1. Spirit Fanfics >
  2. Opposite Souls (EM REVISÃO) >
  3. The bed's getting cold

História Opposite Souls (EM REVISÃO) - The bed's getting cold


Escrita por: badsizzlwr

Notas do Autor


OLÁ OLÁ, BEARS! MEUS QUERIDOS BEARZINHOS, EU SÓ TENHO A AGRADECER VOCÊS PELO QUE ESTÃO FAZENDO POR MIM. EU AMO VOCÊS, DEMAIS. OBRIGADA POR ACOMPANHAREM A FANFIC E NÃO DESISTIREM DA BAGUNÇA QUE EU SOU 💙
Mas, voltando ao normal agora, eu só tenho a agradecer vocês por me dar em essa oportunidade de criar essa fanfic. 142 agora! 142 pessoinhas lendo essa história... DEUS, O QUE TÁ ACONTECENDO?
Chega de chilique e vamos lá!
Boa leitura amoras! 💙

Capítulo 45 - The bed's getting cold


Fanfic / Fanfiction Opposite Souls (EM REVISÃO) - The bed's getting cold

Eu sei, eu estava com você ontem à noite 

Mas parece que faz tanto tempo 

E todos que estão por perto, eles sabem 

Que eu não sou o mesmo quando você não está. 

Visualizar a minha mãe fragilizada na cama era uma das coisas que eu me negava aceitar, pois a força dela e a sua determinação sempre fixaram explícitas, ela nunca negou mostrar seus pontos mais fortes. 

Mas havia algo nisso tudo que eu ainda não conseguia compreender. Haviam coisas sobre ele que ainda não foram reveladas. Haviam coisas que só ela sabia. Só ela poderia o destruir, afinal. Mas... por que apenas ela? O que ela quis dizer com isso? 

POV Justin

Tateei o lado direito da cama e percebi que ela não estava ali, não mais. Por um breve momento isso não me incomodou, mas depois que me toquei isso mudou. Me deixou puto. Me fez levantar desesperado como nunca antes me perguntando aonde ela estava? Em questão de segundos, sem ela ali, do meu lado, eu paralisei. 

Saí da cama as pressas e procurei por indícios de que ela pudesse estar aqui ainda. Ela não é louca de voltar para aquela casa sozinha. Ela ainda tem juízo. 

Todos os quartos foram vistados, tudo, mas não havia nada. Sumiu. Eu fui burro de deixar isso acontecer. Estava tudo certo. Ela tinha caído certinho no meu papo de voltar para casa um dia depois e a Susan largar uma desculpa qualquer pro babaca lá esquecer dela, mas parece que não foi bem assim. Tinha tudo em minhas mãos. Armar um flagrante e pôr ele atrás das grades, no lugar dele. Pelo visto não foi o suficiente. 

— Sean? — gritei, saindo de casa atrás do desgraçado que deveria ter impedido ela de sair. — Seu porra, aparece! 

— Que foi, patrão? — perguntou com cara de idiota. 

— Eu que pergunto. Cadê a minha mulher? 

— Por aqui ela não passou!

— Acha que eu sou otário? 

— Que isso, patrão. Claro que não. — ele disse, recuando um passo, colocando as mãos em frente ao corpo. 

— Então me diga aonde ela está. Por aqui ela deve ter passado. — falei. — Anda, porra! Abre a boca! 

— Patrão... 

— Sean, só me responda o que eu te perguntei. Nada de enrolação. 

— Mas é que a patroinha não passou mesmo por aqui. Pelo menos eu não vi. — coçou a cabeça. 

— Cadê os bostas dos seus colegas? — me irritei com aquele lenga-lenga. 

Ele apenas apontou com a cabeça e mostrou os incompetentes jogando conversa fora. Segui até eles e os mesmos se calaram diante da minha presença. 

— Cadê a minha mulher? Onde a Lily está? — esbravejei para eles. 

Ninguém respondeu nada. Todos ficaram me olhando como se fossem aquelas estátuas falsas de NY. 

— Você deveria saber, Justin. Afinal, a mulher é sua! — a voz de Scarlett soou atrás de mim, me fazendo virar alvoroçado, me perguntando o por quê de ela estar ali. 

— Não falei para você vazar? 

— É, mas eu não sigo suas ordens. Você sabe... Com você é a mesma coisa. — ela disse, dando um risinho falso. — Mas, e aí? A pirralha sumiu mesmo? — pareceu contente com a informação. 

— Você não tem nada com isso... Ou tem? Você sumiu com ela, Scarlett? — supus, a acusando de forma proposital. 

— Ei, sem acusações falsas. Tem provas que eu fiz isso? Checa a sua câmera, verá que foi incompetência de seus seguranças que não tiveram tempo de parar a garotinha. Já eu, não tive nada com isso!

Olhei para eles e eu podia sentir o medo deles de perto, só inalando o mesmo ar que eles. 

— Vão negar, meninos? — ela perguntou, incentivando eles a assumir o erro. 

— Patrão, eu corri atrás dela, mas o táxi já tinha vazado. — um deles confessou quando eu estava prestes a ver a imagem das câmeras. 

Mas, que porra! 

