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História Operação Blitzkrieg - Itinerário


Escrita por: UchihaSpears e Icunha

Notas do Autor


Olar amigars!
Demorou, mas saiu. Essa palavra é muito comum quando estou no meio, acho incrível isso oh. HUSHSAUSHASUAS
O capítulo está intercalado entre passado e presente (passado?). É confuso, mas acho que dá pra entender HUEHEUEHEUE.
De qualquer forma, eu destaquei para vocês se situarem melhor, ou seje, itálico é passado deles - quando se conheceram - e normal é o presente deles, que é a missão e tals.
Espero que gostem e desculpem qualquer erro!

Capítulo 6 - Itinerário


Ele chegou pontualmente e já estavam ali há algumas horas, estudando e debatendo teorias. Ele disse que era inglês e morava no interior, precisou dizer quando descobriu que ela era judia, ninguém suspeitaria pelo seu sotaque perfeito.

O pingente com a estrela de Davi balançava no pescoço dela, antes pertencia á sua avó que havia ganhado como presente de seu avô, ao menos era a história que ela ouvira de sua mãe sobre a peça.

Aquele coque e a caneta de lado encostada nos lábios dela era uma visão que em alguns momentos o deixava distraído, juntamente com a troca de olhares intensos.

Podia ser a Física o assunto em questão, mas eles não negavam que a química por ali estava em combustão. Tinham tanto em comum.

Sakura o entregou algumas anotações sobre o tema, ela entendia bem sobre aquilo.

— É para o Natal? — ele notou umas luzes e velas no quarto.

— Não, festas das luzes. Tradição do meu povo. — ele não sabia, mas assentiu. — Alguns confundem com o Natal.

— Eu me encaixo nesse quadro. Você mora aqui só? — ele sabia que não, viu outra cama, porém não quis deixar o assunto morrer, aliás, tantos cálculos estavam o deixando enfadado.

— Com uma amiga. Quer beber, comer ou sei lá? Temos um estoque de batatas fritas.

Ele riu.

— Infelizmente não, está na hora de ir. — ele era um perfeito misto de nobre inglês com uma pintada de bad boy. Sakura já estava culpando seus hormônios por tais pensamentos. Sasuke jogou o caderno dentro da mochila, preparando-se para partir.

Para ela, aquilo era mais complicado do que a bendita teoria do Gato de Schrodinger.

— Tchau. — ele disse.

Ela balançou as bochechas.

— Oi? — ele perguntou.

Seria errado uma mulher tomar uma atitude? Seria errado convidar, logo um estranho, para ficar?

Aquilo martelava em sua mente enquanto ela pensava em probabilidades. Poderia ele ficar para ver um filme? Poderiam conversar sobre outra coisa?

Ele poderia beijá-la e isso fluíra para algo além. Uma loucura uma vez na vida talvez não fosse ruim. Ela nunca mais veria aquele cara, no máximo em algum congresso de Física.

Mas, por ventura, ela estaria temendo a resposta dele. Um não, talvez?

Ela ponderava sobre o assunto, segundo Konan isso não seria vergonhoso. Ele se aproximou e não precisou de muito para fazer aquilo que ela desejava mentalmente.

Seus lábios roçaram no dela, dando uma espécie de choque de moléculas. Na química isso era bom, era uma força de inteiração. Poderia ser caracterizada como uma ligação de hidrogênio pela sua intensidade.

A mochila dele caiu e os dedos dela passeavam pelo cabelo dele e ali se emaranharam, estava na ponta dos pés para alcançá-lo. Uma sensação não explicada, mas deliciosa. Apreciaram o sabor da boca um do outro durante cada segundo.

Um gemido escapou quando ele chupou os lábios dela. Enfim, voltaram à realidade. Ela deveria apenas dizer para ele ir embora, era fácil.

— O que pensaria se eu te pedisse para ficar aqui? — suas bochechas queimaram, e ela fez o contrário do que parecia certo.

— Que eu sou um cara de sorte.

[...]

O trem passava pelas áreas rurais, seguindo em direção á Praga, capital da Republica Checa.

Como era um inverno rigoroso, a imagem vista da janela era de um horizonte branco e gélido. O jantar era servido para os passageiros a bordo do trem que se preparavam para desfrutar da refeição.

Ainda tinham mais quatro horas até chegar a Frankfurt.

Estavam no vagão de cargas em meio às bagagens. Sakura tinha feito um pequeno curativo onde ele fora machucado. Depois disso, eles passaram um bom tempo em silêncio, e ela aproveitou para cochilar um pouco. Sasuke ficou de sentinela guardando o lugar.

[...]

