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História Origens - Um fantasma...


Escrita por: CaroIina1601

Notas do Autor


Hoje eu tô criativa! XD Tomem aí mais um capítulo dessa fic que eu sei que vocês amam S2

Capítulo 5 - Um fantasma...


Já estava ficando escuro, e a julgar pela situação atual das coisas não era recomendável ficar na rua até tarde. Seguiu pelo caminho do centro até se deparar com uma intensa aglomeração, estranhou já que não era nenhum ponto de comercio ou algo do gênero. As pessoas pareciam agitadas, algumas até mesmo nervosas. Tentou desviar delas, mas a cada minuto parecia mais preso. Esbarrou no braço de uma mulher, que se assustou:

_Com licença, o que está havendo aqui?

_Uma parte daquela loja explodiu!

_O que?!

Então era isso, aparentemente os ataques terrorista haviam começado, mas... Por que não o impediram? O país inteiro estava em alerta e propenso a suspeitar de tudo e todos, então aquilo não fazia o menor sentido. Enquanto alguns ajudavam os sobreviventes, outros buscavam qualquer ajuda médica ou ligavam para a policia. Um idoso estava caído em meio ao que havia sobrado do estabelecimento, todos em volta tentavam ajuda-lo. A parte de trás de sua cabeça estava cortada, formando uma enorme poça de sangue em baixo de seu pescoço, dois homens tentaram levantá-lo pelas pernas, Lawliet imediatamente interrompeu a ação:

_NÃO! Não façam isso!

_Ele está morrendo, garoto! Senão fizermos nada...!_ Um dos homens disse, irritado, mas foi interrompido novamente.

_Se fizerem isso ele vai morrer! Precisam apoiar a cabeça!_ Ele foi até o idoso, ajoelhou-se e apoiou sua cabeça em seu colo. Rasgou um pedaço de sua camisa e usou para estancar o sangramento._ Alguém chame uma ambulância.

Depois de alguns minutos, a assistência médica finalmente compareceu. Um médico correu até a vítima, viu que Lawliet já o estava acudindo, pareceu satisfeito com a atitude do garoto:

_Você fez muito bem, deixa com a gente._ Disse enquanto tomava seu lugar.

Aquilo foi um verdadeiro caos, a cena parecia correr em câmera lenta. Olhou para suas mãos, além delas suas mangas também estavam cobertas de sangue. Foi direto para casa, cabisbaixo e sem demonstrar qualquer reação devido ao choque. Parou bem a frente da porta, porém sequer precisou abri-la, Watari a abriu bruscamente e tomou um susto por vê-lo do lado de fora, ainda mais naquele estado:

_LAWLIET! Ainda bem! Venha pra dentro, agora!_ O puxou para dentro, fechando a porta em seguida._ Onde você estava?! Fui informado de um possível ataque terrorista no centro! Não sabia onde você estava e...!_ Reparou nas manchas de sangue em suas mãos e roupas._ Oh não...! Você estava lá! O QUE ESTAVA FAZENDO LÁ?!_ O pegou pelos braços, fazendo-o ficar mais assustado do que já estava.

_Watari! Esse sangue não é meu! Eu estava ajudando um senhor que foi atingido pelo ataque._ Ele disse, deixando Watari mais aliviado.

_Menos mal... Mas o que deu em você?! Não passou pela sua cabeça que poderia ser perigoso sair a essa hora?!

_A culpa foi minha..._ Os dois ouviram a voz de Nakada vinda do pé da escada, Watari a olhou com incredulidade._ Eu disse que ele precisava sair um pouco, não o culpe... A culpa foi minha, Sr. Watari.

_Não acredito, Nakada. Como pôde achar que era uma boa ideia? Como pôde ser tão ingênua?! Não está a par da situação?!_ Cada vez mais Nakada se encolhia a medida que Watari ia levantando seu tom de voz. Lawliet não suportou ver aquela cena.

_Para!_ Interrompeu Watari, sem ao menos pensar no que estava fazendo.

_O que disse?_ Virou-se lentamente.

_Eu disse... Para! A culpa não é dela, ela disse que eu devia sair, mas fui eu quem decidiu ficar até tarde fora de casa. Se quiser culpar alguém, culpe a mim.

