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História Operation Crush: Fail - Date 15: I'll Always Love Her


Escrita por: CarolAkiyama

Notas do Autor


Heeeeey~ COmo vocês estão?

Aqui vai mais um capítulo de Operation Crush: Fail pra vocês :3
Espero que gostem o/

Perdoem qualquer erro e leiam com carinho, por favor <3
Até lá embaixo~

Capítulo 35 - Date 15: I'll Always Love Her


Fanfic / Fanfiction Operation Crush: Fail - Date 15: I'll Always Love Her

 

 

-Taeyeon-

 

- “Onde quer ir?” - Perguntei. Tiffany fez bico e uniu as sobrancelhas, uma expressão fofa que sempre me fazia rir.

 

- “Sugestões?” - Pediu.

 

- “Não acho que seja uma boa ideia sair pela cidade…” - Comentei. - “Nunca podemos ter certeza de onde seu pai está. Além de quê, fazer isso sempre dá errado nos filmes” - Torci o nariz, fazendo Tiffany rir. - “Mas!” - Exclamei de repente, tentando não parecer muito oportunista ao sugerir isso. Tiffany ergueu uma sobrancelha. - “Minha casa é uma zona segura” - Soltei sutilmente.

 

Ao contrário do que eu imaginava, Tiffany riu. - “Parece uma boa pra mim”.

 

- “É mesmo uma boa, Tae, mas vem cá, você tá com a chave de casa?” - Meu irmão de repente entrou na conversa. Eu nem havia percebido que enxerido estava ouvindo a gente. Como se não bastasse a falta de privacidade, o infeliz ainda me tacou um problema na cara. Não, eu não estava com as chaves. Jaejoong gargalhou quando viu minha expressão de derrota, e eu juro que teria socado o nariz dele se ele não tivesse dito: - “Eu peguei pra você, toma aqui” - Jogou as chaves pra mim assim que terminou de falar, mesmo estando perto o suficiente de mim para me entregar em mãos. Peguei o molho de chaves no ar e o encarei com divertimento e confusão ao mesmo tempo.

 

- “Por que você….?”

 

Meu irmão me lançou um sorriso torto e convencido. - “Eu sabia que vocês iriam querer escapar daqui. E sabia que a única opção seria nossa casa. Então, me adiantei. Deixei sorvete no freezer, aliás” - Falou e depois piscou um olho, me fazendo gargalhar. Kim Jaejoong é meu irmão de sangue, o que significa que ele também manja dos esquemas, nem tanto quanto eu, mas dá pro gasto. Ele seria muito bom com armações se não tivesse largado essa vida quando conheceu o Yunho. - “Não esquece que a mãe vai estar de volta às cinco e quinze em ponto, e ela não pode nem sonhar que você esteve em casa durante o horário de aula. Não bagunce nada, deixe tudo no lugar que encontrou e saia antes dela voltar” - Instruiu, como se fosse o senhor sabe tudo.

 

- “Não venha ensinar o vigário a rezar a missa. Eu sei de tudo isso” - Rolei os olhos e ele riu. Busquei a mão de Tiffany com a minha e ela logo entrelaçou nossos dedos. Nessa hora, o grupo todo havia parado de andar, todos já estavam a par do nosso pequeno plano. - “Voltaremos antes da feira acabar” - Falei e Tiffany assentiu. Era legal o fato de nos entendermos sem precisar falar tudo em voz alta.

 

- “Vejo vocês mais tarde” - Despediu-se e no segundo seguinte, nós duas já disparamos em meio as pessoas da feira, na direção da saída.

