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História Only fools - CellBit - Outono III


Escrita por: Iflyue

Notas do Autor


Olha quem voltou?
ISSO AÍ, NINGUÉM IMPORTANTE.

Enem chegando e eu tô muito nervosa, caralho, como eu tô nervosa.

Bem, primeiramente tem uns comentários que não respondi no capitulo passado: eles são especiais pra mim e já os li dezenas de vezes, vou responder daqui a pouco.

Sobre a frequência de capítulos, desculpem por não ter um dia certo pra postar, mas depois do enem vou poder normalizar isso.
Bem, é isso, boa leitura e até as notas finais.

Capítulo 10 - Outono III


O saco prateado agora estava perfeitamente dobrado e deixado sobre o sofá, ao lado da garota de cabelos arroxeados que agarrava um unicórnio de pelúcia em cores parecidas com as de seus fios.
Meu problema mesmo era o tal de Yuri que estava sentado no “braço” do sofá e me encarava ferozmente, encarada que eu devolvia com a mesma ferocidade e uma vontade de socar a cara dele sem nem saber a razão. Havia me sentado no sofá cinza a frente do que eles estavam e o clima pesava mais duas toneladas a cada segundo que se passava.
— Então meninos... — Helena começou, fazendo com que parássemos de trocar olhares mortais e a notássemos — Bem... É que...
— A gente deveria ter pedido essa joça por telefone ou por qualquer aplicativo de merda que fosse — ouvi a voz irritada de Gabbie e logo a vi com seus fios azulados e duas caixas de pizza em mãos passar pela sala distraída — Você quem deveria ter ido comprar essas merdas, Yuri Dantas.
— Era só ali na outra esquina Gabbie, deixa de mi mi mi. — o garoto respondeu sério, me encarando friamente.
Gabbie jogou a chave sobre o balcão que separava a sala da cozinha e então olhou para onde estávamos.
— Rafael? — perguntou fazendo careta assim que me viu — Ai meu deus! Quando tu chegastes?
— Faz uns vinte minutos. — respondi sorrindo enquanto ela trazia a pizza pro tapete peludinho da sala.
— E o Yuri tá com essa cara de cu desde que tu chegastes?
— Achei que o normal dele era esse. — ergui uma das sobrancelhas e me servi de um pedaço de pizza que identifiquei como sendo portuguesa.
— Quem convidou esse loiro?
— Loirinho gostoso pra você, querido.
— Prefiro loira morta. — disse, de punho cerrado.
— Calem a porra da boca e comam a pizza. Quantos anos vocês tem? Quatorze? Será que dá pra duplinha dinâmica tentar se comportar? — Lena falou em um tom de voz irritado.
— Hora de ir pra casa, Yuri. — Gabbie disse, já se levantando com um pedaço de pizza em mãos.
— O quê? E deixar a Lê sozinha com essa criatura?
— Não discuta comigo, Dantas. — ela o olhou com repreensão, Helena revirou os olhos e levantou, entrando no corredor da casa.
— Não discuta com ela, Dantas.
— Cala a boca, Lange.
— Me responde por que eu tenho que ir embora, Gabbie.
— Por que ele — Gabbie apontou para mim nesse momento e eu sorri e acenei — mora em São Paulo e eu tenho certeza que ele não veio até aqui só pra comer pizza.
— Não que eu tenha me incomodado em chegar na hora da pizza, é claro.
Gabbie me lançou um duro olhar de reprovação e eu resolvi me calar.
— Vamos logo, Yuri! — disse, agora encarando o outro.
O moreno se levantou do sofá e seguiu na direção do corredor, mas antes que pudesse o alcançar, uma camisa atingiu seu rosto e ele parou, a vestindo em seguida. A azulada pegou uma das caixas de pizza do chão e beijou minha bochecha, puxando Yuri consigo para fora da casa.
Agora estávamos só Helena e eu. Onde quer que ela tivesse se enfiado.
Busquei meu celular no bolso e digitei uma mensagem para ela.

Rafael: Oi

Rafael: Desculpa ter sido um babaca

Rafael: Você pode vir até aqui?

Rafael: Tem um unicórnio e uma hiena querendo ver você

Rafael: E tem uma varanda muito bonita que deve ter uma vista linda para as estrelas

