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História Orgulho Sombrio - Chegada


Escrita por: SrtaRavenclaw

Notas do Autor


Hey gente ^~^ ATENÇÃO RÁPIDA AQUI!
Gostaria de esclarecer uma coisa rapidinha: Sei que vocês tem uma imagem feita sobre o Christopher e o Andrew, mas digo a vocês para que, nessa fic, pensem neles de forma mais "encorpada". Que ser com milhões de anos, comandando outros seres com milhões de anos, manteria o corpo sem vantagem? Ninguém né não? Então, por isso peço que pensem em ambos de forma um pouquinho (pouquinho gente, não em um tipo de Leo Stronda) mais fortes ;)
Se acharem viável dar opiniões sobre os personagens, SUPER aprecio. Acho que a opinião de vocês me leva a nortear o tipo de caráter específico que eles terão. Enfim guris e gurias, espero que gostem. :*
- Corvina.

Capítulo 8 - Chegada


  Andrew

 

  O vento sempre forte na costa da casa de Christopher havia diminuído de forma drástica graças aos poderes de Andrew, que estava extremamente distraído procurando indicativos da chegada dos mestiços até o local designado. Seus olhos disparavam para todos os extremos da ilha, vasculhando até onde sua visão privilegiada poderia alcançar. O ódio residual do ataque na mansão londrina ainda o perturbava. Claro que havia algo errada com Celiny, não era possível que uma garota com sangue demoníaco fosse tão deliberadamente calculista, a eternidade os tornava despreocupados com pequenos detalhes, como aproveitar dar valor a cada atitude tomada. O cheiro de juventude que exalava dela explicava todos os furos que ele tanto apreciara: ela sabia como mover-se, agradar-lhe e distraí-lo porque sabia quem ele era, como pensava, o que faria. E ele gostou. A verdade era essa. Gostou de ser usado, e o fato de ser uma raça inferior, um tipo diferente do inimigo ao qual iriam enfrentar juntos, só fora um detalhe perigoso a mais. Desconfiava que Celiny pensasse da mesma forma.

  Contudo, seus mais profundos devaneios não se direcionavam à loira inebriante, e sim ao desafio eminente. Não importava quem fosse Celiny, Kieran, ou qualquer um dos outros mestiços a não ser a sargento que o enfrentou. Uma fêmea forte era o que abalava as estruturas de todos os demônios, em sua forma mais forte naqueles que constituem suas raízes em parentes mais antigos: quanto mais antigo o demônio ou a herança de sangue que corre em suas veias, mais fortes eram seus impulsos naturais. E como aquela garota, aquela criança ante a idade dele, o intimidou como se fosse capaz de explodi-lo só de olhá-lo o excitou. De todas as formas possíveis. Pegou-se pensando na garota enquanto acabava com Gina em sua cama. O pior de toda essa merda era saber que todos os demônios adaptados ao novo mundo, às frivolidades e superficialidades do século XXI sentiram-se da mesma forma, mesmo estando tão distantes de suas terras e fidelidades de nascença. Christopher deveria estar pensando da mesma forma que Andrew no momento, ou quem sabe de forma mais árdua. Christopher não se perdera tão facilmente no mundo atual, mesmo sendo de subsequência pura de uma das primeiras famílias de demônios do Antigo País (Europa), estes constituindo seu império no mundo mais atual possível. O Regente nunca conseguia largar suas tradições ou expectativas de eras passadas. Andrew tinha sua certeza por todos os ardis provocados por Christopher quando lhe parecia apropriado, e sempre adaptava as mais diversas formas de pensamento e atitudes de acordo com os costumes antigos. Ele deveria achá-la uma incógnita muito mais interessante do que Andrew achava, e se considerava o que sentia ser forte, o que Christopher sentia deveria ser alarmante. Deveria protegê-lo, pensara Andrew, proteger Christopher do próprio Christopher. Mas seria tão fácil? O cara conseguiu resistir à Margot, pessoa que certamente Andrew não conseguiria. Uma fada doar os sentimentos a você da forma que ela fez, e conseguir recusar? A resposta era simples: nunca. Ficaria atento, decidiu. Conheceria o inimigo que, pelo contrario do que considerou inicialmente não era uma ameaça física, era uma ameaça psicologia, carnívora, instintiva.

