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História Orgulho e Preconceito - Afternoon Tea


Escrita por: Xokiihs

Notas do Autor


Espero que gostem!
Boa leitura :)

Capítulo 3 - Afternoon Tea


Fanfic / Fanfiction Orgulho e Preconceito - Afternoon Tea

Vocês devem estar se perguntando o que diabos a Sakura fez na festa passada. Bem, até algumas horas atrás eu também não fazia ideia. O espaço em minha mente reservado para memórias recentes tinha sido completamente apagado pela bebedeira, portanto, sequer me lembrava como cheguei ao apartamento do cara – que descobri se chamar Lee – que dormiu comigo. Todavia, existe algo muito bom para memória, e se chama “amigas”. Ou amiga, no caso, já que Ino deixou de fazer parte do bonde das loiras (para quem não sabe, nasci loira, mas hoje sou rosa chiclete).

Acontece que, durante minha estrada para perdição através do álcool, Temari esteve ao meu lado, embora mais consciente do que eu. De acordo com a loira número 2, ou 1 agora, eu apareci toda suada e ofegante, atrapalhando um amasso dela com Shikamaru, e dizendo que tinha uma pessoa me perseguindo. Ela, preocupada como era, mandou em sumir pois estava atrapalhando a diversão dela, e eu, obediente como era, fui. Durante uma meia-hora, Temari não soube o que eu fiz, já que eu realmente sumi. Só então ela resolveu se preocupar comigo, sua única amiga naquela sociedade estudantil, e passou a me procurar.

Ela me encontrou, dançando como uma louca com um monte de gente que nem ela, nem eu, conhecia. Vendo que eu estava de boas – na visão distorcida dela -, resolveu deixar para lá e voltou a se atracar com Shikamaru (inclusive ela disse que ele beijava muito bem, apesar de ser devagar quase parando). Novamente ela se esqueceu de minha presença afetada, enquanto eu bebia pronta para entrar em um coma alcoólico. Nem preciso mencionar que não me lembro de nada disso, não é?

Enfim, depois de mais um tempo, Temari sentiu vontade de ir embora com Shikamaru para se atracar entre quatro paredes, então, para não me deixar sozinha, me “arranjou” com um amigo de dormitório de Shikamaru, o tal do Lee. Eis que Lee se interessou por “meus cabelos rosados como o sonho de uma noite de verão” (palavras dele, ok?), e se aproximou de mim, pronto para se aproveitar de minha mente intoxicada. A vaca da Temari foi embora sem dar a mínima para mim, e depois disso ela também não sabia de mais nada. Ou seja, tinha que saber pelo cara se rolou alguma coisa ou não; tinha que saber se usamos métodos contraceptivos ou se ele tinha alguma doença. Tsc, por isso sempre digo, usem camisinha! Não é a mesma coisa, mas pelo menos você não fica se contorcendo querendo saber se terá um bebê ou se terá gonorreia.

De qualquer forma, a dúvida de ter pego uma DST me fez ir, novamente, até o prédio D, ou onde os caras viviam. Diferente de quando sai dali de manhã, dessa vez tinha movimento no prédio; alguns alunos perambulavam pelos corredores, conversando uns com os outros, e em alguns apartamentos era possível ouvir vozes ou música alta tocando – os apartamentos eram muito pequenos e juntos, então o som vazava pelas paredes.

Enquanto subia as escadas e observava os números dos apartamentos, lembrei de um fato interessante: eu não me lembrava do número do maldito apartamento. Pois é. Ponto para Sakura, por ser estúpida e não perguntar para Temari. Fiquei parada no meio do corredor como uma pateta, tentando ligar para Temari, mas só caia na caixa postal, o que só podia indicar que ela ainda estava ocupada com o tal Shikamaru. Minha segunda opção era, então, Ino.

Que é? – ela atendeu, bem humorada como sempre.

— Er, Ino, lembra aquela vez, logo que nos mudamos, que você pediu meu shampoo super cheiroso e caro emprestado e eu te dei de bom grado?

Não, você disse “esse shampoo é especial, caro e eu não divido”, então eu peguei escondido e usei metade.

Ops.

