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História Origens - O passado de Sayori


Escrita por: CaroIina1601

Notas do Autor


Perdoem a demora, 3º ano do ensino médio é foda e ultimamente não ando com muito tempo para escrever. Mesmo assim curtam aí mais um capítulo ;)

Capítulo 6 - O passado de Sayori


Foi bruscamente acordado pelo despertador, com ódio bateu a mão sobre ele, desligando-o. Estava com uma dor de cabeça terrível, quase como uma ressaca, levantou-se e permaneceu sentado na beirada da cama pensando em nada e em tudo. Se deu conta de que tinha que se arrumar para ir a escola, então foi direto para o banheiro tomar um banho e lavar aquele sono. Depois de 10 minutos saiu ainda meio sonolento, tamanha desatenção fez com que escorregasse em uma poça e caísse de frente, colocou as mãos a frente e evitou que batesse o rosto. Quando percebeu uma pequena gota de sangue no chão, olhou por cima dos ombros e viu que estava com um corte feio no braço direto:

_Hmph... Meu dia já começou bem..._ Colocou a toalha sobre o ferimento, deixando uma mancha vermelha no tecido azul._ E agora? Cadê o bandeide?_ Foi abrir o armário para pegar um, porém quando retirou a mão do corte o mesmo ardeu na hora._ Ah! Droga!_ Ouviu alguém bater na porta do quarto.

_Lawl, você está bem?_ ​Nakada perguntou do outro lado da porta.

_É... Sim!

_Tem certeza? Eu te ouvi gritar.

​_​Não foi nada, só um pequeno choque térmico.

_​Ah, então tá._​ Ouviu os passos diminuindo ao longo do corredor.

_Ótimo...

Envolveu a cintura com a toalha e saiu para se vestir. Com certeza não seria uma boa ideia vestir uma camisa branca por cima de um corte destampado, então colocou um pequeno bandeide para tampá-lo. Vestiu-se, arrumou o cabelo a ponto de deixa-lo minimamente bagunçado, sentiu o estômago roncar. Desceu para tomar café. Assim como vinha ocorrido nos últimos dias, Watari não estava lá, mas nem chegou a se preocupar. Nakada chegou ao seu lado trazendo um xícara de chá e alguns biscoitos:

_Obrigado.

_... Tem certeza de que está bem?

_Já disse que sim, por que ainda pergunta?_ Disse tentando não parecer grosso, mas já sendo.

_Porque tem uma mancha vermelha na sua camisa.

Arregalou os olhos, olhou para a manga suja de vermelho e sentiu-se incompetente por não ter conseguido fazer um bom curativo.

_...Vai me dar um sermão?

_Na verdade, eu só ia perguntar como conseguiu se esquecer de colocar um algodão antes do bandeide hehe._ Ela sempre era imprevisível._ Falando nisso, como vai a bolinha de penas?

_Não vi como ele estava, mas deve estar dormindo.

_Sei, depois eu vejo se está com fome. Quanto a você, Lawl, tem que ir senão vai se atrasar pra aula.

_Nossa! Verdade.

Terminou o chá em uma golada, os biscoitos em uma mordida, pegou a mochila, despediu-se de Nakada e saiu. Não demorou para que chegasse na escola, logo viu o quanto as coisas estavam anormais. Todos os alunos estavam assustados e comentando sobre exatamente a mesma coisa: o ataque que havia acontecido no dia anterior. Imediatamente começou a procurar por seus amigos. Estava andando perto da quadra de tênis, olhava para todos os lados menos para frente, o que fez com que trombasse com Niku:

_Ah não! Meus óculos!_ Procurava-os em vão.

_Niku?! Foi mal, amigo! Deixa eu te ajudar._ Pegou os óculos para ele, entregando-os em seguida.

_Obrigado._ Colocou-os, conseguindo finalmente enxerga-lo._ Lawl, ainda bem que te achei.

_O que queria comigo?

_Ficou sabendo do ataque que ocorreu ontem?!

Nesse momento, Lawliet fica com um olhar estático e perturbado, como se estivesse revivendo todo o horror que viu no dia anterior. Niku percebe sua distração:

_Ei! Você tá me ouvindo?_ Balançou a mão a frente de seu rosto.