— E não seguiu ela por quê? Ela é a minha prioridade e eu dei uma ordem a vocês e vocês só tinham que cumprir. É tão difícil parar uma garota de 17 anos? Qual a dificuldade de fazer isso? — vociferei tudo, sentindo raiva de mim mesmo sabendo que deixei ela voltar para lá. 

— Sua prioridade? Virou babá? — Lety ironizou. 

— Cala a porra da boca, Scarlett! 

— Ai, Justin. Qual é? Ela foi. Não quis ficar. Você não pode obrigar ela a ficar. — ela revirou os olhos. 

— Eu posso tudo, cacete. — falei. — Aliás, o que você está fazendo aqui ainda? Suma! 

— Você pode ter me tirado da sua casa, mas não dos seus negócios. Ainda trabalho para você, amor. 

— Scarlett... 

— O que é? Não posso te chamar assim? Nunca era contra quando me levava à loucura. — respondeu. 

— Vadias como você se contentam com qualquer coisa. — disse com desdém. 

— Se ofendendo tão cedo? 

— Já me ofendi quando deixei a minha mulher voltar para o lugar que ela nunca deveria ter pisado. 

— De novo essa mesmice de "minha mulher fugiu", "não deveria ter deixado isso acontecer", "blá-blá-blá". Já cansou. — murmurou, não querendo saber do assunto. — Vocês nem casaram. Menos, Justin. Desde quando você leva um rolo a sério? 

— Desde quando ela me mostrou o que era isso, ter um relacionamento. 

— Tivemos um, foi tudo enganação. E aí, você lembra? 

— É, e aí você aproveitou que eu estava vulnerável e me abandonou naquela clínica. E aí, você lembra? 

— Você nunca se importou com as minhas visitas, Justin. Sempre que eu tentava te ajudar você me esnobava. 

— Eu tinha motivos. Você me colocou lá junto com aqueles que eu chamo de pais. 

— Eu só queria o seu bem. — afirmou. — A pirralha também faria isso. Vai dizer que é mentira? Imagina ela no meu lugar naquele dia. Imagina ela te vendo assassinar todo mundo por causa de um trauma. Imagina aquela garota vendo você morrer por dentro e tentar fazer de tudo para te ajudar, como eu fiz. 

— Não muda de assunto. — murmurei, negando os fatos. 

— Quer saber? Esquece. Esquece! — ela se irritou, se segurando para não deixar suas lágrimas caírem, sua voz dedurava que a mesma queria se acabar ali mesmo. 

— Lety... — sussurrei. 

Por mais que eu tente negar, tem alguma coisa nela que ainda me prende a esse ser humano atraente dela. Mesmo eu não querendo mais saber dessa porra, um caralho de coisas me prende a ela. Que merda, Lety! 

— Tchau, Justin. — ela disse, voltando de onde veio. 

Fui para dentro de casa e esperei um tempo, pensando no que faria para tirá-la de lá. Chaz tinha um bom plano, mas eu tenho certeza que armar um flagrante e colocar esse cara na cadeia vai ser bem melhor. Eu só tinha que pensar em um jeito de fazer isso. Só preciso das coisas certas e tempo. Mas não há tempo. Eu não quero perder mais tempo. Não vou fingir que nada está acontecendo porque está. 

Peguei a jaqueta e joguei para trás das costas, colocando o meu óculos. Segui até o depósito e lá encontrei Chaz e Ryan trabalhando no roubo do cofre. Ainda tinha isso, mas não é mais importante que a minha família. 

— Aí, rapaziada. Desliga tudo isso. Esquece o roubo por enquanto. — falei, arrancando os fios da tomada, desligando os equipamentos do Chaz. 

— Ah, cara! Fala sério. Faltava pouco... 

— Meu irmão, que história é essa? Esquecer o roubo, é brincadeira né? Até porque tempo é o que não temos. — Chaz reclamou, intrigado com a minha decisão. 

— Foca aqui, Charles! — estalei os dedos perto do rosto dele, puxando uma cadeira para me sentar. — Preciso armar um flagrante. — falei e eles se olharam, com certeza achando a minha ideia estúpida. 

— Para? — Ryan perguntou. 

— Mark Thompson. 

— Mas, hein? — perguntou confuso. 

— Escuta, não dá mais para aguentar a Lily nas mãos dele. 

— Tá, mas já temos um plano. — Chaz disse, referindo-se ao plano dele. 

— Você tinha. Eu não concordei com nada. 

— Como não? Eu já falei com o cara, ele está falsificando as notas. Justin, não dá para ficar devendo o cara. — Ele vai querer a grana; o pagamento, você sabe disso. 

— Eu não sei de nada. O parceiro é seu, se resolva com ele. — falei, jogando o problema para o Chaz.

— E como pretende armar o flagrante? — Ryan mostrou interesse no assunto, perguntando sobre. 

— Já pensei em tudo. — falei, relaxando na cadeira.

— Claro que pensou. — Chaz murmurou. 

— Christian vai invadir a casa do George e pegar alguma coisa de valor de lá. Depois vamos ter que dar um jeito de tirar Mark da casa dele e aí, Chaz fica com a tarefa de tirar a Lily e a sogrinha daquela casa. Eu e Ryan vamos nos encontrar na fronteira e tentar atrair Mark até onde estaremos. — contei, detalhe por detalhe, não me contentando com a expressão deles. 

