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História Ordinários - Capítulo 5


Escrita por: Unare

Notas do Autor


Estou realmente contente. Podem parecer poucos, mas vocês valem muito. Obrigada a quem está acompanhando.

Capítulo 6 - Capítulo 5


Fiquei no quarto pelo resto do dia. Não tinha nada pra fazer. Eu já tinha lido todos os livros da casa e nem fazia tanto tempo que morava nela. Peguei o notebook pra me distrair. Também não tinha nada pra fazer nele... Criei uma conta numa rede social, mas eu não soube o que fazer depois. Fiquei encarando a tela por um bom tempo. Até que, só por curiosidade, eu pesquisei pelo Hebrom e acabei encontrando a página dele. E, já que não tinha nada melhor pra fazer, comecei a olhar as fotos.

–Então você falou mesmo com ele? –meu irmão falou atrás de mim e eu tomei um susto.

–Dá pra você pelo menos avisar antes de aparecer aqui?! –joguei um travesseiro nele.

–Pensei que você não soubesse o nome dele.

–De... De quem?

–Não se faça de tonta.

–Eu descobri hoje! E não tem nada demais...

–Tá gostando dele?

–Claro que não! Agora some daqui! Você é que ta gostando da Marisa! –empurrei o Cortês pra fora do quarto.

–Eu? Tá repreendido! Não precisa jogar sujo, só não fica babando muito pelas fotos do garoto, porque sou eu quem precisa levar as roupas pra lavanderia.

–Cala a boca! –bati a porta.

–Ao menos ele não vai ser um cunhado feio!

Afundei a cara no travesseiro. Ainda deu pra ouvir os risos de deboche do meu irmão descendo as escadas. O hobby dele, com toda a convicção do mundo, é me irritar.

Não quis almoçar. Assisti um pouco de televisão e, depois de um tempo, tomei banho e botei um pijama. Voltei a usar a internet, por não ter outra coisa.

Tinha dormido com o notebook do lado, foi sorte ele não cair no chão. Acordei com ele vibrando e fazendo barulho por a bateria estar fraca. Olhei o relógio, faltavam alguns minutos para o Edgar vir me chamar. Fui até a sala, onde ele estava.

–Ué? Como assim você acordou sozinha? Impossível. Você não dorme, garota, você morre... Aí eu tenho que te dar uns choques pra você ressuscitar. –ele estava vendo o noticiário, como geralmente faz.

–Não fui eu que quis acordar. –sentei do lado dele.

–Quésia, já que você tá com essa disposição toda, pega o jornal ali na porta pra mim, por favor?

–Eu disse que não fui eu que quis acordar. –cocei um dos olhos com o pulso.

–E daí?! Eu disse “Por favor”. Isso anula todos seus argumentos. –eu fui, já que era raro ele ser educado assim comigo.

Quando abri a porta, olhei para o lado e vi um garoto numa bicicleta. Enquanto pedalava, jogava os jornais nas portas das pessoas. Ele foi se aproximando... Será que era ele?

–Hebrom?! –eu berrei ao garoto que pedalava.

Ele ouviu, olhou pra mim e freou de um jeito brusco. Tão brusco que acabou indo pra frente e a bicicleta foi junto. Os dois praticamente deram um mortal. O rosto do Salamander foi o que bateu primeiro no chão, depois, ainda tinha impulso para fazê-lo cair de costas. A roda da bicicleta caiu entre as pernas dele. Não fez nem cara de quem sentia dor. Eu corri em direção a ele.

–Tenho que tomar mais cuidado. –ele levantou e passou a mão nos ombros.

–Você tá bem?! –eu estava em pânico.

–Sim! Não precisa se preocupar... –ele sorriu pra mim de um jeito esquisito.

–Seu cotovelo tá sangrando! E o seu nariz tá ralado!

– É mesmo... –Hebrom foi verificar.

–Dá pra parar de querer bancar o machão?

–Mas eu...

–Tá doendo muito? Vem comigo, me deixa arrumar isso pra você. –tentei levá-lo até em casa.

–Espera. Eu não posso deixá-la no meio da rua. Não é minha. –Salamander veio puxando a bicicleta.

Quando entramos em casa, Edgar ficou me olhando com cara de espanto.

–Então quer dizer que eu peço pra trazer o jornal e você traz teu namorado? Não entendi. –meu irmão aproveitou pra tirar sarro.

–Para com isso! Ele se machucou. –ter dito isso fez Cortês desfazer a cara de ironia. – Fica aqui. –falei pro Hebrom e trouxe a caixa de primeiros socorros.