Não sabia se era coragem ou insanidade, mas não deixaria Nakada levar a culpa pela situação, não conseguiria conviver consigo mesmo. Watari deu indício que iria dizer algo, mas parou, respirou fundo e foi até Lawliet com postura imponente:

_Eu tenho coisas mais importantes pra me preocupar, por isso apenas digo: Nunca mais faça uma coisa dessas._ Subiu as escada para o escritório, deixando os dois sozinhos.

Nakada deu um grande suspiro de alívio, olhou para ele e disse:

_Você deve estar louco, Lawl. Mas... Obrigada por me defender.

_Eu tinha que fazer isso, afinal a culpa não foi sua.

_Deixa eu te recompensar por isso, deve estar morrendo de fome.

_Quando não estou?_ Sorriu ironicamente.

_Eu vou te preparar algo, enquanto isso é melhor você tomar um banho. Não coloque suas roupas no roupeiro, podem manchar.

_Certo, eu não vou demorar.

Subiu os degraus, as cenas daquela tragédia ainda passavam diante de seus olhos, de tanto que certa hora suas penas enfraqueceram e quase caiu de cara no degrau. Terminou de subir as escadas, foi até o banheiro, retirou aquelas roupas ensanguentadas, ligou o chuveiro a uma temperatura quente o suficiente para relaxar seus músculos tensionados e adentrou o box. Deixou que cada centímetro tingido de sangue fosse levado pela água, mas de qualquer forma aquelas manchas nunca mais sairiam. Muitas coisas estavam passando por sua mente, pensou nos relatórios que havia lido, e no quanto aquelas informações eram inconsistentes. Mais uma vez o que estava acontecendo não lhe parecia certo, a água quente escorria assim como seus pensamentos. Uma série de cenas passaram pela sua mente, tentava interliga-las, porém assim como estilhaços de vidro elas não se encaixavam. Este quebra cabeça ainda tinha várias peças faltando, e...

_Qual é o meu problema?! Eu não devia nem ter começado a me envolver nessa droga! _ Disse para si mesmo.

Terminou o banho, vestiu uma camiseta e uma calça confortáveis e desceu para jantar. Não era nada muito elaborado, mas precisava comer. Sentou-se a mesa, Nakada pôs a sua frente um prato bem servido de bolinhos primavera com molho agridoce:

_Obrigado.

_Não há de que... Lawl.

_O que?

_O que aconteceu lá?_ Perguntou, curiosa e preocupada._ O velho que você ajudou... Estava morrendo?

_Ele estava com um machucado feio na parte de trás da cabeça e sangrando muito, eu só cuidei pra que ele fosse acudido do jeito certo enquanto o socorro não chegava. Mas mesmo assim, ele sangrou muito.

_Nossa... Deve ter sido traumatizante, não é?

_Já vi cenas bem piores, e você sabe._ Ficou cabisbaixo.

_Infelizmente eu sei... Porém sei como se sente, vi coisas horríveis na guerra também. Mas você não deveria estar passando por tanta coisa tão jovem, não faz bem a cabeça.

_É por isso que eu prefiro ser frio, mas ultimamente...

_O que?

_Ultimamente eu tenho falhado, meus sentimentos andam sobrepondo minha razão, ajo por impulso, não penso direito... O que está havendo comigo, Nakada?_ Olha sério para ela, assustando-a um pouco.

_Bom, não esperava agir como uma máquina a vida inteira, não é?_ Foi até ele, colocou a mão em seu ombro._ Não se culpe por ser humano.

_Heh o que eu faria sem você, Nakada?_ Colocou sua mão sobre a dela._ Acho que se não fosse por você, eu já teria pirado há muito tempo.

_Nisso eu tenho que concordar hehe. Apesar de inteligente, nunca lidou muito bem com sua parte humana. Aliás, é melhor comer esses bolinhos antes que esfriem._ Apontou discretamente.

Depois de comer, foi até a sala e sentou-se no sofá para ver TV. Colocou em um canal qualquer, um noticiário falava sobre o possível ataque terrorista ocorrido. Os dois homens que haviam tentado ajudar a vítima, davam o depoimento dizendo que o senhor estava vivo graças a um garoto pálido e estranho que havia aparecido bem na hora:

_Hmm..._ Sorriu de canto._ Eu salvei uma vida.