  Como se nada o atormentasse, Christopher observava a quebra das ondas abaixo. O penhasco era enorme, a queda distante. A beleza, estonteante. Andrew sentia seu poder quadruplicar naquele lugar. A Islândia conseguia ser o paraíso para todos os descendentes celtas. O local era o que sobrara de seus poderes originais: intocados, magníficos. O sol iluminava todos os arredores, inclusive a imponente e solitária mansão que havia ali, já que Christopher e seus servos eram os únicos a populacionar a ilha. Enquanto todos os pequenos pontos do local pareciam apreciar a luz, o corpo de Christopher parecia sugá-la ao longe. Todo trajado de negro, desde os coturnos à camisa cortada dos Misfits, assemelhava-se a um agouro de tão sombrio. Os punhos estavam enterrados nos bolsos e seu rosto abaixado para as pedras. Andrew não gostaria de saber o que ele pensava, muito menos atrapalhá-lo em algum momento de reflexão. O demônio das águas sabia a verdade: ele se sentia vivo, vibrante perto do mar, sentia-se em casa, enquanto Christopher nunca sentiria aquela sensação de forma plena, somente resquícios de uma unanimidade de alegria. Sofria pelo amigo, por si mesmo, mas não adiantaria, as coisas eram como eram.

  - Hey Chris, tem certeza que deu a localização certa? – Andrew disse de forma mais casual do que gostaria. Chris. Desde quando havia parado de chamá-lo pelo apelido? Porque havia parado? Na infinidade do tempo, os detalhes perdiam-se rapidamente.

  O riso divertido veio aos ouvidos de Andrew junto com o pouco vento que ele mesmo deixava mover-se pelo ambiente. – Chris? Pensei que ninguém me chamaria assim até o fim de meus dias. – Christopher virou-se para Andrew, as feições despreocupadas, o vento brincando com seus cabelos assim como os do próprio Andrew, que os remexia a cada dez minutos. Percebia agora, como uma luz ao fim do túnel o porquê havia ficado tão desconfiado quanto a Christopher e a sargento, tinham uma característica em comum: ambos transpiravam negro por suas feições. Nenhum demônio tinha olhos negros. Olhos negros eram raros como uma pessoa de pele roxa na cultura humana: estranho e curioso. E ambos tinham a mesma particularidade. Afastou o fato da mente. Esperava que as semelhanças parassem por ai. – Tenho certeza Andrew, moro aqui há um tempo considerável, acho que sei dizer onde fica. – O sarcasmo, acompanhado de um sorriso foi visto. – Mas creio que já estão aqui, você só não percebeu ainda. – Completou, andando em direção a ele.

  Automaticamente Andrew se ateu ao ar: nada. Movimentos: nada. Barulhos: nada. Começou a incomodar-se com a fé cega de Christopher quando um grito ocorreu. Uma das servas da cozinha da mansão abriu a porta abruptamente e continuou a gritar:

  - Saia daqui agora mesmo! Como ousa assustar uma senhora com a minha idade. – Ela aparentava ter no máximo o equivalente a quarenta e cinco anos humanos. Uma idade notável até mesmo para os demônios, que custavam a envelhecer.

  Um riso adolescente masculino saiu detrás da serva e um garoto de cabelos castanhos claros, olhos verdes, pele branca e músculos medianos a mostra veio em direção à frente da mansão. O jeans preto e a regada apertada branca contrastavam com as roupas escuras dos príncipes e até mesmo da serva, que ainda o observava pronta para atacá-lo com o pano de prato.

  - Ela é nervosa gente, quem diria. – O riso fácil subiu aos lábios novamente. A voz do garoto era simples, melódica até, sua postura era de um soldado, porém relaxada, como se estivesse indo a praia ocasionalmente. Depois de recompor-se, observou Andrew com olhos atentos, devorando todos os pontos de seu corpo com os olhos para depois voltar-se a seu rosto. – Celiny tinha razão, você é surpreendente. De forma positiva é claro. – Completou sorrindo.

  Andrew não conseguiu evitar sorrir também. Era gay, certeza. Não era novidade atrair olhares dos homossexuais mais todas as vezes que algum deles adotava a postura de ataque ele divertia-se.

  - Só você? – Disse olhando nos olhos verdes que ainda insistiam em analisá-lo.

  - Infelizmente não gato, mas adoraria que fosse. – Piscou para Andrew e voltou sua atenção a Christopher. – Vossa Alteza. – Curvou-se para Christopher.

  Ok. Aquilo era uma surpresa.

  Respeito assim, tão depressa? Por quê?

  Christopher acenou com a cabeça para o garoto, tão surpreso quanto Andrew.

  O tempo para pensar sobre o assunto não fora longo. Um baque fora ouvido atrás de Andrew e Christopher, no extremo da mansão. Todos se viraram para ver, até mesmo a serva. A garota caiu agachada, o cabelo loiro brilhando a luz do sol, assim como a pele branca. Vestida como uma pessoa simples, jeans e cardigã pretos, poderia ser a humana mais bonita que já vira, se fosse humana. Quando levantou o rosto, os olhos cor de ouro cintilaram em reconhecimento a Andrew, que a encarou, sem expressão alguma. Ao levantar-se, fez uma reverencia a Christopher. – Alteza. – Disse, assim como o garoto. Christopher acenou novamente.

