História Open Your Eyes - Daring

O p e n   Y o u r   E y e s 
Jenna permanecia imóvel diante de Justin. " Puta merda, por quê ser lindo, gostoso e rico? Ah, Jenna, se concentra cacete! Ele tá te dando uma bronca, não um presente! "  De repente, aquele mesmo visual de sempre não parecia tão bonito e estiloso como antes. Os cabelos negros, lindos na - antiga - opinião de Jenna, agora pareciam oleosos e sem brilho. E os olhos, aqueles olhos, perderam um pouco da tão exuberante beleza. Mas um sorriso de canto se formava no rosto da morena. 
- Ahn. - caminha até parar na frente de Justin. O mesmo a observava desconfiado. - Então, Sr. Bieber, o quê veio fazer aqui? Não vê que estávamos tratando de assuntos de extrema importância? 
  Justin ri sem humor, agarrando discretamente o pulso de Jenna fortemente. A morena sente faíscas de raiva subirem pelo corpo inteiro. 
- Olha aqui, engraçadinha. - aproxima a boca do ouvido de Jenna, sussurrando o mais baixo possível. - Eu te quebro no meio se eu quiser. Não quero nenhuma gracinha comigo, vadia. 
  " Filho da mãe, idiota, merda, retardado, puto " 
- Tudo bem, chefinho. - diz, para logo depois sussurrar também. - Quero ver tentar. 
   Justin cerra os dentes, apertando mais ainda o pulso da morena. Jenna inspirava fundo para não gritar de dor. 
- Você não sabe com quem está se metendo, Jenna. Abra os olhos. 
- Vou abrir. 
   Justin finalmente se afasta, notando as inúmeras curvas do corpo pequeno de Jenna. Sorri malicioso e sai da sala pensativo. " Ela vai aprender a não ser tão atrevida "  
                              Nova York, Estados Unidos 
                             12:23, Empresa Bieber Rock 
- Você não fez isso. - Elisa apontava o dedo para Jenna. - Menina, sua louca, não se brinca com aquele lá não. Dizem que o último tá enterrado a sete palmos de terra. 
   Jenna ri, bebericando seu café preto lentamente. Havia prendido o cabelo em um rabo de cavalo e repassado o forte batom vermelho. Mesmo com seu pulso ainda ardendo e com marcas brancas de dedos gélidos, não poderia demonstrar estar com medo na frente dos outros. 
                        Você não sabe com quem está se metendo, Jenna 
     Elisa, a loura atraente que preparava cafés sem açúcar, percebia um certo nervoso vindo da amiga, mas nada quê a fizesse perguntar. Naquela empresa, não se pode confiar em muitas pessoas, e Elisa sabia disto. Sabia disso muito bem. 
- Fiz mesmo. - admite, deixando o copo vazio no balcão. - E talvez possa me foder no futuro, mas foi merecido. Ele é arrogante, metido, filho da mãe e outras coisas que não posso revelar em uma empresa. As paredes tem ouvidos, sabe? 
     Concordando, Elisa percebe um tumulto na entrada da empresa e se encolhe automaticamente. Jenna franze o cenho, abrindo caminho entre todos os jornalistas por ali. Uma mulher alta, pele macia, bronzeada. Cabelos esvoaçantes e castanhos claros, olhos azuis escuros e confiantes. Saltos 15 e sorriso encantador, deixando a vista todos os enfileirados dentes brancos. 
- Senhora Palvin? Senhora Palvin? 
- Poderia nos dar uma entrevista? 
- O quê tem a falar sobre o possível caso entre Sofie Richie e Justin Bieber?
- Está maravilhosa hoje, senhora Palvin! 
     Jenna revira os olhos, encarando incomodada os belos olhos azuis que Bárbara possuía. Antes que Jenna pudesse se virar, Bárbara a nota. As duas se encaram por um tempo, cada uma admirando os olhos da outra. Eram parecidos, mas mostravam personalidades diferentes. 
- Abra os olhos. - Jenna consegue ver os lábios de Bárbara dizerem antes da multidão a cercar novamente. 
     Com os belos olhos arregalados, Jenna volta para sua sala sem se despedir de Elisa. Tranca a porta atrás de si, escorregando pelo metal frio da porta branca. " Isso, por acaso, é algo com Iluminatti ou um reality show de terror? " 
      Seu coração batia rapidamente, podendo ser ouvido de longe. Jenna tentava lembrar de alguma coisa importante que deixara escapar sobre Bárbara. Até que uma voz irritante começa a clarear sua mente. 
           - Atenção todos os telespectadores, estamos AO VIVO na Empresa Bieber Rock, empresa mundialmente famosa, comandada pelo nosso astro JUSTIN BIEBER! A multidão arrisca alguns fotógrafos com Bárbara Palvin, atualmente namorada de Justin, quê acaba de chegar de sua espetacular viagem a Inglaterra. Mais informações depois do intervalo. 
          A TV de plasma havia sido deixada ligada na sala. A leve música dos comerciais animava Jenna, e a confortável vista do céu azul a relaxava por alguns minutos. Lentamente, leva um de seus dedos no elástico de cabelo. Primeiro, brinca um pouco com ele, para depois o tirar rapidamente, libertando mechas cacheadas para todo lado. Pega o batom vermelho e o repassa pela terceira vez, levantando do chão. 
