História Operação Babá - Operação: Abra seus Olhos

Ótimo, tudo estava perfeito, eu havia descoberto que estava prestes a perder o meu Baekkie por qualquer um aí e para fechar a noite o mesmo me pegou mexendo no seu celular. Então universo, não quer piorar a situação? Porque assim, ainda há tempo tá?
 

Passando as mãos em meus cabelos castanhos, olho para BaekHyun que estava me encarando a espera de alguma resposta. E bem, eu simplesmente não conseguia responder de forma alguma, ele poderia muito bem esperar sentado, porque isso não sairia nunca nem se eu quisesse, eu estava encurralado? Talvez.
 

— Eu vou perguntar de novo… O que você está fazendo com meu celular, Park ChanYeol? – Ihh, usou o nome completo, sabe aquele momento que parece que a morte passou do seu lado? Pois é.

— Então… Eu estava vendo à hora, sabe? – Disse dando um pequeno sorriso forçado, claramente demonstrando meu nervosismo. Era óbvio que ele não ia engolir essa mentira mais fajuta que minha vida.

— ChanYeol, eu não nasci ontem, você estava lendo minhas conversas não é? – Ele arqueou suas sobrancelhas dando uma pequena risada vendo meus olhos se arregalaram em poucos segundos. Aposto que ele está se divertindo com meu desespero.

— Eu? Lendo conversas? Você está pensando que eu sou quem Byun BaekHyun? – Perguntou pondo minha mão em meu peito demonstrando que havia ficado ofendido com tal acusação verdadeira.

— Faça-me o favor né Chan, eu conheço você há quanto tempo mesmo? Eu deveria te deixar sem janta por isso. – Em segundos ele toma ligeiramente o celular de minha mão e dá uma“checada” como se alguma coisa estivesse fora do lugar, parece até que eu sou descuidado, pode uma coisa dessas? Não é porque eu já cheguei a derrubar meu próprio bolo de aniversário, que isso me torna desastrado.

— Ah Baek – Digo me aproximando do corpo menor que o meu — Você sabe que eu vim só para comer, porque tenho que alimentar esse corpo todo, eu sou enorme você sabe, preciso me alimentar bem. – Disse cutucando suas bochechas fazendo um pequeno bico em meus lábios enquanto ele está olhando para merda daquele celular. Custa dar atenção para mim?

— Poxa, que pena né, vai ter que ficar com fome mesmo ou ir embora. – Comentou ainda mexendo na porra desse celular. Parou somente para me encarar com aquele sorrisinho irônico, a qual ele sabe que eu odeio, quando de repente levantou o dedo como minha mãe faz e voltou a falar. — E saiba o senhor que se alimentar para saciar a fome é uma coisa, agora acabar com toda a comida da geladeira é outra.

— Como é? Você vai deixar seu melhor amigo com fome passando frio na rua? Nossa pensei que você tinha coração BaekHyun, mas pelo que eu vejo você a Elsa coração de gelo. – Disse me afastando dele e cambaleando até a cama, onde sento no colchão e cruzo meus braços olhando para o lado de forma birrenta. Agora que está todo apaixonado, fica me deixando de lado.

— Aish… Para de drama, você sabe que eu nunca faria isso, não sabe? – Ele finalmente largou o celular o jogando sobre a cama, ouvi um Amém? — Você parece uma criança quando está emburrado, Chan. – Comentou aos risos, olha a audácia.
 

Com isso BaekHyun se aproximou sorridente com seus cabelos recém molhados e seu rosto limpinho. Como se realmente fosse me ganhar com esse sorriso lin– Opa, não disse nada.
 

O que esse imundo tá querendo de mim?
 

— Bem que poderíamos jogar alguma coisa, né Chan? – Deu a ideia, enquanto acomodava-se ao meu lado.

— Engraçado, agora é Chan já que não está com seu companheiro fiel, o celular – Disse virando o rosto enquanto revirava os olhos. Quer saber? Vamos devolver isso com a mesma moeda.
 

Ignorando a presença do garoto loiro ao meu lado eu retiro meu celular do bolso e começo a mexer nele. É uma pena que eu não tenha ninguém para conversar nesse aplicativo, porque né, vida gira em torno de um baixinho idiota. Essa realidade é muito cruel comigo mesmo. Me pergunto se o destino fica rindo da minha cara sempre que planeja essas burradas que acontecem na minha vida? Ele deve comentar coisa do tipo: “Ih, alá o ‘trouxão achando que pode se dar bem na vida.”
 

Mesmo focado em deslizar o dedo pela tela fingindo estar em uma conversa, quando na verdade estava passando as fotos na galeria, pude ver seu sorriso morrer e uma expressão raivosa tomar sua face, ele estava com raiva suas bochechas até mudaram de cor, e o grande culpado disso? Eu mesmo. Bem sabem aqueles momentos em que você se arrepende amargamente de ter feito uma coisa? Então, sou eu agora.
 

