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História Orgulho e Preconceito - Sleeping Beauty


Escrita por: Xokiihs

Notas do Autor


Cá estou eu novamente, depois de um tempão.
A minha desculpa para a demora é: preguiça e eu acabei de mudar de estado.
Espero que entendam :D
Boa leitura!

Capítulo 11 - Sleeping Beauty


Fanfic / Fanfiction Orgulho e Preconceito - Sleeping Beauty

  

A primeira semana de aula passou em um piscar de olhos, e, em meio a papelada que tive que entregar a Shizune, a responsável por contratações da livraria onde iria trabalhar – e namorada de Tsunade nas horas vagas-, suportar a presença constante de Sasuke a minha volta, como uma verruga incômoda, e as milhares de leituras que tinha que fazer na faculdade, eu estava, definitivamente, cansada. Aquela semana entrou para o meu livro de recordes como a semana mais caótica de minha vida (que logo foi substituída por várias outras durante o percurso dos meus quatro anos na faculdade), e tudo o que eu queria era deitar em uma cama e dormir até meu príncipe encantando me acordar quando estivesse formada, linda e rica.

Contudo, já deu para perceber que as coisas não são fáceis em minha vida, não é mesmo? Pois então, no sábado, dia em que eu geralmente dormia até me dar dor de cabeça e meu corpo me obrigar a levantar, acordei às sete da manhã com o toque insistente de meu despertador. Desliguei, claro, como qualquer pessoa sã faz, e, com um sorriso, voltei a dormir mais. O resultado? Sakura vinte minutos atrasada na primeira semana de trabalho.

— Puta que o pariu! – gritei, pulando da cama como um gato quando vê um pepino. Voei do quarto em direção ao banheiro, apenas para dar de cara com a porta fechada. — Ei, preciso entrar! Abre a porta!

Dei vários socos contra a madeira, com uma força surpreendente para uma manhã de sábado, mas a única resposta que recebi foram sons guturais vindo do lado de dentro, junto com alguns gemidos. Sim, era a caralha da Ino, como adivinharam? Continuei batendo na porta, esperando que ela saísse de lá logo.

— Abre, Ino. Preciso usar o banheiro, estou atrasada. – gritei, desesperada. A loira, por sua vez, fez um som muito estranho, que parecia muito a de quando alguém vomita, e gritou de volta.

— To ocupada.

Continuei batendo na porta, mas a desgraçada não abriu. Tentei arrombar, o que só resultou em uma dor latente em meu ombro e a leoa chamada Temari acordando. Voltei para o quarto rapidamente, antes que ela resolvesse me comer de café da manhã. Me arrumei, colocando uma calça jeans surrada e, possivelmente, suja, um cardigã vermelho e um suéter. O tempo estava ameno, e a previsão não dizia nada sobre uma chuva, então fui tranquila de que não passaria frio. Coloquei a cabeça pelo corredor, para certificar que Temari não tinha acordado, e, ao ver que a barra estava limpa, sai do apartamento, com a cara amassada, a boca fedida, e os cabelos presos de qualquer jeito. Ou seja, hipster.

Saí correndo como uma louca, e, após dez minutos de pura correria, finalmente cheguei a livraria. E ainda estava fechada.

— Mas o que? – murmurei, vendo as portas de vidro seladas, e nem uma alma sequer lá dentro. Chequei o celular, vendo que eram 08h45, e a livraria deveria abrir às 08hrs.

Continuei parada como um espantalho, naquela rua vazia e fria; e, então, minha paciência esgotou e resolvi ligar para Sasuke, que também trabalhava naquele dia.

— Que é? – ele perguntou, assim que atendeu. Simpático como sempre.

— Sasuke, é a Sakura. Olha só, estou aqui em frente a livraria, e não tem ninguém.

Silêncio incomodo.

— E...?

— E deveria ter alguém. Já são 08h46, não deveria abrir as oito?

Silêncio de novo.

— Não.

— Como assim? Me disseram que abria as oito todos os dias. – falei, confusa, encarando as portas de vidro de meu local de trabalho. Lá dentro estava escuro, e os livros pareciam tão sozinhos em suas prateleiras.

