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História Orate - Capítulo 07


Escrita por: purebloodsnake

Notas do Autor


Explicações lá em baixo!
Conferiu tudinho para a leitura? Abriu a mente? Respirou?
Vamos lá:

1) Yoongi está doente. Entendam isso e não julguem a fic como angst só por causa desse capítulo, por favor!

2) Sim. É a Wendy de Red Velvet. Não shippo os dois mas foi o primeiro casal que me veio à mente quando pensei na personagem...

Spoiler demais.
Enfim...
Boa leitura!

Capítulo 7 - Capítulo 07



Os sons que escapavam dos lábios vermelhos com o ar quente me faziam delirar; talvez esse fosse o único motivo para eu insistir em segurar meu ápice, segurava quase com tanta força quanto a que estava usando para manter o quadril feminino parado, enquanto movimentava o meu. Ela gemia tão bem... O dinheiro gasto estava mostrando seu valor.

"Isso!" Ela revirou os olhos. As mãos pequenas e delicadas, com unhas compridas demais, sustentavam o corpo com um pouco de dificuldade já que as pernas estavam bambas e o corpo inteiro dela tremia, naquela posição clássica. Vi as patinhas se fecharem contra os lençóis e isso só me instigou mais.

Eu amava olhar aquilo e admirar como, quando de quatro, uma vagabunda consegue ficar ainda mais fascinante. Gostava da cena das costas lisinhas e do meu pau entrando e saindo daquela cavidade quentinha. Ou era só porque a posição deixava a bunda dela maior? Ela gritou quando comecei a ir ainda mais rápido, eu mordi meu inferior.

Não fazia ideia do porquê estar gastando meu dinheiro com ela, mas foi delicioso quando acabei. Me desfiz como se fosse a única coisa que eu precisasse na vida inteira, soltando a respiração pesada. Sem sons, apenas o ar que me caía como chumbo, mas ainda movi meu corpo contra o da moça mais umas três vezes, antes de finalmente sair de dentro dela.

Foi tão lindinho... Ela caiu devagar sobre a cama e se encolheu toda enquanto eu me sentava, ao seu lado. Encostei as costas na cabeceira e puxei o lençol para cobrir minha nudez. Eu não gostava de ver como minhas pernas eram mais femininas que as dela, por isso preferi olhar para ela. A respiração da minha menina parecia mais falha que a minha.

- Você está bem? - Não sabia ao certo se eu falava sobre a agressividade que eu havia usado, marcada em cada pedaço do corpo pálido da garota, ou sobre seu psicológico, provavelmente destruído.

- Não finja se importar. - ela se sentou devagar, escorregando as pernas bonitas pelos lençóis vermelhos de seda. Observei a tatuagem do signo de aquário na parte de trás do ombro esquerdo.

- Você é aquariana? Eu sou de peixes.

- Isso explica porque fica tão bem, dentro de mim.

Eu ri. Me aproximei dela na cama. Ela estava de costas, vestindo o sutiã cor de vinho, como se nada houvesse acontecido. Me encaixei com o rosto em seu ombro e sussurrei contra seu maxilar.

- Son Seungwan...

Senti cada pelo dela arrepiar antes de vê-la virar o rosto e se permitir dar um selar demorado contra meus lábios.

- Wendy. Só Wendy.

Ela respondeu num tom de petição, mesclado a um aviso escondido de que eu não deveria ver a moça com quem estudava naquele momento.

Então ela se levantou, vestindo a calcinha rendada e logo em seguida a calça jeans, justa demais para alguém com coxas tão gordinhas.

As marcas de chupões espalhadas por toda a cintura e por boa parte do colo do seio. Senti algo como "orgulho" ao ver minha tela, antes branca, tão bem pintada.

Minha história com a Son, ou "Wendy" (como eu a chamava na cama), era simples: Ela era da mesma faculdade que eu, trabalhava como secretária e garota de programa. Para ela era só mais um serviço e para mim só mais uma foda. Éramos a dupla perfeita.

Estava sentado ao lado do meu criado mudo, deixando que meus olhos seguissem a moça procurando pelo coturno de salto alto e tratorado. Abri a gaveta e pegar quinhentos reais de dentro da carteira, com os dedos que eu costumava fumar, me fez sentir novamente o peso e os custos de um viciado. Eu poderia fazer tantas outras coisas...

- Você vai acabar me levando à falência, vadia.

Dei um sorriso de canto, cheio de sarcasmo, esticando o braço para que ela alcançasse o dinheiro dobrado. Após se aproximar um pouco, ela retribuiu meu sinismo com um sorriso aberto. Um sorriso puro o suficiente para eu esquecer que estava falando com minha prostituta favorita.

- Você vai acabar me fazendo perder os outros clientes, deprimido.

Ela se curvou para me beijar, enquanto depositava o dinheiro no bolso de trás do jeans de lavagem escura. Nossas línguas se embolaram e então ela finalmente vestiu a última peça que lhe faltava. A camisa justa e preta combinava com ela. Gola alta, mas regata na parte em que deveriam existir mangas. Ela prendeu as madeixas onduladas num rabo de cavalo e bagunçou meu cabelo antes de pegar a bolsa e chegar tudo.