— [...] uau. — Somers falou depois de um tempo. 

— Ah, Jasmine chamará a polícia. — falei o detalhe que esqueci. 

— Isso, chama a polícia. Vá preso e se fode. — Ryan revirou os olhos. 

— Quis dizer que ela vai chamar o Alfredo e alguns dos amigos dele. Depois, quando estivermos vem longe da fronteira e com tudo em cima, eles chamam mais gente e colocam o cara atrás das grades. 

— Alfredo? Sério? — Chaz perguntou e gargalhou. — Cara, vamos falsificar o dinheiro. 

— Espera aí, Somers. Talvez seja melhor armar um flagrante. — Butler ficou do meu lado, defendendo o meu plano bolado em questão de segundos, sem uma fonte em si. 

— Qual é, Ryan? Como vamos atrair o cara para a fronteira? 

— Com o dinheiro. Faremos tudo junto. Falsificação, flagrante, tudo. — falei. 

— Então, entregaremos a grana na fronteira e... 

— Ele será pego, exatamente. — falei, tirando o óculos, dando um risinho de vencedor. 

Eu sabia que daria certo. Mesmo sendo pouco planejado, não tem como falhar. O cara só quer a grana, daremos isso a ele. A Lily se livra do criminoso que a comprou e a mãe dela do Mark. Pronto. Ainda salvei a sogra. Mais generoso que isso só distribuindo doces pela rua. 

— E a venda da empresa? — Ryan questionou, tocando no pronto principal. 

Pensei em como resolveria isso tendo em mãos a liberdade de minha mulher por um tempo e bufei. 

— Ivan. — disse, batendo na cadeira. — Ivan fica encarregado de se livrar de toda aquela papelada. Quem melhor que ele para fazer isso? Tem uma cara de empresário, um empresário fodido, mas tem. — o ofendi, mas não de propósito. 

— Então, beleza. Por mim está tudo certo. — Somers disse, aceitando o novo plano. — Mas e o roubo? — perguntou, dando mais importância a isso. 

— Que se foda o roubo por enquanto, Charles. — bufei, esbravejando pela incapacidade dele ver o que mais estava em jogo no momento. 

— Da até um orgulho ver você apaixonado, cara. — ele murmurou, sarcasticamente. 

— Nada disso. 

— Acha que o Ryan não estava no dia que você fez uma declaração para a dona do seu coração de gelo domável? — zombou. 

— Menos, porra. — travei o maxilar, ficando sério. 

— Ah, a gente tem vídeo e tudo mais. Todo mundo viu, Justin. Não adianta negar, irmão! — socou o braço do Ryan, que pareceu ignorar tudo que estávamos falando. 

— Quer saber? Continua o que vocês estavam fazendo. 

— Espera, espera! Quando vai acontecer o flagrante? — Ryan perguntou. 

— Assim que a falsificação do dinheiro ficar pronta, camarada. — levantei a sobrancelha, para afirmar a minha resposta. — Só espero que seja logo. — sussurrei para mim mesmo, pedindo em pensamento para ela estar bem. 

POV Ryan

O jeito de Rebecca sempre me interromper já sabendo sobre o quê o meu assunto tratava-se me irritou. Todas as vezes que eu tentava esclarecer para Lily o quanto eu sentia muito por saber de tal coisa e esconder dela por tentar tê-la em meus braços Rebecca me cortava, me repreendendo com o olhar, passando a mensagem com apenas um suspiro. Eu sabia que se eu contasse, talvez, ela não olharia mais na minha cara, mas ela teria que entender o meu ponto de vista, o que eu queria em troca do meu silêncio: ela. 

A pior parte, mas a melhor que um ser humano poderia ter, do meu caráter – para mim – é ser honesto. Não que isso seja ruim, é uma coisa boa, mas que pode te colocar em uma encrenca enorme caso quebre a honestidade que sempre cultivou. Mas isso me faz perder tantas oportunidades que eu vejo isso como a pior coisa em mim. Eu não consigo ser desonesto com ela, com a Lily. Não consigo mentir para ela, mesmo que seja para me sair bem. Não dá, definitivamente. É só olhar para ela que eu já sinto a vontade de contar tudo sem hesitar. 

Por um lado, a magoaria, por outro estaria a alertando do cara que está ao lado dela. Christian é outro corno. Não sabe a mulher que está sob seus braços, debaixo do seu teto. Ninguém sabe. Apenas eu e Rebecca sabemos que Justin traiu a Lily com a Jasmine, mesmo estando separados. Apenas ela, Johnny e eu sabiamos que eu sabia que aquele plano de Scarlett era tudo mentira. Tínhamos como provar, eu tinha, mas Becca achou melhor deixar isso de lado já que os dois não estavam mais juntos para não criar mais expectativas para a Lily. Mas eu queria, como eu queria contar tudo. Porém não teve como, não com Rebecca do meu lado. 