— Então, em nome do meu shampoo caríssimo que você usou sem minha permissão, pode me fazer um favor?

Não.

— Poxa, Ino. Só um favorzinho! Eu te perdoo depois disso.

E quem disse que ‘to me importando para o seu perdão? Não somos mais amigas, lembra? – A Ino conseguia ser um pé no saco quando queria. Suspirei, pensando no que poderia fazer para ela mudar de ideia.

— Eu sei, eu sei. Mas é que eu realmente preciso de um favor urgente. Por favor, se fizer isso prometo que nunca mais encho sua paciência.

Ela bufou e ficou em silêncio por longos minutos, e enquanto isso meu crédito ia acabando.

Que que é?

— Pode perguntar para a Temari qual o número do apartamento de Shikamaru? É que eu esqueci.

Shikamaru é aquele maconheiro que ela ‘ta pegando?

— Isso, isso.

Não. Tenho mais o que fazer.

— Por favo- e a vaca loira desligou na minha cara, sem nem me dar uma segunda chance. Aquela ingrata, loira oxigenada!

Tentei ligar novamente para ela, espumando de raiva, mas ela simplesmente não atendeu. E como o dormitório D ficava relativamente longe do meu, resolvi fazer a única coisa que podia; ir de porta em porta perguntando pelo tal de Lee.

Pessoa que está lendo isso agora, deixa eu te dar uma dica: se quer ver homens sem camisa, faça isso que eu fiz. Bati em umas cinco portas, e, em pelo menos 4 os caras que abriram estavam sem camisa; e a maioria era bonito. Isso melhorou meu humor consideravelmente, mas eu ainda tinha dois andares para pesquisar quando tudo o que eu queria era estar em casa vendo Netflix.

Essa brincadeira de bater de porta em porta durou por uns 15 minutos, até que finalmente cheguei ao último andar. A essa hora, minha mão já estava cansada e minhas pernas doíam – eu andei pra caramba, ok?

Enfim, bati na primeira porta do corredor e esperei por uns dois minutos até alguém me responder; podia ouvir um punk pesadíssimo lá dentro, então imaginei que a pessoa não tinha me escutado. Bati novamente, com o pé já que minha mão estava doendo, e esperei. A pessoa que abriu a porta tinha cabelos negros e compridos, até o ombro, era alto e, pasmem, estava sem camisa. No entanto, não era o cara com quem eu presumidamente dormir. Ah, não. Conseguem imaginar quem era?

— Você de novo? Está me perseguindo? – sim, o Mr. Darcy, de novo. Eu sei o que você deve estar pensando “Esse cara outra vez?”,  e eu pensei a mesma coisa.

— Er... oi, de novo. – falei, sem graça, coçando a cabeça e tentando desviar o olhar do peito sarado e nu a minha frente.

— O que quer? – ele se apoiou no batente da porta e cruzou os braços – que braços! -, e eu estava sentindo meu rosto ficar vermelho como um tomate.

— Você por acaso mora com um tal de Lee? – tentei dar uma olhada para dentro do apartamento, mas aquele muro gigante estava parado a minha frente impedindo minha visão.

— Não.

— Sabe onde ele mora? – ele balançou a cabeça, e eu suspirei derrotada. Ainda tinha uns seis apartamentos para procurar e eu apostava, com minha sorte, que o do Lee seria o último – na verdade, acabou sendo o penúltimo, mas não vem ao caso.

Eu não sei porque diabos fiquei parada como um espantalho em meio a plantação, encarando Mr. Darcy sem saber o que dizer. E ele pareceu perceber que eu estava sem jeito, porque aquele sorriso sarcástico estava bem estampado em seu rosto. Ficamos ali, olhando um para o outro sem motivos especiais, até que uma voz do além nos despertou do transe.

— Sasuke, quem é? – a voz era estridente e, de alguma forma, familiar. Me ergui nas pontas dos pés para tentar ver quem era.

— Oh, Mr. Bingley. – murmurei, reconhecendo o loiro acompanhante do Mr. Darcy na festa. Ele, também, estava sem camisa, e o peitoral dele quase me fez cair ali mesmo, pois era muita gostosura para uma pessoa só. Qual o problema desses meninos com blusas? Não é como se vivêssemos em um lugar quente.