- Vê se não vai se matar, viu? Beijo, beijo!

A voz feminina comentou com a dona já saindo do meu quarto, estalando os lábios rosados em beijinhos soltos pelo ar e acenando com a destra. Eu apenas concordei com a cabeça e ri baixo de como ela podia ser tão meiga e tão podre. Não pelo trabalho de garota de programa, mas Seungwan era uma cobra na faculdade, sequer tinha amigos, e eu era seu único cliente de lá. Os outros eram do escritório. Ela já havia falado sobre, mas... Não me importava... Acendi meu cigarro e peguei o celular, vi a foto de Taehyung em uma bolinha de 8mm, na notificação da mensagem, e meu coração apertou.

- Sinto sua falta... - sussurrei, encostando os lábios na exata parte em que estavam os lábios dele, na tela.

Ele havia me mandado uma mensagem sobre o noivado, que eu nunca visualizei de verdade, que eu não teria forças para ir. Acariciei o celular como costumava fazer com os cabelos castanhos dele. Já fazia quanto tempo? Dois meses?... Ele estava tão bem... E eu precisando de amor, ao ponto de pagar por qualquer sinal de afeto, qualquer companhia, qualquer coisa que pudesse me distrair da vontade de ter Taehyung de volta. Nunca perguntei se ele voltaria para revivermos o nosso nós, mas eu queria muito que alguém perguntasse, que a notícia, de que o queria de volta, chegasse até ele e a resposta voasse até mim... Mesmo que fosse não. Prefiro a dor da certeza que a inquietude da dúvida.

Não sei por quanto tempo chorei, mas só acordei no outro dia.




Sol. Sem despertador. Em dois meses eu fui capaz de ter um pouco de sorte e ganhar uma quantidade interessante na loteria. Começou com uma aposta em relação ao azar... Eu disse que nunca tinha sorte. Namjoon retrucou.

- Você tem sorte em alguns momentos, só não percebe isso.

- Nunca quer dizer "nunca".

E depois de uma longa discussão ele me veio com:

- Vamos apostar na loteria. O resultado sai hoje e existem diversas formas de se ganhar, nem que seja dois reais. Se você não ganhar nada, eu acredito em você. Se você ganhar qualquer coisa, vai ter que assumir que eu tenho razão e 10% é meu.

- Tanto faz, não vou ganhar nada...

Passamos na lotérica e compramos um bilhete cada um, depois de escolher os números e oficializar os papéis como válidos para ganharmos algo, fomos para a casa.

Sentamos juntos para assistir ao resultado na televisão. O café quente na minha caneca e o cigarro na mão do Joonie. Os dois juntos tinham um cheiro bom.

Estávamos com os bilhetes em mãos e eu não sei explicar a tensão sobre os braços do meu melhor amigo. Ele tremia, como se houvesse depositado a vida naquele dinheiro. Eu já não tinha toda essa esperança... Poderia ganhar apenas dois reais, mas tinha certeza absoluta, que não ganharia nada. Quer dizer... Lancei números completamente aleatórios no papel: 13 porque era o aniversário de uma menina que eu gostava, 24 porque havia visto na caixa de lápis da Faber Castell, 17 porque eu não lembrava de nada antes dessa idade, 61 que era até que idade eu queria que meu pai vivesse, 02 porque sempre gostei de pares e 10 porque precisava de um número que terminasse em 0.

Vimos as bolinhas girarem dentro da grade gigante na televisão; a moça bonita tirou a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta e a última. Meus olhos sequer fitaram meu bilhete, até ela repetir todos de uma vez, com aquele sorriso falso de miss que quer a paz mundial.

"E o vencedor é o dono do bilhete com os seguintes números: 13, 24, 17, 61, 02 e 10" e eu estava rico... Mais que rico, para ser sincero... 150 milhões.

Eu não tive reação. Apenas arqueei as sobrancelhas e virei para Joonie com certa desconfiança. Estiquei o bilhete para ele ver os números e voltei a olhar para a televisão, sem falar nada. A mulher ainda falava sobre como se ganhar algo mesmo que não fosse o grande vencedor mas acho que ele não prestou muita atenção no próprio papel. Obviamente... Namjoon ganharia 150 mil.

Olhou para mim e para o meu bilhete antes de levantar como um robô. Abriu a boca para falar algo, mas desmaiou. Olhei seu corpo caído, cutuquei com o pé. Voltei a olhar o bilhete e minha cabeça explodia em ideias de como gastar aquilo tudo... Estalei a língua dentro de minha própria boca.

- Você tinha razão.

Assumi, como havíamos apostado.





Depois disso eu decidi continuar a faculdade, pela minha mãe, que não sabia ser mãe de um milionário, mas tranquei uma semana depois, por não querer mais sair de casa. Acho que me esforcei, por treze dias e trabalhei, talvez pela companhia de JungKook, mas surtei quando vi Taehyung e Jimin almoçando lá e me demiti no mesmo dia.