_Ãh...! Ah sim! Fiquei sabendo, que coisa não?_ Desviou o olhar novamente.

_Por que você fica olhando pra baixo toda hora?

_Por nada...

_Tá fazendo de novo._ Disse reprovando a atitude.

_Eu já disse que não é NADA!_ Gritou, pela primeira vez gritara com alguém.

_Ei calma aí!_ Disse levantando as mãos.

_Ah me desculpe... Eu não estou com meu melhor humor hoje._ Disse arrependido por ter perdido o controle.

_Relaxa, tranquilo. Você não é o único que tá com os nervos a flor da pele. Olha eu tenho que ir, a gente se vê no intervalo?

_Claro._ Os dois se despediram e Niku seguiu para o prédio principal.

Lawliet ainda não iria para a aula, primeiro tinha que devolver o livro a biblioteca se não quisesse se encrencar. Caminhava rápido e de cabeça baixa, quando de repente sentiu mais uma pessoa trombar em seu corpo! Caiu desorientado e rapidamente olhou pra cima, percebeu o rosto ruborizado de Sayori a sua frente. Estavam tão próximos que não sabiam nem como reagir.

_Ãh...? É... D-Desculpa, e-eu não te vi!_ Ela estava com os olhos arregalados e o corpo tremendo de tanta vergonha.

_Sayori?... Não, tudo bem...

_É sério me desculpa! E-Eu não te vi._ Os dois começaram a ficar quentes de tão constrangidos._ Nossa...

_O-O que?

_N-Nada!

Os dois se levantaram ainda sem jeito, Lawliet tentava esconder as bochechas vermelhas a qualquer custo. Ajeitou-se para tentar dizer algo sem gaguejar:

_Foi mal, eu estou meio distraído hoje._ Disse evitando contato visual.

_Tudo bem... Eu estava te procurando. Soube do que aconteceu ontem a noite?

_Sim..._ Olhou para os chão._ Apesar daquele ferimento horrível na cabeça, o dono da loja sobreviveu. Que bom, né?

_Como sabe que o ferimento foi na cabeça?_ Nesse momento ele engoliu seco._ Isso não foi divulgado._ Disse estranhando a afirmação incrivelmente específica.

_Foi só um palpite certeiro, afinal tinha muito sangue concentrado abaixo da cabeça._ Rapidamente formulou uma resposta.

_... Deduziu isso das filmagens? Impressionante._ Sorriu. Os dois se olharam timidamente por alguns segundos, até que Sayori quebrou o silêncio_ Ei! Eu esqueci de trazer meu lanche e preciso ir até uma loja comprar alguma coisa pra comer, quer vir comigo?

_Claro! Talvez eu volte de lá com alguns doces hehe.

Como faltavam apenas dez minutos para a aula, os dois andaram rápido até a loja. Um senhor de meia idade que usava uma camisa amarela surrada os atendeu, lhes oferecendo seus melhores produtos. Ela saiu com uma sacola com alguns bolinhos salgados e barras de chocolates, já Lawliet comprou um pacote de waffles de morango, já abrindo o pacote antes mesmo de saírem da loja. Enquanto ele comia, a garota olhava para o doce lambendo os lábios. Assim que notou, sorriu:

_Você quer?_ Carinhosamente ofereceu.

_Ah... Desculpe, tenho que parar de ser tão morta de fome._ Disse tímida.

_Que isso, eu divido com você._ Mordeu metade do waffle e deu a outra metade para ela.

_Puxa... Obrigada._ Aceitou e comeu.

Faltavam cinco minutos para aula, os dois apertaram o passo, porém ainda faltava muito:

_Droga! Não vais dar tempo.

_Podemos pegar uma atalho, venha!_ A garota sugeriu, ele acatou a ideia.

Entraram em uma estreita viela, a cerca de 100 metros estava a escola, era de fato um atalho e tanto. Atravessaram metade do caminho, contudo o inesperado aconteceu, foram surpreendidos por um assaltante! O homem apontou uma arma 38 para os dois:

_FIQUEM QUIETOS E NINGUÉM SE MACHUCA!

