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História Ongniel is supernatural - Confuso


Escrita por: yayaals

Notas do Autor


Olá meus little friends, como tem passado?
Esperam que estejam bem e que os remedinhos do coração estejam em dia hsuahsuhausha
A cada capítulo que passa eu fico muito feliz com os comentários e os favoritos, sério, agradeço a todos que estão embarcando nessa loucura nada convencional comigo!
Antes de começar a enrolar tanto, tenham uma boa leitura!

Capítulo 6 - Confuso


Após o desabafo, Daniel se sentia um pouco mais leve. Achava que Seongwoo sabia de seu passado patético assim como ele sabia de muitas coisas irrelevantes sobre si, mas logo viu que isso não era verdade. Ao longo da história, as expressões de surpresa e piedade do seu ouvinte denunciaram a limitação em que Ong poderia invadir seu espaço. Podia confiar todo o relato ao demônio, ele jamais sairia espalhando de qualquer maneira, e uma hora ele desaparecia sem deixar rastros. Ong sumiria e sua vida voltaria ao incômodo silêncio.

- Devíamos estar treinando. – pigarreou tentando se livrar do clima estranho que se instaurou.

“Não sei como alguém poderia ter machucado uma criatura tão adorável quanto você. É impossível não se encantar.”

Seongwoo até agora queria fazer como os avestruzes e enfiar a cabeça dentro da terra para não parecer o idiota que disse essas palavras. Tinha estragado tudo com sua boca grande, o mais novo estava ali, abraçado ao seu corpo com tanta força e lhe confidenciando a coisa que mais desejava saber. Com apenas duas frases malditas, o fez se afastar e querer olhar para qualquer coisa que não fosse ele.

- Você merece um descanso hoje, eu acho. – coçou os cabelos negros num ato nervoso. – Fico feliz que tenha confiado em mim para contar seu passado.

- Só porque não vai espalhar por aí meu segredo. – Daniel abraçou os joelhos e voltou a olhar para Ong um pouco mais sereno, os olhos e o rosto ainda estavam inchados pelo choro recente. – Eu achei que você sabia de tudo isso.

- Não tenho tantos poderes quanto você pensa. – deu de ombros, por sorte o clima tinha retornado ao habitual, mas a vergonha ainda estava ali, o cutucando.

- Você é um padrinho mágico defeituoso, Ong Seongwoo. – riu daquele jeito que poderia fazer facilmente o demônio de idiota outra vez e lhe fazer despejar mais elogios.

- Padrinho mágico? O que? – se perdeu na referência ao programa de televisão.

- É um desenho animado. – esticou o corpo com preguiça antes de se deitar de costas contra a grama macia. – Obrigado, Ong.

- Essas crianças de hoje. – riu baixinho e continuou sentado, apenas o observando. – Pelo o que?

- Por ter me escutado, eu me sinto melhor. Nunca tinha contado o que aconteceu para ninguém antes. – confessou com a voz baixa e coração um pouquinho mais acelerado, o outro pode se sentir especial pela primeira vez.

- Nós somos amigos, não somos?

- Acho que somos.

- Mesmo que eu não seja um humano e que não possa ficar ao seu lado para sempre, você pode confiar em mim. – alguma coisa ali naquelas palavras fracas fez com que o coração de Daniel sentisse uma pontada.

Procurou Ong com o olhar e viu que ele fitava o céu escuro e sem nenhuma estrela por causa das luzes da cidade. Moveu a mão até estar sobre a dele e entrelaçou os dedos juntos como naquele dia. A atenção dele se voltou para si no mesmo instante, os olhos negros desceram até as mãos unidas e as ajeitou para que ficassem melhor encaixadas. Um silêncio confortável se formou e ambos ficaram ali, perdidos em suas próprias preocupações que de alguma forma se assemelhavam. Afinal, o Ong estava vivendo para o Kang e este último vivendo para si mesmo.

- Estou ficando com frio. Você não está com frio? – Daniel perguntou com uma voz que beirava o distraído.

A resposta veio de uma afirmação simples com a cabeça. Pensou que fosse uma deixa para deixarem o local logo e retornarem para o apartamento. Se pudesse escolher, ficaria ali até a manhã seguinte só sentindo o calor provindo da mão do loiro. Tentou se levantar, porém, recebeu um leve puxão no braço e sua face se deparou com o peito do rapaz. Ergueu os olhos arregalados e a calma tomou logo conta de seu ser quando viu aqueles dentinhos de coelho sorrindo. Estava tudo bem. Aconchegou-se no corpo abaixo do dele e foi envolvido por braços fortes.  

- Se eu não alcançar meu objetivo você nunca irá ir embora?

