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História Os Cavaleiros da Energia Divina - A Identidade de Milky Way


Escrita por: WingsLove

Notas do Autor


Boas gente, mil perdões pelos meses de ausência!
A fic ainda não terminou! Está para breve, mas ainda não é desta!
A faculdade me levou o tempo todo, peço imensa desculpa. Mas voltei!
Um beijo enorme <3

Capítulo 48 - A Identidade de Milky Way


Fanfic / Fanfiction Os Cavaleiros da Energia Divina - A Identidade de Milky Way

Parou, antes de começar os últimos metros que lhe permitiriam começar a ver o local da batalha, e colocou a capa sobre o corpo, vestindo-a. Suspirou e levantou um dedo na direção do céu.

E agora, a chuva parava. A chuva havia acordado. E ninguém mais a faria adormecer. Ela havia acordado. E na casa do grande mestre outra força também se levantava, e a capa percebeu. E a chuva também.

Relâmpagos cruzavam os céus como se algo adivinhassem que algo poderoso estaria para acontecer.

Altair estava de frente para Kami, que ainda se tentava recompor do que havia acontecido antes. Como podiam as suas forças terem sumido daquela forma?

Também Raijin se levantava agora, agarrado ao ferimento. 

- Você... Você não tinha... Você não tinha nem tem o direito de fazer tanta gente sofrer!! Acabe já imediatamente com esta guerra, Érebos! O que você quer mesmo?!

Ainda fraco e irritado, Kami levantou-lhe a voz:

- Eu serei o novo rei dos deuses! Controlarei toda a raça humana, desta e de outras tantas realidades!

- O quê?! Você criou esta guerra apenas para esse fim?! Você não tem o menor dos sentimentos!

- Cale-se, Zeus!! - explodiu o anjo negro. - Foi por culpa desses sentimentos que... 

Interrompeu-se a si próprio.

- Ora... Você não tem nada a ver com isso! Eu faço o que entender melhor! E se isso incluir destruir toda a humanidade, eu assim farei! E nenhum, absolutamente nenhum de vocês terá força para me impedir disso!!

Kami leva a mão de forma agressiva ao chão. Raijin e os restantes acharam estranha aquela atitude. Porém, a dúvida não permaneceu durante muito tempo, o que viram deixou claro que Kami não estava a brincar com a situação. 

Muitas mulheres e crianças subiam agora aos céus em prantos, em lágrimas, aos gritos, em completo desespero. Rezavam e pediam aos deuses por piedade e compaixão. 

- Você não pode!! - gritaram Atena e Lorene em conjunto. 

- Não posso? Querem ver como posso?! 

Em segundos uma criança cai no chão violentamente. Não houve compaixão. Não houve hesitação. Só um grito de medo e receio. E depois silêncio. Um corpo sem vida. 

Lorene caiu no chão em lágrimas. 

- P-Porquê? - questionou, agarrada ao peito. 

- Levante-se, Lorene! - pediu a deusa. - Temos de derrotar Érebos, dê por onde der. Kami que me perdoe... 

A jovem do futuro ergueu-se e limpou as lágrimas. Mu viu nela uma força que lhe era familiar. Não percebeu de onde. Os seus olhares cruzaram-se. O cavaleiro sentiu que era quase uma súplica para que ele saísse dali. Mas porquê? Porquê tanto interesse?

Raijin também olhou para ele. Mais uma vez o cavaleiro de Áries sentiu que lhe estavam a pedir para correr dali para fora. Mas porquê? 

 

CASA DE ESCORPIÃO

Nara já estava correndo há algum tempo. Parara na casa de Escorpião apenas para alimentar as memórias que tinha. Estava sozinha ali, e aquela solidão parecia querer consumi-la.

- Tantas mortes... Ainda sinto sua presença, mas... mas por quanto tempo, Milo? Esta guerra... Esta maldita guerra! Tanta morte, eu já não consigo ter mais força... Não assim. 

Nara bateu com a mão no chão e deixou a casa de Escorpião o mais rápido que as suas pernas lhe deixavam. Um receio estranho consumia-lhe a alma. Tinha de correr.  Tinha de correr o mais rápido que conseguia. Era uma sensação estranha, quase como se algo de muito grande dependesse de si.

Finalmente, havia saído da casa de Áries. Tudo era fogo visto dali. Correu mais um pouco. A chuva já havia abrandado há algum tempo, e ela estranhamente parecia preocupar-se com isso. Correu ainda mais. E mais. E mais. Até...