- O quê eu faço, porra? - esfrega o rosto com o pouco de água que restava na caneca. Ri fraco. - Se mamãe estivesse aqui, provavelmente iria dizer: " Até agora é inapropriada, Jenna? " 
       " Certo, Jenna, pense nas opções. Ou eu saio correndo que nem uma louca, ou dou um tapa na cara da Bárbara, ou grito na cara do Justin que ele faz macumba, ou eu fingo não saber de nada ou eu me demito. "
        " É, a última opção deve ser a única em que eu não saia presa ou morra de nervoso. " 
  Sorrindo de canto, Jenna abre a porta, abrindo o botão de seu casaco. Por baixo, usava uma regata branca que ficava curta, mas estilosa. Calmamente, sobe os 12 andares até a sala de Justin Bieber. Depois de inúmeros processos de segurança, consegue ficar frente a frente a porta de Justin. Sua voz se sobressaía, furiosa. 
   Barulhos de vidros se estilhaçando no chão faziam Jenna pular de susto. 
        " É o fim do mundo e eu não sei? " 
   Silenciosa, fica na ponta dos pés, e, com o indicador, empurra a porta levemente. O coração parecia prestes a sair pela boca avermelhada da morena. Sua concentração estava focada em não fazer barulho nenhum. 
       " Se acalma, Jenn. Pense em gatinhos do espaço. " 
   Jenna consegue ver perfeitamente a sala inteira de Justin. O loiro andava em círculos, derrubando tudo que via pela frente. Outros dois homens estavam em pé ao seu lado. Os gritos do chefe quase derrubavam Jenna de sua postura silenciosa. Mas precisava mais do quê isso para vencer a curiosidade da morena. 
- PORRA! VOCÊS SÃO UNS FILHOS DA MÃE! NÃO SABEM FAZER A MERDA DO TRABALHO DIREITO! - grita, jogando um quadro no chão. O impacto deixa um dos homens de cabeça baixa. - Eu disse para matarem o filho da puta do Thompson e o quê os merdas fazem? São descobertos e presos! ISSO PODERIA FODER COM O ESQUEMA TODO! 
  Justin soca com força a cara do primeiro homem, de toca e uma barba rala. Jenna sentia que já havia visto aquelas pessoas em algum lugar. 
 - Se errarem mais UMA MÍSERA VEZ, SE CONSIDEREM ENTERRADOS JUNTO COM A FAMÍLIA INTEIRA! 
   A morena arfa baixinho, mordendo o lábio inferior com força. 
   " Não seja descoberta, não seja descoberta, não seja descoberta  "
   Justin olha para algo ou alguém do outro lado da sala, o qual Jenna não conseguia enxergar. A morena empurra a porta mais um pouco, prendendo a respiração por um tempo. A única coisa que consegue ver são mechas de cabelo castanho claro. Bárbara. 
- Mandei você distrair eles, sua vadia! - um barulho de tapa. - Vê se faz melhor da próxima vez!
   Jenna fecha os olhos azuis, tentando raciocinar o quê estava vendo e ouvindo. 
- TODOS VOCÊS, FIQUEM ALERTAS! - levanta a voz mais uma vez, sentando na enorme cadeira preta que havia atrás da mesa. Sua expressão era uma mistura de raiva e cansaço. - Chaz, resolva as coisas com o Thompson. Quero a cabeça dele até semana que vem. Sem falta. Ryan, cheque a venda das drogas que Caitlin trouxe. Bárbara, vá treinar as novas vadias na minha boate. Rua Hopper, 1243. 
   Os três assentem, se encaminhando na direção da porta. Jenna recua, procurando desesperadamente pelo cartão de acesso. Para seu azar, havia escolhido um casaco com, mais ou menos, 10 bolsos diferentes. Sentia seus olhos marejarem. 
    Mas não havia tempo. 
    Justin escancara a porta, primeiramente não notando a morena no canto da sala de espera. Porém, o loiro não deixava nada escapar. 
- VOCÊ! - dá um tapa dolorido na bochecha de Jenna e a puxa bruscamente pelos cabelos negros. A dor era alucinante. - SUA FILHA DA PUTA, NÃO APRENDE NUNCA?! 
     Com uma das mãos, ele socava o braço direito de Jenna, e com outra, quase arrancava seu cabelo para não fugir. Uma lágrima escorre por sua pele alva. 
- SOU EU QUE MANDO NESSA MERDA! NÃO OBEDECEU MINHAS ORDENS? VOCÊ VEM COMIGO AGORA! 
      Jenna liberta a raiva que a consumia por inteiro. Consegue se livrar das mãos de Justin, mas ao invés de sair correndo, alisa a camisa e fuzila Justin. 
- EU NÃO VOU A LUGAR  NENHUM, FILHO DA MÃE! - grita, nervosa. 
      Mas, quem disse quê a vida é justa? Os homens, Ryan Butler e Chaz Somers, cada um em um lado, seguram fortemente a morena enraivecida. Justin ri doentemente, se aproximando perto o suficiente para seus narizes se tocarem. Com o dedão, acaricia a bochecha avermelhada de Jenna. Para logo depois dar outro tapa. 
- Eu disse para abrir os olhos. - sorri. - Agora terá que aceitar as consequências.