Sasuke acordou um pouco antes da mulher que dormia ao seu lado.  Saiu de fininho para ir ao banheiro e quando retornou encontrou Sakura sentada na cama, coberta apenas pelo o lençol com estampas de cálculos. — esse tinha sido um presente.

Realmente ela tinha feito. Dormiu, pela primeira vez, com um cara no primeiro encontro, aliás, nem mesmo era um encontro.

— Bom dia! — ele cumprimentou, sentindo um pouco de timidez vindo dela. — Se te ajuda, eu nunca dormi com alguém que conheci na primeira vez.

— Não ajuda. — ela sorriu discretamente. — Eu não sou assim.

— Você me disse isso umas duzentas vezes ontem.

— Ouch! — ele se aproximou dela e mordeu delicadamente o ombro dela. Sakura fechou os olhos, flashes de sua noite passada se repetiam em sua mente como se tivesse acabado de acontecer.

Os beijos, os toques, desejo e por fim prazer. Sasuke era uma espécie de paraíso na terra. Um anjo do prazer, ou ela devia admitir que estava muito carente.

As caricias dele subiram até o pescoço, arrancando novos gemidos dos lábios femininos.

— Isso é golpe baixo. — ela comentou. Seus olhares se encontraram.

— Devo admitir. Hm... — ele tirou uma mecha do cabelo dela colocando atrás da orelha. — Eu tenho um treino pela manhã de Parkour. — ele se sentou na cama trazendo o corpo menor para seu colo. — Quer ir comigo?

— Pular prédios? — perguntou incrédula.

— Eu te ensino. — ele segurou sua cabeça, tendo a mão deslizando pelos cabelos.

— Eu não sei. Eu nunca pratiquei isso antes.

— Eu vou te ensinar tudo. — o lençol que ela prendia entre os braços caiu expondo a nudez de seus seios. — Eu tenho uma impressão que não irei conseguir ficar longe de você durante esse verão. — ele segurou a cintura dela, enquanto ela rebolava inconscientemente sobre o membro dele.

[...]

Sakura acordou observando a lataria cinza do teto. Mesmo com todo sacolejo da viagem ela conseguiu cochilar um pouco. Levou a mão até sua barriga quando a sentiu roncar. Estava com fome.

Olhou para o lado esquerdo e viu que Sasuke estava a encarando com aqueles olhos marcantes e penetrantes que pareciam querer atravessá-la como uma espada.

— Velando o meu sono ou me admirando?

— Pensando... Você não me deixou explicar.

— Sobre? — inquiriu, encostando-se na lataria do trem.

— No dia que você descobriu que eu era um Uchiha. — ela abaixou a cabeça, expirando devagar.

— Você não quer uma DR aqui, certo? Não setenta anos no passado. — alterou o tom de voz, levantando-se de costas para ele para mirar a paisagem pela janela.

— Não importa! — bradou. — Eu não aceito o jeito como você me tirou da sua vida.

— Eu descobri que o meu namorado mentia?

— Olhe nos meus olhos. — ele respondeu, virando-a para encará-lo. — Diga olhando para mim.

— Eu descobri que o meu namorado mentia, e pertencia a família do braço direito da Führer que quase dizimou meu povo. O que você queria?

Ele riu desapontado.

— O que você achava que iria fazer? Te mandar para algum campo de concentração?

— O que queria que eu pensasse? — ela não estava mais alterada. — Suas mentiras foram as que mais machucaram.

— Eu menti, porque eu sempre preservei minha identidade. Um Uchiha fora da Alemanha, nunca é visto com bons olhos. Então eu te conheci e tudo mudou. Eu iria te contar a verdade, eu estava disposto a ficar com você. Não foi só um amor de verão, você sabe.

— Eu sei que não foi. — concordou pesarosa. — Esse não é o melhor momento para falarmos disso, vamos nos focar na missão.

Ele concordou.

— Falta pouco para chegarmos. Vasculhei as malas, mas não encontrei tem comida por aqui.

— Desanimador! — ela responde, ouvindo o estômago roncar mais uma vez.

Sasuke parece pensar, olhando o local como se buscasse algo, e diz:

— Quer se arriscar um pouco?

Pelos vagões da Classe A do trem, o único barulho ouvido era dos motores a todo vapor nos trilhos. Não tinha quase ninguém pelos corredores.

Sasuke apontou para uma bandeja em um carrinho que provavelmente seria entregue por um dos garçons. Sakura não queria machucar ninguém, porém sua necessidade era maior. Estava de tocaia com ele atrás de uma porta, esperando apenas o inocente e distraído garçom se aproximar.