Sasuke suspirou do outro lado, e eu consegui imaginar ele passando uma mão no rosto, uma mania que ele tinha quando alguém o entediava.

— Abre as oito todos os dias exceto aos sábados. Hoje só abre as dez, cabeça de vento.

— O que?! – gritei, me sentindo uma completa estupida por ter acordado cedo atoa.

— Sim, agora me dá licença que vou voltar a dormir. – e, então, ele desligou na minha cara, provavelmente para voltar a dormir embaixo dos cobertores fofos e quentinhos, enquanto eu ficava ali, parada, com uma placa de “idiota do ano” pendurada no meu pescoço.

Quis chorar.

Como não queria ter o trabalho de voltar para o apartamento e ter que ouvir Ino botando o estômago para fora, resolvi ir a uma cafeteria que tinha ali por perto; passaria um tempo lá, comendo uns croissants e bebendo um café bem quentinho. Foi o que fiz. A cafeteria era pequena, mas tão mimosa que eu queria morar lá; o chão era de madeira escura, as paredes intercalavam em marrom, preto e creme, e estavam repletas de quadros de todos os jeitos e tamanhos. O que mais me interessou, no entanto, foi o atendente.

A cafeteria estava vazia – além de mim, tinha apenas um senhor com um jornal e um café a sua frente -, então foi meio impossível de não o notar de cara. Ele era alto, esguio, tinha cabelos castanhos que caiam sobre seus ombros, e olhos cor de mel. Ou seja, era muito bonito. Ele também me encarava, e soltou um sorriso simpático ao me ver analisando-o. Quase morri de vergonha.

— Bom dia. – ele cumprimentou, e sua voz era ainda mais bonita e charmosa.

— Bom dia. – respondi, após limpar a garganta. Me aproximei como quem não quer nada, atraída pelo cheiro de café recém- feito e, claro, pelo homem maravilhoso que me olhava. Ficamos nos encarando por um tempo, até ele interromper o momento.

— O que posso lhe oferecer?

Fiquei vermelha com a sugestão implícita – ou pelo menos eu achava que tinha alguma coisa implícita -, e sorri sedutora.

— Um croissant de chocolate, uma torta holandesa, torradas francesas e um copo grande de café, por favor.

Ele sorriu, balançando a cabeça.

— Adoro pessoas com apetite. – falou, voltando a me olhar. Ele também tinha ficado levemente vermelho nas bochechas.

— Sou Sakura. – soltei, estendendo a mão. Ele pegou, sem perder o sorriso.

— Utakata. Prazer em conhece-la, Sakura. – e, então, ele me deu um beijo nas costas da mão e eu quase desmaiei.

Me sentei na banqueta em frente ao balcão, e o observei enquanto ele pegava os meus pedidos; ele vestia calça jeans escura, uma blusa de manga comprida verde musgo e o avental preto da cafeteria por cima. Enquanto ele fazia as coisas, devo admitir que chequei bastante sua traseira e costas, que pareciam bem firmes ao toque. O que? Sou virgem, mas não estou morta.

— Aqui está, Sakura. – ele me entregou meu pedido, e eu fiquei meio envergonhada por ter que comer na frente dele; vai que me sujo de chocolate e não percebo, mas ele vê e não diz nada por que ficaria constrangido? Engoli em seco, sentido o estômago me lembrar que estava com fome.

— Obrigada. – comecei a comer o croissant, bem devagar e com cuidado, para não me sujar. Mas é claro que meu carma é me ferrar sempre, e, assim que dei a primeira mordida, o chocolate escorreu pelo meu queixo todo. — Merda.

— Opa, toma. – Utakata, então, como o perfeito gentleman, me ofereceu um guardanapo.

E, então, depois de me limpar devidamente, descobri que gostava daquele rapaz bonitão. Portanto, comecei a puxar assunto e ficamos conversando até outros fregueses aparecerem e tirarem a atenção dele de mim.

Descobri que ele era escocês, mas morava na Inglaterra desde criança, quando seus pais se separaram e sua mãe veio morar aqui. Ele fazia engenharia química na UniLe, e trabalhava meio período para pagar as despesas que morar sozinho traziam. Também descobri que ele gostava de rock, e até já tinha tido uma banda, mas teve que desistir depois de não darem certo; o nome da banda era Nordic Passions, e ele era o guitarrista/ vocal. Infelizmente, por causa do trabalho, não pudemos continuar a conversar. Felizmente, graças a era da internet, nos adicionamos no Facebook, começamos a nos seguir no Twitter e Instagram, e, claro, trocamos números de celular, caso surgisse uma emergência.

