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História Orgulho e Preconceito - Piggyback Ride


Escrita por: Xokiihs

Notas do Autor


Cheguei!!!
Espero que gostem desse, ahahahaha :D
Obrigada a todos que comentam e favoritam! Vocês são incríveis! <3
Boa leitura :)

Capítulo 19 - Piggyback Ride


Fanfic / Fanfiction Orgulho e Preconceito - Piggyback Ride

Depois da discussão sobre Naruto com Sasuke – aquela em que Sasuke explanou seu medo de que Naruto fosse me magoar -, eu terminei de organizar minhas coisas e me preparei para ir para casa. Saí do quarto de Sasuke, que, no fim, não tinha nada de demais e não era um antro demoníaco como tinha imaginado, e voltei para a sala, deixando o moreno para trás fazendo alguma coisa.

Naruto estava deitado no sofá, mexendo no celular, e, quando me viu, parou.

— E aí? Vocês se pegaram? – ele perguntou, com o sorriso mais genuíno e feliz do universo. O olhei confusa, sem entender o porquê ele perguntaria aquilo.

— Que?

— Ah, não se faz de desentendida, vai. Não vou contar pra ninguém. – ele murmurou a ultima parte, colocando o dedo indicador em frente aos lábios, como que para pedir silêncio.

— Do que está falando, seu maluco? – retorqui, me sentando na poltrona onde Sasuke sentara antes, encarando o loiro como se fosse realmente insano – talvez a pizza de mais de uma semana tinha afetado o seu cérebro, coitado.

Naruto suspirou, jogando os braços para o alto.

— Você e o Sasuke. Trocando saliva, as línguas em uma batalha sem vencedores, as mãos bobas aqui e ali. Sabe?

— Não, não sei. – respondi, cruzando os braços e começando a entender o que ele estava insinuando.

— Tsc, já chega de fazer esse charminho, poxa. Eu sou amigo de vocês e ninguém me conta nada! – ele falou isso tudo com um bico enorme, parecendo realmente chateado com aquilo. — Eu sei que vocês andam se pegando há um tempo. Talvez até estejam namorando.

— Naruto, querido, não estou entendendo o que quer dizer. – franzi o cenho, enquanto balançava a cabeça.— Eu e o Sasuke nunca nos “pegamos”, está maluco?

— Pff, tá bom. Acredito. – ele revirou os olhos azuis, antes de voltar a deitar todo largado no sofá.

— É sério. – continuei, bufando. — Nós somos só amigos.

— Amigos? Até parece. – ele parecia tão indignado que eu até tive que rir. — Do que está rindo? Sua malvada.

— Ai ai, viu. É sério, raio-de-sol, nós não temos nada. Juro juradinho. – estendi o dedo mindinho em sua direção, em uma tentativa de demonstrar que estava realmente falando muito sério; demorou um tempo, mas Naruto finalmente pareceu acreditar.

Os olhos azuis dele arregalaram tanto que pareciam que iam cair das órbitas; eu ri ainda mais, balançando a cabeça.

— Caraca, eu realmente achei que vocês estivessem se pegando ou algo do tipo.

— Não, nós somos amigos. Por que todo mundo acha que nós temos ou deveríamos ter alguma coisa?

Naruto sorriu, perdendo a carranca de menino mimado de antes.

— Você não percebe? – eu balancei a cabeça, já de saco cheio desse papo de que eu e Sasuke poderíamos ser mais do que amigos. Já chegava uma loira enchendo a minha paciência, agora Naruto também? 

Ele soltou uma risadinha, como se soubesse de uma piada e não quisesse me contar.

— O que é? – perguntei impaciente.

Ele ia começar a falar, chegou até a abrir a boca, mas Sasuke apareceu em nossa presença, usando uma jaqueta preta e os coturnos.

— Vamos? – ele perguntou, me olhando e ignorando Naruto totalmente. Não que o loiro se importasse muito, já que ele só continuou sorrindo e nos olhando.

— Você vai comigo? – me levantei, pegando a mochila e pondo no ombro. Ele apenas assentiu. — Por quê?

— Já está tarde. – ele respondeu, dando de ombros e seguindo em direção à porta.