— Larga essa merda e me dá atenção seu Dumbo. – Falou entre dentes e em seguida deu um tapa em meu braço, sim meus caros, aquele simples tapa vinda de uma mão não tão grande e fina, mas dona de um peso absurdo e quase sobrenatural, que deixou meu pobre braço latejando.

— AI! – Dei um pequeno grito passando minha mão de forma rápida no local atingido — Não sou obrigado, e agora você sabe o que eu estava sentindo. – Respondo em mesmo tom, virando de lado tentando fugir do meu amigo. Se vocês pensaram que eu ia mesmo bater de frente com ele, estão muito enganados.

— Quer saber ChanYeol? Vamos fazer um acordo, okay? Assim você para com esse drama.

— Acordo? Que tipo de acordo? – Perguntei virando-me ficando de lado para ele. O que está se passando nessa cabecinha maligna?

— Já que não para de teimar, falando que eu vivo no celular, então eu prometo ficar o resto da noite longe dele, vou dar atenção só para você, mas só se o bonitinho também não pegar no celular, vamos deixar na gaveta de cuecas de novo ou em algum outro lugar.

— Bonitinho? Pode falar o gostosão que eu deixo tá? – Disse dando um sorriso de lado vendo a face irritada dele — Calma, tudo bem, mas quem descumprir o acordo? O outro tem que sair beneficiado não acha?

— Tá… – Ele disse pondo a mão no queixo — Quem quebrar o trato, vai fazer o que o outro quiser, que tal?

— Tudo bem, me dê seu celular agora – Estendi minha mão pedindo o celular do menor. Bem vamos dizer que meu pedido foi negado apenas com a expressão.

— Nem pensar, cada um larga o seu celular na gaveta, ChanYeol – “Para que essa frescura toda?” você deve estar se perguntando, devo dizer que nem eu consigo entender o porque disso.
 

Com passos lentos nós dois fomos até o armário de BaekHyun, tudo que estávamos fazendo parecia tanto algo importante, fazíamos as coisas parecer de extrema relevância, mas na verdade tudo não passava de um trato entre o bem harmonioso de dois melhores amigos. Isso me lembrava nossa infância.

Tendo um sorriso bobo em meus lábios eu abro a gaveta de forma lenta enquanto tinha os olhos atentos de Byun vigiando cada movimento meu. Com a gaveta de cuecas aberta, eu largo meu celular dentro do local e seguidamente Baekkie faz o mesmo.
 

Para finalizar eu fecho a gaveta e me viro para BaekHyun estendendo minha mão destacando meu dedo mindinho e o menor fez a mesma coisa, então sem hesitar muito entrelaçamos nossos dedos selando nosso trato.
 

— Certo, agora você topa meu convite para jogar? – Ele perguntou dando um pequeno sorriso. Ah sua forma quadrada era realmente lin… Espera, é o que?

— Claro, vamos jogar Mortal Kombat, vou acabar com você como sempre – Disse num tom totalmente convencido, eu sabia muito bem que meu amigo detestava quando eu me exibia, mas tinha em mente que tudo que eu dizia era a mais pura verdade.

— Park ChanYeol, nem comece.
 

E assim aparentamos estar de bem novamente, ambos com os braços sobre os ombros um do outro, o que era até bem engraçado, por conta da diferença de altura, mas esse tipo de detalhe a gente releva. Nos dirigimos animados até a frente da televisão, prontos para sentar no chão e passar o resto da noite em uma competição sem fim.
 

Onde eu ganharia diversas vezes é claro.
 

— Está preparado para perder Byun BaekHyun? – Perguntei de forma risonha recebendo o olhar matador de meu amigo.

— Estou pronto para ganhar de você, e ainda vou esfregar na tua cara – Falou pegando os dois controles e me dando um.
 

Assim começamos a jogar. Na primeira rodada começamos a gritar um com outro, meu amigo falava que eu roubava descaradamente fazendo os especiais um atrás do outro não dando oportunidade para que ele conseguir fazer um. Se eu estava ligando para isso? Claro que não.
 

Com um sorriso em meu rosto eu movimentos meus dedos de forma rápida clicando nos botões de forma rápida e ágil, afinal eu era viciado nesse jogo. Tudo estava indo perfeitamente, até o momento em que BaekHyun jogou o corpo dele sobre meu colo me impedindo de movimentar meus dedos e então ele pode me atacar abusando do momento só para fazer especiais para cima de meu personagem.
 

Final desse round? Ele havia ganhado.
 

— Você é um descarado Byun BaekHyun, você trapaceou! – Falei num tom totalmente irritado, poxa, ele estava ganhando no meu jogo. Isso nunca pode acontecer.

— Pare de reclamar ChanYeol, apenas vamos jogar.
 

