História Only Do What I Say - • Capítulo 1 •

| A r i a n a |
| P O V |

Sabe qual é a pior coisa de ser a mais nerd da escola? Sim, é ser a mais nerd da escola. Eu me sinto estranha todos os dias que venho nesta escola, parece que onde eu passo, estão olhando para mim, rindo de mim, sempre acho que estão criticando algo de minha roupa ou do jeito que eu me comporto nesse ambiente. Para eles, existe uma forma padrão que você deve seguir e se você não seguir, é esnobado até o ano acabar.

Se eles soubessem o quanto ridículo é agir dessa maneira, deveriam ter acabado com esta história há muito tempo. Já pensou viver num mundo onde não teriam diferenças? Onde não teria ninguém lhe julgando pelo jeito que é ou pela sua forma de pensar? Seria perfeito. Pena que nada na vida é perfeito.

Sei que posso estar reclamando demais, e que eu deveria pedir para os meus pais me mudarem de uma vez para outra escola, mas... Não gosto de deixar meus pais preocupados, e nem pedir as coisas para eles. O melhor que posso fazer, é simplesmente aguentar aquelas patricinhas que se acham as coisas mais lindas do mundo mexerem comigo junto com aqueles jogadores de futebol que só pensam em si mesmos.

Sou tirada de meus pensamentos quando sinto algo bater contra minha cabeça, provavelmente uma bolinha de papel. Respiro fundo meio frustrada enquanto ouvia aquelas risadinhas do fundo da sala. Ouço o sinal bater e o professor de química nos liberar da sala. Como sempre, espero todos saírem da sala, antes de me levantar, pegar minhas coisas e sair também.

Agora seria a aula de educação física e sinceramente, não estou nenhum pouco afim de usar shorts para ficar correndo por aí que nem um louca. Vou até o meu armário e guardo as coisas que não iria precisar. Preciso bolar alguma desculpa para não fazer a aula.

Com meu celular em uma de minhas mãos, vou seguindo para o ginásio. Praticamente a turma inteira já estava lá e acho que o treinador não irá sentir nenhum pouco a minha falta. Ótimo, assim não irei precisar fazer a aula. Apenas me sento em uma das arquibancadas, e fico observando as pessoas de longe.

Fico imaginando como é que seria se eu fosse igual à uma daquelas garotas, eu me acharia uma completa escrota que pensa que o mundo gira ao meu redor. Nego com a cabeça e dou um pequeno riso ao me visualizar com um uniforme de líder de torcida, se bem que eu nunca gostei destas coisas da escola. Para mim já basta ter uma boa nota em todas as matérias essenciais.

Passo meus olhos por toda a quadra e assim consigo notar um garoto que parecia me observar de longe. Tenho que admitir, isso é assustador. Me mexo desconfortável na arquibancada e respiro fundo, ligando a tela de meu celular, colocando em algum joguinho para me distrair. Acho que essa é a primeira vez que tem alguém me encarando e não está de cara feia, ou me fazendo criticas absurdas e sem lógica alguma.

Falando dessa maneira, até parece que eu sou um E.T. que se perdeu de seu mundo e agora fica vagando de planeta em planeta procurando sua casa. Solto uma pequena risada com meus pensamentos e desligou meu celular, voltando a olhar para a quadra. Okay garoto loiro, já pode parar de me olhar desse jeito.

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O horário já havia acabado, e o que me surpreendeu muito foi que as garotas que se dizem minhas "amigas" não me pediram para fazer trabalho nenhum de história. Estranho isso, mas bom ao mesmo tempo, não vou disperdiçar meu tempo me ocupando com tarefas que nem minhas são. Foi um dia bem estranho, porque quase ninguém mexeu comigo ou me olhou estranho, a não ser aquele garoto na aula de educação física.

Agora eu estava andando calmamente pela rua que dava acesso à minha casa, com minha mochila nas costas e segurando alguns livros nas mãos. Já sentiu que alguém estivesse te observando, ou te seguindo? Olho para trás e arregalo levemente os olhos avisto mais uma vez aquele garoto loiro da aula de física. Nunca tinha o visto na minha vida, e agora ele parece estar me perseguindo?

Viro meu olhar novamente para frente e apresso meus passos, torcendo para que ele atravesse a rua e vire a esquina. Até que sinto algo tocar gentilmente meu ombro, me fazendo parar de andar na hora.

— Está fugindo de mim, Ariana? — ouço uma voz rouca sussurrar perto de meu ouvido, fazendo meu corpo estremecer.

Viro meu olhar para o lado, e percebo o olhar do garoto sobre o meu. Minha respiração fica pesada na medida que ficava mais nervosa, engulo seco e me Afasto um pouco, dando alguns passos para frente.

— Não sei quem é você. Como sabe meu nome? — pergunto olhando para frente.

— Digamos que... Eu ando lhe observando — ele me responde, se aproximando novamente.

— P-por quê?

— Porque tenho uma proposta — agora o garoto estava posicionado à minha frente.

O olhei fixamente nos olhos dele, meio confusa com o que acaba de dizer. Uma proposta? Que coisa mais louca de um estranho desconhecido que estuda no seu colégio dizer, não? Fiquei alguns segundos olhando em seus olhos e desvio meu olhar, dando um passo para a direita, voltando a andar na direção que eu seguia.

— Não estou interessada — digo alto o suficiente para que ele me ouça.

— Nem se isso que eu tenho para lhe propôr fosse mudar sua vida? — ouço ele dizer alto, e no mesmo instante paro de andar.

Mudar minha vida? O quê ele vai fazer? Me comprar passagens para o Alaska? Nego com a cabeça e volto a andar, tentando apenas ignorar aquela ideia. E tomara mesmo que ele não esteja me seguindo, porque mão estou nenhum pouco afim de gritar para alguém vir me ajudar.

— Ah Ariana, me ouça pelo menos — ouço ele dizer, mas continuava a ignorar.

Viro a esquina e olho para trás, e enfim ele finalmente parou de me seguir. Essa com certeza foi uma das coisas mais estranhas que já aconteceu comigo, e olha que já passei por casa situação. Tenho que admitir que fiquei um tanto curiosa para saber a sua proposta, mas não sei ao menos seu nome, imagina do quê esse garoto é capaz de fazer?

Quando chego em minha casa, entro rapidamente no local, fechando a porta de chave em seguida.