História Orações Suicidas - Do They Care?

Jordan´s POV

Já estou fechado no quarto desta instituição há mais de 3 dias, sem ir á escola. Continuo com as duas ligaduras nos meus pulsos, mas já estou a planear outro método qualquer que me faça morrer de vez. O meu colega de quarto pediu para mudar para outro, e por isso estou sozinho deitado na cama e com as cortinas fechadas, a pensar em morte. Pensamentos sombrios e sangrentos surgem na minha cabeça, não consigo controlar. Sinto um furacão de raiva a passear pelo meu corpo, mas continuo sem conseguir soltar uma única lágrima.  Interrompendo o meu momento de nostalgia, um frade bate á porta e diz me apressado:

- Vista uma roupa decente. Está aqui uma família para adotar um rapaz, e por muito que me custe a acreditar, nunca se sabe se é o seu dia de sorte.

Quase nem reajo, mas um leve esfriado desce pela minha coluna, devido a eu acreditar por algumas milésimas de segundo que eu poderia estar prestes a ter uma família. Isso seria estranho demais.

- Acorda Jordan! Ninguém vai querer um adolescente suicida em sua casa! – digo para mim mesmo, enquanto visto uma camisa cinza.

Saio do quarto lentamente, e dirijo me á sala onde os frades alinham todos os rapazes para que as pessoas que queiram adotar algum possam nos analisar. Quando cheguei vi que já estava atrasado, por isso coloquei me ao lado do último rapaz da linha, que tinha um grande sorriso na cara pronto para ser o escolhido.

O frade apresenta cada rapaz ao casal que por sua vez o segue, com cara de expectativa. A mulher é alta e bonita, com cabelo preto liso e olhos azuis, e um ar simpático. O homem é também alto, com cabelo castanho claro e olhos verdes. Ambos parecem estar na casa dos trinta, e pelas roupas e acessórios percebo logo que são bastante ricos.

- Este é o Mike, tem 13 anos e é um rapazinho muito inteligente! Este é o Logan, tem 10 anos e adora animais! Bom, e por último este é o Jordan e tem 15 anos. – O frade fala sobre mim com um desinteresse incrível, como se eu fosse um traje.

O casal parece que para no tempo e olham para mim como se já me conhecessem há muitos anos. Quando descongelam, afastam se e dizem:

- Prazer conhecer vos a todos! Amanhã eu e o meu marido viremos cá outra vez para vos dizer quem gostávamos que fosse viver connosco. Como sabem um processo de adoção é bem longo, por isso para já ainda nada é certo. Até amanhã frade William.

Mal o casal sai, todos os rapazes começam a argumentar uns com os outros que eles próprios é que iriam ser escolhidos. Eu simplesmente volto para o meu quarto ainda surpreendido com a reação do casal quando me viu. Provavelmente só ficaram assustados com a minha aparência triste e ferida.       

[...no dia seguinte...]

Acordo com alguém a bater me á porta violentamente e logo percebo que é o frade William. Aquele homem odeia me da cabeça aos pés.

- Jordan Edward? Vista se, o casal de ontem ficou milagrosamente interessado por si. Eles querem falar consigo.

- Poupe me frade William.

- Se não for agora ter com eles poderá perder a sua única oportunidade de criar laços com alguém.

Penso duas vezes, e finalmente visto me e dirijo me á sala de ontem, onde o casal está sentado no sofá de pele á minha espera.

- Olá Jordan. Passas te bem a noite? – A mulher diz amavelmente demais

Não respondo, e apenas me sento á frente dos dois no outro sofá, com um ar defensivo.

- Olá, eu sou o Luke e esta é a minha esposa, a Maria. Ontem ficámos curiosos sobre ti, porque foste o único que não manifestas te vontade de ser adotado.

- Errado. Eu não manifesto nenhum tipo de emoção, por isso não se sintam especiais. – digo secamente

- Ouve Jordan, eu e o meu marido estivemos a ler o teu relatório da instituição, e sabemos de tudo o que aconteceu antes de vires para qui. Achamos que mereces uma família. Só te queremos ajudar, podemos?

- Como assim? Vocês vão me adotar?

- Tudo depende de ti. Durante as próximas semanas viremos fazer te uma visita todos os dias, mas a decisão final será tua. Primeiro teremos de nos conhecer, e aí sim, iniciaremos o processo. O que achas? – Maria diz com um sorriso aconchegador.

- Acho que... – ia para dizer que eles só estariam a perder tempo comigo, mas trinco a língua – Acho que podemos tentar – dou de ombros e não mostro qualquer tipo de emoção.

Narrator´s POV

Jordan volta para o seu quarto escuro, pensando que fora a primeira vez que alguém se importou realmente pelo seu bem estar. Ele atira se para cama estreita e desconfortável, e olha de novo para o teto. Involuntariamente, um pequeno e leve sorriso surge no canto dos seus lábios por alguns curtos segundos.

"NO ONE LOVES YOU, NO ONE WANTS YOU, NO ONE KNOWS YOU, NO ONE CARES. YOU´RE SORROWS ARE ONLY YOURS, AND NOTHING CAN FILL YOUR EMPTINESS."