— Ryan, guarda essa língua dentro da boca e tente não arranjar confusão com a Lily outra vez. Se ela souber que você sabia toda a verdade, que tinha como provar todo esse tempo que aquele exame era falso e não moveu um dedo para revelar, ela nunca irá te perdoar. Entenda, é para o seu bem. Não conte, isso já passou, eles estão juntos. Esqueça isso de uma vez. — Rebecca gritava dentro do carro, incomodada com o meu atrevimento com a Lily para contar tudo. 

— Não importa se já passou e que eles estão numa boa, eu quero contar. Eu não gosto de mentir para ela. Eu não gosto de esconder as coisas da Lily. Mesmo eles estando juntos, eu preciso. 

— Ela está feliz. Não era isso que você queria: vê-la feliz? Então, ela está. Caso você conte ela não só ficará incomodada, mas também passará a não confiar mais em você. A amizade de vocês dois está por um fio e você quer arrebentar tudo sem pensar em uma saída? 

— Você sabe que não é só isso. Ele traiu ela com a Jasmine. Ele traiu o Christian. Logo ele que não suporta traidores. Ela precisa saber. — falei, esclarecendo o que eu queria, não para o mal dela. 

— Isso foi muito antes. Eles estavam separados, completamente afastados um do outro. Eu vi aos olhos dela como ele é quando não há pessoas perigosas por perto. Sinceramente? Ele é como você, como o Chaz, Christian, como todos que o rodeia. E podendo o enxergar desta maneira eu pude reconhecer o Justin por quem ela se apaixonou. E, Ryan, eu não quero estragar isso. Meus pontos negativos com ele foram todos esquecidos. Agora eu que quero ver a Lily feliz, nem que seja ao lado dele. E eu não vou deixar você estragar isso por honestidade. 

— E quanto ao que ele fez a ela no passado? O quão mal ele a tratava? Os machucados, aquelas manchas roxas na pele dela... Você vai esquecer isso também e apostar na relação deles? 

— O que aconteceu foi passado. Se ela voltou com ele é porque há algo nele que a faz querer ficar. Se isso a incomodasse pode ter certeza que ela há teria desistido dessa relação faz tempo. — ela disse, estalando os dedos no meu rosto. 

Suspirei. A verdade é que Lily sempre suportou os maus-tratos dele, sem dizer seus contras por medo do que ele poderia fazer a seguir, mas eu nunca aceitei isso, diferente dela. Eu não aceito que homem levante a mão para uma mulher. Não aceito que batam na minha Lily. 

— Ela está feliz ao lado dele. Eles terão um bebê. Justin vai construir uma família com ela e não se mostrou descontente com a notícia. Eles estão felizes, Ryan. Agora é a sua vez. Você precisa ser feliz... Sem ela. — ela falou, tocando o meu ombro amigavelmente, sorrindo de lado. 

— Sem ela? — perguntei, gargalhando fraco. — Eu nunca a tive para começar a viver sem ela. Mas eu sei que posso fazê-la feliz. 

— Eu também sei disso, mas as coisas mudaram. 

É, as coisas realmente e infelizmente mudaram. Antes ela me via apenas, mas agora eu sou aquele amigo que empresta o ombro quando algo inconveniente acontece. Agora que ela tem quem sempre amou, eu sou apenas o Ryan Butler. Sou apenas um dos melhores amigos dela. Sou o cara no banco de reserva. Porém sempre que eu pensar que posso avançar o sinal, ele voltará. Alguma coisa nela irá alertá-la de que há alguém que ainda a ama, mesmo fazendo da vida dela um inferno. Sempre que eu pensar que posso mostrar quem eu posso ser, eu serei jogado para escanteio. Serei espontaneamente descartado. 

Mas quem disse que isso entra na minha cabeça? 

É. Isso é um exemplo de como ela pensa. Sabe que alguma hora aquele Justin de antes voltará e se arrependerá de ter se rendido aos braços dele, mas esse pensamento mora no fundo da cabeça dela. E eu, bem... Sei que quando isso acontecer eu serei aquele que ajudará a juntar cada caquinho do coração dela e, depois de fixá-lo, Justin pedirá desculpas e ela correrá para os braços dele novamente. 

Eu tento julgá-la por agir desta forma, mas eu faço a mesma coisa e não percebo. Mas tenho consciência de que depois quem sairá machucado serei eu. Pode ser que meu coração se engane e isso me ajude, mas está longe disso acontecer. 

Acho que o meu lugar é mesmo como o amigo que aconselha e se fode. É, Ryan. Esse é você, amigo. 

POV Justin

Tudo bem. O processo do roubo está quase finalizado. Uma preocupação a menos para mim. Essa é uma notícia boa, era para eu estar comemorando, mas eu só consigo pensar nela. Como ela está? O que fizeram com ela? Eu poderia invadir aquela casa e tirá-la de lá, mas tenho consciência do quanto isso pode ser perigoso para ela e o bebê. É só por esse motivo que eu ainda não a tirei daquela casa à força. 

— Justin, relaxa a cabeça, irmão. 

— Christian, não estou a fim. 

— Eu sei que queria ela aqui, mas, cara, você sabia que iria acontecer. — ele disse, mas eu interpretei isso como uma ironia, como se ele estivesse tirando sarro do que ela fez. 

Respira, cacete. Segura essa marra e foca no plano. Esquece esse otário. 