Quando o homem passou, Sasuke o seguiu e aplicou um “mata leão”, golpe de estrangulamento japonês, sufocando-o até que o homem desmaiasse. Ele provavelmente ficaria assim por um bom tempo.

Assim que caiu no chão, Sakura puxou seu corpo pelos os pés para um banheiro próximo. Enquanto isso, Sasuke roubava o carrinho principal.

— Strogonoff de filé mignon com batata. Temos vinho tinto branco e uma sobremesa, pudim de amora. Você quer?

— E coelho lá esnoba cenoura? — ela deu uma piscadela sutil.

[...]

— Está tudo bem? — ele correu até ela, Sakura havia caído mais uma vez. Duas semanas tinham passado desde que se conheceram. A loucura que Sakura imaginava tomou outra proporção, elevando a alguns sentimentos. Em pouco tempo, Sasuke conseguiu ocupar sua mente e mexer com suas estruturas emocionais, mas ela inventava qualquer coisa para não dizer que estava apaixonada por ele.

— Um novo machucado. — ela mostrou o pulso arranhado. — Mais um para coleção.

— Você não aterrissou bem. Quando pular tem que colocar forças nos pés. Todo seu impulso tem que estar aqui. — ele deu um leve tapa nas pernas dela e a puxou pelos os braços. — Temos mias uma torre pela frente.

Sakura apontou para o local que ele dissera, totalmente cética.

— Aquela? Aquela torre? — era a torre da capela do King´s College, uma das vistas mais conhecidas do campus. — Eu não sou apta para isso ainda.

— Eu vou estar com você, é tudo o que precisa. — ele apertou o nariz dela e ela bateu em sua mão. — Os movimentos, passe Muraille e Saud de Bras, lembra?

Ela fechou os olhos tentando lembrar-se dos movimentos.

— Muraille corrida e impulsão? — ele assentiu. — Bras é a de fixar ao local?

— Exato. Bastante precisão no bras quando pularmos.

Os dois saíram correndo pelos telhados centenários da universidade. Sakura tinha treinado durante toda a semana, era uma rotina nova e bastante exausta. Ao longo da semana ela tinha passado alguns dias no apartamento de Sasuke, não negava a forte química que os dois tinham.

Sasuke era diferente dos homens que conheceu, e principalmente entre os físicos já que em Cambridge eles faziam jus às séries e filmes de Hollywood com o perfil nerd. Ele era totalmente ao contrário, dedicava-se aos estudos e pesquisas, mas era aventureiro nato e ela estava disposta a se aventurar, já que ficar com ele a levava para fora de órbita.

— Temos que ir logo, acho que vai começar a chover. — Sakura o avisou quando avistou os nimbos.

Chegar até o sopé da torre não foi difícil, mesmo com o telhado com uma verticalização inclinada. Olhou para baixou, apertando a mão de Sasuke com força, impressionada com a altura. Vinte e oito metros era, consideravelmente, alto para ela.

— Não vai cair. — ele assegurou, recebendo uma careta como resposta.

— Você poderia ser um cara normal, poderíamos estar em nossas camas com lençóis quentes. Poderia ser apenas sexo e Física. — ela já estava hiperventilada.

— Não vai acontecer nada. — disse a acompanhando, enquanto pulava no movimento de bras.

Ela escalava a torre de arquitetura gótica vagarosamente. De todas as vezes que passou pela capela, nunca imaginaria que um dia faria uma loucura dessas.

Ao alcançar o topo, ela se deparou com uma das vistas mais lindas que um dia teve o privilégio de apreciar. Toda cidade de Cambridge ali, até onde sua visão alcançava. Ficou abobada.

Sasuke a fitava totalmente satisfeito. A mulher de cabelos rosados tinha superado todas as expectativas dele. Sakura parecia o entender tão bem, ela não se preocupou em perguntar dele ou sua origem, que o deixava inquieto por carregar o sangue de rivais declarados do povo de sua musa inspiradora.

Sakura abriu um largo sorriso, ficando em pé no topo da construção e com o braço esquerdo se agarrou em um pináculo, uma estrutura pontiaguda no topo da capela no formato de cone, abriu o braço direito e gritou:

— Eu sou o rei do mundo!

— Não seria rainha? — ele a perguntou sem entender a referência.

— Não, é rei. Espera... Nunca assistiu Titanic? — Sasuke estreitou os olhos, definitivamente nunca tinha ouvido sobre. — Titanic, o filme baseado na história do navio que afundou.

Ele morava em um país onde só era permitida a produção de filmes alemães. Tsunade havia censurado firmemente Hollywood dos cinemas de lá, dando a desculpa de que os americanos, em alguns filmes, mandavam mensagens contra o seu governo.