Apertando no “Try again” a partida começou novamente. Desta vez estava mais difícil conseguir acertá-lo ainda mais agora que eu ficava pensando nele deitado sobre minhas coxas. Merda, ele nunca havia feito tal coisa antes.
 

Nossa disputa estava tão acirrada que sequer conseguia pensar nas sequencias para fazer os especiais e por fim acabar com o pouco de vida que lhe restava. Ele estava conseguindo ganhar de mim, se não fosse por um barulho muito conhecido por nós tornar-se presente entre nós.
 

Seu celular.
 

O aparelho eletrônico recebia notificação de forma contínua e irritante, bem isso causou a distração de Byun e claro que eu me aproveitei do momento para revidar com o ataque final. Ah querido está querendo seu celular é?
 

— Não valeu ChanYeol! Eu estava distraído! – Ele disse pondo o seu controle de lado enquanto me olhava de forma emburrada. Eu sei muito bem o nome da sua distração: crush.

— Não mandei você virar o rosto e ficar olhando para a gaveta, vamos apenas voltar jogar – Disse a última frase tentando imitar sua voz, nem preciso dizer que recebi um olhar matado em troca não é?
 

Parecia que ele realmente queria ignorar os toques que seu celular emitia, e eu ficava feliz com isso, já que isto queria dizer que ele queria estar junto a mim e não o crush idiota dele não é?
 

Com a partida começando Byun já tratou de começar a trapacear para conseguir a vitória nesta partida e vamos dizer que ele foi muito chato fazendo tal coisa. Meu amigo simplesmente começou a pôr a mão em meu rosto tampando minha visão. Eu tentava a todo custo retirar suas mãos cheias de dedos de minha bela face, mas não consegui, pelo simples fato de que meu amigo havia retornado a deitar-se sob minhas coxas me deixando totalmente desnorteado.
 

Esse garoto está me enlouquecendo.
 

2 X 1 para Byun BaekHyun, o rei da trapaça e apelação.
 

Desta vez eu sequer quis protestar algo, já que sabia muito bem que não daria em nada reclamar para esse baixinho, era muito possível que eu acabaria apanhando por pedir meus direitos.
 

Sem demorar muito para ter a revanche eu aperto em reiniciar partida e vai ser agora que darei meu sangue pelo jogo. Nesse round, ao contrário dos outros, Byun estava totalmente disperso, o celular dele não parava de tocar de forma alguma, ele tanto notificação quanto recebia ligações direto. Desde quanto ele está sendo tão importante para os outros?
 

Que merda ele não consegue dar atenção para mim nem mesmo quando está longe dessa coisa chamada celular. Por que você foi se apaixonar por alguém que não seja…
 

— Desisto – Falou apertando o pause do jogo e pondo o controle no chão e correndo para gaveta onde encontrava seu celular.
 

Soltando um suspiro pesado eu simplesmente me levanto do chão e caminho até o mesmo local, se ele acha que conseguiria pegar seu celular assim sem mais nem menos, estava totalmente enganado. Assim que sua mão para no puxador preto do guarda-roupa eu me meto a sua frente jogando meu peso para que ele não conseguisse abrir de jeito nenhum.
 

— Baekkie… Lembre-se que você está quebrando nosso trato, não esqueça a dívida que tem comigo.
 

Então sai dali sem ver sua reação, apenas escutei o barulho alto da gaveta indo de encontro ao chão já que quando meu peso saiu BaekHyun não tinha parado de puxar, estava magoado, poxa ele havia prometido e até selamos os dedos, de repente parece que para ele nada mais importa, nem mesmo a nossa promessa. Pois ele não quebrou algo simples, aquele famoso ritual, os dedos, tudo era algo preso de nossa infância, agora ele parecia ter destruído como se nem tivesse importância, mas eu ignorei, como estava fazendo desde que fui trocado por LuHan.
 

Não, pior, ele estava me trocando por sua suposta paixão.
 

Merda, por que essas coisas têm que acontecer comigo? Não podíamos ser apenas ele e eu? Não, tinha que entrar o LuHan, depois esse carinha que meu amigo morre de amores, a vai se catar, porque ele não me… Ah quer saber, vou comer por que é assim que supera as coisas.
 

Com os passos rápidos fui até a cozinha encontrando a Sra. Byun distribuindo os pratos pela mesa para que depois pudéssemos jantar, sendo assim, apenas me sentei em uma das cadeiras, mas a boa senhora perguntou se eu estava bem. Essa foi à hora de abrir o sorriso mais falso de toda minha vida e assentir de jeito duro. Depois desse pequeno ato de hipocrisia ofereci minha ajuda e só depois de insistir muito ela concordou me dando alguns pratos fundos para pôr na mesa.
 

— Querido, você pode chamar o Baek? Eu preciso tirar esse ensopado do fogo, então faça esse favor para a tia, sim? – A amada mãe de Byun pediu tal favor para mim com uma voz tão doce que eu pensei várias vezes no que responder para ela.