 

Rimos todas em as vezes que esbarramos com alguém. Por um momento pensei que estivesse protagonizando Prision Break, finalmente no momento em que nos víamos livres de tudo o que nos prendia. Com Tiffany eu sentia todo o tipo de liberdade e felicidade possíveis. Tenho certeza que posso ser eu mesma quando estou com ela, e mesmo depois de todo o meu histórico de mentiras, rolos e cagadas, ela ainda confia em mim. Tiffany me fez uma pessoa melhor, mesmo sem pedir que eu o fosse. E não é por isso que eu a amo. Eu simplesmente amo. Sem motivos ou condições, eu a amo. É quase mágico o que esse sentimento fez com a gente. Uma armação minha que só me serviria para conseguir alguns beijos da ruiva mais bonita que eu já vira em toda a minha vida (e mais hétero também), de repente se tornou algo tão especial que eu faria de tudo para não perder. A melhor parte de tudo isso é que no fundo da alma, eu sabia que Tiffany Hwang se sentia do mesmo jeito.

 

Fomos até a rodoviária em passos rápidos, tentando não desperdiçar o pouco de tempo que tínhamos juntas. Se bem que nem um minuto sequer ao lado dela seria de fato perda de tempo. Pegamos um ônibus cujo destino era um ponto perto de casa, já que nenhuma de nós tinha grana para pagar outro tipo de condução, afinal, tínhamos que guardar dinheiro pro caminho de volta também.

 

Passamos a viagem toda contando coisas uma pra outra sobre as coisas bobas que vivemos nesses últimos dias. Era verdade que falávamos muito sobre os acontecimentos recentes por telefone, mas nosso tempo de chamada era limitado, não dava para contar tudo, e convenhamos: Conversar pessoalmente, mesmo sobre coisas já faladas, nem se compara a falar por telefone. Eu ria sozinha sempre que alguma coisa fazia Tiffany rir, o sorriso dela foi uma das coisas das quais mais senti falta. O cheiro dela, os olhos, as caretas, a voz, o calor de suas mãos, seu toque, seus beijos. Eu senti falta até do jeito dela de mexer no próprio cabelo. O resto do mundo não importava para mim, meu cérebro só sabia captar Tiffany Hwang, e meu corpo e coração apenas entendiam o comando de matar a saudades de tudo que eu senti falta.

 

Então eu a beijei. Dentro do ônibus, interrompendo-a numa fala aleatória sobre as cantadas aleatórias que Juniel soltava sobre mim. Tiffany riu e me puxou para si. Quando a ouvi dizendo que havia gritado sobre nosso relacionamento no pátio de sua nova escola, não pensei que estivesse se sentindo tão confortável com isso. Minha namorada não se importa com o que os outros estão pensando, depois de contar para a família ela finalmente desencanou de todo o medo que sentimos de sair do armário, afinal, o pior já tinha acontecido de uma maneira ou de outra. O pai dela desaprova, então, como a aceitação do resto da sociedade poderia piorar isso?

 

Separamos nossos lábios apenas no momento de puxar a cordinha, indicando ao motorista que queríamos descer naquele ponto. Nós rimos quando passamos por duas senhoras tagarelas que nos observavam embasbacadas pelo beijo. Honestamente, não dávamos a mínima.

 

Andamos de mãos dadas até a minha casa, dessa vez, num ritmo mais lento. Chegamos por volta das três da tarde, ainda teríamos duas horas juntas antes de voltar para a feira de ciências. Fomos direto para a cozinha, estava fazendo um calor infernal e só sorvete poderia dar um jeito nisso. Muito obrigada, Jaejoong, te devo uma. Pegamos o manjar dos deuses, também conhecido como sorvete, e fomos comer na sala de TV. Acabei tendo que ceder e deixar Tiffany assistir o finalzinho do episódio de um dorama que ela gostava. Terminamos os sorvetes em questão de minutos, e apesar do calor insuportável, buscamos o conforto uma da outra no sofá, nos apertamos e abraçamos, enquanto o dorama ainda passava na TV. Tiffany estava focada na tela e eu estava focada nela. Honestamente, não importava o que a gente fazia, desde que estivéssemos juntas, eu era a pessoa mais feliz da terra.