— Por que não liga para ela? — Charles perguntou, calmo, como se eu já não tivesse pensado nisso. 

— O celular dela está grampeado, inteligência. — respondi, seco.

Ele riu e veio até mim com outra garrafa pequena de cerveja. Me entregou e deu dois tapas nas minhas costas. Ele olhou para o chão e deu um gole na cerveja, saboreando e depois de um tempo se afastou. 

— Não disse para ligar para o número dela, disse para ligar para ela. — ele disse, me confundindo. 

— O quê? — perguntei, pensando na possibilidade de ele estar me sacaneando. 

— Cara, o celular que eu deixei na bolsa nela. Lembra? Eu disse que ela poderia usar para falar com a gente de vez em quando. — ele disse. 

Senti minhas mãos pegarem fogo, formando-se em punhos. 

— E só agora você diz isso, caralho? — ele se encolheu na cadeira do depósito e virou-se para o computador, fingindo estar analisando alguns arquivos. — Qual é o número daquele celular? — perguntei. 

Fui até ele e puxei a cadeira para frente, deixando ele cara a cara comigo. 

— Qual? — repeti a pergunta. 

— É o meu, Justin. O meu número. — ele disse, se ajeitando na cadeira. 

Caminhei para fora do depósito e disquei o número dele, sentindo raiva por ela não ter atendido assim que tocou. Fiquei ainda mais irado por ter sido ignorado. Chamada encerrada. Sabe o quanto isso é chato? Tem que atender na hora. Tocou, atende. Não tem essa de demorar. Ainda mais quando se trata de mim. Mas, que merda! 

Tentei outra vez e assim fui levanto a tarde. Nem que eu tivesse que ligar até à noite, eu iria. Uma hora ela atenderia. 

E quando eu menos esperei eu ouço a sua voz desesperada pedindo por respostas. Talvez ela também não tenha visto o Charles colocando o celular lá. 

— Desgraçada, por que fugiu? — falei assim que ela atendeu, soltando um risinho nasalado. 

Que celular é esse? — foi a primeira coisa irritante que perguntou. — Como ele parou aqui? 

— Isso não importa agora. 

Eu vou jogar isso fora. — ela murmurou. 

— Faça isso que eu te esquartejo. — retruquei. — Eu quero saber o motivo por ter fugido em plena madrugada. Eu disse que não era para voltar, disse que não queria. 

Eu não deveria nem ter saído, Justin. — ela disse, com a voz chorosa. 

— Por que está dizendo isso? Não gostou de passar a noite comigo? Não foi bom para você também? 

Foi, claro que foi! Foi maravilhoso, Justin! — afirmou, rindo por nervosismo. Notei em sua voz o medo. — Mas isso afetou a minha mãe. Ele a agrediu. A minha saída quase acabou com a vida dela.

— Ele encostou um dedo em você? Lily, ele te machucou? — deixei a irritação visível em minha voz.

A questão é que nem eu suportava bater nela. Ver aquele rosto suplicar para parar sempre vagava em minha cabeça quando ela estava longe e isso me deixou perturbado, culpado mesmo. Agora, eu quero impedir que repitam com ela o que eu fiz. 

Não, não. Ele sumiu. Me ameaçou, mas assim que abriu a porta do quarto em que ela estava foi embora. Eu estou com medo, Justin. Quero que isso acabe, amor. 

— Eu também, Lily. Saber que isso está acabando com você me deixa puto por não ter um plano reserva em mãos. 

Não é culpa sua. 

— Já tentei pensar assim, mas a culpa é toda minha. Eu assumo isso para você. — mordi o lábio com força, passando os dedos entre os fios do cabelo. — Ele ainda está aí? — perguntei, correndo até o carro. 

Não. Parece que não vai voltar tão cedo. — respondeu e soltou um riso nervoso. 

Eu pude imaginá-la sorrindo desse jeito. Sem graça. Passando a mão nos braços pelo nervosismo e mordendo aqueles lábios tentadores. Eu a imaginei como eu queria. Sem medo, apenas nervosa com alguma coisa que eu tenha feito. Talvez com uma surpresa minha ou, sei lá, um pedido inesperado. 

— Eu vou aí. — falei, sorrindo. 

Não, Justin. A sua presença aqui só vai piorar as coisas. — ela disse, sussurrando. 

— Por que está falando baixo? — perguntei. 

Justin, eu preciso desligar... 

— O que houve? Ele chegou? O filha da puta está aí? Eu vou deixar um recado no meio da cara dele. 

Não, acredito que não é ele. — ela disse e isso gelou o meu peito. 

Momentaneamente eu vi a imagem do cara que iria comprá-la para satisfazer seu prazer na cama. Me veio a imagem dele a maltratando como eu fiz. Eu o vi no meu lugar. Isso só me bateu um desespero. 

— Estou chegando aí. — desliguei e joguei o celular no banco, pisando fundo.

Antes eu pude escutar suas súplicas pedindo para não ir, mas isso não vai me fazer mudar de ideia. Eu quero saber quem está com ela. Quero entender a merda que estava rolando há minutos atrás. 