Encarei suas costas, ainda mais confusa. Sim, já era um pouco tarde, mas não é como se estivéssemos em um lugar perigoso; além de Leicester ter índice de violência baixíssimo, estávamos no campus da universidade. E meu dormitório sequer era tão longe assim.

— Sasuke, não precisa... – comecei, mas ele me interrompeu ao sair do dormitório e começar a andar sem sequer olhar para trás. Quis tacar alguma coisa naquela cabeça dura, mas apenas suspirei.

Voltei a olhar para Naruto, que também me olhava; ele piscou um olho, feliz da vida, e eu revirei os olhos.

— Tchau.

Quando cheguei à portaria do prédio, Sasuke estava me esperando no lance de escadas, com as mãos enfiadas dentro do bolso da jaqueta e uma cara de puro tédio.

— Isso realmente não é necessário. – tornei a falar, mas ele novamente me ignorou com maestria, voltando a caminhar na minha frente. Dessa vez, no entanto, não deixei baixo.

Corri e pulei em suas costas, fazendo ele se desiquilibrar com a surpresa e quase cair; contudo, ele me segurou antes que isso pudesse acontecer.

— Você é maluca? – perguntou, me olhando com o canto dos olhos. Apesar da voz surpresa, ele tinha um pequeno sorriso nos lábios.

— Pff, ainda não percebeu isso? – revirei os olhos, apertando meus braços ao redor do pescoço dele, para não cair.

O objetivo de pular nas costas dele era só para assustá-lo, mas acabou que fiquei confortável ali, cansada como estava de um dia muito trabalhoso, e aproveitei a “carona”. Ele também não pareceu se importar. Ajeitou-me melhor e continuou a andar.

— Percebi isso na primeira vez que te conheci.

Sorri, lembrando-me daquela festa em que vi o Mr. Darcy de longe, todo bonitão e sério, parecendo ter saído do livro; meu coração esquentou um pouco com a memória.

— Aquele dia você estava realmente vestido de Mr. Darcy não é?

Ele ficou em silêncio por algum tempo, como que para criar um suspense, antes de finalmente responder e sanar a minha maior curiosidade de todos os tempos.

— Sim.

Soltei um grito de felicidade, que o fez dar um pulo e algumas pessoas que transitavam pelo campus nos encararem.

— Eu sabia! – falei, feliz da vida por não ter sido enganada por minha mente alcoolizada. — Eu reconheceria aquela roupa em qualquer lugar!

Tsc, não precisa gritar. – reclamou, e eu lhe dei um apertão na bochecha.

— Não seja tão chato. – murmurei em sua orelha, rindo ao perceber que ele ficou vermelho por isso. — Mas é sério, você já foi à CAA?

Novamente ele ficou em um silêncio absurdo; demorou um bom tempo antes de ele responder, e eu já estava me roendo de ansiedade.

— Já.

Dei outro grito, e dessa vez ele beliscou minha perna com força; mas nada poderia aplacar minha animação e felicidade naquele momento.

— Porra, você também é Austenzete! Sabia, sabia!

Ele riu, balançando a cabeça.

— Eu nunca disse que não gostava dela. – respondeu, muito mais calmo do que eu. — Eu ia todos os anos.

— Meu Deus! – quis amassá-lo naquele momento, e foi o que fiz; apertei seu pescoço com força, em um abraço desengonçado que o fez tossir e reclamar que o estava enforcando. — Foi mal, mas é que é a primeira pessoa na vida real que eu conheço que também vai.

— Ué, você não tem nenhum amigo que goste de Jane Austen?

— Não. – fiz um muxoxo, pois eu realmente queria ter alguém que compartilhasse de minha paixão pela autora. — Eu sempre ia, mas sozinha. Uma vez minha mãe foi comigo, mas foi à única. E você?

— Eu tinha alguém que ia comigo. – ele falou baixo, mas lógico que eu consegui ouvir.

— Sério? Quem? Me apresenta!

Novamente ele ficou em silêncio, e isso já estava começando a me irritar muito. Dei-lhe outro beliscão para ver se ele acordava, e ele retornou o beliscão na minha perna; logo, nós dois estávamos dando beliscões um no outro.