 

Quando os créditos do episódio começaram a passar na TV, Tiffany se acomodou em meu abraço, grudando ainda mais em mim. Ela ergueu o corpo alguns centímetros e me encarou sorrindo. Eu retribuí e logo nos beijamos lento e calmamente. Minha mãos passeavam devagar pelo corpo dela, limitando-se à área da cintura e braços, e ela segurava meu rosto entre as mãos. Surpreendi-me quando reparei que a intensidade das carícias estava aumentando gradativamente. De pouco em pouco estávamos cruzando limites no mínimo perigosos. Não que eu não queira, muito pelo contrário, eu sempre quero, mas eu tinha a impressão de que alguma coisa estava errada, e por algum motivo, eu sabia exatamente o que era. Apesar de todos esses pensamentos cruzando minha mente em uma questão de segundos, é bastante difícil parar e perguntar o que estava acontecendo quando Tiffany Hwang se encontrava quase em cima de você te beijando tão ardentemente.

 

Reuni toda a força de vontade que eu tinha e em um movimento rápido cortei o beijo. Tiffany encostou a testa na minha, e eu esperei alguns segundos para recuperar o fôlego. Ela me encarou ofegante e eu notei suas bochechas ficando vermelhas.

 

- “Você… Não quer?” - Perguntou, levemente alarmada e bastante constrangida.

 

Ri baixo. - “Não faça perguntas bobas, você sabe a resposta pra isso” - Respondi, o que a deixou mais vermelha ainda. - “Mas parece que você não está tão no clima assim” - Arrisquei dizer e Tiffany desviou o olhar. Me levantei um pouco, apenas para encostar as costas no braço do sofá, Tiffany acompanhou meus movimentos e se acomodou em meu ombro.

 

- “Eu só…” - Suspirou profundamente. - “As coisas que estão acontecendo em casa entre eu e meu pai tem me tirado o sono, não estou com cabeça para muita coisa agora… Desculpe, Tae. Eu realmente não queria ficar falando disso toda a hora, parece desperdício gastar meu tempo com você falando sobre esses problemas, então pensei…”

 

- “Pensou em me seduzir, aham, já entendi.” - Soltei e ela riu leve, tentando não demonstrar tanto constrangimento. - “Olhe, não precisa se desculpar por isso. Não é culpa sua, e eu entendo o que você está passando” - Confessei, fazendo-a me encarar. - “Se quiser me deixar te distrair, eu aceito o desafio” - Falei convencida e ela rolou os olhos. - “Mas se quiser conversar sobre seu pai, sobre tudo isso, então eu também aceito o desafio.” - Ergui o braço para tirar uma mecha de cabelo da frente de seus olhos e a colocar atrás da orelha da ruiva. - “Eu não quero que o sexo aconteça só para me agradar, hm? Se não é a melhor hora para você, se você não consegue tirar o problema da cabeça para se focar em mim, e somente em mim, então não me agradaria. Eu te quero por inteiro, Tiffany Hwang, assim como quero que você me tenha por inteiro. Se eu ou você tivermos partes faltando, então primeiro achamos as peças que faltam” - Declamei. Tiffany me encarou por longos segundos até rir largo e me dar um beijo estalado nos lábios.

 

- “Tá poética hoje, hem”

 

- “É sua presença que me deixa assim” - Respondi e ela me lançou um eyesmile.

 

- “Obrigada, Tae, de verdade” - Murmurou e eu maneei a cabeça, indicando que não havia nada para agradecer. - “Eu senti muito a sua falta…” Confessou baixou e eu me movi para abraçá-la apertado.

 

- “Eu senti mais” - Desafiei. Tiffany riu. Negou algumas vezes com a cabeça, como se contestasse a minha fala. Ficamos alguns segundos em silêncio até ela respirar fundo.