Eu não estava com cabeça para parar o veículo no mesmo lugar de sempre para não ser visto, eu ia parar bem na frente da casa e passar por qualquer um que tente impedir a minha entrada. Mas assim que eu vi um carro branco com vidros completamente escuros eu não tive escolha e parei, nem tão longe e nem tão perto da casa. Eu só precisava ver tudo atentamente para saber quem estava lá e tentar descobrir o que queria naquela casa. 

Na hora em que o cara saiu do carro eu não tive outra reação sem ser sentir minha mão latejar de tão forte que eu apertei o volante. Me aproximei mais do vidro do carro e forcei os olhos para enxergar melhor para ter certeza do que eu estava vendo. Eu bebi umas, poderia estar delirando. Porém não estava. O cara que compraria ela estava saindo do carro, prestes a entrar na casa. 

Eu queria sair do carro e acabar com aquela palhaçada, mas parecia que tinha alguém me segurando dentro do carro para me impedir de sair ou mover um dedo. 

Minha dúvida era se ele levaria ela. Se isso acontecer meu plano iria por água abaixo. Não teria como resgatar ela, meu sacrifício para protegê-la seria de graça. Pensa. Ela ainda não entregou o dinheiro, Mark ainda precisa dela. Não é hoje, Bieber. Ela ficará por um tempo, por pouco tempo, porque eu vou acabar com isso. 

Ficar esperando um sinal de saída daquele cara era um inferno, estava indisposto, não estava nos meus planos passar o resto da tarde ali. Mas era o único jeito menos chamativo que eu achei no momento. 

Quando eu menos esperei, ele passou pela portaria, e ela não estava com ele. Não ver a Lily com ele já foi um motivo conveniente para eu agradecer em pensamento. Porém, havia uma questão aí: o que ele foi fazer na casa? E mais, demorou tanto para que? 

Não hesitei em ligar novamente para ela, que no mesmo instante atendeu. 

— E aí? O que aconteceu? — perguntei. 

Justin, para de ligar! — ela pediu, respirando ofegante. 

— Vai tomar no meio do seu cu e me responda. 

Para de ligar e para de ser grosso.

— Me responda e quem sabe eu penso no seu caso. — bufei com a enrolação dela, procurando por paciência. 

Aconteceu que um homem entrou aqui e conversou comigo. — ela decidiu me responder, mas estava escondendo algo.

— E...? 

Eu não sei. Eu não entendi o que ele queria, mas deixou claro que era comigo que queria conversar e não com o Mark. 

— E o que ele perguntou? Sobre o quê vocês conversaram? — tentei me aprofundar nisso, mas ela não estava cooperando. 

Eu disse que não entendi o que ele queria. 

— Lily, eu preciso de detalhes! Informações, conhece? 

Para de gritar, Justin! — falou no mesmo tom. — Ele estava se referindo a uma compra. Como eu disse, não entendi o que ele queria com isso, mas a sensação de ter ele por perto me arrepiou. — o tom de voz dela mudou, parecia que ela estava com medo. 

— Compra? — perguntei. 

Óbvio que a compra no caso era ela, mas eu precisava de mais, algo que ela estava guardando para si mesma e ainda não percebeu. 

Ele falou algo sobre ter feito uma boa compra e que o material, aos seus olhos, era de boa qualidade. Mas eu não vi material algum. Disse que não se arrependeu em ter negociado e depois me olhou estranho. Eu senti medo, senti uma coisa ruim dentro de mim. 

Agora não restava mais dúvidas, mas ela não percebeu. Uma corrente de ódio percorreu o meu corpo e minha cabeça condenou a vinda dele nesta casa. Ele estava condenado. A vida dele já era. Ninguém vai receber ou tentar negociar algo novamente, ainda mais tendo como produto a minha garota. Isso passou dos limites. Mark está se metendo com quem não deve e tentando ocupar o meu território. A minha pergunta era: o que ele pretende fazer? O que ele ganha com isso? Tem coisas que não estão se encaixando. Tem coisas ocultas. 

— Ele fez alguma coisa com você? Encostou em você? — não era ciúmes, ah, sei lá, para mim não era, mas tudo o que ela falou não ficou no meu agrado. 

Ele não me agrediu, se é isso que quer saber. Ele não me machucou nem nada do que você já não tenha feito. — ela disse, receosa. 

Engoli seco, aceitando a indireta. Mas, porra, eu já disse que me arrependi. Ela vai ficar jogando isso na minha cara até quando? 

Ele entrou no carro e eu vi o mesmo dar a partida. Não fiquei parado, comecei a seguir. Eu tinha que saber onde era a casa desse cara. 

— E você lembra o por quê de eu ter feito isso? Lembra o motivo? 

Como iria esquecer o teu ciúmes possessivo? Sua obsessão maldita? 

— O assunto aqui é o cara. Enterra essa porra de lembrança, esquece isso. — tentei mudar de assunto, mas a garota gostava de guardar rancor e o jogar na cara mesmo depois de um tempo. 

Eu já respondi tudo o que você me perguntou. Quer mais o quê? — suspirou. 

— Ele não tocou em você? 

Eu já respondi isso. Caso queira evitar uma briga, não pergunte sobre isso toda hora. 

— Não agressivamente, intimamente. Ele te alisou? O que ele fez? Você disse que ele ficou te olhando estranho... Foi malícia? É isso que eu quero saber, porra! — fui direto ao ponto, esclarecendo a minha pergunta para ter a resposta certa. 