- Você! - exclamou, vendo a capa vermelha à sua frente, imóvel e silenciosa.

A pessoa apenas assentiu com a cabeça, não deixando ver a sua identidade.

- Você finalmente chegou, depois de tantos milénios à espera. - disse Nara, caindo por terra, de joelhos, sem forças. - Você é o único que... Você... Vá! Vá, rápido! Estou pedindo, por favor, não deixe Érebos destruir o universo! Se apresse!

A capa vermelha deu um passo em frente. Todo o caminho parecia se embelezar à sua passagem. Os pés descalços e delicados tinham avançado naquele percurso de terra batida e pedras afiadas, florescendo as flores destruídas pelo temporal. Parecia que nada seria capaz de lhe meter medo.

- Érebos está ameaçando os deuses, muita gente já partiu, e eu... eu estou esgotada! Nunca, nem na Era Mitológica, eu fui obrigada a fazer tamanho esforço sozinha... - exclamou Nara. - Mas resisti, a custo, mas resisti. Mas Milky Way, se ele fizer toda a humanidade cair, não conseguirei nem um terço salvar. As almas eternas seriam destruídas por completo. 

A prima de Takara estava frágil e cansada. Tinha passado por tanto...

- Tome, Milky Way, - disse, esticando-lhe um cristal - Não é apenas mais uma jóia do mundo humano. É o Coração de Diamante. Apesar de tudo, apesar do sangue que viu correr, das mortes a que assistiu, este cristal foi purificado com uma energia boa, leve-o... Talvez seja a esperança no meio da tempestade.

Milky Way aproxima-se de Nara, toca-lhe na cara, retira a mão novamente e cruza os braços em frente, soprando serenamente para o horizonte. A chuva voltava a cair novamente. O Coração de Diamante repousava agora junto ao peito do guerreiro.

- Esta chuva... Esta chuva é... 

A capa avançou serenamente no seu caminho, possivelmente em direção ao local onde estaria Érebos e todos os que ainda haviam resistido naquela batalha. 

Nara viu aquela pessoa afastar-se ao longe e observou como os animais a pareciam querer acompanhar, apesar da chuva tempestuosa que se fazia agora sentir.

- Por favor, Milky Way! Me ajude, estou dando o melhor de mim para conseguir compensar o erro que cometi no passado!! 

Lágrimas corriam da cara de Nara.

- Você não cometeu erro algum. 

Aquela voz. Aquela voz. Aquela voz. 

- Mas você é... - chocada e temerosa.

- Milky Way apenas. Milky Way.

Dizendo isto, correu em passos largos, quase voando, na direção de Érebos e Atena.

 

PRÓXIMO À CASA DO GRANDE MESTRE

Kami olhou para Mu e avançou até ele, que agarrou Diana com mais força ainda. 

- Ora, ora, um muviano. Esta pode ser a oportunidade mais rápida de o destruir... Já não me dá nem um pouco de medo!

- Que está dizendo?!

Nem Mu nem os restantes conseguiam entender as palavras de Érebos naquele momento. Um estranho silêncio começou a se impor ali de um jeito que apenas a deusa e Lorene perceberam. Um muviano... que teria Érebos contra a raça de Mu?

- Já faz tempo, Érebos...

Uma voz aparecia atrás de todos eles, imponente. Chronos engoliu em seco ao ouvir aquela voz. Atena arrepiou-se por completo. Mu da mesma forma. Um cosmo inexplicavelmente enorme apareceu atrás deles.

- Não pode ser... - balbuciou a deusa, olhando para o rosto daquela pessoa. - você não pode ser...

Uma luz forte ilumina o corpo daquela pessoa. Érebos, Kami, estava nervoso e parecia perder o controlo sobre o próprio corpo. Os seus músculos pareciam petrificados, ele queria voltar-se mas não conseguia.

- Não pode ser... como pode estar tão poderoso sem a armadura? - questionou, a custo. - De onde você apareceu?! Como é possível?!

Mu olhou arrepiado, num misto de sensações e sentimentos que há muito ele não sentia. Também Saga o fez, junto às pedras onde estavam os mortos. Os olhares dos dois cruzaram-se e um misto de dúvida e esperança. 

Érebos explodiu num grito ensurdecedor que fez relâmpagos chocarem no céu.

- NÃO ME INCOMODEEEE!!! 

Nisto, lançou uma forte e assustadora descarga de energia maligna nunca antes vista na direção do desconhecido. 