 

- “Eu ainda não acredito que meu pai está fazendo isso com a gente…” - Murmurou depois de algum tempo. - “É tão injusto, Tae! Ele nem sequer se dignou a conversar comigo, ou a tentar entender! Ele não faz a mínima ideia do quanto a gente se gosta e fica falando que é um erro, ele sempre se justifica dizendo que tudo isso é para o meu bem, e eu só consigo pensar que ele faz isso por ele mesmo” - Desabafou e eu suspirei fundo. A verdade é que eu tinha algumas coisas para dizer sobre isso.

 

- “Sabe, Tiffany… Essa semana, eu tive uma conversa com meus pais à esse respeito” - Comecei e ela me encarou, curiosa sobre aonde eu queria chegar. Esperei alguns instantes para colocar o pensamento em ordem antes de continuar. - “Você provavelmente não sabe disso, mas quando eu me assumi, também enfrentei muitos problemas com os meus pais.” - Contei e minha namorada arregalou os olhos, mas não me interrompeu. - “Não foi nada tão drástico quanto o que você está passando agora, mas… Bem, eles me forçaram a ir em encontros com garotos, especialmente um tal de Baekhyun, que é o filho de um amigo do meu pai e mora na rua debaixo de casa. A única coisa que me aliviou é que o garoto já gostava de outra pessoa, e até hoje suspeito que era de outro garoto também, mas enfim…” - Falei rindo ao me lembrar dele. Baekhyun era bastante divertido, e me lembrava o meu irmão com todos aqueles trejeitos e delicadezas. - “Jaejoong passou pela mesma situação, já que se assumiu no mesmo dia que eu. Nossos pais não se conformavam com nossas escolhas e também não entendiam que poderíamos ser muito felizes com alguém do mesmo sexo. Eles costumavam dizer a mesma coisa que o seu pai: É para o seu bem.” - Continuei. - “Para mim, diziam que a melhor coisa, era namorar o Bacon, um bom garoto, de uma família que eles conheciam e que me faria relativamente feliz.”

 

- “Nossa, eu… Não sabia” - Ela falou baixinho, parecia bastante surpresa. - “Demorou muito para eles aceitarem?”

 

Maneei a cabeça. - “Um pouco, eles tentaram de todas as formas fazer com que eu e o Jae desenvolvêssemos algum interesse pelo sexo oposto, mas sem sucesso, obviamente. Depois de um tempo, começaram a fingir que não percebiam nossas preferências.” - Contei, me lembrando aos poucos desse período da minha vida. Foi bem difícil, sim, mas não foi impossível sobreviver àquilo. - “Meu pai foi quem cedeu primeiro. Ele flagrou o Jae com o Yunho num dia depois da escola e teve o bom senso de reparar no quanto meu irmão parecia feliz ao lado do moreno. Foi um processo lento até ambos os meus pais entenderem que não é exatamente uma escolha, é apenas como somos. E isso não nos tornava anormais, nós poderíamos amar e viver como qualquer outra pessoa hétero. A partir daí, tudo ficou mais fácil. A preocupação deles passou a ser nos proteger da sociedade preconceituosa, e em muitos momentos eu os ouvi conversando sobre o quanto eu e Jaejoong íamos sofrer com essas ‘escolhas’, mas também, não havia nada que pudessem fazer. Quando pesavam na balança, nossa felicidade ao estar com quem gostamos, fazia valer todo o sofrimento futuro.”

 

- “Nossa, eu nunca imaginei” - Falou com um riso fraco. - “Ainda bem que as coisas acabaram dessa forma, seus pais são ótimos” - Falou ao me mostrar o dedão em um sinal de ‘positivo’.

 

Ri de leve. - “Sim, mas é aí que está… Meus pais eram muito parecidos com os seus, e hoje são ótimos” - Falei e Tiffany franziu o cenho. - “Alguns dias atrás, eu pensei em contar para eles as atitudes do seu pai, queria saber porque ele fazia tudo aquilo e se meus pais poderiam me dizer alguma coisa que eu pudesse fazer para ajudar”

 

- “E… Eles disseram o que?” - Sempre toda impaciente.