Sasuke negou e se aproximou dela, dando um beijo caloroso em seus lábios. Ele não se cansava dos lábios macios e convidativos que ela tinha, Sakura o atraia insanamente. Pensou que nem todas as cargas elétricas tinham tantas atrações quanto as dele por ela, aquela mulher o era o próton do seu elétron.

— Quer namorar comigo? — pediu para a surpresa da mulher.

— Sasuke, a polícia do campus! — ela avisou.

Desceram da torre e iniciaram uma corrida pelo telhado, os pingos de chuva já começavam a cair e a cada minuto ficava mais forte. Os dois pularam alguns obstáculos que encontraram pelo caminho, não era a primeira vez que eram perseguidos pela polícia do campus, embora eles nunca conseguiam alcançá-los.

No meio de toda correria, Sakura o respondeu:

— Sim, sim eu aceito namorar com você, Sasuke.

[...]

Pela desaceleração do trem, os dois sabiam que tinham chegado a Praga. A capital da Republica Checa tinha sido ocupada pelos nazistas desde 1939, o que não seria nada fácil para o casal do futuro. Provavelmente o governo alemão já tinha enviado alguma mensagem criptografada para o exército instalado na capital onde os dois acabavam de desembarcar.

Sakura guardava os punhais na sua bota, enquanto Sasuke contava as granadas de fumaças que pegara com Sai. Não sabiam o que lhes esperava assim que saísse do trem até chegar à outra plataforma para seguir rumo a Frankfurt.

— As identidades falsas nos irão ajudar até chegarmos lá. Vamos ser um casal, terei uma patente do exército alemão, coronel. Vai nos ajudar com um disfarce. — ele falou, mas com a plena convicção de que Sakura não estava ouvindo, ela parecia estar absorta em pensamentos. — O que lhe assola?

— Estava pensando no que acontece no futuro se morremos aqui.

— Não iremos morrer aqui e se caso isso acontecer, quero que saiba que ainda te amo. O que te falei naquele verão era verdade. — ele soltou de uma vez, ganhando um olhar confuso seguido de um preocupado ou ouvir os latidos dos cachorros. Era o sinal, estavam sendo perseguidos e precisariam deixar o assunto para depois. — Vamos sair pelo vagão principal como os passageiros e entregar as identidades. — ele desviou o assunto.

Colocaram os sobretudos que encontraram no vagão de cargas e duas malas. Os dois saíram confiantes entre os outros passageiros. Sasuke segurava a mão da mulher e fazia de tudo para entrar no seu papel e não se se tornar um alvo.

Assim que saíram do trem perceberam o forte esquema de segurança montado. Soldados estavam por todos os lugares. O casal seguiu caminhando tranquilamente, era apenas uma escada e uma passarela para a outra plataforma. Durante o curto percurso dois soldados e um com um cachorro, da raça pastor alemão, faziam a guarda.

— Documentos. — pediu o soldado. Sakura sentiu o seu coração congelar com tamanha aflição.

Sasuke tirou do bolso as identidades e entregou.

— Sasuke e Sakura Poldoski. Naturais de Frankfurt. Estão liberados!

Sasuke agradeceu e partiram em direção da passarela. Os olhares apreensivos dos dois eram notáveis, por mais que tentassem agir com naturalidade.

O grande relógio da estação de Praha Hlavni Nádraží marcava alguns minutos para oito da noite. Sasuke seguiu até a bilheteria, onde comprou duas passagens para Frankfurt e levou para ela. O trem sairia sem atrasos.

— Devemos entrar no trem? — ela questionou. — Precisamos embarcar.

Sentia uma agonia interior, como um presságio de que algo ruim poderia acontecer a qualquer momento naquele local.

Gritos de soldados nazistas foram ouvidos. Sakura viu um carregando as imagens dos procurados. O soldado os colava nas paredes da estação com ajuda de outro. A primeira imagem que ela viu foi a de sua avó. Tinha uma alta recompensa por ela.

— Droga! — resmungou Sasuke assim que avistou seu retrato na parede. — Precisamos nos separar. Estão procurando uma loira, você tem chances de escapar. Encontro você na nossa cabine. — ele olhava para os lados, era questão de minutos até o descobrirem. — Se eu for pego, você ainda tem chances.

Sakura negou com a cabeça, discordando daquilo.

— Eu vou te esperar lá. Onde está? — ele se referia à mensagem.

Ela apontou para os seios.

— Segura aqui. — ela o observou se distanciar em meio à multidão.

Cada passo que ela dava era uma palavra de sua prece mental. Seus disfarces estavam comprometidos.