- Eu não sei, nunca falhei com ninguém. – se aconchegou no abraço, podendo discretamente inalar o cheiro emanado dele, tão gostoso que chegava a ser calmante.

- E se eu precisar de você de novo? Você seria capaz de voltar?

- Acho que eu sou muito, muito bom no que faço, Daniel.

- Entendo. – falou desanimado, o que não passou despercebido.

- O que foi? Já começou a não querer que eu vá embora? – perguntou com uma pitada de humor na voz.

- Só estou preocupado se eu vou mesmo conseguir debutar. – sua postura evasiva só fez confirmar o que Ong já sabia, tinha finalmente conquistado o garoto.

- Aham. – soltou enquanto lhe cutucava um ponto da barriga que fez o mais novo se encolher.

- Ei! – reclamou pouco antes de uma lutinha um tanto infantil começasse ali.

Daniel não deixou barato e Seongwoo não se permitiria perder para alguém séculos mais novo. Ao mesmo tempo que, em vão, segurava as mãos alheias para não receber mais cócegas, tentavam se atacar mutuamente e isso resultava em muitas gargalhadas ridiculamente altas. Pareciam duas crianças rolando pela grama, se sujando e quase arrancando as roupas um do outro de tanto que se mexiam. O moreno tentou dar o golpe final ao montar no colo dele, acreditou piamente que o prendendo por entre as pernas podia ganhar a disputa.

- Ong, sai daí! – Daniel reclamou, tinha perdido suas forças quando em toda a agitação as nádegas de Ong passaram a esfregar num local perigoso.

- Só quando você se render! – um pulinho leve em seu colo que acabou sendo dado por ter erguido os quadris para tentar tirar o mais velho dali foi o cheque mate.

Um gemidinho escapou de seus lábios, queria morrer por ter deixado isso acontecer, mas por alguma sorte ou lerdeza não foi percebido. Seongwoo saiu de cima de si como se tivesse ganhado a batalha da sua vida e estendeu a mão para ajudá-lo a levantar. O demônio se ocupou em bater o pó das roupas enquanto o outro só fez questão de puxar o moletom o máximo que conseguiu para disfarçar o pequeno problema que se formou entre suas pernas. Era alguns números maior do que realmente usava, senão teria muitos problemas em ter que explicar aquilo.

- Eu sou o melhor! – o moreno se espreguiçou e seguiu andando convencido para o caminho de volta à casa. Não percebeu a raiva do outro que passou a desconfiar que talvez pudesse ter sido de propósito.

- Você é baixo. – reclamou com sua melhor voz infantil contrariada.

- Assuma que te prender foi uma boa estratégia. – enfiou as mãos nos bolsou do próprio casaco estranhamente sentindo aquela parte do corpo mais fria que de costume. – Desejo sorte na próxima.

- Esse cara não tem vergonha nenhuma. – falou baixinho e estalou a língua em desgosto.

- Posso escutar isso! – declarou o fuzilando com o olhar, podia ter devolvido o pequeno insulto, mas acabou soltando uma risada.

- Se você pudesse escutar minha mente, aí sim ficaria nervoso de verdade. – retrucou cheio de sorrisos, se havia outra intenção ali, o demônio não percebeu.

- Talvez eu possa e tenha mentido para você só porque eu sou um cara bonzinho! - piscou um dos olhos e freou um pouco sua caminhada para poder andar ao lado do seu protegido. Usou o próprio ombro para empurrar o dele de leve iniciando outra brincadeira nada adulta.

- Ei! Como as pessoas te aguentavam até o final? Sinceramente! – a voz do humano não tinha uma pitada de escárnio, muito pelo contrário, ele até poderia dizer que estava se sentindo alegre.

- Talvez fosse porque tratei todos os outros de forma diferente.

Nem ele mesmo teve noção do quanto o que disse por fim era uma realidade inegável, sim, sempre agiu diferente com os outros humanos que teve contato. O motivo? Com o Kang, ele se sentia um pouco mais como aquela pessoa que ele já foi um dia. Seu sangue era bombeado mais rápido pelo coração e também podia sentir o corpo mais quente. Lembrava de se sentir assim algumas vezes quando brincava com seus primos, eles corriam tanto que perdiam o ar e era essa a mesma sensação de olhar para Daniel. Uma lembrança vaga que era exatamente o que podia usar como comparação.

O caminho de volta fora recheado de brincadeiras e piadinhas, ambos se sentiam bem pelo caminhar leve que era andar lado a lado. Não se permitiram ter um minuto de silêncio perdido em seus próprios pensamentos, porque era exatamente um ao outro que os focos de suas mentes estavam voltados. Daniel até se esqueceu do incidente que ocorreu ainda no parque e pode ter uma postura mais relaxada poucos minutos depois.