Todos os que ainda conseguiam manter a consciência desperta estremeceram verificando a onda de poder na direção daquela pessoa.

Zeus, anteriormente ferido, levantava agora a cabeça, verificando a identidade daquele ser, momentos antes do choque chegar junto a ele. Levantou-se rapidamente e correu para o local do embate, a uma velocidade que pareceu muito próxima à da luz.

Junto com o novo visitante defendeu sem custo o ataque de Érebos.

- Você chegou tarde, Milky Way!! Muita gente perdeu a vida na sua ausência! - resmungou Zeus para o recém-chegado. - E como ousou regressar sem armadura?!

Já todos ali se tinham apercebido do enorme cosmo daquela pessoa. E se não tivessem certeza a qual patente pertencia, haviam-no confirmado agora mesmo.

- Milky Way... - balbuciou Saga, cerrando os punhos. - Agora está explicado. Agora está tudo explicado...

O seu ar parecia triste e abatido, por alguma razão desconhecida ainda. O cavaleiro divino não sorria nem mostrava uma única expressão de surpresa, medo ou entusiasmo.

- Você não sonhe!! Você nem sonhe que conseguirá o que pretende!! ESCURIDÃO DO APOCALIPSE!!!!!

Era a técnica mais poderosa de Érebos, capaz de destruir galáxias, que estava agora a ser dirigida a Milky Way.

Chronos estalou novamente os dedos, abriu os olhos e levantou-se, assustado. 

- Tem dez minutos, Milky Way... Talvez nem tanto... Apresente-se.

O tempo estava novamente parado por ordem do deus que controla todas as horas. 

- Eu... Eu... - balbuciou o guerreiro. - Eu não...

- Aika!! - gritou Mu, tentando aproximar-se da jovem com a capa.

Os dois olharam-se por breves instantes. Era Aika, a jovem filha de Dohko e Nerissa, que tinha agora nas suas mãos o poder de revirar a história dos deuses e do Universo. A troca de olhares penetrante foi interrompida pela voz de Chronos.

- Milky Way!! Apresente-se rápido e diga quem protege!! Só assim poderá ter os seus poderes completos nesta encarnação!

Aika retirou o capuz e dirigiu o olhar a todos os deuses e, por fim, a Altair, que estava com os olhos em lágrimas, joelhado no chão.

- Black Hole? - questionou, num tom baixo e quase inaudível, aproximando-se de seguida do guerreiro divino. 

Aika estava estranha, parecia não ter reação a nada nem a ninguém. Seu olhar estava vazio.

Colocou-se em frente a Altair e olhou-o de cima.

- Aika... Você voltou. Ajude-nos... é a nossa última esperança. Muitas pessoas morreram, muitos guerreiros morreram... Érebos vai destruir tudo se nada for feito!

Também o guerreiro de Black Hole estava apático e sem forças. Aquela batalha sangrenta só o tinha deixado a eles os dois vivos.

- Você mudou bastante desde a última vez que o vi....

Altair julgou que Aika estivesse falando da possessão de Érebos ao seu corpo.

- Érebos deixou-me e possuiu Kami. Acredito a dor que ele possa estar a sentir neste momento, Aika.

A filha de Dohko arregalou os olhos. 

- Aquele é o corpo de Kami? - perguntou, olhando para o inimigo, mesmo em frente a Chronos. - As minhas desconfianças estavam certas... Está completamente alterado... Meu pobre... Kami. Sempre foi tão meigo e...

- Milky Way!!! Quatro minutos! Eu não aguentarei muito mais!!

Aika respirou fundo e, tranquilamente, chegou junto de Chronos, tocou-lhe no ombro e duplicou o tempo. 

- Mas como?! - perguntou, atónico, o deus. - Como você consegue controlar também o tempo?

- Faltou-lhe ler alguns livros sobre os guerreiros da energia divina, caro deus do tempo... - falou, sem alterar a sua tranquilidade.

Mu lembrou-se então da descrição no primeiro livro que lera, ainda sem nem saber o nome de Aika, há muito tempo atrás, "Milky Way, o peregrino do universo, capaz de usar todas as habilidades do mundo".

Mu iria começar a falar, mas a filha de Dohko não deu sequer possibilidade para tal. 

- Eu não me poderei apresentar. Não me conheço. As minhas memórias reais foram seladas há algum tempo, apenas tenho comigo as memórias de Ren do passado. - disse, deixando escapar algumas lágrimas. - Aquela a quem chamam Aika não se lembra de nada! Não sou Ren, não sou Aika, apenas sou Milky Way!