Como de costume não demonstrava muito, mas não se cabia de satisfação. Sempre se achou um inútil na maior parte da vida, mas pela primeira vez sentiu que fez a diferença pra alguém. "E se eu não tivesse aparecido? Talvez ele não teria sobrevivido, e tudo que restaria seria uma família chorando e um corpo pra limpar.". Era como uma droga, agora queria sentir isso mais vezes, queria se sentir útil de novo. Sabia exatamente qual caminho poderia tomar para que isso ocorresse, entretanto era muito perigoso e estava inseguro. Por um segundo voltou a realidade, pensou consigo: "Eu não posso fazer isso, não é da minha conta. Eu tenho só 16 anos, isso seria demais pra mim, mas... de qualquer jeito, eu acho que já cheguei longe demais pra desistir."

Então estava decidido, Lawliet faria de tudo para ajudar Watari no caso, todavia teria de ser de maneira indireta, quase ilícita, afinal não seria muito aceitável um adolescente envolver-se diretamente em uma situação dessa magnitude. Era uma conflito interno atrás do outro, sua razão dizia para ele recuar, porém uma coisa ainda mais forte que sua razão ou suas emoções batia dentro de si:

_Mas... O que é isso?_ Apoiou a mão em seu peito, parecia arranhá-lo por dentro._ Será que é esse o senso de justiça que Watari sempre fala? Eu devo estar ficando louco...

Desligou a TV, subiu as escadas e foi direto para seu quarto. Estava muito abafado, então abriu as janelas para gerar uma corrente de ar. Acendeu as luzes, de repente um pequeno pássaro entra pela janela, aparentemente atraído pela luz:

_O que?! Não! Volte aqui!_Começou a perseguir o pássaro._ Não deveria estar no ninho a essa hora?

A ave voou para fora de seu quarto, fazendo com que tivesse que persegui-lo pelo corredor. O animal estava assustado e não queria parar, Lawliet tentava pegá-lo, mas em vão. Esperou ele se cansar e o seguiu sorrateiramente, o pássaro estava sentado limpando sua asa, ele então surpreendeu-o, conseguindo então pegá-lo. O animal começou a gritar de dor, ele então notou que sua asa estava machucada:

_Oh não, você não está nada bem._ Pegou-o com cuidado para leva-lo para o banheiro e tentar fazer um curativo. O animal se debatia com medo de ser ainda mais machucado._ Ei, calma, eu não vou te machucar.

Levou o pássaro para o banheiro, colocou-o sobre a toalha, abriu o armário e pegou alguns algodões, esparadrapo e líquido anticéptico. Passou o líquido com um algodão por cima do machucado na base da asa para limpá-lo, a ave naturalmente gritou de dor, mas logo parou. Passou uma pomada cicatrizante, colocou algodões por cima e finalmente finalizou com o esparadrapo.Pegou o animal nas mãos, que já havia se acalmado:

_ Vou ver se acho alguma caixa onde você possa dormir.

Enquanto atravessava o corredor em direção as escadas, ouviu algo vido do escritório de Watari. Sorrateiramente foi até a porta, que estava fechada, encostou o ouvido na mesma para ver se conseguia algumas respostas:

_Eu não sei, tá?! Eu já disse mais de mil vezes!_ Barulho de algo caindo no chão, ou jogado ao chão._ Só há um jeito de resolver isso! Não dormiremos até que este caso esteja resolvido! Uma vida quase foi perdida hoje!

​De repente a porta se abriu, o impacto jogou Lawliet no chão, que tomou cuidado para não machucar o pássaro em suas mãos. Watari tomou um susto, mas logo perguntou:

_Lawliet?! O que estava fazendo?

_Ãh... Eu... Eu só ia te perguntar onde posso encontrar uma caixa pra esse passarinho, ele está machucado._ Mostrou o animal para tornar a desculpa ainda mais convincente.

_Bem, procure na dispensa da cozinha.

_Tá, obrigado.