Os dois ficaram paralisados, Lawliet se posicionou a frente de Sayori, porém estava tão apavorado quanto ela. O garoto moveu os braços vagarosamente até os bolsos, estava disposto a realmente entregar tudo que tinha para sair vivo. Sayori deu passos vagarosos para trás, tropeçou em uma lata e caiu para trás. O ladrão assustou-se e apontou a arma para a garota! Estava prestes a puxar o gatilho, mas antes que pudesse fazer algo seus olhos arregalaram, largou a arma e colocou as mãos no peito. A cena pareceu correr em câmera lenta, o homem caiu morto depois de ter um súbito ataque cardíaco.

Sayori não suportou o choque e caiu de joelhos dando um grito estridente, que também fez com que Lawliet voltasse a si. Ela colocou as mãos ao lado da cabeça e, com respiração ofegante, dava gritos pausados, estava tendo um ataque de pânico. Ele rapidamente foi tentar acalmá-la:

_Espera... Sayori, calma! Ele está morto!_ Disse pegando em seus ombros. 

_NÃO! POR QUE?! Por que?...

_O que foi?

_POR QUE NUNCA CONSIGO SER FORTE?! Eu... Eu prometi!_ Disse entre lágrimas novamente.

_Prometeu pra quem? Do que está falando?!_ Queria saber de uma vez.

_Meu... Meu pai. Ele... cuidou de mim quando minha mãe morreu no meu parto, só que quando eu tinha onze, ele..._ Não queria continuar a frase, cada palavra era uma facada para ela.

_Ele o que?

_E-Eu sabia que ele estava demorando demais naquela noite, até que... Algumas horas depois... Minha tia me levou até o hospital e..._ Sua fala começara a falhar, Lawliet já estava suficientemente chocado com tudo aquilo._ O-Os médicos falaram que não tinha mais jeito, que tinha perdido muito sangue._ Sayori começou a tremer, os olhos do garoto começaram a lacrimejar_ Eu me recusei a chorar! Prometi pra ele que seria forte! Mas... EU SEMPRE FALHO!

Sua tristeza transformou-se em ódio, apertou os punhos e a voz mudou de tom. Lawliet não sabia o que pensar disto, entendia como ela se sentia, não sabia o que dizer, mas pensou que valia a pena tentar:

_Sayori, eu... Eu não fazia ideia. Olha, eu sei como é... Perder aqueles que são importantes pra você e se sentir impotente. Mas você não tem nada do que se envergonhar.

_Como não?! Eu sempre sou fraca!_ Levantou-se e o encarou.

_Fraca?! Muitos teriam desistido da vida no seu lugar, você teve coragem de enfrentar tudo isso de frente. Se quer saber, é uma das pessoas mais corajosas que eu conheço.

Um sorriso lentamente foi se formando no rosto da garota, igualmente para ele. Seus rostos começaram a se aproximar, os dois iam ficando cada vez mais ruborizados, até que fecharam os olhos e seus lábios timidamente se tocaram. Começou com um beijo singelo, mas bastou alguns segundos e ficou mais intenso. Lawliet agarrou suavemente os cabelos dela por trás, enquanto a mesma posicionou as mãos sobre o rosto, cada vez mais quente , dele. Depois de longos segundos afastaram-se para respirar, seus neurônios estavam a mil assim como os batimentos cardíacos:

_Eu... Desculpa. N-Não devia..._ Ele sequer sabia o que dizer para ela, sentia como se tivesse errado.

_Tudo bem... (suspiro) Foi... Foi bom...

_É... M-Mas, temos que ir agora, estamos atrasados pra aula._ Disse ainda com o rosto ruborizado.

Recompuseram-se e seguiram para a escola, por sorte o sinal ainda não havia tocado. Atravessaram os portões, passaram direto por Niku e Akira sem sequer notar sua presença:

_Ué, onde eles estavam? E... Por que estão tão estranhos?_ Niku pergunta.

_Eu tenho um palpite, tomara que eu esteja certo._ Sorriu maliciosamente.

     

  

 

 

 

 

 

   

   

 

 

 

 

 

  



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