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História Origens - Algo está errado


Escrita por: CaroIina1601

Notas do Autor


que comece a treta da história hehe

Capítulo 3 - Algo está errado


_O que?! Onde estou?

Lawliet olha para os lados e se vê na casa onde morava quando era criança, estava sentado a mesa jantando com seus pais. Olhava para as coisas e tudo era surpreendentemente grande a sua perspectiva, olhou para suas pequenas mãos e logo concluiu que voltara a ter cinco anos. Tudo aquilo era tão real, e ele se sentia muito bem em poder estar com seus pais novamente. Mas toda aquela calma é quebrada por três homens que invadem a casa e anunciam um assalto. Os assaltantes apontam as armar para ele, mas seus pais se colocam em sua frente. Desesperado ele corre para a sala para pegar o telefone e ligar para a polícia, sua mãe grita.

_LAWLIET!

Um dos homens se assusta e atira, de repente seu pai perde todo traço e racionalidade e vai para cima do assaltante, mas antes que pudesse fazer algo é atingido por dois tiros na barriga. Ele ouve os tiros vindo da cozinha, entra em pânico e abandona o telefone antes que pudesse dizer o endereço da casa. Os três homens fogem sem levar nada, Lawliet corre para seu quarto e se esconde debaixo de sua cama com medo de que alguma coisa lhe acontecesse. Dez minutos depois a polícia chega e entra na casa, um dos oficiais vai até o quarto e o encontra em prantos debaixo da cama, uma mulher chega e o retira de lá. Assustado ele anda até a cozinha, e vê uma cena que iria lhe atormentar pelo resto da vida: os corpos ensanguentados de seu pais jogados no chão como bonecos sem vida. Completamente em choque ele grita.

Levanta-se bruscamente da cama ainda gritando, ofegante e suando frio ele olha para os lados e percebe que havia sido um pesadelo. Os olhos ficam molhados e ele se vê incapaz de segurar o choro. Ouve o barulho de uma pessoa correndo, a porta é aberta bruscamente por Nakada:

_Lawliet! O que aconteceu?! Você esta bem?!

Ele a olha com uma expressão inconsolável, com o rosto já encharcado pelas lágrimas e entre soluços ele diz:

_Por que... Eles ainda são tirados de mim de novo e de novo?!

Ela anda até a cama, senta na beirada e coloca a mão sobre seu ombro, ele permanecia de cabeça baixa e com a mão nos olhos para disfarçar as lágrimas.

_Eu já perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu, você não vai voltar a dormir não é?

_Não.

_Quer que eu prepare um chá? Vai te fazer bem.

_Sim, por favor. Ah... Eu posso ir com você? Eu não quero ficar sozinho.

_Claro.

Chegando na cozinha ela vai para o armário pegar o buli, ele senta-se a mesa da cozinha mesmo, desde de criança achava a sala de jantar meio assustadora quando estava escuro. Alguns minutos depois ela o leva a xícara de chá, ele o toma com cuidado por ainda estar muito quente. Se vira para Nakada com um rosto tristonho:

_Isso nunca vai parar não é?

_Olha quando eu tinha sua idade, talvez uns dois anos mais velha, eu perdi minha irmã mais velha pra uma doença que na época não tinha cura, perdi a única família que havia me restado depois que a guerra devastou o país. Ela era meu espelho, minha referência de mulher, e quando ela se foi eu fiquei sem rumo. Tive até que fazer psicólogo na época, e ele me disse que cada pessoa precisa encontrar o seu jeito de superar a morte, eu encontrei o meu quando tive meu filho, uma outra vida para amar e proteger me ajudou a superar isso. Você só precisa achar o seu jeito de superar a morte.

_... Obrigado, Nakada._ Lawliet dá um sorriso de canto, levanta-se e coloca a xícara na pia.

Subiu as escada pensando: "Eu preciso entender a morte! Talvez no sentido metafísico?... Quem sabe no sentido racional? O melhor seria nos dois, mas como vou fazer isso é a questão.". Chegou no quarto e ligou o computador, a luz do monitor era a única coisa que iluminava a escuridão das 4:53 da manhã. Abriu em um site de buscas qualquer e digitou na barra: Morte; dezenas de links apareceram, alguns com explicações clínicas da morte, outros com explicações mais ligadas ao psicológico das pessoas que perdem alguém. Mas um... Um em especial lhe chamou a atenção, um link nomeado apenas como: Shinigamis, deuses da morte. Não hesitou em clica-lo, as página carregou em alguns minutos. Logo no início na página, antes do texto, uma ilustração antiga retratando um shinigami.

