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História Origens - Hora de investigar


Escrita por: CaroIina1601

Notas do Autor


Soltem os foguetes! Eu voltei com essa história! Eu tava com um tremendo bloqueio criativo pra ela e só agora a criatividade voltou kkkkk

Capítulo 4 - Hora de investigar


Chegou no quarto e jogou a mochila em um canto qualquer, as faixas de luz que passavam por entre as persianas chamaram sua atenção por um breve instante. Ouviu batidas na porta:

_​Ei! Posso entrar?

_​Pode.

Watari adentrou o cômodo, estava com uma aparência horrível: olheiras, cabelos bagunçados, roupas amaçadas, parecia que não dormia a dias.

_Ãhn... Está tudo bem?

_Sim, estou bem... (suspiro profundo) Só ando meio ocupado nos últimos dias só isso.

_Uhm.. Ok.

_Ótimo, tenho que ir agora.

Saiu fechando a porta atrás de si, mas mesmo com a porta fechada ainda deu para ouvir o que se passou. Watari trombou com Nakada no corredor:

_​Sr. Watari, não acha melhor descansar um pouco?

​_Eu estou bem, Nakada (bocejo).

​_Não, não está, o senhor está exausto. Descanse um pouco, nem que seja por apenas algumas horas, eu vou te preparar um banho quente e algo decente para comer.

_Acho que tem razão, mau estou me aguentando em pé.

​Do outro lado, Lawliet em um pequeno conflito interno, andava de um lado pro outro, hora encarava aquilo como uma oportunidade de descobrir o que estava acontecendo, hora condenava a si mesmo pela curiosidade. Respirou fundo e decidiu que descobrir o que estava acontecendo era o que definitivamente iria fazer. Moveu um pouco a porta, verificou através da fresta se não havia mais ninguém no corredor, ao ver que estava sozinho saiu do quarto e foi a passos leves para o escritório de Watari. Cuidadosamente abriu a porta, no mesmo instante um cheiro forte de café invadiu suas narinas, o ambiente estava abafado e parcialmente iluminado, todos os computadores estavam ligados e haviam papéis espalhados por toda parte. Ficou chocado com aquela cena, desorganização não era um dos pontos de Watari, se seu escritório estava naquele estado significado que algo muito sério o estava preocupando. Andou até uma pilha de papéis perto da escrivaninha, aquilo parecia ser a única coisa ainda em ordem naquele caos. Os primeiros aparentavam ser fichas de criminosos, olhou mais de perto e viu que se tratavam de alguns dos terroristas mais procurados do mundo.

Imediatamente lembrou do que tinham lhe dito de manhã sobre o vídeo terrorista que estava circulando, logo lhe veio a resposta para tudo aquilo: A Interpol estava investigando o caso. Em um dos monitores um relatório enviado a Watari estava aberto: "...​os indivíduos em questão são procurados em 36 países por atos terroristas. A julgar por todas as atrocidades que já cometeram todas as evidências apontam que futuros ataques podem ser realizados pelos mesmos. Não há dúvidas de que os primeiros ataques serão realizados em locais que apresentem um número grande de circulação de civis, por isso concluiu-se de que devemos permanecer em alerta com pontos e cidades turísticas.". ​Aquela sensação estranha veio de novo, pra ele alguma coisa estava muito errada, virou-se para ir embora mas sem querer esbarrou na pilha, fazendo alguns papeis caírem. Agachou para pegá-los, no mesmo segundo veio um estalo em sua mente!

_Distração... Seria tudo isso uma grande... distração? Será que...

Novamente seu raciocínio fora interrompido, a porta ia sendo lentamente aberta, se escondeu atrás da escrivaninha o mais rápido que pôde. Nakada entrou, foi até a cômoda ao lado, parecia estar procurando algo, andou até a escrivaninha, nesse momento Lawliet sentiu um frio na barriga, ser pego era a última coisa que queria, ela abriu uma gaveta, pegou um celular e saiu. Podia respirar de novo.

_Ufa._ Apoiou a palma da mão na testa._ Acho melhor eu sair.

Levantou-se e saiu tomando cuidado para que ninguém o visse. Estava a alguns passos de seu quarto quando Watari passou por ele em passos rápidos e largos, chegou em seu escritório e notou que algo estava diferente:

_​Estranho, essas folhas não estavam caídas quando eu sai.

_​Não, não, não! Esqueci de recolher.

_​Eu devo ter derrubado e não vi.

​Suspirou aliviado, "Ainda bem, da próxima vez posso não ter tanta sorte.". Foi até a estante e pegou o livro sobre Shinigamis que havia pego na biblioteca. Deitou na cama e continuou lendo de onde tinha parado, como havia esquecido a porta aberta Nakada passou em frente ao quarto e não pôde deixar de notar a leitura um tanto incomum que ele estava fazendo:

_Lawliet.