–Pra que isso tudo? É muito grave? –ele ficou todo preocupado.

–Não! Não é nada demais. –ri.

–Awn! Você fica mais linda ainda rindo! –parei de rir e voltei a olhar os ferimentos dele. Sai, encosto...

–Pronto... Você vai ficar bem. –segurei a mão dele e botei um curativo no seu cotovelo e outro no nariz, depois de passar um remédio.

Ele agradeceu. Depois ficamos quietos. Edgar fez questão de tossir falsamente pra chamar minha atenção. Então soltei a mão de Hebrom que parecia estar prendendo o riso outra vez. Ele estava zombando de mim? Ah, não sei o motivo de eu ainda me surpreender. O tipinho dele é o pior mesmo.

–Estou indo... Até a escola, Qué. –Salamander deu um jornal pro meu irmão, pegou a bicicleta e foi.

Quando já estava pronta e entrei no carro... Edgar dirigiu e eu não falei uma palavra. Ele parecia contente enquanto isso.

–O que foi? –perguntei.

–Nada, não... –estacionou o carro. –Tenha uma boa aula.

–Valeu...

Entrei na escola e logo quando cheguei ao corredor, vi aquela patricinha de cabelo roxo. Ela olhava pra mim e cochichava no ouvido de uma garota. Só outra fofoqueira que não tem nada melhor pra fazer além de tomar conta do que os outros fazem, pelo simples fato da vida dela não ser interessante o suficiente.

Fui até o meu armário. Quando fechei, encontrei Salamander.

–E agora? Quer alguma coisa? –perguntei.

–Não... –pouco tempo depois ele me perguntou, do nada. –V-Você... Você se importa de me dar seu telefone?

–O quê?! –quase tive uma convulsão. Eu não esperava ouvir algo assim, tipo... Nunca.

–Eu queria te ligar algum dia desses pra gente se conhecer melhor... Se estiver tudo bem para você. –ele coçava a nuca e estava com o rosto bem rosado. Fica bem mais evidente por ele ser branco... Exageradamente branco.

–Ah... Tá... Claro. –eu peguei o celular no meu armário e passei o número pra ele.

–Obrigado...

Nessa mesma hora a porta da sala da diretora bateu com força e eu me virei pra ver o que tinha acontecido. Vinha um garoto que tinha colocado um pote inteiro de gel no cabelo jogado pra trás e que estava usando uma jaqueta de couro. À medida que ele ia andando, as pessoas que estavam na sua frente abriam caminho. As meninas ficaram suspirando. Mau gosto. Estava na nossa direção.

–E aí, carola? –esse garoto se referiu ao Hebrom. Não esperava que um garoto que parece ser tão certinho andasse com outro que se fantasia de motoqueiro rebelde.

–Folk? –Salamander não parecia estar feliz em ver aquele cara... Estava mais pra preocupado. –Não me chama disso... O que está fazendo aqui ainda?

–Vim resolver uns problemas lá com a velha. Eu vou ficar na escola. Você não vai precisar lamentar minha ida.

–Acho que agora é que deu vontade de lamentar... –olhou para o lado.

–Ah, deixa de ser estraga prazeres... Quem é a princesinha aí? – o tal de Folk olhou pra mim.

–“Princesinha”?! Mas que...?! –Hebrom me interrompeu meu palavrão.

–Fica longe de Quésia. Por favor. Eu não quero que ela fique com gente como você, ela é nova aqui. Não quero que tenha problemas.

–Maninho, deixa de ser rude. Fala como se nós não tivéssemos passado bons tempos juntos. –ele botou a mão no ombro do Salamander. Não dava pra saber se ele estava encarnando ou não.

–Tira essa pata de mim. Eu não sei o que ela andou roubando. –Salamander tirou aquele braço de perto dele segurando a manga do casaco de couro. Ele pareceu estar arrependido do que disse e se disse logo depois: –Desculpe...

–Me insulta e pede desculpas? Você tem retardo mental? Ah, quer saber, você já sabe minha opinião: Preferia você antes... Era menos almofadinha e não ficava tentando passar imagem de certinho. Você é simplesmente patético.

Como se não bastasse, ele continuou:

–Menina, se você quiser mesmo ficar entediada, continua saindo com esse garoto aí. –olhou com desdém para Hebrom. – Ele vai destruir toda e qualquer coisa que você ache divertida. Não é por menos que geral da escola ridiculariza você. Eu sou seu único amigo. –parecia que Folk tentava tirar o pouco de paciência que restava naquele clima tenso.