Aika tentou avançar, mas foi firmemente agarrada por Altair, que a olhou nos olhos.

- Não! Nem tente! Você não tem armadura, morreria facilmente contra um deus como Érebos.

- Se eu não derrotar Érebos, jamais trajarei a minha armadura!

- Se você morrer, estaremos todos condenados!

- EU NÃO MORREREI! - gritou Aika, soltando-se de Altair e quebrando a barreira do tempo.

Nesse instante, criou uma barreira nova, tentando defender o ataque de Érebos. Apesar do esforço, sentia que não tinha energia suficiente... As suas forças não eram suficientes sem a sua armadura.

- Que poder... Que cosmo energia assustadora num corpo humano. - observou Hades.

- Aika! - gritou Atena, correndo para a filha de Dohko, ajudando a travar o ataque, com o seu báculo.

- Atena... Você... 

A deusa estava séria.

- Algo de estranho está acontecendo!

Érebos sustém o própio ataque de forma completamente imprevista, lançando uma corrente de energia negra para Atena, que é trespassada e cai, sangrando no chão. 

- ATENA!!! 

Muitas vozes. Muita aflição. Lágrimas e um aperto no peito. O corpo mitológico da deusa havia sido atacado. 

- Atena, NÃO!! - gritou Zeus, Raijin, correndo para junto dela, segurando-a nos seus braços fortes. - Atena, minha filha, aguente firme! Se seu corpo for destruído pela escuridão de Érebos, não haverá salvação possível para a sua alma! Não posso permitir! Não permitirei! 

O deus dos deuses levanta-se, mas rapidamente perde o foco. Aika estava sendo agarrada pelos braços de escuridão do inimigo. 

- Muito bem, Milky Way, estou vendo que sua armadura não a quis proteger... - riu. - Alguma razão deverá ter tido! Desilusão? Frustração? Ingratidão? Tantas e tantas razões! Cara guerreira, eu irei destruí-la agora mesmo! 

A filha de Dohko não estava reagindo da sua forma habitual, notava-se a sua dor ao saber que não se conseguia soltar de Érebos, mas também se conseguia perceber uma calma estranha e pouco comum. 

- Aika! Reaja!! - gritou Zeus.

A jovem não parecia ouvir o deus. Érebos apertou ainda mais os braços de escuridão que apertavam a guerreira, a fazendo soltar um pequeno gemido de dor, perdendo os sentidos.

- Divinos! Cavaleiros Divinos! - enviou ela telepaticamente uma mensagem a todos os guerreiros da energia divina - Vocês são necessários aqui! TODOS! Juntem-se! CAVALEIROS DIVINOS, estou chamando todos! Rápido! Levantem-se! Não há tempo! 

Altair estremeceu por completo, juntamente com a sua armadura, sentiu um enorme sentimento de amor invadi-lo por completo. Uma forte luz vinda do céu, através da chuva forte que se sentia, incidiu sobre o seu corpo ferido e fez todas as suas energias voltarem a si. 

- Lamento, minha amiga... - disse, ganhando força, apesar da dor no seu coração. - Apenas eu poderei acompanhar você nesta última batalha.

Altair julgava que os restantes divinos estavam mortos. E realmente estavam. Porém, uma luz igualmente forte os invadiu. Os seus corpos mortos e ensanguentados brilhavam agora com uma força imensa. O sangue que lhes tinha impregnado a pele parecia evaporar-se lentamente para o céu e se diluir com a chuva.

As armaduras olhavam para o que se estava a passar e, percebendo o que estava acontecendo, prostraram-se de joelhos no chão, de imediato. Nara, que havia chegado junto da casa do Grande Mestre naquele momento, faz exatamente o mesmo, no seu local ainda escondida dos olhares de Érebos.

Saga, apesar de ser um simples humano naquele momento, não conseguiu ver a dor de Aika e começou uma corrida destemida contra Érebos, golpeando um dos seus ombros com uma espada. 

O grito do deus da escuridão pareceu despertar algo dentro de Aika e Kami ao mesmo tempo. A jovem abriu os olhos com esforço e Érebos pareceu perder alguma da força com que pretendia atacar Saga. 

- Você não me devia ter provocado, cavaleiro de ouro! 