_Hm.. Interessante.

Começou a ler o primeiro parágrafo que dizia: "​Shinigami é um termo usado para descrever entidades sobrenaturais presentes na mitologia japonesa, que convidam os seres humanos à morte ou que os induzem a cometer suicídio. Psicopompos atribuídos à personificação da morte. Descritas como entidades antropomórficas, os shinigamis não possuem uma representação estereotipada e a sua figura foi evoluindo para a representação de toda uma raça de psicopompos. Os shinigamis estão vinculados em descrições presentes na religião, literatura e cultura popular japonesas.". Apesar de conter as informações básicas, ele queria saber muito mais sobre estes tais seres, queria conhece-los a fundo. Procurou algumas ilustrações, mas as mais recentes que encontrou eram do século XIX. Estava tão entretido em sua pesquiso que nem se deu conta de quanto tempo se passou, olhou para o relógio do computador que já marcava 5:30 da manhã.

Ouviu a maçaneta girar, Watari abriu a porta do quarto e ainda meio sonolento perguntou:

_Lawl, o que está fazendo acordado? Você só tem aula as oito.

_Eu perdi o sono.

_... Aquele pesadelo de novo?

_É.

_Então... Nesse caso não tem problema. Só não esquece que daqui a meia hora você tem que se arrumar pra aula.

_Tá bom..._  Se sentiu estranho por estar conversado com Watari sem estar olhando para ele, e quando se virou reparou em suas roupas. Diferente dele, Watari não estava usando pijama, ainda estava com as mesmas roupas do dia anterior já um pouco amassadas. Significava que ele sequer havia dormido, por que? O que estaria o deixando tão ocupado? O que estava acontecendo?

Watari se virou e foi embora, enquanto andava Lawliet prestava atenção nos passos, tentando deduzir pelo som onde chegariam. Eles sessaram-se e seguiu um som da porta do escritório batendo. A curiosidade veio instantaneamente, mas seria certo bisbilhotar daquele jeito? Entrou no meio de um conflito interno:

_O que tem de errado comigo? Por que de repente eu resolvi dar uma de detetive? Eu tenho que parar com isso!

Olhou para o relógio e já eram 6:10 da manhã, deixou todos aqueles pensamentos de lado e foi se arrumar pra escola. Tomou um rápido café da manhã e saiu, quando chegou viu que todos os estudantes estavam indo para o auditório que ficava do lado de fora da escola. Não tinha a menor ideia do que podia estar acontecendo, a primeira coisa que lhe veio a mente foi achar seus amigos para verificar se eles sabia de algo. Entrou naquele auditório lotado e olhou para todos os cantos procurando-os, até que avistou Niku acenando para ele ir até lá. Quando chegou até eles disse:

_Alguém pode me dizer o que está acontecendo?!

_Você não viu o noticiário ontem?_ Akira pergunta, incrédulo com a ignorância de Lawliet perante a situação.

_Não sou de ver televisão, o que aconteceu?_ Ele senta-se entre Niku e Sayori.

_Um grupo terrorista gravou um vídeo fazendo ameaças diretas as maiores potências mundiais, dentre elas o Japão. Como só faz dois anos desde o maior atentado terrorista até agora, o mundo praticamente entrou em pânico.

_Meu Deus, isso é sério?

_Muito! Só não sabemos ainda porque exatamente a diretora nos chamou aqui, provavelmente pra falar sobre isso.

A diretora entra no auditório e manda todos se sentarem, ao obedecerem ela vai até o microfone que já estava montado.

_​Silêncio todos! Como já devem saber, uma notícia deixou o mundo em desespero ontem! Um grupo extremista fez ameaças diretas as principais potências mundiais, dentre elas está o nosso país. Aparentemente o motivo seria a intenção deles de limpar a Terra da cultura capitalista! O pronunciamento que estou fazendo aqui, neste momento, está sendo realizado também em todas as escolas do país. Precisamos repassar os procedimentos de segurança...

​Lawliet sente uma mão se sobrepor a sua, quando olha vê que Sayori era quem estava a segurando, e que quanto mais a diretora falava sobre aquele assunto mais ela a apertava. Olhou para seu rosto e estava tão assustado que era quase inconsolável. Decidiu tentar um diálogo para acalmá-la:

_Sayori, está tudo bem?

_E-Eu estou bem...

_Tem certeza?_ Ele a indica com os olhos sua mão sobre a dele._ Você esta quase interrompendo minha circulação._ Ele dá um sorriso de canto.