— Omma… – também a chamava de mãe às vezes – Não dá para gritar daqui não? Subir até lá em cima novamente não está em meus planos tão cedo. – Disse olhando para o lado. Eu não queria que ela visse como eu estava magoado com seu filho, afinal ela não precisava saber desses problemas.

— Aconteceu algo ChanYeol? Você nunca nega algo, ainda mais referido com o–

— Eu só… Quero um tempo para mim omma – Disse olhando para ela. Eu não queria parecer dramático mais vejamos só eu estava sendo e muito, mas o que eu poderia fazer se eu estava abatido?

— Tudo bem, quer jantar na sala hoje?

— Não senhora, eu vou jantar junto com vocês – Dou um pequeno sorriso enquanto vejo o meu pequeno ser correspondido pela mais velha.
 

Sem falar nada ela apenas se levantou da mesa e se retirou do cômodo. Com toda a certeza ela iria chamá-lo. Vendo que a mesa ainda não estava posta, eu passo a arrumá-la de forma rápida para podermos jantar e ir dormir. Afinal eu apenas queria esquecer certas coisas.
 

Com a mesa já posta, eu ouço a voz da Sra. Byun, ela parecia estar com a voz um pouco alterada, mas à medida que foi se aproximando da cozinha foi se acalmando. Essa era a magia das mulheres, mudar de comportamento rapidamente.
 

Assim que a família Byun teve presente no cômodo eu pude ver o BaekHyun todo tristonho, quando ele me olhava seu olhos simplesmente desviam de minha pessoa me deixando completamente aflito. Eu tenho algum tipo de culpa?
 

Soltando um suspiro eu passo a comer a refeição feita pela Sra. Byun. Era uma pena que o clima estava tão, pesado.
 

Assim que todos terminam de comer o conteúdo de seus pratos, cada um foi para um canto da casa, inclusive eu. Durante a minha degustação, decidi que iria dormir na sala, pois veja bem, BaekHyun mal olhava para minha cara, imagina dormir na mesma cama que ele? Eu não acho que daria boa coisa, bem sozinho ele não ria estar já que tinha seu celular.
 

Depois de certo tempo lá estava eu sentado no sofá abraçando meu próprio corpo de forma triste, eu só queria que ele estivesse aqui, que raiva porque estava me sentindo tão frágil ao não tê-lo por perto?
 

Deitando minha cabeça na ponta dura do sofá eu me encolhi no estofado tentando achar alguma posição para dormir, mas vamos dar uma combinada, esta muito difícil. Aposto que amanhã ao invés de eu cuidar das crianças elas que irão cuidar de mim.
 

Bem, eu até poderia ter pegado no sono logo que achei uma posição menos dolorosa tanto para meu corpo e pescoço, mas uma voz totalmente acanhada me chamou.
 

— Chan… Não dorme aí – Lá estava Byun BaekHyun encarando a ponta de seus pés enquanto apertava a barra de sua caminha com a força bem considerável.

— E vou dormir onde? É o único lugar que eu tenho para dormir – Disse num tom carregado de mágoa. Ah não é só porque ele veio todo fofinho para meu lado que meu coração de manteiga vai se derreter tão facilmente assim não.

— Para de ser assim, vem dormir comigo – Ele falou parando em minha frente sem parar de apertar o tecido de sua vestimenta.

— Não acho que na sua cama tenha espaço para você, para mim e o celular – Disse virando de costas para ele dando de cara para as costas do sofá.

— Para de ser bobo, agora vai ser apenas eu e você, e nada de celular – Ele falava enquanto vinha até mim e abraçava minhas costas descaradamente. Faz merda e depois quer me dar carinho.

— Se você pegar aquilo uma única vez eu te deixo naquele quarto. – Falando isso ele me soltou e me puxou para fora do sofá. Que animação é essa meu querido?
 

De forma rápida o menor pegou minha mão e me puxou escada acima indo em direção a seu quarto de forma totalmente eufórica. Eu posso continuar dando ênfase na animação repentina desse anão com pernas grossas?

Assim que chegamos em seu quarto ele me soltou e praticamente pulou na cama fazendo o colchão soltar um rangido. Pobre cama, está pedindo arrego. Seguidamente ele começou a bater sua mão no colchão indicando que eu deitasse ali junto a si.
 

Algo estava muito errado, mas quem sou eu para reclamar?
 

Lá fui eu deitar ao seu lado recebendo um abraço de mini urso. Quando aquele pequeno ser humano me abraçou eu pude jurar que um frio percorreu minha espinha junto com meus pelos de meu corpo que se arrepiaram. O que está acontecendo?
  

— Boa noite Chan… – Ele disse se acomodando na curvatura de meu pescoço. Mantenha a calma, respira um, dois, três quatr… NÃO RESPIRA AI CARAMBA.

— B-boa noite…
 

Então, nem preciso dizer que para mim a noite foi bem longa não é?