- Woojin foi dormir na casa de um dos amigos dele. – Daniel declarou quando finalmente chegaram ao apartamento, ligou apenas a luz da sala e adentrou no ambiente junto do outro.

- A casa é muito silenciosa sem ele por perto. – Ong caminhou até o sofá e se jogou no estofado macio como se fosse o próprio dono da casa.

- Bom, em questão de barulho, você e ele estão quase empatados.

- Nós dois concordamos que você é o mais barulhento, não tente fugir disso. São dois contra um!

- Dois traidores! – falou um pouco exaltado e se encaminhou até a caixinha de som que havia deixado sobre o rack da televisão. Ligou o aparelho, deixando que a música começasse a soar não muito alta, tinha consciência que podia incomodar os vizinhos caso fosse imprudente.

- O que está fazendo? – perguntou o demônio sem se mover do lugar.

- Sei que me deu folga hoje, mas prefiro não perder nenhum dia. – falou com dificuldades por tirar o moletom, este foi lançado para Ong que apenas o pegou no ar e o posou em seu colo.

- Você quer uma vaga como idol ou como stripper? Não estou te entendendo. – riu bobo. – Vai treinar sozinho, porque eu não vou levantar daqui.

- Idiota! Pode ficar aí, demônio preguiçoso, se eu falhar a culpa vai ser sua de qualquer maneira!

- Eu nunca, jamais, de jeito nenhum, nunquinha, nunca mesmo, falho.

- Porque você é muito bom no que faz. – repetiu as palavras escutadas mais cedo com um tom que escondia amargura, será que fazia tanta diferença se só dessa vez ele falhasse? Ong estaria consigo por mais tempo se por acaso não desse certo o plano bolado para Daniel estrear? E por que isso o atormentava se seu sonho era aquele afinal? Seongwoo era alguém diferente, uma pessoa que fazia seu coração se encher de algo bom misturado com um pouco de confusão. Ele era seu amigo... – Amigo... – repetiu baixo, paralisado no lugar e com os olhos perdidos. Era isso que queria? A amizade eterna de um demônio?

- Está tudo bem, Daniel? – perguntou interessado no porque ele tinha paralisado à sua frente como se o tempo tivesse congelado.

- É. – pigarreou como que para afastar os pensamentos que lhe enchiam de perguntas sem resposta. Afastou um pouco as penas e os braços para iniciar a rotina de alongamentos que geralmente era acompanhado de perto pelo seu “mentor”.

- Não tem muita graça apenas te assistir. – juntou as forças que possuía no pesado corpo humano e se levantou para também iniciar a rotina de alongamentos.

Deu um espaço para que o outro se posicionasse ao seu lado, o cômodo não era tão grande, ainda assim, era o maior da casa e o único com espaço suficiente para treinarem. Tinha a impressão de que se a pessoa ao seu lado vivesse nos dias atuais faria muito sucesso como modelo. A desenvoltura e beleza que apresentava até mesmo quando estava fazendo algo tão simplório quanto se alongar o deixava um pouco intimidado. Ainda tinha dúvidas se passaria ou não na audição e, tinha quase certeza que se Seongwoo a fizesse, passaria no mesmo instante sobre os aplausos de todos os jurados. Seu canto era perfeito, sua dança era perfeita, seu corpo era perfeito, seu rosto era lindo, seus olhos o faziam mergulhar num lugar calmo e seus lábios... Eles se moviam perfeitamente ao falar e a cantar. Ele queria ter aqueles lábios. Deviam ter um gosto muito bom, já que eram tão convidativos. E outra vez Daniel brigava com os pensamentos.

- Queria treinar e agora fica aéreo desse jeito? – o mais velho chamou sua atenção pela segunda vez, ele olhou com certa confusão até notar que estava parado de novo. – Vá deitar, você teve um dia muito cheio.

Ong levou a mão até a caixinha para desligar a mesma, o que ficou apenas na ideia, pois foi impedido antes mesmo de tocá-la. Olhou para Daniel pronto para xingá-lo e colocar aquela criança teimosa para dormir à força, outra ação que não foi concluída. Teve a boca calada com um selinho demorado e desajeitado, mas não queria dizer que não sentiu o coração falhar uma batida com os lábios macios contra os seus. Foi solto ainda no momento de tontura e viu o rapaz desaparecer para os cômodos mais internos com rapidez.

Daniel tinha feito algo muito errado, porém, o que aquilo importava se ele já estava na popular “merda”?


Notas Finais


Daniel só me decepciona, perdeu a chance de ouro, mlk!
Foi muito chocho esse primeiro beijo, eu sei, fazer o que ç.ç o Niel ainda tá confuso com os sentimentos e pá.
Vou indo nessa, se Deus quiser semana que vem eu retorno kkk
Beijos <3


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