- Você jamais devia ter tocado na minha aprendiz, Érebos. Ela pode até ser uma guerreira divina, pode até ser filha de um cavaleiro de ouro e outra cavaleira divina... Mas continuará a ser a minha aprendiz. A minha primeira aprendiz! E cabe-me a mim protegê-la, enquanto viver! - interveio, Saga, lançando mais uma espada na direção de Érebos, que se tentou desviar, mas não conseguiu.

"Droga! Os sentimentos deste maldito hospedeiro estão a evitar a minha defesa direta! Tenho de atuar de outra forma!" - pensou o deus obscuro naquele momento. 

- Cavaleiros Divinos!!! - gritou a filha de Dohko, com o máximo das suas forças. 

A sua onda de energia fez com que Nerissa, Marie e Ute abrissem os olhos de repente, ficando extasiadas com o brilho da luz sobre elas. A realidade agora era outra.

Marie abriu seus olhos e trocou olhares com Altair, uns metros à sua frente. O coração de ambos estremecia de alegria naquele instante.

Também a boca de Ute se abriu, mas nem uma palavra foi ouvida. Observou seu corpo elegantemente vestido num caixão de vidro brilhante e olhou para o horizonte de seguida. Shaka estava caído no chão. Levantou-se de imediato e correu até ele já com lágrimas nos olhos.

- Shaka!! - enviou-lhe telepaticamente, sem obter resposta. - Shaka, acorde!!

O virginiano havia perdido a vida em batalha momentos antes. Shaka jamais lhe voltaria a responder. 

- Seja forte, Supernova. Por si, por Shaka e pela vossa bela filha que repousa nos braços de Mu de Áries. 

Ute estremeceu com as palavras da sua armadura, levantou-se e procurou Mu com o olhar, não o encontrara. Não sentia a sua presença agora, como? Como era possível? Olhou para Milky Way. Então... Aika era a guerreira que todos esperavam? 

Nerissa, também ela ensanguentada, abria os seus olhos e tentava levantar-se lentamente e dar passos firmes em direção à filha.

- Aika? - questionou, com lágrimas de emoção. - Você era mesmo Milky Way? Você me trouxe à vida novamente...

Raijin, Zeus, estava bem atrás dela, a guerreira não o viu. Porém, sentiu uma presença surpreendentemente forte próxima a si. 

- Esta força surpreendente... Este cosmo... Não é possível, não é possível Zeus ter vindo ajudar Atena. 

Sem nunca dirigir o olhar ao filho, sem nem perceber de quem se tratava, vira-se prontamente e dobra o joelho, fazendo uma sentida reverência ao deus dos deuses. 

Raijin aproximou-se, baixou-se à sua altura e abraçou a mãe em lágrimas. Nerissa primeiramente sentiu que se tratava de Dohko, tais eram as semelhanças físicas entre ambos.

- D-Dohko... Meu amor...

- Minha mãe... - o nome que a mãe havia proferido havia-lhe feito o coração doer mais ainda - Me perdoe, jamais quis matar você! 

- R-Raijin? Você... Você é...? Ó por Apolo, o meu filho é a reencarnação de Zeus! Eu não mereço essa honra...

- Mãe... Dohko deu a vida para me salvar. E eu vingarei a sua morte! 

A guerreira de Quasar estremece ao ouvir aquelas palavras, relembrara-se do que havia acontecido. Agarra-se ao peito do filho, sabendo que aquele ali era o fruto mais improvável do amor que ela havia julgado ter perdido muitas décadas antes. 

- Dohko...

Nerissa sentia agora que o marido a tinha deixado definitivamente após séculos de esperança. Dohko tinha partido. 

Conteve o choro que teimava em querer aparecer, trajou a sua armadura e dirigiu-se para juntos dos restantes guerreiros. Aquela era a hora. Por alguma razão o espaço cósmico os havia trazido novamente à vida, não sabiam porquê, como, nem durante quanto tempo teriam direito a estar vivos. 

Saga permanecia em frente a Érebos, sem receio de poder vir a morrer.

- Largue a minha aprendiz! - gritou o cavaleiro de ouro, cravando uma espada no braço que conduzia as correntes negras até Aika.

Um grito de dor arrepiou todos. Érebos não entendia como podia estar a sentir aquilo, aquela dor era demasiado dolorosa para uma espada normal. O que se estava a passar?

O geminiano apressou-se a agarrar a filha de Dohko nos seus braços antes que esta caísse no chão diretamente.