  Subindo uma diminuta colina, aparecera Kieran, caminhando calmamente em direção aos demais. Assim como todos os presentes, trajava roupas comuns, porém as roupas comuns destacavam-se na máquina de guerra que parecia ser seu corpo. O tamanho dele incomodava Andrew, por mais que o seu próprio não fosse muito distante deste, e seus poderes fossem muito evoluídos, equiparado aos do mestiço. Quando chegou ao grupo, curvou-se para Christopher que novamente acenou com a cabeça. Andrew desconfiava que Christopher já estivesse de saco cheio de tal conduta.

  - Todos aqui? – Dirigiu-se Christopher a Kieran.

  - Podemos entrar se quiser, a última nos encontrará se essa for sua intenção. – Kieran fez um gesto em direção à porta aberta. A serva já havia desaparecido dentro da mansão.

  - Vocês já conhecem todas as dependências pelo que vejo. Não há nada que precise acrescentar. Os quartos do primeiro e segundo andar são de vocês. Escolham quais forem de seus agrados. – Christopher tinha um ar formal, objetivo e claro. Estava ansioso, percebera Andrew, queria que toda a formalidade acabasse. – Entrem, devemos fazer as apresentações aos criados. O restante de seu grupo poderá adequar-se quando chegar. – Christopher tomou à dianteira, sendo seguido por Kieran, o garoto de olhos verdes e logo depois Celiny. Por mais que Andrew não quisesse admitir, queria terminar o que começou com a garota. E pelo jeito que ela rebolava a sua frente, queria direcioná-lo a isso.

  Ao aproximar-se da cozinha, podia-se ouvir os risos das servas e servos no recinto. Christopher, franzindo o cenho, virou-se para Andrew, sorriu e dirigiu-se aos sons. Ao chegarem à cozinha, uma garota de cabelos negros cacheados soltos sobre os ombros encontrava-se sentada em cima da bancada de costas para os recém-chegados. Sem a túnica preta que a cobria no dia de sua primeira aparição, era possível ver suas coxas avantajadas moldadas pela legging negra, assim como seu traseiro considerável. Ela conversava com a serva que estava na porta a poucos minutos de forma alegre, sua voz firme chamava toda a atenção dos presentes. Quando os servos curvaram-se ao ver Christopher na entrada da cozinha, a garota pulou da mesa e aterrissou no chão com um leve baque.

  - Obrigada Dorothy, estava ótimo. – A voz transformou o ambiente em um campo de treinamento imediatamente. Se ela mandasse que Andrew fizesse 20 flexões, ele não hesitaria. Quando ela virou-se, ele notou o quão exótica era. Sua expressão com traços afiados não negavam sua origem. Brasileira, pensou. Tinha divertido-se com muitas brasileiras para poder traçar um perfil com o modesto sotaque dela. Ela encarou Christopher que estava mais a frente, e logo seus olhos moveram-se para Andrew. Ela sugava o ar do local, sua presença era sombria e expansiva. Poderiam estar em um campo de futebol e ainda sentiria que faltava espaço para ela, percebeu.

  - Fico com o último quarto do corredor esquerdo do segundo andar. Alguma objeção? – Andrew sabia que sua pergunta era dirigida a Kieran, mas ela não desgrudou os olhos do rosto do demônio das águas. O tom brusco de sua voz o excitou novamente. Agradeceu por estar com as mãos nos bolsos.

  - De acordo com o anfitrião, nenhum – Respondeu o comandante, acompanhado de um riso calmo.

  - Ótimo. – Respondeu a garota, olhando novamente para Christopher. – Começamos quando? – Seu tom ficara mais suave.

  - Amanhã. – Respondera Christopher, fitava a garota como igual, como uma bomba prestes a explodir. – Ao amanhecer.

  - Estarei esperando Regente. – Um sorriso mínimo formara-se no canto direito de seus lábios. Ela passou por todos, esbarrando propositalmente em Andrew. Ela havia se irritado com o ocorrido na reunião. Ótimo saber que não era o único a repreender tais sentimentos. Ela subiu as escadas silenciosamente, seu corpo sendo destacado pelas vestes negras apertadas.

  Depois de segundos que pareceram horas, o garoto de olhos verdes assobiou.

  - Lux tá atacada hoje. – Disse sério, ainda fitando a escada pela qual ela subiu.

  - Acho que isso é só o começo Joshua. – Respondeu Kieran, sorrindo para o local onde sua imediata havia sumido. 


Notas Finais


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