— Já chega! – ele disse, assim que dei um beliscão com força em seu braço. Eu ri da irritação dele; era muito fácil irritar Sasuke Uchiha.

— Me fala quem é então. Já sei! É algum amigo bonitão que você não quer apresentar por medo de que eu me apaixone? Não se preocupe, Sasukinho, o único Mr. Darcy na minha vida é você.

— Ah é? – ele retorquiu, dando outro sorriso de lado. — Te avisei para não se apaixonar, Sakura.

Senti as bochechas esquentarem, mas ignorei e levei na brincadeira.

— Não começa. Me diz logo quem é.

— Não. – ele respondeu, pura e simplesmente. Fiquei meio embasbacada por uns momentos, antes de voltar à consciência de que tinha sido ignorada.

— Ah, Sasuke, por que não?

— Porque não.

— “Porque não” não é resposta, já ouviu falar?

— Nesse caso é.

Bufei, apertando ainda mais os braços, sem me importar se estava lhe machucando.

— Não aceito. Me diz! Anda! É uma mulher? Se for sua mãe, não tem problema. Eu também ia com a minha.

Ele ficou em silêncio, mas eu continuei. Não desisto nunca!

— Ok, foi uma namorada? Uma Elizabeth?

Nesse ponto, infelizmente percebi que tínhamos chegado ao meu dormitório, e ele me colocou no chão sem delicadeza nenhuma. Me encarou por um tempo, antes de revirar os olhos por um bom tempo – já disse que algum dia, os olhos dele não vão voltar.

— Por que quer saber? – perguntou, enfiando as mãos dentro da jaqueta novamente. Bufei e cruzei os braços, entrando na defensiva.

— Qual problema você me dizer? Não é nada demais.

Ele continuou me encarando, aqueles orbes negros, tão escuros e profundos; apesar do incomodo do olhar, não desviei. Eu estava disposta a ficar a noite ali tentando descobrir com quem o Sasuke ia para a festa. Por quê? Porque sim.

Ficamos nos olhando daquele jeito por um bom tempo, sem que nenhum dos dois desviasse; se alguém passasse por ali, acharia que estávamos fazendo uma competição de quem ficava sem piscar por mais tempo. Um vento frio passou entre nós, levantando meus cabelos e fazendo os de Sasuke balançarem. O cheiro de perfume e shampoo invadiu minhas narinas, e eu, subconscientemente, inalei mais forte. Ele tinha um cheiro muito bom.

Sasuke pareceu perceber isso, já que ele abriu o maior sorrisão sacana.

— Gostou do cheirinho? – perguntou, em outra tentativa de divergir do assunto. Ele já tinha percebido que eu era facilmente ludibriada, mas, como ele não tinha nenhuma pizza ou comida, eu não me rendi.

— Adorei. Você cheira muito bem. – rebati, sabendo que ele esperava que eu ficasse vermelha e o xingasse.

No entanto, ao invés de ficar irritado por não ter conseguido tirar minha atenção, como eu esperava, Sasuke apenas sorriu ainda mais e deu alguns passos para mais perto de mim, até ficarmos frente a frente e muito, muito próximos um do outro.

— Você acha? – a voz dele veio baixa, e ele me encarava com tanta força que senti meu coração começar a acelerar muito; engoli em seco, mordendo o lábio, tentando me controlar para não ficar vermelha como um pimentão e satisfazê-lo com isso.

Os olhos negros de Sasuke desviaram por um segundo para meus lábios, e foi algo estranho, pois, como se fosse um imã, os meus também desviaram para os dele. Ficamos daquele jeito, até que uma mão dele saísse de dentro da jaqueta e fosse até a ponta de meu cabelo cor-de-rosa e bagunçado; ele afagou a ponta de leve, tanto que eu sequer sentiria se não tivesse visto sua mão. Ele continuou mexendo, sem parar de me olhar.