“E se...” sua mente iniciou, mas ela fez questão de dissipar tais pensamentos.

Um guarda a parou. Ele falava polonês, mas ela não entendeu nenhuma palavra e apenas apresentou seus documentos.

“Não olhe para trás.”

Um tiro foi ouvido na estação, e o suficiente para causar o caos por ali. Pessoas gritavam, outras se abraçavam. Ela apenas caminhava, como se aquilo não fosse com ela.

Im nin´alu, im nin´alu. — ela iniciou parte de um canto hebraico. Se fossem trancadas, dizia.

Outro tiro foi ouvido e soldados passavam por ela correndo.

“Lembre-se, lembre-se e nunca esqueça, você vai achar o portão que está aberto.”

Ela viu uma criança com as mãos na cabeça gritando horrorizada. Crianças da guerra, acostumadas com os barulhos das bombas rompendo os tímpanos.

O som cruel e mortal das metralhadoras.

— Sarada! — a mãe pegou a garotinha. — Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. — ela tentava confortar a filha. — Vai ficar tudo bem, Sarada.

“Ficaria tudo bem?” ela pensou, apresentando a passagem e entrou no trem, procurou a cabine 221B.

A janela era oposta a todos os acontecimentos. Encostou os dedos da mão direita na janela. O destino de milhões de pessoas estava na sua mão. A garantia de nova vida.

Foi acometida por uma súbita falta de ar e logo saiu da cabine, fechando as portas apressadamente. Ouvia mulheres falando, mas nada entendia. Correu para a janela e viu fumaça de lá.

— Sasuke! — disse preocupada. Sua vontade era de sair dali e ir atrás dele. Talvez ele não existisse em seu mundo novo.

Quais as chances dele ainda existir no futuro? Qual probabilidade?

Pensar nisso era angustiante, assim como jogar dados em uma partida de roleta russa. Sufocante.

Ela colocou a mão dentro do sobretudo e sentiu sua arma ali. Como se seu subconsciente travasse uma batalha contra si mesma. Sua razão brigava com seu Id desejoso.

Ele tinha aparecido de novo em sua vida, anos depois dela ter aceitado que não haveria nada entre os dois.

— Dane-se!

Ela caminhou pelo corredor de linha reta do vagão. Sua briga mental ainda continuava. Mais a frente viu a porta de embarque, sairia por ali mesmo.

Um homem a chamou, porém ela não o respondeu, não entendia nada e nem se preocupou em virar para olhar.

— Sakura! — ela parou e virou. — Aonde você iria?

Ela não disse nada, mas em seu rosto era visível a emoção de revê-lo.

Liebe.

Dois soldados se aproximaram de Sasuke. Eles iniciaram uma conversa, os dois o saudaram com gestos nazistas. Sakura viu que ele usava um cap nazista e uma insígnia. Não demorou para que eles saíssem e Sasuke caminhou com ela até a cabine.

— O que falou com eles? — perguntou.

— Não entende alemão?

— Não. Por que eu iria querer aprender essa língua? Por favor. — revirou os olhos. — Conte-me, como escapou?

— Usei bombas de gás para distrai-los, aproveitei e peguei um cap de um coronel desavisado e sua insígnia. — ele retirou o cap. — Por que iria voltar?

— Por que ainda disse que me amava?

— Porque é verdade. — ele se aproximou, porém ela recuou.

— Continua mentindo.

Sasuke não entendera o que ela quis dizer.

— Não menti sobre os meus sentimentos. Menti sobre quem eu era, a qual lugar pertencia, mas sabe que era verdade. Eu pretendia perpetuar aquele verão pelo o resto de minha vida, liebe. O que quer me dizer? O que realmente quer me dizer sobre eu mentir?

Batidas na porta foram ouvidas e Sasuke se adiantou para abrir a porta. Era um oficial que entregou um pequeno cartão, o Uchiha agradeceu e fechou a porta.

— O que é?

— É um convite. Um jantar para os oficiais às nove e meia. Você está convidada, já que é a senhora Poldoski.

— Eu não posso ir.

— Por que não? Não posso aparecer sem você. É para o nosso disfarce.

— Por isso mesmo. Eu não sei falar e muito menos entender o alemão.

Liebe?

— O que é Liebe?

Sasuke estreitou os olhos, agora entendia o motivo de tê-la chamado assim, quando a encontrou, e ela não ter respondido.

— Não sabe nada? — ela negou. — Isso vai ser um problema, liebe. Aliás, significa querida em alemão.


Notas Finais


Acho que agora as coisas vão começar a esquentar ainda mais.
Bjs.


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