O mesmo dia em que bebi até Joonie ter que ir me buscar, e isso se repetiu por algumas semanas.

Me demitir não foi muito bom para minha cabeça, já que aquela criatura maldita havia desaparecido e eu havia voltado a ter uma vida extremamente normal.

No mesmo apartamento, sequer pensei em redecorar ou mudar algo, estava apenas vivendo... Me permitia comer as coisas que queria, mas não sentia vontade de nada, além de ficar deitado o dia inteiro.

Perdi as contas de quantas vezes Joonie foi me visitar durante a noite e eu sequer havia escovado os dentes. Ele também estranhou quando ficou lá em casa por quase três semanas e eu só tomei banho duas vezes nesse tempo, tirando o fato de que só sai do quarto para usar o banheiro. Ele estranhou cozinhar para mim e eu não comer. Nam achou que eu precisava fazer algo da minha vida, então voltei para a faculdade. Conheci a Son e minha vida passou a ser apático, tirando os momentos em que eu me equilibrava entre chorar e transar. Pode não ser uma combinação com muito sentido, mas acontecia... Não ao mesmo tempo, óbvio. Seria ridículo... Normalmente chorava depois que ela saía.

Eu me sentia horrível por precisar pagar por aquele contato, carinho ou conversas. Eu me sentia horrível por afastar as pessoas de mim ao mesmo tempo em que as queria por perto. Eu estava horrível porque quando me olhava no espelho, minha olheiras me lembravam o quão acabado eu estava e eu não fazia nada para mudar aquilo.

Eu estava mergulhado; águas densas como petróleo, fortes o suficiente para me prenderem e sufocarem. Minha mão ainda estava para fora enquanto sentia minha alma se contorcer para sair dali, mas eu simplesmente desisti de tentar... Me afoguei quando percebi que Taehyung estava bem sem mim, que Namjoon agora tinha o Jin... Percebi que eu era egoísta demais.

No meio de meus devaneios, não notei quando até meu maior dedo deixou-se afundar e as águas finalmente se aquietaram. O silêncio tomou conta do lago, porque já não havia mais quem lutasse contra ele. Eu deixei que ele me levasse, ainda que fosse para mais fundo.

O dia lá fora começou e terminou e eu não senti apetite. Eu não senti nada.





Mesmo com toda a confusão e a cabeça em desordem, eu ainda podia dizer que minha vida estava calma. Eu preferia não ter percebido isso, já que depois da calmaria, sempre vem a tempestade. Aprendi isso da pior forma possível. Na prática.

O telefone tocou num sábado. Namjoon estava passando mais tempo comigo, por estar preocupado, então ele quem atendeu. Eu ouvi a "conversa", mesmo com a cabeça por debaixo do travesseiro e a consciência perdida no escuro do quarto.

- Alô. Quem fala? É que... Ele não pode atender no momento. Kim Namjoon. O quê? Como?! Céus... Eu vou avisá-lo. Pode me dar o endereço? - a gaveta e o clique da caneta. - Sim... Tudo bem. Qual o número do prédio? E o quarto?... Iremos. Eu prometo...

O tom pareceu preocupado e agitado ao mesmo tempo, eu ouvi quando ele bateu a aliança dourada na porta de madeira.

- Entra.

A porta abriu aos poucos e então vi o rosto moreno contra a luz. Joonie respirou fundo e tomou coragem para entrar devagar no meu universo. A porta se fechou e ele sequer acendeu a luz. Caminhou até a cortina e abriu minimamente, o suficiente para eu enxergar melhor o contorno esguio se sentar na minha cama.

- Suga...

E só pelo "Suga" eu já sabia que era alguma merda.

- Hm?

- Um rapaz que você gosta sofreu um acidente. Ele está internado...

Passaram nomes simples pela minha mente, mas eu ainda não havia pensado naquele e nem estava preparado quando Namjoon mordeu o próprio lábio e soltou de uma vez:















- JungKook.

























Minha cabeça girou. 

- Minha criança.


Notas Finais


Tia Arym ama vocês.

Eu só queria muito dizer que Orate voltou e tá viva, viu? Eu refiz e reorganizei parte do plot. Era para esse capítulo sair maior, sei que ele está minúsculo ( me perdoem bebês! ) mas era só para provar, para quem esperou, que a escritora disso aqui ainda respira e que o apoio de vocês é muito, muito importante para mim!

Vamos lá, atualizando sobre minha demora: Estava com uns problemas sérios na cabeça e não vou me aprofundar muito nos detalhes. Só estou "explicando" para que entendam que esse tempo foi meio que... Necessário, sabe? Eu tive um bloqueio geral por causa de um término e com "bloqueio geral" eu falo no literal...
Deixei de sentir e fazer muita coisa por muito tempo, ainda estou me restaurando, na verdade... Mas chega de falar de mim, vamos falar da minha bebê linda: Orate.

Um capítulo novo a cada dois dias, mas já tá acabando... Acho que acaba por volta de ... Opa! Sem spoiler.

Beijo, beijo! ♡♡♡


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