— Menina do cabelo rosa! – ele me percebeu, e abriu o maior sorriso da face da terra. — Cara, eu sou seu fã! Você fez o que muitos desejam.

Mas o que?

— Cala a boca, Naruto. – Mr. Darcy resolveu intervir, quase esmurrando o loiro apenas com o olhar (isso faz sentido?), mas o tal Naruto nem se mexeu.

— Não liga pra ele, hoje ele acordou com um cacto enfiado no rabo. – eu ri, imaginando a bela cena que seria, e olhando do moreno para o loiro, esperando um barraco ali mesmo. Mas o Mr. Darcy não fez nada, só suspirou pesadamente e apertou a ponte do nariz.

— Ela quer saber onde um tal de Lee mora. Você conhece?

— Ah, o sobrancelhudo? Ele mora no 315.

Quase ajoelhei e beijei seus pés de felicidade, mas resolvi me conter.

— Obrigada, tchau. – me virei para ir embora, mas, novamente, alguém me segurou. Qual o problema dessas pessoas e palavras de despedida? Não entendo.

Dessa vez, quem tinha me segurado era o loiro raio-de-sol, não o moreno cacto-no-cu – aliás, ele ainda estava com cara de quem não ganhou a mamadeira de toddynho. Ergui as sobrancelhas, esperando o que quer que ele fosse dizer.

— Você não quer entrar e curtir um som? – sim, uma pessoa em pleno ano 2016 perguntando uma coisa dessas. Estranho, estranhíssimo.

— Er, não posso. Tenho que conversar com alguém, sabe...

— Hm...- ele pareceu um pouco triste, mas logo voltou a ser um raio de sol que me cegava. – O Lee é?

— Isso. – não gostei da cara de quem sabia algo que eu não sabia que ele fez.

— Entendo. Então tá, nos vemos por aí, menina do cabelo cor-de-rosa.  

— Você pode me chamar de Sakura. – ele sorriu abertamente, mostrando todos os dentes brancos e luminosos; até hoje me pergunto qual pasta de dentes ele usa. 

— Sou Naruto, e esse aqui é o Sasuke. – ele estendeu a mão e eu apertei, sentindo-a grande e quente. Ai ai.

Quando soltei a mão dele, me voltei para Mr. Darcy – o nome dele não era tão legal quanto Mr. Darcy -, estendendo a mão na direção dele também. Ele a encarou por alguns segundos, e eu pensei que ele fosse me deixar no vácuo, mas! Ele a pegou e levou até seus lábios – sim, LÁBIOS -, beijando a parte de trás, tudo isso sem desviar o olhar. Cara, tenho que dizer que eu achava aquele cara um mala, e ele tinha pinta de sedutor de primeira qualidade, o que me fazia querer ficar bem longe; no entanto, quando um homem tão lindo como ele faz uma coisa dessas, é impossível não sentir um formigamento no meio das pernas.

Respirando fundo, tirei minha mão da dele rapidamente, tentando quebrar todo aquele encanto digno de novela mexicana, mas não deu muito certo, já que ele não parou de me olhar com o sorriso de canto que estava virando sua marca registrada.

Pisquei várias vezes, fingindo ter um cisco no meu olho, antes de murmurar um “tchau” e sair dali antes que eu pulasse em cima dele e pedisse para ele dizer que me amava “ardentemente”, mesmo só me conhecendo há um dia.

Bem, depois desse encontro maravi-desastroso, me encaminhei, finalmente, ao apartamento do tal Lee. Bati e esperei, não ouvindo som nenhum vindo lá de dentro. Porém, após alguns segundos, alguém abriu. Dessa vez, reconheci o moreno como sendo o que tinha dormido comigo, mas devo dizer que ele era bem diferente do que eu imaginava.

Era alto – não tão alto quanto Mr. Darcy mas alto – e, diferente dos outros, vestia uma regata verde escura, que deixava os braços bronzeados amostra. Novamente, como esse povo consegue ser bronzeado nesse lugar em que o sol quase não dá as caras? Enfim, o tal Lee era um gato, bem bonito mesmo, com os cabelos relativamente longos, o queixo quadrado, olhos grandes e escuros.