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Como havia dito, eu não consegui dormir muito bem à noite. BaekHyun ficou se mexendo na cama e ainda na ousadia passou as pernas sobre meu corpo e a respiração quente do mesmo batendo contra o meu cangote não facilitou muito minha vida. Isso se repetiu por várias horas, até que finalmente, com a ajuda dos carneirinhos, eu consegui pegar no sono.
 

Porém, assim que preguei os olhos para um cochilo o maldito despertador soou, preenchendo o quarto com seu barulho esganiçado. BaekHyun se remexeu novamente, só que dessa vez incomodado com aquele ruído insuportável, acabou por despertar.
 

— Bom dia Chan… – Disse próximo ao meu rosto, já que nesse tempo todo meu ombro lhe serviu como travesseiro, não me surpreenderia estar com cãibra. Sua voz estava enrouquecida e mais grave devido ao horário, deixando a quase irreconhecível. — Dormi tão bem essa noite...
 

Fale por você.
 

— Bom dia…
 

A partir daí entrei no modo automático, encarando a triste e dura realidade de que não dava mais tempo de dormir, pois tínhamos trabalho e colégio, BaekHyun, pelo contrário, parecia ter finalmente acordado sem o demônio no corpo a fim de matar algumas pessoas.
 

Descemos e a família inteira se surpreendeu com o BaekHyun sorridente e desejando um
 

“Bom Dia” completamente calmo, okay, depois de hoje eu passo a crer que macumba realmente existe.
 

Depois de ajudar a Sra. Byun a guardar a louça do café separamos a roupa e tomamos banho para irmos direto para o trabalho. Nada melhor do que levar as frustrações para outro ambiente.
 

BaekHyun vez ou outra parecia nervoso, talvez ainda seja pelo fato de ter visto suas conversas e saber de seu suposto casinho com um estranho, mas mesmo assim ele puxava um assunto pior que o outro, eu somente respondia naturalmente o que viesse a calhar.

Não demorou muito e novamente estávamos em frente ao prédio conhecido, tudo em seu lugar fora os novos vasos com flores na entrada. Sem pressa subimos pelo elevador de serviços, pois o outro estava quebrado e assim paramos no corredor branco de sempre.
 

Chegando à casa de Sra. Lee, BaekHyun entra na moradia de forma totalmente animada fazendo eu pensar novamente o que estava acontecendo com esse garoto? Tenho certeza que tem algo haver com o garotinho que ele está apaixonado.

Assim que adentramos na casa eu fecho a porta atrás indo à procura das crianças que por sinal – barulho melhor dizendo – eles estavam na sala quebrando tudo.
 

Assim que entro no cômodo as vejo em cima de meu melhor amigo que estava rindo tentando tirá-las de cima de si a todo custo.
 

De fato a cena era tão bonita, quer dizer, parecia um pai e suas crianças e isso que tornava a cena bonita e não porque o Byun BaekHyun ali, pff, até parece. Fazendo um pequeno barulho com minha garganta acabo por chamar a atenção daqueles pequenos pedaços de gente, bem nem preciso dizer que eles correram até mim e se agarraram em minhas pernas igualmente a carrapatos?
 

Soltei uma pequena risada enquanto acariciava os fios escuros de ambos que começaram a sorrir de forma tão linda que fez meu estômago por inteiro revirar.
 

— Bom dia meus pequenos, como vocês estão? – Perguntei sem quebrar o simples carinho que estava depositando em seus cabelos.

— Muiiito bem hyung! – SenJi diz soltando minha perna já pondo-se de pé, não demorando muito para erguer seus braços pedindo colo. Eu não resisto a isso de forma alguma.  
 

De forma rápida eu pego aquele pequeno garoto em meu colo apoiando-o em meu braço enquanto ele rodeava seus pequenos bracinhos em torno de meu pescoço. Em algum momento sinto minha blusa sendo puxada com certa força e então vejo a MinHa ali erguendo seus braços abrindo e fechando a mão.
 

Eles estão achando que eu sou o super homem? O Hulk? Não tenho essa força toda não.
 

Tentando usar a força do feijão que eu vivo comendo ao longo desses anos, peguei MinHa no colo fazendo ela ocupar meu outro braço livre. Vamos, respira, inspira, respira, inspira.
 

Eles são muito pesados.
 

Tá bem, eles até poderiam não ser tão pesados assim, a maior parte é essas bisnagas que eu chamo de braço. Vamos dizer que elas não suportam muito peso e agora eu estou fazendo um esforço monstruoso para manter essas crianças longe do chão.

Talvez, só talvez minha expressão não deva estar sendo uma das melhor, já que o meu amigo ria descaradamente da mim com direito de se atirar no chão e dar tapas no pobre azulejo.
 

— Desse jeito vocês vão acabar matando o ChanYeol – Assim que ele se levantou do chão, não demorou muito para vir até onde eu estava e lançar seu pequeno sorriso. Merda, por que meu coração acelerou?