 

- “Eles disseram que até conseguem entender o seu pai. O primeiro pensamento deles ao receber esse tipo de notícia é que o filho está cometendo um grande erro, e ainda é imaturo demais para perceber” - Ela disse. - “Então, os pais tentam ‘consertar’ tudo por conta própria, tentam fazer o filho mudar de ideia. Não é uma desculpa do seu pai, Fany-ah. Ele realmente está pensando em você, do jeito dele, mas está.”

 

- “Você tá defendendo ele?” - Perguntou, num tom mais alto, uma mistura entre choque e decepção.

 

Ri um pouco. - “Claro que não. Eu só não quero ver você brigada com sua família. Sei o quanto ama seus pais e seus irmãos. Não quero que sinta raiva do seu pai por tudo o que ele está fazendo agora, embora sejam atitudes erradas e equivocadas” - Respondi e isso pareceu acalmá-la um pouco. - “Ele ainda não entende, Tiffany. Meus pais disseram que quando ele perceber que a gente se ama de verdade e ver o quanto eu posso te fazer feliz, ele vai acabar aceitando” - Concluí e Tiffany se deitou sobre mim novamente, me abraçou apertado e eu retribui da melhor maneira. - “Você pode se rebelar e desafiá-lo, mas não o odeie, ou tenha raiva dele, ele ainda é seu pai. É importante para mim que você seja feliz dentro da sua família, entende? Eu não quero arruinar nada. Vamos ter um pouco de paciência, e eu tenho certeza que poderemos acertar as coisas.”

 

Tiffany chorou por longos minutos em meu ombro, e eu apenas fazia carinho em seus cabelos. Ela estava chateada, e inconformada com toda a situação, claro, mas eu esperava que não estivesse com tanta raiva quanto antes. Eu quero vê-la feliz, e dentro de mim, sabia que ter um bom relacionamento com a família faz parte da felicidade para Tiffany. Mesmo com o pai dela sendo cabeça dura desse jeito, eu sabia que um rompimento de relação entre eles, como aconteceu com Sunny e seu pai, deixaria minha namorada na merda. E eu não suportaria ver isso. Então procurei meus pais, e os perguntei o que poderíamos fazer a respeito e aí, passei a informação para Tiffany. Se ela vai conversar com o pai dela sozinha ou tentar novamente uma conversa entre nós quatro, ela que decide. Se conseguirmos fazê-lo entender, o tempo cuidará do resto.

 

O choro da ruiva foi cessando em alguns minutos. E logo a senti agarrando minhas roupas. - “Tae…” - Murmurou, com voz de choro.

 

- “Hm?”

 

- “Obrigada por tudo, de verdade” - Sussurrou.

 

- “Disponha, Fany-ah. Eu só quero te ver feliz” - Respondi e ela me apertou em seus braços levemente. Ficou algum tempo em silêncio.

 

- “Tae…”

 

- “Hm…?”

 

- “Eu quero mais sorvete” - Soltou, e eu não evitei rir alto.

 

- “Ah, você é do tipo que gosta de sorvete depois de chorar?” - Perguntei divertidamente e ela deu de ombros.

 

- “Sorvete é ótimo nos momentos de fossa” - Argumentou e eu nunca poderia ir contra esse fato.

 

- “Eu vou pegar mais” - Com um pouco de contorcionismo, levantei-me do sofá sem desacomodar Tiffany e fui rapidinho para a cozinha. Enchi nossos potinhos de sorvete e voltei para a sala. Minha namorada agora se sentava ereta no sofá e prestava atenção no programa musical que era exibido à essa hora na TV. - “Aqui” - Falei e ela logo pegou o pote de minhas mãos, e sem perder tempo, sugou uma quantidade razoável de sorvete para dentro da boca, fazendo careta pelo gosto gelado logo depois.

 

- “Meu cérebro congelou” - Comentou e eu ri baixo.