_Ãnh?... Ah oi Nakada.

_O que está lendo?

_Um livro sobre Shinigamis.

_Por que está lendo sobre.. Deuses da morte?

_Então você sabe o que eles são?_ Faz uma expressão de surpresa.

_Sei, mas por que você quer saber sobre eles?

_Você disse pra eu encontrar um meio de superar a morte dos meus pais, eu achei.

_Mas tem certeza que é assim que quer? Eu não sei se é uma boa ideia você ficar lendo sobre essas... Coisas._ Ela aparentava preocupação, ele estranhou sua atitude.

_Por que está tão preocupada? É só uma lenda urbana._ Disse com um sorriso despreocupado.

_É, é claro._ Saiu sem dizer mais nada.

_Eu hein..._ Voltou a leitura.

"Não tem nada de errado com isso, não é? Não é nada demais, só mais uma de dezenas de lendas, deveria perguntar por que ela ficou daquele jeito. Não acho melhor não, vai saber quais são os motivos.". Desta vez achou que seria melhor não fazer nada, senão poderia atrair ainda mais problemas. Depois de uma hora lendo a fome veio, se comece ainda mais doces do que já havia comido acabaria com dor de barriga, então desceu até a cozinha para procurar, de preferência, alguma coisa salgada e quente. Revirou a despensa a procura de qualquer coisa que se encaixasse naquela descrição, achou um copo de Cupe Noodel's. Pegou um buli para colocar a água para ferver, Nakada apareceu bem na hora:

_Não quer que eu esquente isso pra você?

_Não, obrigado. Além do mais eu já sou bem grandinho pra preparar minha própria comida hehe.

_Então tá, mas se você se queimar não reclame.

_Acho que eu consigo me virar sozi... Ai!_ Sem querer encostou as costas da mão no buli, queimando-a. Nakada não conseguiu segurar a risada, o deixando sem graça.

_Desculpe, mas não pude evitar hahaha. Você é teimoso desde quando era criança.

_Então acho que você já sabia que isso ia acontecer, não é?_ Sorri, sarcástico.

_Se eu soubesse não teria rido.

_Faz sentido. Ah a água já ferveu, onde eu deixei aquele macarrão?... Achei.

Despejou o líquido fervente no copo, pegou os hashis, sentou-se e comeu. Nakada o olha, parecia analisa-lo.

_Que foi? Você quer um pouco?

_Não é que... Não consigo entender como você pode comer tanto sem engordar.

_Eu também não sei como, você acha que tem algo de errado comigo?

_Algo de errado? O que eu não daria pra ter um metabolismo tão rápido, mas também já fui jovem, sei o que é comer sem engordar.

_É, com certeza isso já foi há muito tempo._ Tenta segurar o riso, quase engasgando-se com o macarrão.

_Ei eu não sou tão velha assim!... Tá bom eu sou, mas não se diz isso a uma mulher! Sorte sua que eu não fico mais de TPM.

_Mesmo se você ainda ficasse, Nakada, tudo poderia ser resolvido com uma barra de chocolate.

_Até parece, não sou viciada em açúcar como você.

_Mas isso não tem a ver com açúcar, tem a ver com as substâncias químicas que seriam produzidas no seu cérebro.

_Você quer mesmo falar sobre isso?_ Ela recua do assunto, como se estivesse constrangida._ Não me sinto a vontade falando sobre isso com um garoto de 16 anos.

_Desculpe._ Sorriu desviando o olhar para baixo._ Eu começo a falar besteira quando estou entediado.

_Está um dia lindo lá fora, por que não sai um pouco?

_Eu não sou muito de sair de casa desnecessariamente.

_Mas você passa muito tempo dentro de casa, não é atoa que é tão pálido.

_É, talvez tenha razão.

Decidiu seguir o conselho de Nakada e sair um pouco de casa. Como nunca usava sapatos quando estava em casa teve de subir até seu quarto para pegá-los, os calçou e antes de descer pegou o livro sobre Shinigamis, considerou a possibilidade de encontrar um bom lugar para lê-lo. Andou até a porta, parou e pensou: "Não posso sair por aí sem rumo, pra onde eu vou? Já sei, posso ir pro parque da cidade, não fica muito longe daqui mesmo.". Caminhou por quinze minutos até chegar no local, procurou o lugar mais isolado possível até que avistou uma árvore que ficava perto de um parquinho. Andou até ela, sentou-se debaixo de sua sombra, um vento fresco soprava pelo arredores e isso até que o agradava muito. Abriu o livro de onde tinha parado, exatamente em uma parte que falava sobre a ideia de que os humanos poderiam ver os Shinigamis sob determinadas condições, mais especificamente se estivesse a beira da morte.