— Hyung, o Channie hyung é forte, ele é um super herói! – SenJi falou esticando seus braços expressando aquilo como se fosse algo grandioso e verdadeiro. Tadinho, mal sabe ele que eu sou um banana.

— Claro pequeno, mas às vezes os super heróis precisam de um descanso sabe? – Ele disse pegando o garoto de meu braço e tocando a ponta de seu nariz seguidamente e isso fez com que o pequeno garoto sorrisse.

— Então você é o parceiro do Chan né? Quando ele se cansa você aparece para combater o mal né? – O que essa criança está falando? Acho que alguém pôs alguma coisa no mingau dela esses dias.

— Sou sim pequeno – Ele respondeu olhando para mim com uma expressão tão diferente… Ele parecia querer falar algo, mas o quê? — O que acha dos hyungs prepararem um café da manhã delicioso para vocês dois hun?

— COMIDA, hyung SenJi está com muiiiita fominha – O garotinho falou pondo sua mão na pequena barriga enquanto fazia uma expressão totalmente sofrida.

— Vamos resolver isso então.
 

Com isso ele largou o SenJi no chão e fez um pequeno gesto para mim fazer o mesmo com a garotinha que estava segurando. Sem protestar eu o fiz, afinal tínhamos que fazer algo para alimentar essas crianças travessas que já moram no meu pobre coração.

Indo para cozinha, BaekHyun passou a por duas frigideiras sob o fogão enquanto eu apenas olhava ele como um pateta. Juro que estava tentando me achar em meio à imensidão de minha mente que estava totalmente focada na imagem calma de Byun mexendo no fogão. Pegando os ingredientes de maneira tão ágil nem parecia que ele era um preguiçoso. Repetindo, o que está acontecendo?

Eu não sabia ao certo que estava acontecendo comigo, de um dia para o outro eu passei a prestar mais atenção nos movimentos, nas expressões, no seu humor. Na verdade eu sempre reparei em tudo isto, mas agora… Tudo está mais intenso. Agora todos os mínimos detalhes fazem alguma diferença.
 

— Chan oppa! Você está me ouvindo? – A pequena garota estava puxando minha blusa com tanta força que eu pude pensar por breves segundos que teria que dar adeus a minha amada camisa do One Piece.

— Quê? O que aconteceu pequena? – Pergunto balançando minha cabeça tentando me dispersar desses pensamentos e dar atenção a aquela garotinha que estava em minha frente me encarando com uma expressão nada boa.

— O oppa Baek está à meia hora te chamando e eu me irritei e vim fazer você acordar pra vida – Ela cruzou os braços enquanto um bico formava-se em seus lábios pequenos. — O que aconteceu oppa, vocês está muito estranho…

— Não estou, só estou pensando okay? Agora vai para lá brincar. – Disse empurrando ela sem fazer força alguma e em seguida vou até BaekHyun que continuava a mexer no fogão fazendo nossa refeição — Bae, você me chamou?

— Chamei várias vezes ChanYeol, por acaso você está bravo comigo? – Ele perguntou desligando o fogo e virando-se para mim. Ele estava triste…

— Não, claro que não, dá onde você tirou essa ideia? – Perguntei esfregando minhas mãos que já soavam em minhas calças. Ficou calor do nada.

— Você está estranho, tão quieto e… Distante, ChanYeol eu não gosto disso, dessa distância. – Ele falou com uma voz manhosa e carregada de tristeza. Eu não estou sabendo lidar com essas coisas, parece que meu coração quer abandonar meu próprio corpo.

— Eu só estou pensando, não é com você tá? – Disse me aproximando dele e o puxando para meus braços apertando seu corpo pequeno contra o meu.
 

Eu não estava aguentando mais isso, embora ele tenha dito poucas coisas, era como dar socos em meu pobre coração, eu estava tão sensível quando o assunto referente chamava-se Byun BaekHyun.
 

Conforme nosso pequeno abraço se prolongava, os braços de BaekHyun rodeavam meu tronco e ele afundava seu rosto em meu ombro, como estivesse com vergonha do meu gesto repentino, afinal eu não o abraçava sempre a todo momento. Apenas em momentos especiais.
 

— Agora vai terminar o que você estava preparando, pois o cheiro está ficando maravilhoso – Disse me afastando um pouco enquanto levava minha mão até seu rosto separando os fios loiros de sua testa e deixo um selar demorado ali — Vou por as coisas na mesa, tá bom?
 

Recebendo apenas um aceno afirmativo eu me afasto do seu corpo e passo a vasculhar os armários de maneira totalmente estabanada as coisas que teria que pôr na mesa, não me culpe, afinal eu não sei onde fica cada coisa não.

Como um jogo de caça tesouro, eu cassei as xícaras, pratos, as colheres, as facas e alguns condimentos pela cozinha. Foi fácil? Nem um pouco. Se eu consegui? Com muita dificuldade, mas com fé nós consegue tudo.
 