Sim, quer dizer, não. Eu não vi maldade no toque dele. 

— Você não vê maldade em nada. Não conhece o mundo que vive. — revirei os olhos, notando que a inocência dela ainda vivia naquele corpo tentador. 

Achei estranho, mas não levei na malícia, exceto o olhar dele. Aquilo sim estava malicioso. É como você me olha... 

— Isso já responde tudo. — falei, adotando apenas a última parte da sua resposta. 

Se é como eu, isso não é bom. 

Você está dirigindo e falando no telefone ao mesmo tempo? — ela perguntou, acredito que pelo fato de eu ter acelerado demais e isso ter feito os pneus roncarem alto. 

— Não. — menti. 

É que eu escutei... 

— Isso não importa agora. Eu não estou em perigo, você está. 

Você que pensa. Do mesmo jeito que você se importa comigo eu me importo com você. 

— Em menos de cinco dias você vai sair dessa casa e voltar, se entregar em meus braços. — falei, optando em comentar uma verdade. Pois ela afirmou isso antes de sair da minha casa. 

Parei o meu carro assim que vi o carro do cara estacionar naquela casa de um mutante e comecei a observar o lugar. Aberto e com pouca segurança, daria uma nota razoável para o lugar. O lado bom do razoável é que qualquer invasão terá poucas chances de ser notada se executada com inteligência. 

Tenho minhas dúvidas. — ela sussurrou. — Justin, eu vou ter que desligar.

— Se jogar o celular fora... — não completei, apenas comecei a dirigir para casa depois de ter decorado tudo quando analisei a casa. 

É só você não ligar. Eu ligo, assim não arrumo confusão. — ela disse. — Tchau, Justin. Eu t... — ela não terminou, desligou bem na hora, mas eu sei o que sairia daquela boca. Eu sei o que ela pronunciaria.

Eu te amo. 

Levantei o canto do lábio espontaneamente e, assim que percebi isso, desmanchei o sorriso que se formaria ali. Eu ainda não tinha me acostumado com isso. Ela me apresentou um novo mundo, mas eu ainda não tive a curiosidade ou, até mesmo, a oportunidade de querer conhecer mais sobre essas novas experiências. 

Mas a questão é, que mesmo não gostando, é difícil segurar essa vontade de sorrir quando ela está por perto. Sei lá, cara. Às vezes dá umas vontades loucas quando ela está em minha frente, ou quando eu ouço a voz dela. Porra, irmão, isso é muito melhor que droga. 

POV Tessie

Após ter um breve descanso, antes de Mark chegar e atormenta-la mais um pouco, lembrando-me que faltava poucos dias e reforçando a mesma ameaça sempre que eu dava uma resposta qualquer, Susan afirmou que se sentia melhor. 

Não escondi a minha preocupação por ela, tentava com todas as maneiras encontrar alguma coisa que a fizesse melhor, que tirasse um sorriso espontâneo dela, mas nada vinha em mente. Tudo havia ficado branco. Eu não conseguia pensar em nada do nosso passado juntas. Todas as poucas lembranças que eu tinha de nós duas não ajudavam, pois eram todas em preto e branco. Não havia sorrisos, palavras bonitas. Havia um cara que nos faz mal até hoje. Memórias boas são as que eu tinha com a Claire e o Joey. Mesmo os dois sendo rígidos comigo, eles tinham amor no coração, pouco, mas tinham. 

Ele ainda não tinha vindo aqui, o que foi bom. Susan ainda estava deitada em minha cama, preparando-se para se levantar. Ela, suspirou, e olhou para mim, depois alisou os fios do meu cabelo é riu pelo nariz. 

— O que foi? — perguntei, disfarçando o meu olhar. 

— Quando você era pequena, gostava de deixar o cabelo curto. Me perturbava sempre para que eu cortasse, mas eu não tinha coragem para cortar do tamanho que você sempre quis. — ela respondeu, soltando os meus fios. 

— Eu fazia isso? — perguntei assustada.

— E quando eu negava, você aparecia do nada com uma tesoura na mão e me perseguia pela casa. Você, aos seus 5/6 anos de idade correndo pela casa atrás de mim, media o comprimento dos seus cabelos e sempre que estavam maiores pedia para que cortasse. 

— Eu posso me imaginar fazendo isso. — murmurei, colocando o cabelo para trás. 

Na frente da cama havia um espelho. Olhei para o mesmo e deixei as costas reta, jogando todo o cabelo para trás. Estava em um bom comprimento. 

— Teve um dia que eu tentei te levar ao cabeleireiro, mas você rejeitou porque queria que eu cortasse, uma pessoa de confiança. — ela disse, e eu pude perceber que aquilo a fazia feliz. 

Me levantei da cama e fui andando até uma gaveta da cômoda, abrindo a mesma à procura de uma tesoura. Coragem eu não tinha, mas eu vi a felicidade dela ao se lembrar de uma coisa que eu fazia no passado, quando ainda vivíamos juntas. Ela continuou contando a história, detalhe por detalhe da minha teimosia em querer que somente ela corte. E isso me alegou também, não só a ela, mas a mim. Gostei de saber daquilo. Gostei de ter uma nova lembrança de nós duas. 