Nem preciso mencionar que gostei muito de Utakata, não é? Fiquei até triste quando tive que ir embora para o trabalho. O tempo tinha esquentado um pouco mais, mas ainda batia um vento gélido. Me sentei em frente a livraria, para esperar o bonito do Mr. Darcy chegar e abrir, já que era o dia dele de fazer isso.

Enquanto isso, resolvi fuçar as redes sociais nas quais Utakata estava envolvido. Alguns minutos depois, às 09h30, uma sombra vindo do leste pairou sobre mim; quando ergui meus olhos, vi o meu Nemesis, Mr. Darcy, e sua usual cara de poucos amigos.

— Bom dia. – cumprimentei, desviando o olhar de seu rosto sabático e voltando a ver as várias fotos de Utakata em meu celular.

— Bom dia? – ele rebateu, com a voz rouca e ameaçadora; voltei a olhar para ele e vi que o apocalipse estava para acontecer ali, na minha frente. — Por causa da sua maldita ligação, não consegui voltar a dormir, e, por causa disso, estou com uma dor de cabeça tão chata quanto a senhorita, então não tem nada de bom nessa merda de dia.

Ele passou por mim, que estava em um momento de reflexão após ouvir o discurso do capeta, e começou a abrir as portas de vidro da livraria.

— Ei, a culpa não foi minha. – resmunguei, me levantando e ficando atrás dele, embora a uma distância segura. — Me disseram que a livraria abria as oito todos os dias, então achei que hoje não seria diferente, né?

Ele apenas me olhou por cima do ombro, e até senti um arrepio de tão gélido que foi aquele olhar. Percebi, então, que ele queria me comer viva.

Entramos na livraria em silêncio, e eu logo fui em direção aos armários dos funcionários para poder pegar o uniforme. Sasuke foi fazer sei lá o que. Era estranho, ter que estar no mesmo ambiente que ele todos os dias. Após uma semana, nos vendo nas aulas e no trabalho, passei a suportar Sasuke e sua presença opressora. Quando estava quieto e na dele, ele até era legal.

Enfim, coloquei o uniforme da livraria, que consistia em uma blusa de mangas cumpridas preta, com o nome da livraria bordado na frente. Respirando fundo, voltei para a loja. Sasuke também já tinha trocado de roupa e estava passando espanador nas prateleiras.

— Ei, tem alguma coisa para eu fazer também? – resolvi perguntar, ainda constrangida por tê-lo acordado antes da hora (eu entendo o quanto isso pode ser ruim), e com medo de seu mau humor matinal.

— Tem, sumir da minha frente. – ele vociferou, sem parar de espanar as estantes.

Dei de ombros e fui procurar alguma coisa para fazer. Por fim, acabei resolvendo varrer o chão. A livraria não era muito extensa, apesar de ter dois andares, e a única coisa trabalhosa era etiquetar livros – mesmo isso era divertido. Portanto, não demorou muito até que terminasse de varrer todo o chão. Sorri, orgulhosa.

— Você é burra? – mas logo meu sorriso foi por terra, assim como o meu bom humor.

Sasuke estava parado a minha frente, de braços cruzados e a cara de quem chupou limão.

— Que?

— Perguntei se é burra.

— Eu ouvi. – falei entredentes, tentando controlar os nervos que, a essa hora, já estavam começando a aflorar. — Por que está perguntando isso?

— Porque você está varrendo antes de passar o espanador.

— E o que que tem? – rebati, já sabendo a resposta e me sentindo um pouco estupida, mas ele não precisava saber.

— Umpht! – ele bufou, se virando e indo em direção ao lugar onde ficavam os produtos de limpeza. Eu fui atrás.

— Por que você tem que ser tão insuportável?

— Você deveria fazer essa pergunta se olhando no espelho! – ele pegou outra vassoura com força. Os olhos negros dele estavam faiscando de raiva, deixando-o ainda mais intimidante.