Com a mesa já arrumada, toda bonitinha com enfeites infantis, fomos comer a maravilhosa comida de Byun BaekHyun. É uma pena que esse garoto tem mais preguiça do que força de vontade nesse corpo, pois eu iria adorar comer a comida dele todos os dias. Espera isso pegou mal.
 

Uma refeição junto a essas crianças travessas nunca seria silenciosa e muito menos chata, eles ficam fazendo piadinha toda hora, soltando alguns comentários que faz qualquer um dar risada de cada coisa que saia de suas boquinhas. Era incrível a imaginação deles até mesmo seus pensamentos no enquanto criativos.
 

Por favor, estudem MinHa e SenJi, grato.
 

Após a calorosa refeição, os pequenos foram animados limpar os rostinhos melados de creme, alegando que estavam grandinhos para fazer pelo menos isso e prometeram não sujar o banheiro, mas claro é sempre bom dar uma conferida.
 

— O que deram para essas crianças ontem? Achei que hoje eles estariam mais cansados, mas pelo visto me enganei. – BaekHyun comentou ao mesmo tempo em que esfregava a esponja ensaboada no prato e me entregava para que eu pudesse secar logo em seguida.

— Éramos uns pestinhas assim também? – Perguntei enquanto secava a louça e a empilhava ao meu lado.

— Vai dizer que não se lembra do quanto à gente irritou e ainda irrita a sua mãe? – Ele disse dando uma pequena risadinha e eu fui obrigado a acompanhá-lo, já que de fato nós éramos terríveis.

— Tá, mas para ela tem que dar um desconto, já que ela é meio maníaca por limpeza. Então quando eu entrava depois de brincar na chuva ela só faltava me usar de pano de chão para limpar as pegadas que eu fazia na sala. – Disse tentando me defender de certo modo, afinal, crianças eram assim e as mãe sempre queriam comer nosso couro por isso.
 

Estabelecemos uma conversa agradável sobre os velhos tempos, até MinMin aparecer mostrando suas mãos limpas e o rosto molhado da boca até o queixo como se estivesse orgulhosa de si mesma, logo, seu irmão veio atrás com a blusa mais molhada, mas pelo menos ele também estava limpo, então não me importei em aplaudir os pequenos junto de BaekHyun que tirou a luva de borracha antes.
 

— Muito bem meus pequenos assim que se faz. – Eu disse me aproximando dos pequenos deixando um simples carinho em suas cabeças como “recompensa”.

— Agora, porque não vão brincar um pouco enquanto eu e o Chan terminamos de lavar a louça, okay? – Byun falou já retornando a lavar a louça. Ele é meio viciado em lavar a louça, só por que ele “brinca” com a água.
 

Depois disso os pequenos espalharam-se pela casa, SenJi foi assistir desenho na sala esparramado no sofá, já MinHa se dirigiu para seu quarto e de seu irmão mexendo nas prateleiras e na grande caixa de brinquedos que havia ali, como eu sei? Eu tive que passar na frente do cômodo pegar mais detergente para Baek.
 

Assim que toda a louça estava brilhando e organizada, passamos um pano no chão depois de varrer e logo a cozinha estava intacta novamente.
 

— Eu vou ir ajudar o SenJi, Chan, tudo bem?
 

BaekHyun sumiu pelos corredores e eu fui à procura da outra pequena para saber se estava tudo bem, nem se passaram dez minutos, mas eu já me sinto preocupado, isso mesmo sou um babá coruja.
 

Chego ao quarto das crianças, encontrando uma mesa cor de rosa ocupando o centro acima do tapete felpudo, a qual contém um desenho gigante de gatinho. MinHa estava sentada em uma das quatro cadeiras roxas de plástico e a sua frente pratinhos, talheres, xícaras e um bule da mesma cor no tom claro, dois bichinhos de pelúcia ocupavam outros dois lugares, deixando o disponível somente a sua frente.
 

— Oppa, quer participar da minha festa do chá? – A pequena garota perguntou enquanto levava a pequena xícara até sua boca, mas é claro destacando seu dedo mindinho. Sempre mantendo o classe.
 

Em momentos iguais a esse eu penso, por que não?
 

De jeito acanhado me aproximo naquela mesa minúscula, eu poderia muito bem apenas sentar no chão acompanhar a festa de MinHa, mas não a pequena fez uma cara tão feia ao ver onde eu iria me sentar que chegou a me dar medo. Então sem muita opção em minha vida, eu sento naquela cadeira pequena cor de rosa feita de plástico.
 

Se eu estava com medo que aquilo quebrasse? Mas é claro.
 

— Oppa, essa é a Senhora Lin – A menina aponta para o coelho de pelúcia de pelagem branca — Essa é a Sam – Por fim ela aponta para a ursa de porte grande com pelagem escura — Cuidado com a Sam, ela fica brava quando fala de seu peso – A garotinha sussurra pondo as duas mãos em frente de sua boca. Estou cercado por loucos.