 

Sentei-me ao seu lado e juntas ficamos assistindo o programa. Avaliando as capacidades vocais dos grupos e recordando nosso primeiro encontro oficial no karaokê. Cantamos algumas das músicas juntas e trocamos alguns beijos e carícias leves. Nada muito ousado, até porque,já eram mais de quatro da tarde, e nunca era fácil ter noção do tempo quando nos tocamos. Certamente daria merda.

 

Quando o relógio bateu cinco pras cinco da tarde, eu e Tiffany corremos para a cozinha e logo arrumamos a louça suja juntas, eu lavava e Tiffany secava e guardava. Somos uma ótima dupla de trabalho em equipe. Ajeitei as almofadas no sofá de modo a parecer que ninguém se deitou ali durante a tarde, e em poucos minutos, já estávamos fazendo o caminho de volta para a rodoviária.

 

Demoramos uns trinta minutos para chegar na feira, que já estava em seus minutos finais de atividade. Fecharia para o público em vinte minutos, às seis da tarde. Nos encontramos com o resto do pessoal e eles dividiram com a gente uns docinhos que Jaejoong havia comprado em uma confeitaria ali perto. Matamos o resto do tempo conversando perto da bancada de Sunny, até um garoto que eu julguei ser parte do Grêmio Estudantil aparecer em nossa sala e dizer que os portões estavam fechando.

 

Tiffany me abraçou imediatamente, e para a minha surpresa, não se incomodou com os protestos de Juniel para me abraçar também. A beijei uma última vez e recebi seu sorriso em troca.

 

- “Eu te amo” - Murmurei.

 

- “Eu te amo mais” - Ela respondeu, competitivamente, me fazendo rir. - “A gente se fala mais tarde?”

 

- “Claro, às oito, ligarei no celular da Michelle, como sempre” - Assegurei e ela sorriu. O sorriso mais lindo que um ser humano poderia mostrar.

 

Soltei Tiffany relutantemente e andei até a saída na companhia de meu irmão, Yunho, Jessica, Yuri e Sooyoung, todos plenamente satisfeitos com o dia de hoje, e com a confirmação visual de que a ruiva estava se virando bem na nova escola. Apesar de Jessica não ter passado muito tempo com a Tiffany, eu podia dizer que ela ficou satisfeita com o tempo que teve. Afinal, Jessica tinha Yuri ao seu lado o tempo todo e nada mais justo do que eu ter Tiffany ao meu lado o tempo todo. Então, surpreendentemente, a loira respeitava nossa relação.

 

- “Hey, Jae” - Chamei, enquanto caminhávamos de volta para casa. Meu irmão me olhou de canto, e eu percebi que ele já sabia o que eu ia falar, e por isso sorriu de forma convencida. Ignorei e resolvi continuar mesmo assim. - “Obrigada por hoje” - Falei e ele sorriu ainda mais largo. Kim Jaejoong é tão modesto. - “Não só pelo sorvete e pelas chaves, mas por ter me ajudado a vir pra feira de ciências também” - Continuei.

 

Jaejoong convenceu nossos pais a me deixar vir para a feira de ciências ao invés de atender às aulas da tarde na escola. Nossos pais não sabem que Tiffany estuda aqui, e se soubessem, não teriam permitido nossa visita. Digamos que me manter fisicamente afastada da minha namorada faz parte do meu castigo por matar aulas.

 

- “Eu aceito um agradecimento em forma de roupas novas” - Respondeu rindo, e eu rolei os olhos. Eu tinha que abrir minha boca grande para agradecer, não é mesmo? Ah, f(x) amado, porque me fizestes tão humilde?