_Desculpa... Eu estou um pouco nervosa só isso. É que.. Eu nunca pensei que um dia viveria algo assim, mesmo assim não deve ser nem metade do que o que meus avós passaram na guerra._ Ela abaixa a cabeça, se sentia fraca por estar com medo.

_Ei, não precisa se sentir mal por isso, você não é a única que está com medo. Todos aqui estão morrendo de medo também.

_Mas eu.. eu prometi pra ele que nunca mais sentiria medo._ Seus olhos se enchem d'água de repente.

_Como assim?

_Nada, não é nada, estou me sentindo bem melhor agora._ Ela retira sua mão da dele e vira-se sem dizer mais nenhuma palavra.

"Eu prometi pra ele que nunca mais sentiria medo." esta frase ecoava em sua mente, ficou curioso pra saber que poderia ser "ele", mas Sayori já estava muito abalada e uma insistência de respostas naquele momento provavelmente a irritaria, irrita-la era a última coisa que ele queria então resolveu esquecer isso, pelo menos por enquanto. Alguns minutos depois a diretora deu as palavras finais:

_​... então a partir de hoje não se assustem ao virem as forças armadas circulando pelas ruas, eles irão garantir nossa proteção. Isso é tudo! Podem ir pra aula!

​Todos se levantaram e foram para suas respectivas salas, Lawliet, Akira, Niku e Sayori como sempre foram os últimos a saírem. Ao chegar na sala, ele sentou-se na carteira e pensou sobre tudo que estava acontecendo, por algum motivo algo não lhe parecia certo naquela história toda: "Por que fariam um vídeo contando ao mundo todo seus planos? Com todas as nações em alerta isso dificultaria a realização dos ataques, tem alguma coisa muito errada.". O tempo das aulas passou rápido, quando deu 12:30 todos saíram para o almoço, Lawliet não estava com um pingo de fome então foi direto para a biblioteca, queria ver se lá encontraria um estudo mais aprofundado sobre Shinigamis, os tais seres de fato chamaram sua atenção. Atravessou as portas e foi direto para a primeira bibliotecária que encontrou, uma moça relativamente jovem que parecia não esperar encontrar ninguém por lá:

_Com licença, onde ficam os livros sobre mitologia e lendas em geral?

_Ficam naquele corredor bem ali, algum assunto em particular?

_Shinigamis.

_Shinigamis? É algum trabalho de escola?_ A moça parecia um tanto surpresa com a escolha do garoto.

_Não, apenas me interessei pelo assunto e quero saber mais, não tem muita coisa na internet._ Dá de ombros.

_Ok, fique á vontade, é só procurar na letra S.

Andou até a sessão e procurou pela prateleiras ligeiramente empoeiradas, procurou incansavelmente até encontrar um livro sobre lendas japonesas, mas este falava exclusivamente dos Shinigamis. Pegou o livro e sentou-se na mesa mais próxima, pôs-se a ler em poucos segundos. Realmente as informações no livro eram bem mais aprofundadas, aprendeu desde quando surgiram as primeiras lendas até como os Shinigamis eram vistos atualmente, mas mesmo assim parecia não ser o suficiente. Queria ver todos os pontos de vista, ler quantos autores pudesse, mas por enquanto o máximo que poderia fazer seria levar aquele livro. Andou até a recepção e mostrou o cartão da biblioteca para a moça que o atendeu mais cedo:

_Gostaria de levar este livro.

_Seu cartão por favor._ A moça fez os devidos registros no computador._ Você tem um prazo de trinta dias para devolve-lo

_Obrigado.

Colocou o livro na mochila e voltou para sua sala, ainda restavam duas horas de aula. As aulas passaram rápido, e o tempo todo só conseguia pensar no que havia lido sobre esses Deuses da Morte, não tinha muita certeza se aquilo o ajudaria a superar a morte de seus pais, mas foi a melhor coisa que conseguiu. Nunca foi de acreditar em lendas, muito menos em criaturas místicas, todavia aquilo o parecia, de certa forma, diferente. Foi brutalmente tirado de seus devaneios pelo som estridente do sinal, guardou o material e foi para a saída. Foi abordado por Sayori antes que atravessasse o portão:

_Onde você estava? A gente te procurou na hora do almoço.

_Eu estava na biblioteca.

_Na biblioteca? Aquele lugar é mais deserto que um cemitério._ Niku responde em um tom cômico.

_Não deveria, ela me foi muito útil.

_E o que exatamente você estava fazendo lá?_ Akira pergunta.

_Fui pesquisar um pouco mais sobre Shinigamis.

_Shinigamis? O que diabos é isso?