–Tudo o que ele faz pra se divertir é errado ou ilegal. Ignora ele, Quésia. E... Eu já disse que não preciso da sua amizade. Eu tenho coisa melhor. Tenho coisa bem melhor! E essa coisa acabou de me dar uma outra coisa que também é ótima... –Salamander olhou pra mim e depois encarou o garoto calmamente.

Como se eu estivesse entendendo alguma das indiretas e relacionando às cenas da novela mexicana que era a vida dos dois. Não sou obrigada.

–O quê? Parece que até hoje você não aprendeu a falar a nossa língua muito bem. Se você estiver fazendo referência Àquele teu amiguinho imaginário... Por favor, né? Para de ser otário. Se Ele fosse melhor que eu, você não teria doença. E logo você que sempre diz aos outros pra se respeitarem, vem me criticar pelo o que eu gosto de fazer. Parece que tentar ser santo não é tão fácil assim. –o garoto ficou de testa encostada com Hebrom, parecia querer provocá-lo.

–Dá pra você parar com isso?! –empurrei-o e ele se afastou. Eu não estava entendendo nada, só que eu queria defender Salamander. Eu sentia que eu tinha julgado ele mal.

–Você está certa... Vamos, Quésia. –o garoto de olhos verdes disse pra mim, mas eu realmente não queria ser metida na conversa.

–Ei, ei! Que eu saiba você não é dono da garota. Ela só vai se quiser. –Folk cruzou os braços.

–Querendo ou não, eu vou levar ela comigo. Ficar perto de você pode afetar a sensatez dela.

–Menina, se ficar cansada de andar com esse padre enrustido, vem nesse endereço hoje à noite. Aposto que você vai gostar, não vai se arrepender. –ele deu um papel na minha mão e piscou... Fiquei tipo... Que nojinho.

–Ah! Chega de conversar com esse troço! –Hebrom segurou meu antebraço com força e saiu me arrastando pra longe do Folk.

–Ei, me solta... Tá todo mundo olhando... –ele conseguiu fazer a proeza de chamar mais atenção que os gritos da Marisa naquela outra vez. Não esperava que Salamander fosse agir como um troglodita só por causa das provocações de qualquer bbocó.

–Desculpa, mas eu não vou te soltar até a gente chegar à sala de aula... Tenho meus motivos.

–Hebrom, para! –ele soltou quando chegamos à porta. Segurei o meu próprio pulso.

–Desculpe... Eu machuquei você?

–Não. O que você tem com aquele garoto?

–É uma longa história... Talvez eu te conte um dia.

–Vocês andavam juntos?

–Olha... Não vai fazer diferença você saber disso agora. –ele parecia não gostar de ficar relembrando o assunto... Eu respeito isso, mas o tom de voz que ele usou foi muito desagradável.

E se ele não quer mesmo me contar do que ele está me “protegendo”, eu não faço muita questão dessa “proteção”.

–Então tá. –entrei na classe e fui pro meu lugar.

No primeiro tempo, tivemos aula de Geografia. Foi meio monótona, o professor parecia entediado, mas acabou bem rápido. Depois disso, uma professora com cara de quem chupou limão entrou na sala. Todos estavam conversando, e ela olhou direto pra mim.

–Qual o problema dela? –a garota que estava do meu lado esquerdo cochichou.

–Sei lá...

–Parem de falar! –a mulher gritou com a gente.

A sala toda ficou em silêncio. A professora odiava dar aula e só fazia isso por que não conseguiu emprego melhor, só pode.

–Já que vocês gostam tanto de usar a nossa língua: Teste surpresa de Português. –foi aí que eu, geniosamente, descobri qual era a matéria dela.

–Como você vai dar um teste se ainda não deu matéria?... –um dos alunos do fundo da sala perguntou.

–No teste veremos o conteúdo do ano passado. –a mulher pegou a pilha de folhas que estava na sua mesa.

–Mas... E os alunos novos? –Hebrom perguntou olhando pra professora e pra mim repetidamente. Isso tá começando a ficar comum.

–Problema deles. Ninguém mandou mudar de escola. –ela começou a entregar os testes.

–Mas por que... –outra aluna estava prestes a questionar, até que a professora interrompeu.

–Porque eu quero! Agora fiquem quietos! –a mulher berrou já de paciência estourando por responder perguntas.

–Hm... Ela deve ter virado professora por dar explicações boas como essa. –alguém falou.

–Você é tão criativa. Que tal mostrar esse seu talento à diretora?! –a moça enfezada foi andando até mim.

–Mas eu não disse nada!

–Para a sala da diretora! Agora! –me tirou da sala.


Notas Finais


A culpa é minha e eu a coloco em quem quiser... Ou não.


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