— [...] e desde então você continuou pedindo. Até o dia do "acidente". — ela disse por fim, receosa. 

Me virei para ela e deixei a tesoura bem amostra em minhas mãos, querendo que ela notasse o meu pedido apenas com um olhar e pensamentos de mãe. Ela ficou espantada quando olhou e eu pude adivinhar seus pensamentos, que eram os mesmos que os meus. 

— Você não vai fazer isso... — ela disse, sorrindo. 

Sua mão chegou até a sua boca e a tapou no mesmo instante, contendo a risada contagiante dela. 

— Vamos voltar no passado. Mas, agora, não tente aparar só as pontas porque eu vou perceber a diferença! — disse em um tom grave, tentando ser brava. — Eu quero igual ao seu. No mesmo comprimento. 

— Mas seu cabelo é tão lindo... Seria uma pena cortá-lo agora... — ela disse, com compaixão pelo meu cabelo. 

— Eu não me importo! — falei e entreguei a tesoura rapidamente para ela antes que eu desistisse. 

Ela pegou a tesoura e me olhou uma última vez, querendo uma confirmação. Respirei fundo e deu o meu consentimento para que ela prosseguisse. 

Em tempos eu abria os meus olhos para ver aquilo e meu coração se apertava em meu peito. Não lembrava de como aquilo era difícil para mim. Pode ser apenas cabelo, fios retos, mas são os meus fios. É o meu cabelo que está caindo em poucos montes no chão e um pouco no meu colo; na cama. Eu conseguia imaginar uma música triste tocando enquanto via aquelas partes do meu cabelo cair. 

O que eu estou pensando, Deus? 

— Pronto. Pode abrir agora! — ela disse, permitindo que eu abrisse os meus olhos para ver como havia ficado. 

Tomei coragem e fui para frente do espelho, sentindo uma lágrima fria descer do meu olho. Suspirei e abri os olhos devagar, um de cada vez. Quando vi o resultado, decidi abrir os dois e admirar como havia ficado. Foi impressionante. Foi como se o meu desespero em poder fixar feio tivesse sumido. 

— Não tenho palavras...! Mas isso é uma coisa boa! — me expliquei, passando a mão pelos fios meio ondulados. 

Foi uma renovação inesperada. Mas que melhorou o sofrimento dela, pois eu via os seus olhos brilharem diante disso, como se tivéssemos voltado no tempo. Embora pouco arrependimento tenha me tomado, eu gostei. Eu realmente gostei. E espero que o Justin também goste. Bem, tanto faz! 

— Ora, ora. Se não é a mãe e a filha reunidas. — Mark entrou no quarto de surpresa, tendo nossas atenções. 

Susan levantou-se da cama e ficou em minha frente, sendo o meu escudo. Ela estava me protegendo, mas não poderia deixar que ela se machucasse mais por minha culpa. 

— Gostou da surpresa, filha? O que achou do seu Comprador? — ele perguntou, lançando um olhar medíocre para mim, sorrindo maléfico. 

Mas... O quê? 

POV Justin

[...] 

Ela não está aqui. E quando isso acontece a cama começa a esfriar do lado dela e eu começo a não ser mais o mesmo. Não tem como dormir. Não tenho como ficar em paz quando aquela garota está correndo risco. O telefone está em cima do criado-mudo, confesso que espero a ligação dela. Nada faz sentido quando ela não está. 

A minha camiseta está com o cheiro dela, e isso está me matando. A cama, o travesseiro, o lençol, tudo está com o cheiro doce dela. Mas havia algo que ela não levou quando foi embora sem se despedir. Havia algo que precisava da minha atenção, que me lembraria ela. Aquela foto. Foi a única coisa que ela queria tanto, porém esqueceu na mesinha no centro da sala. 

Desci a escada correndo e tratei de pegar a foto com uma certa pressa, ansioso em tê-la em minhas mãos. Estava em um bom estado até, mas haviam partes na foto que estavam riscadas por conta do impacto do vidro. Tirando isso, a foto ainda estava boa. 

Examinei a sala, procurando por um quadro qualquer que pudesse ser usado para colocar a foto, porém todos estavam em uso. Isso não foi motivo suficiente para deixar a foto sem um quadro. 

Peguei um dos quadros e retirei tudo dele, colocando a foto no lugar da outra que eu escondia, virando para o canto da parede. Foto em família nunca foi uma coisa bacana. Após colocar a foto, montei tudo novamente e comecei a subir a escada, voltando para o meu quarto, onde colocaria a foto. E ali, bem ao meu lado, ficaria o objeto. 

O que eu faço de melhor é amar essa garota. Ela foi o meu único acerto e erro. E eu sei que cada sacrifício que eu fizer para tirá-la de qualquer encrenca valerá muito. Não quero saber, eu vou passar o resto da minha vida com ela, até quando eu for para o Inferno, eu ainda vou estar com ela. 

— Vejo você em breve, garota. — sussurrei olhando uma última vez para o quadro, apagando o abajur. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Não foi bem como eu planejei, mas me satisfez muito. E eu espero que tenha sido bom pra vocês tbm 💙


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...