_São deuses da morte, existem muitos deles e sua função é levar os seres humanos a morte ou induzi-los ao suicídio._ Sayori respondeu com toda a naturalidade, os garotos a ficaram encarando por uns instantes.

_Como você sabe?_ Lawliet pergunta, surpreso.

_Você não é o único que gosta desses assuntos._ Ela sorri discretamente.

Akira e Niku se olham com um sorriso malicioso e dizem, irônicos:

_É... Acho que eu já vou pra casa, vejo vocês na aula amanhã.

_Eu vou com você, Niku.

Os dois se foram sem dizer mais nada, deixando Lawliet e Sayori sozinhos.

_Então... O que mais você sabe sobre Shinigamis?

_Por que quer saber?_ Sayori pergunta levantando um pouco o tom de voz, o que assusta Lawliet.

_É que eu ainda estou no início da minha pesquisa, e gostaria de ouvir o que uma pessoa que sabe mais sobre isso tem a dizer. Você mora onde?

_A quatro quarteirões daqui, por que?_ Ela diz apontando para o leste.

_Ah que bom, assim dá pra irmos pra casa conversando, eu moro na mesma região.

_Tá bom, então vamos.

Os dois começaram a andar, não demorou muito para que Lawliet já começasse a fazer um monte de perguntas:

_Então... O que mais pode me contar?

_Bem, os Shinigamis hoje em dia são vistos como algo mais além de criaturas folclóricas, há algumas décadas surgiram alguns rumores a mais sobre eles.

_Como assim "rumores a mais"?

_Quantas vezes você já ouviu falar de mortes inexplicáveis por aí? Pessoas perfeitamente saudáveis que morriam de doenças ou ataques cardíacos, ou acidentes improváveis...

_Sei, e daí? 

_E daí que os que acreditam em Shinigamis começaram a desconfiar de que haveria uma forma de obter o poder deles, esse boato acabou se espalhando muito rápido, e acabou por virar parte da lenda.

_Mas isso não é meio subjetivo? Quer dizer... É só uma suposição.

_Olha até que faz algum sentido se pararmos pra pensar.

_É talvez você tenha razão, pelo menos no contexto ilógico das lendas hehe. Bom é aqui que nos separamos.

_Espera aí! Essa é a sua casa?!_ Ela arregala os olhos.

_É._ Ele responde meio sem graça.

_Meu Deus é enorme!_ Ela enfia a mão na mochila e puxa um saco de balas, Lawliet fica a olhando sem entender.

_...Você sempre anda com doces?

_Ah é, digamos que eu tenho um certo vício em açúcar.

_Jura? Eu pensava que era o único._ Lawliet sorri para ela, mas depois fica encarando o saco de balas.

_Você quer? Esta aí encarando._ Ela oferece os doces.

_Hmmm eu quero.

Ele enche a mão com balas de morango, se despede dela e entra. Quando fecha a porta percebe Nakada bem ao lado, que coincidentemente estava naquele cômodo bem na hora em que ele havia chegado:

_Oi, como foi a aula?

_Como sempre, nenhuma novidade_ Ele segue para as escadas, Nakada percebe um vermelho sutil naquelas bochechas que sempre eram pálidas como cera.

_Ah Lawl!_ Ela se aproxima dele antes que colocasse o pé no primeiro degrau._ Eu te conheço desde quando você tinha sete anos, e você não conseguiu esconder de mim quando quebrou o vaso favorito do senhor Watari, nem quando você estragou o micro-ondas ao tentar derreter os talheres, nem quando você...

_Onde quer chegar?_ Fez a pergunta, mesmo sabendo exatamente qual seria a resposta.

_No fato de que não consegue mentir pra mim._ Ela dá um largo sorriso.

_Não sei por que tanto alarde, ela é só uma amiga._ Ele desvia o olhar.

_Mas em momento algum eu falei de uma garota._ Ela levanta as mãos em sinal de rendição, mas ainda com o sorriso.

_Ãhh... E-Eu preciso subir, tenho tarefa pra fazer._ Ao subir dá um tropeço na escada, fazendo Nakada rir.

Ela se vira e volta para seus afazeres, pensava sobre o que acabara de perceber: "Meu Deus, conheço esse garoto desde que ele era criança, presenciei todas as fazes da vida dele, mas essa eu nunca esperei ver. Eu vi ele crescer diante de meus olhos agora olha só! Não acredito no carinho que tenho por ele."   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 


Notas Finais


se estiverem preocupados quanto ao pequeno romance que adicionarei a história não fiquem, ele não ficará enjoativo :D


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