? Esse rolo dos desaparecimentos é parecido com a história da hamadríade? Vai ter mais gente morta? Castiel e Erika vai durar ou está com os dias contados?

Comentem suas teorias <3
Até o próximo, meus amores <3 Amo vocês! <3
Beijão! <3 <3 <3 <3 <3 <3


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