A jovem olhou para os olhos do seu mestre. Um sorriso misturado com lágrimas. Pingos de sangue escorriam junto aos seus pés.

- Você...

- Vai ficar tudo bem. Me perdoe. Vença esta guerra e volte para Gémeos, seu quarto estará pronto à sua espera, tal como estará sempre. - disse, caindo nos braços da guerreira, sem forças, mas sem perder a postura de homem frio. - Tenho pena que você não se lembre de mim, mas... mas eu lembro-me de você. E o que você é... para mim... aquilo que eu sou quando estou ao seu lado... ninguém poderá mudar. Aika, sobreviva... Mu estará esperando você também. Seja feliz, por favor. Eu... am...

Saga não conseguiu acabar a frase que queria proferir.

Aika fechava-lhe agora os olhos, o corpo do guerreiro jazia nos seus braços enquanto os guerreiros divinos lutavam contra o deus da escuridão, evitando que os ataques chegassem até eles. 

- Eu gostaria de poder sentir uma dor profunda pela sua morte, guerreiro de Atena. Infelizmente, não o consigo sentir. Porém, este aperto no peito e esta sensação estranha me dizem o quão especial era você para mim. Descanse em paz, guerreiro de Atena.

Saga havia partido. Gémeos não havia voltado para ele. A constelação estaria perdida até à próxima geração... talvez. 

- ÉREBOS! - gritou a guerreira, observando o estado do deus obscuro. - Liberte Kami imediatamente!!

- JAMAIS!! CLAMOR DO BIG BANG NEGRO!!

Érebos lançou então contra Milky Way um ataque que fez o próprio Zeus avançar em seu auxílio, evitando que o ataque chegasse até ela. A luz que estava a emitir era estonteante, brilhante e pura demais para um ser tão maléfico quanto aquele. Raijin continha aquela cosmo energia toda em frente à irmã.

Os cavaleiros que ainda resistiam, os próprios guerreiros divinos e deuses, observavam a luta agora, enquanto exterminavam as sombras malignas que ainda teimavam em tentar alcançar a casa do Grande Mestre.

- Lendas antigas referiam a existência de uma divindade cujo poder conseguiria alcançar o de Zeus, ou até mesmo ultrapassá-lo. Pergunto-me se tal ser não será Érebos... Este choque de cosmos é tremendo!

Altair mal tem tempo de acabar o pensamento. Zeus cai de joelhos no chão, sangrando pelos olhos, nariz e ouvidos.

- Raijin!!! - gritou Nerissa, desnorteada. 

- Não se atreva a avançar até ele, Quasar, você seria desintegrada em momentos! - interveio Hades, agarrando o seu braço.

De olhos marejados e forças esgotadas, ela apenas balbucia:

- Mas... é o meu bebé. Se ele morrer ali... eu jamais o voltarei a embalar...

O amor no coração da mulher de Dohko estava a ressoar com o poderoso dom de Altair. 

- Raijin é a reencarnação de Zeus, Nerissa. Ele sabe melhor do que todos nós o que está fazendo. Por alguma razão está protegendo Aika! - interveio Altair.

- Mas... Mas nós podemos ajudá-lo! Com a união de todos os nossos poderes nós podemos travar o ataque de Érebos e...

- Não podemos, Quasar. - foi a vez de Poseidon intervir agora. - Esta técnica é milenar, muitas lendas eram contadas pelos oceanos acerca dela há muitos séculos. Entretanto caiu no temor de todos, como se a atraíssem apenas por pensarem nela.

- Do que fala?!

- Esta técnica originalmente pertencia a alguém extremamente poderoso que foi derrotado por Érebos há milénios. Esse alguém não é Zeus, Érebos, Aika ou qualquer um de nós aqui presentes. Érebos aprendeu e copiou uma técnica que tem poder para destruir facilmente o planeta Terra e talvez grande parte da Via Láctea. Zeus não está tentando salvar Aika, mas toda a Humanidade! - explicou Hades.

- Mas... Mas... - balbuciou Atena, vendo seu pai sofrer. - Como pode alguém ter mais poder que meu pai?! Como?!

- A lenda que contavam referia que Zeus não era o predestinado a ocupar o primeiro lugar no Monte Olimpo, mas essa criatura que nunca mais foi vista e da qual nem o nome se conhece!

- Mas... 

Um tremor violento fez-se sentir, um clarão que iluminou tudo e nenhum ruído provocou sobressaltou os corações de todos. O que seria aquilo?!


Notas Finais


Então? O que acharam?


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