História Ongaku Gakko - Interativa - Capítulo 1 - O Primeiro Dia, com Pianistas e Panquecas

♫ Capítulo 1 - Primeiro Dia, Com Pianistas Estranhos e Uma Panqueca Humana ♫

Respira, inspira, respira, inspira...

Eu repetia isso como um mantra em minha cabeça. Eu estava tão nervosa que não conseguia parar de tremer! Apertei a barra de minha blusa com força e olhei ao meu redor, eu não estava conseguindo aguentar...

- AI MEU DEUS EU TÔ NA ONGAKU ALGUÉM ME SEGURA! – Okay, eu realmente não consegui aguentar. Gritei o mais alto que pude e comecei a pular de um lado para o outro, porque, cara, eu estava na Ongaku! Isso é felicidade demais para uma só pessoa e-

- Nyah do céu, você só me faz passar vergonha menina... – senti duas mãos me segurarem pelos ombros, me forçando a ficar parada. Droga, quando eu gritei “alguém me segura” não era pra realmente me segurarem... Mas eu tenho um irmão, muito chato por sinal, e que agora está mais vermelho que um tomate porque todo mundo esta nos olhando. Como se eu ligasse.

- Larga de ser besta Nyoh! A gente tá na Ongaku, quer que eu soletre? O, N, G, A, W, X, Y, Z, U. Ongaku!

- Sabe que isso tá errado né?

- E tá?

- Ai meu Deus, vamos logo procurar nossa turma! – ele segurou minha mão e começou a me puxar pelos corredores. Gente, alguém me diz como o Nyoko consegue ser tão chato?

Bem, acabei tendo que segui-lo, ou então ele faria um escândalo no corredor – e já havíamos recebido atenção demais na entrada. Não queria ficar com fama de maluca. Começamos a andar em círculos no corredor (isso que dá ser novato e não vir no dia do “tour” pela escola), até que um aglomerado de alunos nos chamou atenção.

- Deve ser ali, né? – apontei para o montinho de gente que se formava em volta de um quadro de aviso com alguns papeis grudados. Deveria ser as salas de cada aluno.

Nyoko concordou e nós nos enfiamos no meio de todo aquele povo. Como não temos a lá muita altura, conseguimos nos esgueirar entre todo mundo até chegarmos bem perto do mural de avisos.

Sala A (Instrumental)

[...]

Natsuki Nyoko

[...]

Sala A (Canto)

[...]

Natsuki Nyaki

[...]

- Acho que estamos em salas separadas pela primeira vez na vida, onee-chan. – Nyoko sorriu com ironia para mim, ele sabe que eu odeio quando ele me chama de “onee-chan”, sei lá, me sinto velha.

- Vai ser bom não ter você enchendo meu saco durante as aulas, chibi-chan. – O respondi da mesma forma, vendo-o ficar vermelho de raiva. Nyoh enrubesce com qualquer coisa, credo!

- Não vou te responder – e virou o rosto para o lado, parecia uma criança birrenta. Depois eu que sou a imatura...

- Nyoh, melhor irmos, acho que estamos atrapalhando a visão aqui... – mandei um sorrisinho constrangido para um garoto que estava atrás de nós dois, e praticamente nos esganava com o olhar.

- Concordo. – ele me seguiu, e nós começamos a andar sem rumo pelos corredores, sem nada para fazer (é isso que dá chegar cedo no primeiro dia de aula). – Sabe, eu achei que o primeiro dia de aula fosse mais... sei lá, empolgante?

- É o primeiro dia de aula e a gente ainda nem conheceu ninguém, tu espera o que? A vida não é um anime. – resmunguei enquanto revirava os olhos. Meu irmão deu de ombros e sorriu, olhando para frente com um olhar sonhador. Medonho.

- Concordo. Mas imagina que louco seria se um novato, igual a gente, aparecesse perguntando onde fica a sala dele e, do nada, a gente virasse amigo?

- Meu irmão é doido... – sussurrei, mas ele ouviu, pois me deu língua. Quando eu ia revidar, uma voz interrompeu.

- Com licença, vocês sabem onde fica a Sala A de música? – era um garoto um pouco maior que meu irmão, e... O cara tinha cabelo branco!

Meu irmão me olhou sorrindo e com um olhar de “Viu? Eu disse!”. Revirei os olhos, crianção.

- Na verdade não... – Nyoko deu um sorriso amigável. Ain, meu garoto tá fazendo um amiguinho, que lindo. – Mas que tal descobrirmos juntos? Estou indo pra lá agora.

- Humm... Okay. Sou Kaito, prazer. – ele se apresentou e sorriu. Cara, tá de sacanagem, O MENINO TEM OLHO VERMELO! Ele parece àqueles personagens de anime, sabe? Ai meu Deus, será que a vida realmente pode ser um anime?!