 

 

-Tiffany- (Alguns dias depois)

 

Os dias seguintes à feira de ciências foram sinônimos de inferno. Tive apenas mais uma semana de aulas intensas antes da última bateria de provas que antecedem as férias de verão, de julho até setembro. As duas primeiras provas foram suficientes para eu começar a entender porque o nome da escola era Baekpeo High School. Eles realmente exigiam o seu cem por cento em tudo. E isso era indubitavelmente irritante e desgastante. Como se não bastasse o cansaço por causa dos estudos, não tive outra oportunidade de ver Taeyeon nessas duas últimas semanas. Apenas conversamos ao telefone as noites e durante durante o horário de almoço na escola, quando alguém tem crédito para fazer uma ligação. A única boa notícia que recebi nesse período é que Taeyeon finalmente saiu do castigo. Estava livre para fazer o que bem entendesse e havia recuperado a posse de seu celular. Isso nos dava mais uma opção de celular para usar nas ligações clandestinas.

 

Em casa, as coisas continuam no mesmo pé, mas com o diferencial de que agora, eu não quero pular no pescoço do meu pai sempre que ele age feito um idiota. Eu apenas quero xingá-lo, e de acordo com Taeyeon, é um bom começo. Papai ainda está mantendo aquela política doméstica de proibir o tópico ‘Kim Taeyeon’ dentro de casa, mas eu já estava planejando algumas situações para forçá-lo a falar sobre isso. Não sei exatamente o que vou fazer, mas ficar de braços cruzados não é uma alternativa possível. Ele precisava entender certas coisas.

 

Hoje era um daqueles dias em que uma bomba nuclear estava prestes a estourar em casa. Durante o café da manhã, papai disse que tem uma notícia importante para nos dar na hora do jantar, e sobre isso, nem minha mãe tinha uma pista do que se tratava. Passamos o dia todo com o coração na mão sobre o que poderia ser essa tal notícia. Acabei preferindo não contar nada à Taeyeon ainda, para não a deixar ansiosa também, afinal, já bastava eu à beira de um infarto.

 

Oito horas em ponto, e nós cinco já nos encontrávamos sentados à mesa. Eu estava super tensa, enquanto Michelle e Leo só faltavam explodir. Minha mãe estava apreensiva e bastante temerosa. Começamos a comer lentamente, e eu pensei que papai esperaria o jantar terminar para soltar qualquer que fosse a bomba que ele havia armado, mas claro que não, claro que ele tinha que fazer isso enquanto todos estavam mastigando.

 

- “Vocês lembram do Eithan? O filho do vizinho lá da nossa casa nos Estados Unidos? Vocês quatro costumavam brincar juntos quando mais novos” - Falou de repente e eu franzi o cenho, ainda com a comida dentro da boca. - “Seria ótimo vê-lo de novo, não é? Aposto que mudou muito desde aquela época-”

 

- “Pai, o que está querendo dizer?” - Michelle perguntou, com uma voz séria. Ela havia engolido a comida as pressas só para fazer essa pergunta.

 

- “Bem, pensando nisso, e nas saudades que todos estamos da famosa comida de vó, eu estou pensando em passar as férias na Califórnia, o que acham?” - Falou, excessivamente empolgado. Todos da mesa o encararam chocados, ninguém conseguiu processar aquela informação rápido o suficiente para falar alguma coisa… Exceto eu.

 

- “Você faz isso de propósito, não é?” - Perguntei, levemente irritada, mas ainda no controle da minha língua.

 

- “Ora querida, você mesmo disse ano passado que gostaria de ver as vovós” - Papai falou, como se fosse para o meu bem.

 

Meus avós, tanto paternos quanto maternos, moravam nos Estados Unidos, mas eu aposto que ele só estava propondo aquilo para me tirar da cidade durantes as férias, quando eu e Taeyeon vamos ter tempo livre o suficiente para nos encontrarmos sem ele saber. Contive o impulso de revirar os olhos, e tentei agir com educação. Era verdade que ele não merecia minha educação, estava sendo idiota e escroto de novo, mas ser grossa com ele e faltar com respeito não parecia estar ajudando em muita coisa. Percebi isso depois daquela conversa que tive com Taeyeon em sua casa.