_... Como será que é ver essas criaturas?

Ouviu uma voz fina gritar alguma coisa, levantou a cabeça e viu uma bola de tênis quicando em sua direção, em um reflexo rápido a pegou, não estava muito rápida, mas seria o suficiente para causar-lhe um dano leve no rosto. Um garotinho de 8 anos com uma raquete na mão veio correndo em sua direção.

_Desculpa, moço! Eu quase te acertei, devolve a minha bola?

_Claro._ Entregou a bola ao garoto.

_Ãhn... O que está lendo? A capa é meio esquisita.

_Ah nada demais, só um livro sobre Shinigamis.

_Que que é isso?_ Disse sentando ao lado dele.

_São deuses da morte.

_Ah...! Então é um livro de terror?

_Bem... Digamos que sim.

_Ah entendi, gostei de você, você é legal._ O garoto disse com um sorriso no rosto.

_Uhm..._ Sorriu de volta._ Qual é o seu nome?

_Meu nome é...

Antes que pudesse dizer seu nome uma mulher se aproximou deles, ela chamava pelo nome por alguém, provavelmente ela deveria ser a mãe do garoto:

_Light! Light! Ah te achei!

_Oi mãe!

_Quem é o seu amigo, Light?

_Esse aqui é o... Qual é o seu nome?

_Lawliet.

_Que nome estranho.

_Light, não diga isso!_ A mãe do garoto se zanga com o comentário.

_Não tudo bem._ Diz tentando demonstrar o máximo possível que não havia se ofendido._ Eu não sou daqui, sou inglês, então é normal que ele ache meu nome incomum.

_Ah, entendo. Precisamos ir, meu marido já deve estar em casa... não vai se despedir, Light?

_Ah é! Tchau!_ Diz acenando com uma das mãos, Lawliet não diz nada e apenas retribui o gesto.

Olha em volta, repara em todas as pessoas ao seu redor, crianças brincando, casais apaixonados namorando, pais correndo e brincando com seus filhos ou simplesmente pessoas que, assim como ele, procuravam um lugar a sombra para ficar. "Por que?... Por que existem homens que querem acabar com tudo isso?... As vezes a humanidade me surpreende, gostaria que não fosse para o mal..."

_Parece que você se dá bem com crianças._ Ouviu uma voz feminina dizer, olhou para todos os lados para encontrar sua origem, mas foi em vão. Passos chegavam cada vez mais perto dele, uma mão encostou em seu ombro._ Oi.

_Sayori? Oi, o que faz aqui?

_O mesmo que você._ Sentou-se ao lado dele._ Nada. E ai... Como vai o estudo sobre Shinigamis?

_Como pode supor que eu ainda estou estudando-os?_ Tentou deixa-la sem resposta, apenas com o intuito de provocação.

_Você está com o livro agora mesmo._ Sorri olhando para o livro entre seus braços.

_Desde quando é observadora assim? Hehe.

_Desde sempre, eu acho. A maioria das pessoas acha meio estranho, mas eu nem ligo.

_E nem deveria, nunca tente mudar quem você é por causa dos outros. Você acaba se arrependendo..._ Olhou para baixo.

_Experiência própria?

_Sim, eu já estudei em quatro escolas diferentes e saí de cada uma delas pelo mesmo motivo, minha inteligência.

_Ãh... Desculpe, mas... Quando foi que ser inteligente passou a ser um problema?

_Você não entende, as outras crianças... Tinham medo de mim. Eu sou antissocial, observador, e meus professores costumavam dizer que eu tinha tendências psicopatas._ Dizia enquanto entrelaçava os dedos, o que era um sinal de nervosismo ou raiva._ Na época eu acreditei nisso... Por isso, resolvi tentar mudar quem eu era, porém essa atitude não ajudou, estava me fazendo mal. Ai um belo dia, decidi parar de me importar e apenas ser eu, mesmo que isso significasse passar a vida sem amigos...

_Ei._ Colocou sua mão sobre a dele, mas desta vez não era porque estava com medo._  Nunca mais ouse dizer que você não tem amigos, o Niku e o Akira gostam muito de você... E eu também._ Olhou no relógio de pulso, já eram 17:25._ Ai não! Se minha mãe chegar em casa e ver que eu não estou ela vai surtar! Preciso ir.

Aproximou-se, deu um beijo em sua bochecha, levantou e foi-se. Lawliet ficou perplexo, sentiu como se todo o seu corpo aquecesse instantaneamente a uma temperatura absurdamente alta. Colocou a mão sobre o lado que foi beijado, tomou ar como se não respirasse há dias. Deu um sorriso de canto a canto e ficou apenas lá, observando-a ir embora.  

 

 

 

 



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