Rafael: Mas acho que isso você já sabe

Rafael: Afinal, é o seu apartamento

Rafael: Traz umas cobertas e uns travesseiros

Rafael: Mas não demora, a pizza vai esfriar

Ela visualizou e os minutos passaram como se fossem horas até ela aparecer com alguns edredons em cima dos ombros e uma pilha de travesseiros em mãos.
— Você poderia simplesmente ter ido até o quarto e falado — ela começou, enquanto andava desajeitada por os travesseiros tirarem boa parte de sua visão — mas agora você poderia vir aqui e me ajudar, não é?
— Eu não sei onde é o quarto.
Dei os ombros e removi a pilha de almofadas dos braços da baixinha, levando as mesmas para a varanda. Depois de usar um edredom pra forrar o chão e por todos os travesseiros por cima da coberta grossa, pude voltar até a sala pra pegar a pizza.
Helena estava deitada entre as cobertas abraçando a pelúcia de unicórnio, um pouco encolhida e provavelmente com frio. Me deitei ao lado dela, com uma certa distância, e coloquei a pizza entre nós.
— Oi... — sorri sem jeito e desviei o olhar da imensidão azul que eram os olhos daquela garota — Boa noite.
— Boa noite. — respondeu, mordendo uma fatia de pizza em seguida. Ainda estava agarrando o unicórnio com a mão livre.
— Estava pensando... Não ganhei um abraço desde que cheguei.
Ela soltou uma risada baixa. Ótimo, Rafael, ela riu de você.
— Talvez mais tarde, meu bem.
— Posso perguntar uma coisa?
— Já está perguntando.
— Ok, então eu posso perguntar uma coisa além da que tô perguntando e da que já perguntei?
— Pode, Rafa.
— Aquele cara, o tal de Yuri...
— Ele não é meu namorado, você saberia se fosse, Rafa. — respondeu antes mesmo de eu terminar de falar — E se ele fosse, as coisas seriam diferentes entre nós, não acha?
Helena estava ocupada demais admirando o céu para prestar atenção em mim ou na minha cara de idiota por ter perguntado aquilo.
— É... Acho que nenhum namorado gostaria que você conversasse a madrugada inteira com outro cara.
— Fica um pouco difícil ver as estrelas em meio a uma cidade tão grande... Os prédios e a poluição atrapalham demais.
Ela havia soltado a frase aleatoriamente e mudado de assunto de uma forma brusca, e sempre que ela o fazia baixava uma timidez do caralho em mim.
— Vou te levar no interior qualquer dia desses — falei, ainda sem saber se deveria ou não me arrepender de ter dito — a gente acampa em uma serra e tenho certeza que poderemos ver todas as estrelas que você quiser.
A olhei, um pouco apreensivo, mas me tranquilizei assim que a vi com um sorriso bobo nos lábios, e logo recebi um olhar carinhoso. Ficamos em silêncio por algum tempo, apenas terminando de comer a pizza. Não era um daqueles silêncios que incomodam. Sabe quando você gosta de ficar perto de uma pessoa e mesmo passando três mil duzentas e vinte e sete coisas na sua cabeça você apenas não fala nada? É mais ou menos isso. Estar ali, deitado na varanda e em silêncio era tudo o que eu queria, afinal, eu só queria estar perto dela.
Mas ela não ter contado sobre a doença ainda me perturbava, depois de tudo que já havia conversado comigo ainda não confiava em mim o suficiente para contar sobre aquilo? Eu havia me preocupado e ainda estava preocupado, queria a ajudar a melhorar e estar ao seu lado até ela estar recuperada. Desde que nos aproximamos Helena vêm me ajudando sem sequer saber, e apesar do gênio forte, no fundo há uma garota mais doce do que muitos pensam. E cada dia mais eu via isso.
— Você não me contou por quê? — finalmente criei coragem e a questionei.
Ela me olhou, não parecia nem um pouco surpresa com a pergunta pois provavelmente já esperava por isso. Seus olhos desviaram para o unicórnio roxo antes que ela começasse a falar.
— Eu não sei bem... — Lena deitou-se de costas e ergueu o unicórnio acima de seu rosto, o encarando — Desculpe por ter sido tão grossa, eu estava assustada. Quer dizer, eu ainda estou assustada.
— Pensei que você confiasse em mim.
— Eu confio. Mas, quanto tempo faz? Quer dizer, já fizeram dois meses, pelo menos? Ficamos amigos rápido demais, nos falamos muito e mesmo de longe fazemos muita coisa juntos também. Nós jogamos juntos e você anda me ajudando até a editar meus vídeos. É difícil me apegar tão rápido a alguém, entende, Rafael?
— Não é difícil apenas pra você. — respondi, voltando a encarar o céu.
— Eu sei. Mas não quero que você sinta pena de mim e fique por perto só por causa da doença, ao mesmo tempo não quero que você me abandone por causa dela.
— Eu vim de São Paulo até o Rio Grande do Sul por causa de você, entende isso? Talvez você signifique mais pra mim do que nós dois gostaríamos.
— Ei, meu bem.
— Oi, Lena?!
— Sabe aquela história de abraço? O mais tarde chegou.
A olhei, havia estranhado aquilo. Apenas me aproximei mais dela, removendo a caixa de pizza que nos separava do caminho, ela se aconchegou no meu peito e me abraçou de forma carinhosa.
— Seu estado de saúde não muda a pessoa que você é, meu anjo.
— Mas talvez mude quem eu poderia ser.
— Estou mais preocupado com o agora que com o depois. — falei enquanto começava um cafuné cuidadoso nela, estava com medo de fazer carinho com força demais e a incomodar.
— Só não me solta.
— Você poderia ter dito isso antes de mandar eu ir me foder e desligar na minha cara.
— Se eu não tivesse feito isso você não estaria aqui, agora.
— Não vou te soltar, Helena.
Beijei sua testa e ela me abraçou ainda mais, depois encarou o unicórnio.
— Quem te contou?
— O Luba.
Ela me encarou, um pouco confusa.
— Mas eu não contei pro Luba...
— A Gabbie contou pro Luba.
— Que bando de fofoqueiras. — disse e fez bico.
Não consegui conter uma das minhas risadas escandalosas e acabei a fazendo rir também.
— Sabe, ele precisa de um nome. — ela disse, pegando o unicórnio e ponto sobre nossos corpos abraçados.


Notas Finais


Vocês gostaram do capítulo? Me contem, por favorzinho.
Eu adoro dar nome às coisas, até a objetos, queria dar um nome pro unicórnio da Helena mas não faço a mínima ideia de qual, se alguém quiser dar uma sugestão eu super aceito.

Espero os comentários de vocês.
E sério, me desejem sorte no enem, minha vida depende disso.

Beijos de cafeína (ou achocolatado, pra quem quiser)
FUI <3


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