— Pois eu acho que a pergunta combina perfeitamente com você. – rebati, cruzando os braços e sustentando o olhar 43 dele. Eu podia ser baixinha em comparação a ele, era certamente mais fraca, mas não abaixava a cabeça tão facilmente. Eu era filha de Mebuki Haruno, ora essa, e aquela mulher aguentou um pé no saco por anos! Sasuke era fichinha.

— Você é muito atrevida mesmo, sabia? Está errada e ainda quer ter razão!

— Eu estou errada? Você que se acha o senhor da verdade, o comandante da verossimilhança, o pirocudo das galáxias!

— Eu não me acho o senhor da verdade. Acontece que, na maioria das vezes, eu estou certo. Como, por exemplo, nesse momento!

— Argh! Você é impossível de lidar. Seu, seu... erudito de uma figa!

Ele deu uma risadinha sem graça alguma, revirando os olhos.

— Típico, não tem argumentos então recorre a xingamentos! Quantos anos você tem hein? Oito?

Senti meu rosto esquentar, de vergonha e raiva. Em meio a nossa discussão, tínhamos nos aproximado tanto que eu podia sentir o perfume dele. E o maldito era cheiroso pra cacete! Engoli em seco, fitando-o com todo o meu ódio.

— Olha aqui, Sasuke Uchiha, eu estou perdendo minha paciência com você. Diz logo o motivo para tanta raiva pela minha pessoa, e, então, vamos tentar resolver nossas diferenças. Trabalhamos no mesmo lugar e eu preciso desse emprego, então não podemos ficar brigando um com o outro o tempo inteiro. Portanto, diz logo o que está preso nesse peito seu.

Percebi, com gosto, que Sasuke estava surpreso com meu discurso apaziguador – eu também não sei de onde saiu aquilo. Ficamos nos encarando em silêncio, e, da distância que estava, pude olhá-lo melhor. O rosto dele parecia liso como bumbum de neném, sem marcas ou vestígio de barba; o nariz era afilado, levemente arrebitado, e os lábios eram finos e avermelhados, como se tivesse passado batom (eu não duvidava nada). O que era mais bonito nele, e acho que já mencionei antes, eram os olhos. Apesar de serem negros, o que não era incomum, eles tinham um brilho próprio, e conferiam a Sasuke um ar melancólico. Era através dos olhos dele que ele transmitia todas as suas emoções.

Nós estávamos nos encarando no silêncio, percebi. Sasuke também me analisava, e, ao perceber, fiquei vermelha e desviei o olhar. Que situação esquisita. Sasuke limpou a garganta e também olhou para algo acima de minha cabeça.

— Você complica muito as coisas. Eu não tenho raiva de você, já te disse o que penso ao seu respeito. - ele parou e voltou a me olhar. Vi sinceridade naqueles olhos tão escuros. — Mas você consegue ser bem irritante quando quer, e hoje foi um desses dias. Tudo o que eu queria de você, no mínimo, era um pedido de desculpas. Por ter me acordado antes do horário.

Como uma flecha que acerta o alvo, as palavras de Sasuke tiveram o mesmo efeito em mim. Porque ele tinha toda a razão; eu tinha sido mal-educada e sequer tinha me desculpado por isso. Se fosse qualquer outra pessoa, eu não teria pensado duas vezes antes de fazê-lo. Apesar de Sasuke me irritar muito, ele estava certo naquele momento. Então, me sentindo uma idiota, assenti.

— Me desculpe por ter te ligado. 

— Tudo bem. – ele suspirou, passando a mão nos cabelos longos; depois, sorriu de lado, como se nada tivesse acontecido. — Agora, faça o favor de espanar antes de varrer.

E, então, ele foi continuar seu trabalho pela loja, me deixando sozinha com meus pensamentos. Ao passar, deixou um rastro de seu perfume que, de repente, fez meu coração dar um salto. Balancei a cabeça e peguei a vassoura novamente.

Muito tempo depois, descobri que Sasuke era insone. 


Notas Finais


Ah, gostaria de agradecer a todxs que comentam ou favoritam a fic!
Apesar de não responder, eu leio todos e fico muito feliz, de verdade.
Xoxo


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