Queridas, sabe quando você está morrendo de fome e aparece uma comida deliciosa na TV? Você fica encarando aquilo, sentindo seu estômago roncar e uma vontade enorme de entrar ali e arrancar aquela comida da tela? Pois então, era exatamente isso que eu estava sentindo, só que ao invés do meu estômago, era meu coração que estava inquieto. Lembrei de Temari e do que ela disse, assim como Naruto, de que eu e Sasuke tínhamos uma química. Aquela foi a primeira vez que me toquei disso; enquanto o olhava, percebi que ele era lindo demais, cada traço do rosto dele, cada parte do corpo, tudo.  Além disso, ele gostava das mesmas coisas que eu, e, apesar da chatice, tinha me feito gostar dele. Apesar das implicâncias sem fim, das perseguições, da leve arrogância, Sasuke Uchiha também era uma pessoa legal, bonita, simpática – às vezes -, inteligente, e altamente apaixonante.

Lembram-se do que disse a vocês no primeiro capitulo? Para que não se apaixonassem? Disse isso porque foi o que aconteceu comigo. Eu acabei me apaixonando por aquele ser humano que tinha me tratado como uma louca na primeira vez que nos conhecemos; que sempre arrumava um jeito de implicar comigo, de me cutucar, de me irritar; mas que, sempre que eu precisava, brotava do chão para me ajudar, sem pensar duas vezes – tirando o emprego, que eu sei que ele hesitou. Porra, Sasuke tinha conseguido me conquistar, e o pior, eu sequer tinha percebido.

Os dedos dele, longos e frios, subiram pelo meu cabelo e pararam em minha bochecha; ficaram lá, pairando, meio inseguros sobre ficar ou sair. Assim como nós dois estávamos no momento. Olhei para seus olhos, vendo a mesma indecisão que eu sentia; no entanto, em momento algum, nós dois nos separamos. Não sei o que aconteceu, mas minha mão também subiu e agarrou a dele no meu rosto, forçando seus dedos a tocarem a minha bochecha. E ali sua mão ficou.

Já a minha também subiu para seu rosto e se tirou uma pequena mexa de cabelo negro, colocando-a atrás da orelha. Com esse gesto, ele sorriu e balançou a cabeça. No momento seguinte, sua cabeça estava abaixando e nossos lábios estavam se encostando. Tinha um bom tempo que eu não beijava ninguém – pelo menos que eu me lembrasse. Ao contrário de suas mãos, os lábios de Sasuke estavam quentes e convidativos; juntos, demos passagem um ao outro.

Ok, ok, você deve estar se perguntando como diabos isso foi acontecer. E, sinceramente, até hoje me pergunto isso. Mas aconteceu, e foi maravilhoso – espero que Sasuke não leia isso nunca. Ele tinha jeito com os lábios, e o beijo dele foi incrível. Além disso, o bicho tinha uma puta pegada, já que ele logo me puxou mais para perto, enfiando a mão, que antes estava na minha bochecha, nos meus cabelos, enquanto a outra serpenteava pela minha cintura, me apertando. Já eu? Bem, eu aproveitei aquela gostosura toda para mim. Passei os braços pelo seu pescoço e também o puxei para mais perto de mim.

O beijo durou por um bom tempo, e nós só nos separamos por falta de ar. Quando nos distanciamos um pouco, ambos estávamos com os lábios vermelhos; voltamos a nos encarar, e, passados uns cinco minutos, a percepção do que tinha acabado de acontecer me atingiu como uma pedra gigante e eu fiquei sem saber o que fazer, muito envergonhada. Meu rosto logo esquentou, tanto que parecia estar pegando fogo. Sasuke também ficou vermelho, mas ele sorriu, apesar de tudo.

— Você até que sabe beijar. – o desgraçado falou, e eu quis abrir uma cratera no chão e me enfiar dentro.

Fiquei tão sem jeito que o empurrei para longe, passando a mão pelos cabelos e desviando o olhar.

— Lógico que sei! São anos de experiência, querido, anos! – foi o que eu disse, o que me fez ficar ainda com mais vergonha e Sasuke morrer de rir da minha cara.

— Aposto que sim. – ele disse entre as risadas. Bufei, mas, ao vê-lo rindo, também comecei a rir.

Logo, nós dois estávamos rindo. Do que? Da minha cara, claro.

Apesar da vergonha, admito que rir da minha desgraça foi melhor do que criamos uma aura totalmente esquisita entre nós dois. No fim, parecia que nem tínhamos nos beijado, mas sim que tínhamos acabado de beber e estávamos rindo de merda nenhuma.

