História Open Your Eyes - O dono

​O p e n   Y o u r   E y e s
Uma pequena morena caminhava tranquila pelas ruas de Nova York. Mechas de seu cabelo negro caíam por debaixo da toca como uma cascata encaracolada pelos ombros. Seus olhos, ah!, seus olhos. Poderiam seduzir o mais forte ser humano, conquistar o mais apaixonado da  Terra, mover mares e montanhas só com um olhar. Uma linha azul-marinho, seguida de um azul-céu. Ao redor da íris, um azul tão claro que era quase branco. E, por último, um leve toque amarelado. 
             O pequeno e delicado corpo da morena atraíam olhares de todos que passavam por ela. Mesmo sendo um tanto nova, seu corpo era contornado por esbeltas curvas. Os lábios carnudos, avermelhados pelo batom que decidiu passar de manhã. 
             A rua estava silenciosa, e o único barulho era do salto batendo contra o piso da calçada. " Para onde todos foram em uma noite de sexta-feira? " pensa, desconfiada. Continua a caminhar, mais rápido que antes, e logo se depara com uma simpática casa de dois andares. Sorri, aliviada. " Não é hoje que serei mais uma vítima "  
          O sol começava a dar seus primeiros sinais, iluminando a grande cidade que iniciava a movimentação. Turistas, empresários, crianças, pais, pessoas perdidas. Todas correndo para algum destino qualquer. A morena suspira, girando a maçaneta cuidadosamente e fechando a porta atrás de si. A casa continuava a mesma desde que saiu a duas semanas. O velho sofá de couro, a TV que nunca funcionava, as cortinas amarelas que pendiam de um lado, prestes a cair. 
- Lar doce lar. - cantarola, deixando as chaves em cima da mesa e rodopiando. - Não estava com saudades de você, mas é o que temos, não é mesmo? Bom, hora de me trocar e ir ao trabalho. 
        Entra no quarto, abrindo o guarda-roupa. Apenas algumas calças jeans, camisetas brancas e um casaco grosso ocupavam o móvel. O resto, vestidos brilhosos e curtos que não eram permitidos em uma empresa de música. O quê, para a morena, não fazia sentido. Escolhe o mesmo visual de sempre e pega a mochila preta e rasgada pesada do canto do quarto. 
- Vamos lá. - suspira, tediosa. - Hoje é um novo dia.  
                       Nova York, Estados Unidos 
                                        8:26 
        Jenna acenava para todos enquanto procurava sua sala. Recebe alguns sorrisos animados, acenos de volta e até abraços. A loura que servia café para empresários que passavam segue Jenna contente. 
- Olá, Elisa. Como está sendo a nova experiência como garçonete oficial de almofadinhas sem noção do quê é trabalho duro? - pergunta, sorrindo provocativa para a amiga, que mostra o dedo do meio. 
- Não sou uma garçonete, tá bom? Sou a Fazedora Oficial de Café da empresa. Você que é sortuda demais para ser a vice-presidente da empresa toda! - diz, fazendo um bico invejoso. 
        Jenna arqueia as sobrancelhas, parando na frente de uma porta branca com o seu nome. 
- Se serve de consolo, não pedirei nenhum café ainda. - pisca, abrindo a porta. - Ainda. 
       Elisa abre a boca, surpresa. Antes que Jenna feche a porta, sorri de canto. 
- Sua filha da mãe! - grita, saindo de perto daquela sala.
       Jenna observa detalhadamente sua sala. A parede principal era inteiramente de vidro, deixando uma brisa suave entrar no local. Armários brancos lotados de livro impecáveis ficavam do outro lado da sala. Dois sofás brancos ficavam em um canto separado da sala, com uma TV de plasma, banquinhos e um projetor. E, por fim, uma enorme mesa de vidro no centro, cheia de computadores portáteis, cadernos, canetas promocionais e um tablet. 
- Nada mal, nada mal. - divaga, pulando no sofá de couro branco. - Ah, quem eu quero enganar? ESSA SALA É MUITO FODA! O quê é isso, sociedade? Finalmente Jenna Jenpsey conseguiu ser útil em alguma coisa?! 
  A morena ria divertida, rodopiando pela sala. Até escutar duas batidas na porta. Alisa o casaco preto, tentando organizar cachos desorganizados de seu cabelo. Uma mulher alta, de cabelos ruivos lisos presos perfeitamente em um coque, entra com uma prancheta na mão. 
     " Deve ser a dona da empresa. "  pensa, endireitando a postura o máximo que consegue. " Parabéns, Jenna! Conseguiu uma ótima primeira impressão!  "  
- Olá, Srta. Jenna. - sorri de canto, claramente nervosa. - Serei sua nova secretária na empresa. Prazer, Olivia. 
      " O quê? " 
- Ah. - suspira, sorrindo abertamente para Olivia, quê fixava a atenção em seus belos olhos azuis. " Como podem ser tão bonitos? " pensa, boquiaberta. - Oi, Olivia. Não precisa ser formal comigo, pode me chamar de Jenn. Mas logo aviso: não sou tão sorridentemente boba como os outros daqui. Ás vezes consigo ser bem chata. Acha que consegue me aturar? 
  Olivia assente, animada. 
- Então.. - Jenna sorri de canto, maliciosa. - Poderia me dizer mais sobre o dono da empresa? 
- Ahn. Pensei que já tivesse se encontrado com ele. 
- Não, eu.. 
    Repentinamente, a porta se abre com um estrondo. Olivia pula, mas Jenna permanece impassível. Um homem de terno entra na sala. Sua expressão era séria e maldosa. Mesmo assim, Jenn não conseguia parar de olhar para seus olhos acaramelados. Cabelos loiros caíam perfeitamente sobre seus olhos. A boca era fina, entreaberta. Algumas tatuagens eram visíveis em sua mão. 
- Vejo quê começaram muito bem na empresa. Aqui é local de trabalho, não de ficar conversando porra nenhuma! - finalmente encara Jenna, a examinando de todos os ângulos. - Sou Justin Bieber, o dono dessa merda toda de empresa! O dono dessa sala, desses livros! O dono de vocês.