— Tudo bem, é um prazer conhecê-las donzelas – Disse pondo minha mão na frente de meu corpo fazendo uma reverência, parecida com aquela que se faz com reis. Porque sou desses.

— Channy oppa, elas falaram que você está sendo exagerado. – Ela só pode estar tirando sarro com minha face, só pode.
 

Sem falar nada eu apenas pego a xícara branca com detalhes cor de rosa levando até minha boca fingindo tomar o líquido invisível que tinha ali. O que foi? O meu corpo cresceu, mas a mente não.

Nós ficamos por breves segundos sem falar nada sequer e esse momento eu usei para pensar em tudo que estava acontecendo com minha vida, pois vamos dar uma combinada, universo não me ferrar não, porque não está sendo fácil ser eu não.
 

Tudo isso me deixa confuso, esses sentimentos, essas sensações, eu não sei o motivo da presença deles. Na verdade eu talvez saiba, mas é difícil ainda mais que eu sei que o causador de tudo isto está apaixonado por sei lá quem.

Só em ter essas coisas em minha pobre mente dá até vontade de chorar, me deitar em posição fetal e apenas morrer ali.
 

— Oppa, me diz o que está passando na sua cabeça. – MinHa chama minha atenção dispersando meus breves pensamentos dramáticos. Espera, ela falou o quê? — Não se preocupa a Sam e a Lin não são fofoqueiras.

— Eu só estou pensativo – Disse olhando para o lado enquanto dava uma mordida num biscoito de brinquedo. Queria que esse treco fosse de verdade.

— O oppa Baek é o motivo disso tudo né? – Ela perguntou cruzando os bracinhos enquanto me olhava com atenção, como estivesse lendo minha mente. Estou começando a ficar com medo dessa garota.

— É, mas… Como soube?

— Simples! Você ficou tempo demais olhando para ele, o pior de tudo é que você fica com uma cara de bobo apaixonado sempre quando olha, mas hoje estava beeeem pior. – A pequena garota descruzou seu braço e começou a gesticular com as mãos enquanto falava, seria até cômico as caretas extremamente fofas que ela fazia.

— Isso não é verdade ele é só–

— Seu melhor amigo, pelo qual você está amando oppa, igual o appa e a omma – Ela teve a audácia de me cortar e dar um sorriso adorável no fim de sua frase. Eu não sei se surto com a fofura dela ou por tudo que ela está falando.

— De onde você tira essas ideias? Você é apenas uma criança, você deveria estar preocupada com o episódio novo do Pororo. – Disse dando um pequeno sorriso ao ver a face irritada da miniatura de pessoa.

— Pororo? Prefiro meus doramas e de mais a mais. Você não me engana Channy oppa. – Essa garota está muito ousada pro meu gosto. — Agora fala, o que está acontecendo para te deixar mais bobo perto do oppa Baek.

— Não aconteceu nada, quer dizer, nada de bom na verdade – Eu realmente vou desabafar com uma criança de seis anos?

— Sou todos ouvidos.

— Bem… Ontem à noite eu descobri que o Baek está gostando de alguém… – Assim que eu terminei minha frase a pequena garota levou sua mãozinha até sua boca fazendo uma carinha de espanto.

— Como assim? oppa, como você descobriu isso? – Ela falava de modo eufórico, como algo extremamente grave tivesse acontecido.

— Eu li as conversas dele no celular, ele estava pedindo conselhos para um garoto de nossa sala… MinMin por que ele não me contou nada? Por que ele esconde coisas de mim? – Nesse momento eu já estava quase chorando na frente de uma criança, isso mesmo palmas para mim, eu sou um cara super maduro que só chora na frente de crianças.

— Oppa, calma, ele não te contou nada em momento algum? – Ela perguntou dando um pequeno sorriso de lado. O que se passa na cabeça dessa garota?

— Não…

— Channy… Você já experimentou o chamar para sair igualzinho nos doramas? – A garota falava enquanto mostrava um lindo sorriso cheio de dentinhos. Cadê o “oppa” da frase? Está muito atrevida.

— Min, não é simples ass–

— Claro que é. O máximo que ele pode dizer é um não e aproveita que amanhã é sábado. – O que está acontecendo aqui, uma garotinha está me dando conselhos, cadê a faca? Vou me matar agora.

— Não sei…

— Ah, então você quer ver outra pessoa beijando o seu melhor amigo? Ou melhor, quer ver seu melhor amigo te deixando de lado para ficar com a pessoa que ganhou seu coração? – Eu poderia muito bem pensar de onde ela consegue falar tal coisa impactante, mas eu estava ocupado demais caindo na realidade.
 

Ela estava certa, eu não queria e não vou deixar. Eu vou chamar meu melhor amigo para sair nem que seja a última coisa que eu faça.