 

Ele ainda era meu pai, e se eu quisesse reconhecimento por esse relacionamento, eu teria que provar que sou uma pessoa melhor ao lado de Taeyeon, e não uma pessoa mal educada. Injusto sim, já que uma coisa não tinha a ver diretamente com a outra, mas eu não queria dar motivo nenhum (nem mesmo um motivo injusto) para que ele continuasse desaprovando nosso relacionamento, apesar de não saber que ainda estamos em um relacionamento, mas ele vai descobrir mais cedo ou mais tarde de todo o modo.

 

- “Eu estava pensando numa reunião em família, como nos velhos tempos-” - Ele desembestou a falar de repente, mas eu o interrompi.

 

- “Pai” - Chamei, recebendo sua atenção de imediato. - “Isso tudo é só para me manter longe de Taeyeon, não é?” - Perguntei com honestidade, mas sem nenhuma grosseria em meu tom. Michelle, Leo e minha mãe permaneceram em silêncio, acho que perceberam que aquela discussão era algo que eu deveria ter sozinha com ele.

 

Meu pai mastigou a comida algumas vezes de forma lenta, e desviou o olhar do meu. - “É um dos motivos, sim”

 

- “Por que?” - Perguntei. - “Por que faz isso? É mesmo pelo meu bem? Qual é o problema de me deixar namorar Taeyeon?”

 

- “Tiffany, nós já-”

 

- “Sim, já tivemos essa conversa várias e várias vezes, mas desta vez, eu estou tentando te entender, e gostaria que o senhor fizesse o mesmo comigo” - Comentei, com um pouco de mágoa. Se ele tivesse tentado, desde o começo, como minha mãe fez, as coisas não teriam chegado à esse ponto. - “Pai, a Taeyeon… É uma das melhores coisas que já me aconteceu. Ficar longe dela está sendo tão difícil!” - Desabafei. - “Eu realmente não consigo ser feliz da forma como o senhor quer que eu seja, eu só sei ser feliz ao lado dela. Então, por favor… Pare de tentar tirá-la de mim”

 

- “Tiffany, você ainda é muito jovem para saber o que-”

 

- “Eu sei o que eu quero, pai” - Falei, e por um milagre, não ergui o tom de voz, falei com firmeza, mas ainda assim, sutilmente. - “E sei que o senhor acha que o que nós temos não é real o suficiente, não é amor de verdade”

 

- “Não, não é” - Murmurou.

 

- “Se eu tivesse pelo menos uma chance para provar que o senhor está errado, para provar que Taeyeon me faz feliz e que se me apaixonar por ela fosse de fato uma escolha, seria a melhor escolha da minha vida inteira… Se o senhor me deixasse mostrar nossos sentimentos, tenho certeza que mudaria de ideia” - Falei tristemente e ele abaixou a cabeça. Caímos em silêncio profundo e eu notei que aquela conversa não teria mais futuro. - “Perdi a fome.” - Anunciei fracamente antes de me levantar.

 

- “Filha…” - Meu pai chamou.

 

- “Não vamos mais falar sobre isso, pelo menos não hoje.” - Cortei. Apesar de ser um assunto que eu adoraria discutir até conseguir convencê-lo, continuava sendo infinitamente desgastante. - “E sobre a viagem para os Estados Unidos… Se o senhor decidir que iremos fazê-la, eu espero que seja pelos motivos certos. Porque eu te asseguro que mesmo do outro lado do globo, eu vou continuar amando Kim Taeyeon”.  - Foi a última coisa que falei de antes de subir as escadas e andar direto para o meu quarto. Seria uma longa noite.

 

 

 

 


Notas Finais


Opa, Tiffany calou um certo alguém ali -n hueheuheueh

Bem, é isso, espero que tenham gostado~ E por favor, não me matem pelo corte no smut :v Uma conversa séria entre Taeny era meio que necessário gente, qualé huehueheu Sem violência .-.

Deixem seus comentários ai, se sentirem vontade, claro, e muito obrigada por lerem :3

Até semana que vem o/

PS: Vamos amigar no tuiti: @ _DongBangPeia

:3


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