Respirei fundo, quando as risadas morreram, e o encarei. Sasuke fez o mesmo, sem deixar de dar aquele sorriso que eu tanto gostava; aquele que o deixava absolutamente mais bonito do que já era.

— Eu tenho que ir. Está tarde, lembra? – disse, e ele assentiu.

— Sim. – sorri, me virando para ir embora, mas Sasuke me segurou. — Isso foi legal.

Engoli em seco, sentindo o rosto esquentar novamente.

— Foi. – admiti, voltando a sorrir apesar da vergonha. — Apesar de eu estar esperando mais de você, francamente, Sasuke. Atacando jovens virgens no meio da noite? Que horror!

Ele revirou os olhos, me dando um peteleco na testa, que não doeu.

— Vai dormir, vai Sakura. Seu cérebro está começando a fritar.

Eu o empurrei, me virando de vez e subindo o lance de escadas. Dei uma leve rebolada, para mostrar que eu meus quadris não mentem, e ouvi um assobio de “fiu fiu” vindo de Sasuke; levantei o dedo do meio para ele, antes de entrar no meu prédio e dar uma ultima olhada para o rapaz.

Ele ainda estava lá, paradinho, e nossos olhos se encontraram novamente. Meu coração batia tão rápido em meus ouvidos que eu achei que fosse desmaiar. Sasuke acenou, soltando outro sorriso, antes de se virar e ir embora. Continuei o observando, vendo que, droga, os quadris dele também não mentiam, e ele tinha uma incrível traseira.

[...]

Sabe quando você acorda de um pesadelo, onde você estava atrasada para ir a um compromisso muito importante, e se sente aliviada por ter sido apenas um sonho, antes de perceber que sim, você estava atrasada na realidade? Sabe essa sensação de desespero? Foi isso que senti quando pisei em meu apartamento.

Toda a euforia de momentos atrás me deixaram, e a única coisa para trás foi a sensação de que, porra, fodeu. Eu tinha beijado Sasuke. Eu. Tinha. Beijado. Sasuke. Uchiha. Mr. Darcy.

Aquele mesmo ser que eu sequer suportava.

E, o pior, tinha descoberto que eu gostava dele. Eu gostava dele. Gos-ta-va.

— Merda! – murmurei, batendo em minha cabeça.

E agora? O que eu faria?

Era nisso que eu pensava. Afinal, esse beijo significava o que? Que estávamos ficando? Que estávamos namorando? Que íamos transar? Que íamos casar? Que, na verdade, nada aconteceria e tudo continuaria normal?

As perguntas rondavam minha mente, e eu, leiga como era em situações como aquela, não sabia responde-las. Então, pirei totalmente.

Larguei minha mochila no chão e fui correndo para meu quarto; no entanto, antes de chegar lá, resolvi mudar o percurso e ir em direção ao quarto de Temari, que ficava ao lado do meu. Estava tudo silencioso, mas como ainda era cedo, imaginei que ela devia estar estudando ou dormindo. Sem me importar, entrei em seu quarto, e, para minha surpresa, ela não estava fazendo nenhum dos dois.

O silêncio era porque a boca dela estava muito ocupada com o órgão sexual de Shikamaru.

Minha vida era uma merda mesmo, viu. Nada podia ficar pior naquele dia.

O primeiro a me perceber foi Shikamaru, que estava deitado na cama com a cara mais relaxada do mundo; ele me olhou com tédio, como se minha presença ali sequer o incomodasse.

— Precisa de alguma coisa? – ele perguntou, e, por isso, Temari levantou a cabeça; na hora, desviei o olhar para qualquer canto do quarto, menos para os dois ali.

— Sakura? O que está fazendo? – minha amiga perguntou, e eu, já mais roxa de tão vermelha que estava, respondi gaguejando.

— De-desculpe, eu, eu precisava falar com você. Caralho foi mal, que merda, mas, mas... Aconteceu algo.

— Calma mulher, fala o que houve. - olhei para o teto, e no meu desespero por alguém ouvi meu desabafo, falei ali mesmo.

— Eu e Sasuke nos beijamos.

Em um segundo, sério, Temari tinha levantado, mandado Shikamaru por as calças – ele não ficou nem um pouco feliz -, e me puxado para a cama dela.