Reparou o estado que Watari estava, se aquele stress continuasse ele iria acabar doente, ou pior, afinal já era um senhor de idade. Vê-lo daquele jeito lhe causava extremo desconforto, ainda mais por se sentir tão inerte. Ouviu algumas vozes vindas da cozinha, Watari provavelmente iria jantar, então era sua chance! Entrou no escritório, o lugar estava abafado e com um predominante cheiro de café, colocou o pássaro deitado na escrivaninha. Caminhou até uma pequena pilha de fichas, onde uma delas já parecia ter os registros do que havia ocorrido naquele dia. Observou que o mesmo relatório que havia lido há algum tempo estava em um lugar de destaque na mesa, concluiu que a Interpol ainda levava a sério as ameaças diretas, porém ele não. "Se o Japão já foi atacado, porque um simples comércio? Poderia ter sido um lugar de maior importância não?" pensou consigo, mas não podia agir diretamente e isso o corroía por dentro:

_E se eu... Agisse indiretamente? Se quiser fazer algo a respeito, terei de ser um fantasma.

Pegou um post it que já estava colado no relatório, no mesmo havia escrito "Dar prioridade", apagou o que estava escrito e escreveu no lugar: "Distração".  Colou-o de volta, pegou o pequeno animal com a asa machucada e saiu discretamente, bem na hora por sinal já que quando saiu ouviu Watari subindo as escadas. Após isso desceu para finalmente procurar uma caixa onde que pudesse ser uma boa cama para seu temporário bichinho de estimação. Quando encontrou uma que servisse, forrou com alguns panos e colocou o pássaro deitado nela, ele pareceu gostar do conforto:

_O que está fazendo aí?

_O que?!_ Virou-se assustado, acalmou-se quando viu que era apenas Nakada._ Ah... É uma longa história, ele entrou pela minha janela e...

_Que gentil da sua parte, fez até um curativo. Parece que você foi feito para salvar vidas._ Sorriu.

_Heh está insinuando que eu sou algum herói? Isso não serve pra mim, sou muito infantil pra isso._ Disse irônico.

_Não foi o que quis dizer, o que eu disse foi que você foi feito para ajudar as pessoas de alguma forma. Eu vejo isso em você, Lawl.

_Hmm quem sabe.

Depois de colocar o pequeno paciente para dormir, Lawliet já ia subindo as escadas para se preparar para dormir, apesar de não querer. Por curiosidade, decidiu passar em frente ao escritório de Watari para ver se seu plano havia dado certo. Espiou pela porta entre aberta, ele falava ao telefone:

_Sr. Yagami, a situação está ficando complicada, devemos informar aos outros que... Espere um minuto._ Reparou o post it colado no relatório._ Mas... Não foi isso que eu escrevi...

Lawliet ficou tenso naquele momento, existiam grandes possibilidades de Watari desconfiar dele, e isso certamente lhe traria muitos problemas. Mas nada aconteceu, ele só ficou lá parado com o telefone pendurado entre os dedos:

_Distração... Espera um pouco...! Isso é óbvio!_ Levou rapidamente o telefone até o ouvido._ Sr. Yagami, devemos retirar a hipótese primária da prioridade! Eu sei que parece loucura, mas se pararmos pra pensar veremos que há a possibilidade de tudo isso ser uma distração! Pense, por que fariam ameaças tão explícitas?! Isso tudo é muito mais complicado do que pensávamos! Mas agora temos outro ponto de partida melhor! Farei uma reunião amanhã, informarei aos outros, sim. Agora... Vá recuperar as energias, eu vou recuperar as minhas.

Correu dali antes que ele desse com a porta em sua cara de novo. Foi para seu quarto com uma satisfação indescritível, sentia-se útil. Deitou na cama e olhou para o teto, sem sequer colocar um pijama:

_Isso é... Como uma droga, mas o único jeito de sustentar esse vício agora e ajudar na investigação, ou eu não deveri... Não! Chega de ter tanto medo! Muitas pessoas podem morrer se eu não fizer nada, e não vou parar até que tudo isso tenha acabado._ Sentiu-se diferente no mesmo instante, respirou fundo e soltou vagarosamente o ar._ Deve ser isso que chamam de senso de justiça...

Seus olhos pesaram e ele rapidamente adormeceu.  

     

         


Notas Finais


Não vai ser fácil, vou forçar meus neurônios pra criarem um bom caso investigativo, perdoem se não ficar a nível Death Note, eu não sou um gênio como o criador do mangá kkkk


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