— Oh, você! Minha tulipa! Você voltou! – ele, assim com o tal Naruto, tinha uma voz estridente e modos espalhafatosos. Até me assustei um pouco.

— Oi...? Então, você é o Lee?

Ele assentiu com tanta vontade que achei que o pescoço fosse quebrar.

— Sim, minha princesa. Estava esperando por você.

— Estava? – Er, alerta de maluco, alerta de maluco.

— Uhum, pode entrar. – ele abriu espaço e eu fiquei pensando se seria sensato ou não entrar naquele apartamento novamente. Por fim, resolvi enfrentar logo aquilo e ir embora.

O apartamento estava exatamente como de manhã, com as roupas, sacos de chips e outras coisas espalhadas pelo chão; era até difícil de andar ali, e eu tinha que desviar das coisas como se estivesse em um campo minado.

— Foi mal pela bagunça, é que nós somos um pouco desorganizados. – ele parecia sem graça, então tentei parar de olhar com nojo para as coisas.

Sentei no sofá, depois de tirar um monte de roupa do caminho, e esperei ele fazer o mesmo. Mas ao invés disso, ele me ofereceu um chá, que eu aceitei para fazer a educada.

— Você quer com açúcar ou puro?

— Puro.

Após alguns minutos, ele voltou trazendo duas xicaras fumegantes; achei engraçado um homem daquele tamanho carregando duas xicaras minúsculas de porcelana.

— Bom, eu vim aqui para tratar de assuntos sérios. – anunciei, depois de bebericar o chá que, por acaso, estava horrível.

— Ah sim, sim. – ele também pareceu ter percebido a merda que era o chá, pois colocou a xicara sobre a mesa de centro em frente ao sofá. Fiz o mesmo.

— Então...nós transamos?

E então ele engasgou com nada, já que não estava bebendo mais o chá. Dei uns tapinhas nas costas dele, enquanto ele quase morria sufocado.

— Desculpe por isso.

— Tudo bem. – sorri, tentando amenizar a vergonha que ele parecia estar sentindo.

— É que foi meio repentino. – ele coçou a cabeça, e eu estava começando a achar que todo mundo estava com piolho ali naquela universidade. — Para ser sincero, eu também ia te perguntar isso.

— Como assim?

— Eu não me lembro muito bem de ontem à noite, hehe.

Sim, eu tinha ido até ali a toa, enquanto podia estar em minha cama dormindo ou fazendo qualquer outra coisa inútil antes que as aulas começassem.  

— Que ótimo. – murmurei, fechando os olhos com força e desejando o poder de me tele transportar para meu dormitório.  

— Mas eu não acho que aconteceu nada. – voltei a olha-lo com interesse. — Se tivesse rolado, eu saberia.

— Como saberia?

Dessa vez ele ficou vermelho da cabeça aos pés, e eu até simpatizei com ele; as vezes eu podia ser uma pessoa bem inconveniente. Ainda assim, eu queria saber dos detalhes já que minha vida estava em jogo né?

— Ér, bem...eu estaria mais relaxado.

— Ahhh sim. – ficamos em um silêncio bem desconfortável, e resolvi dar mais uma bebericada no chá.

— Não beba! – ele pegou a xicara de repente, me assustando. — É que esse chá é o do Shikamaru...

Entendi a referência e, ao invés de deixar para lá, engoli o restante. Aquele dia tinha sido uma merda, então porque não tentar salvar o resto dele?

— Bem, Lee, agradeço por sua atenção. – levantei-me do sofá, pronta para sentir o efeito do chá em casa, vendo desenhos. — Obrigada pelo chá, até mais.

Eu fui até a porta, mas antes que pudesse ir embora, Lee falou.

— Antes de você ir, Sakura, só queria dizer que me diverti muito com você ontem. Você é uma pessoa legal.

Sorri para ele, gostando um pouco mais do rapaz alto e desengonçado, que tinha umas taturanas no lugar das sobrancelhas.

— Eu acho que também me diverti com você.

Com um último adeus (drama alert), fui feliz e saltitante para meu dormitório, sentindo o efeito do chá em meu sistema. Aquele troço era forte. 



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