— Ok, conte tudo.

Comecei o meu relato sobre o que tinha ocorrido, sem nem me importar com o fato de Shikamaru estar ali ouvindo tudo – inclusive ele tinha acendido um cigarro, e o cheiro pairou pelo quarto todo. Temari me ouviu atentamente, e eu podia ver a excitação dela crescer conforme eu dava os detalhes.

— Caralho! Nem acredito! Eu sabia! – ela disse, quando terminei de contar. — Cara, estava muito óbvio, só você não percebia.

— O que estava óbvio? – perguntei, ainda mais confusa do que antes. Ela revirou os olhos verdes, e me sacudiu pelos ombros.

— Mulher, em que mundo você vive? Minha nossa, nunca vi alguém ser tão lerda.

— Aí, não sou lerda. – reclamei, cruzando os braços. Shikamaru bufou, e uma nuvem de fumaça saiu de sua boca.

— Até uma criança de cinco anos pega as coisas com mais facilidade que você. – o moreno disse, bem educado e gentil. Quis fazê-lo engolir aquele maldito cigarro, mas me lembrei de que já tinha interrompido o sexo oral que Temari estava fazendo, e me dei por satisfeita.

— Mas é sério, Sakura, estava na sua cara o tempo todo. O Sasuke sempre esteve interessado por você, seja como amiga ou como uma paixonite. Aí você vai ter que perguntar a ele.

— Cara, eu descobri hoje que ele tem uma ex e que ainda pode gostar dela. E a menina é linda, tem cabelos azuis! Azuis!

Ao dizer isso, Shikamaru e Temari trocaram olhares, e eu fiquei boiando.

— Então quer dizer que o Edward Cullen tem uma queda por garotas com cabelos coloridos? – a loira perguntou, pensativa. — Que fetiche interessante.

— Ei, foco! Você entendeu que ele tem um ex e que pode ainda gostar dela? – tornei a perguntar, e Temari revirou os olhos.

— Querida, ele tem uma EX! Entendeu? Ex. Se os dois terminaram, tem um motivo, e eu aposto que ele não gosta mais dela, caso contrário não estaria de olho em você.

— Ele não está de olho em mim.

— Tsc, você tem que parar de ser tão cega. – bufei novamente, me jogando na cama e fechando os olhos. Eu não sou boa com esse drama adolescente, tanto que na minha adolescência eu não tive nenhum.

— O problema é que eu não sei o que vai acontecer. Como eu devo agir? A gente vai se pegar de novo? Putz, eu bem que queria...Ele beija tão bem.

— Sério? Tem pegada? – assenti, sorrindo ao lembrar daqueles braços me apertando contra aquele peito forte e...Enfim. — Quem diria.

— Pois é. – concordei antes de me lembrar de toda a situação problemática novamente. — E agora?

Temari suspirou, passando a mão pelos longos cabelos.

— Agora você vai agir como uma adulta. Fala sério, Sakura, você já tem vinte anos nas costas, não é mais nenhuma adolescente. Pergunta para ele o que ele quer, porque ai você já deixa tudo explicito. Se ele quer só sexo quente ou uma amorzinho doce. Ou os dois.

Fiquei vermelha ao me imaginar tendo esse tipo de relação com Sasuke. Porra, ele era meu arqui-inimigo! Tipo o Batman e o Coringa; e agora eu estava pensando se nós iriamos fazer sexo selvagem ou apenas continuar como amigos. Ou amigos que fazem sexo selvagem, não sei.

Enfim, de certa forma, concordei com Temari. Eu realmente tinha que agir como a adulta responsável que era, e já tirar tudo a limpo, antes que me enganasse ou coisa parecida.

— É, vou fazer isso. – respondi, assentindo.

Ela sorriu e fez algo inesperado - me abraçou.

— Se aquele filho de uma rapariga te fizer mal, eu parto a cara de cera dele.

— Valeu, Tema. – retribui o abraço, mas não durou um segundo antes dela se separar e voltar a ser a Temari general de sempre.

— Agora racha fora que eu que você interrompeu o meu sexo selvagem.

Saí de lá mais rápido do que o Flash. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


A jiripoca piou.


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