- Sou Nyoko, e essa é minha irmã Nyaki, o prazer é no-

- Pera... Nyoko e Nyaki? Ai meu Deus! – e começou a rir. Eu e meu irmão nos encaramos e cruzamos os braços, esperando “pacientemente” ele parar de rir. Essa é a parte que eu mais odeio em conhecer novas pessoas: a parte da apresentação. Tipo, algo assim sempre acontece, e Nyoh e eu nunca nos acostumamos. – D-desculpa, é que...

E riu de novo. Sinceramente, posso socar esse cara? Ele tá me tirando do sério! Provavelmente percebendo a aura assassina que emanava de mim, o tal Kaito tossiu algumas vezes e, FINALMENTE, parou se sorrir – na verdade ele ainda tinha um sorriso de canto estampado no rosto, mas pelo menos não gargalhava.

- Desculpa, é sério, não deu pra resistir. É que... Nyaki e Nyoko não são nomes muito... comuns. – ele segurou a risada tapando a boca com as mãos. Revirei os olhos.

- Olha, eu juro que, se você não parar de rir agora, eu vou te fazer beijar o chão. Ei fiz judô, viu?! – bem, eu nunca havia feito judô, e nem qualquer outra arte marcial, mas ele não precisava saber disso. – Agora vamos logo procurar a sala de vocês, porque eu ainda não sei onde fica a minha.

- Tá bom né... Hey, vocês tocam o que? – Kaito puxou assunto após alguns segundos de silêncio.

- Eu canto. – falei com um sorriso enorme.

- Eu toco piano, e você? – disse meu irmão sorrindo feito criança. Nunca vi alguém gostar tanto de piano quanto Nyoh!

- Sério?! – Kaito pareceu surpreso, mas logo mudou sua expressão de espanto para uma animada. – Eu também! Quais músicas você gosta?

Comecei a andar na frente e, atrás de mim, Nyoko e Kaito conversavam. Era algo sobre pianos e teclados e instrumentos, e eu não estava entendendo nada (A propósito, eles viraram amiguinhos muito rápido, né não?!), então apenas apertei o passo. Antes eu pensava que era apenas meu irmão, mas agora digo: Todos os pianistas são estranhos. Sem exceção!

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Dobrei a esquina tão rápido que quase caí, mas nem liguei: O desespero era mais forte que tudo. Corri o mais rápido que pude e, quando enfim chego, acabo me desequilibrando e caindo de cara no chão. O pior foi que eu levei alguém comigo.

Mas eu estava muito aliviado de saber que os portões ainda estavam abertos. Hoje é meu primeiro dia em minha nova escola de música, Ongaku Gakko, e eu consigo a proeza de acordar tarde e me atrasar. Ótima maneira de começar um ano letivo, não? O pior é que eu havia caído na entrada e estava esmagando alguém que, infelizmente, estava no local errado na hora errada.

- D-da pra sair de cima, p-por favor? – disse o ser que estava embaixo de mim. Coitado, ser esmagado por alguém como eu não deve ser muito legal...

- Eita, desculpa, não te vi. – me levantei rapidamente e estendi a mão para a panqueca humana que eu havia esmagado. Era um garoto de olhos azuis e cabelos escuros penteados para o lado, mas que agora estavam bagunçados pelo tombo que levou.

O garoto me ignorou e levantou sozinho, limpando a poeira da calça jeans. Ai droga, já comecei bem mal.

- Olha, eu realmente não te vi, desculpa e... Eu acordei atrasado, sabe? Aí vim correndo pra cá, porque fiquei com medo dos portões fecharem, porque nas regras está dizendo que os portões fecham às sete e quarenta, e eu nem olhei a hora e- Ei! – exclamei ao perceber que o garoto havia me deixado falando sozinho e já estava bem longe de mim. Apertei o passo para alcançá-lo. – Sou Heath, e você?

Esperei alguns segundos, mas ele não respondeu nada.

- Seu nome é...? – insisti, eu realmente me sentia culpado por derrubá-lo.

- Por que quer tanto saber meu nome? – ele perguntou, curto e grosso. Okay, ele é agressivo...

- Porque eu acabei te esmagando na entrada e realmente quero que você me desculpe? – respondi em sentido de pergunta, como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Collin, feliz? Agora, se me dá licença, tenho que procurar minha sala. – respondeu sem nem ao menos me olhar, e começou a andar mais rápido em direção a um quadro de avisos.

- Você canta ou toca? – perguntei ao alcançá-lo novamente. Vi que ele suspirou, como se estivesse perdendo a paciência comigo. Ué, eu só quero que ele me desculpe, o que tem de irritante nisso?

- Canto.

- Owowow, que legal! Que estilo você canta?

- Pop.

- Sério? Eu toco bateria, talvez a gente possa fazer tipo um dueto depois e essas coisas, que tal?

E ele voltou a andar, sendo que eu o seguia para onde ele ia.

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