Após Dupin explicar como toda essa atrocidade aconteceu, ambos estavam esperando. Não sabiam muito bem o que estavam esperando.
Ambos sentados e suas respectivas poltronas, cada um com uma pistola na mão.
– Dupin, você tem certeza que não sabe o que aconteceu, ou quem fez tudo isso? – Perguntou olhando para sua arma. – E por que estamos segurando armas?
– Meu caro amigo – Dupin levantou de sua poltrona, indo em direção ao companheiro – Mas é claro que eu sei!
Dupin chegou ainda mais perto, colocou sua mão esquerda no ombro do amigo.
– Então conte-me! Por que estás esperando tanto?
– Digamos que... você também sabe quem fez isso – Dupin com a arma em punho, foi deslizando o cano no pescoço alheio. – Você também nem lembra – Disse debochado.
– Como assim? – O homem já tremia em pânico, mas tentava ao máximo parecer-se calmo.
– Você fez isso! Nós fizemos isso. – Dupin saiu de trás da poltrona indo em direção a janela.
Em um ato de reflexo, num solavanco levantou da poltrona, e apontando com suas mãos trêmulas a arma à Dupin.
– Digamos que... – Dupin foi se virando, ficando cara a “arma” com seu amigo. – Eu te droguei. – Disse simplicista.
– Você o quê?
– Apenas para que não me dedurasse. E cá pra nós – Foi se aproximando, indo com sua mão livre até a arma do amigo. – Eu não sou nem burro de te dar uma arma carregada.
Dupin tirou a arma do companheiro de sua frente e atirou no estômago do mesmo. O homem baleado não acreditara em tudo o que acabara de acontecer. Como pôde deixar que um psicopata morasse sob o mesmo teto dele. Tentou revidar, mas sua arma estava realmente descarregada, e a quantidade de sangue que saía de seu abdômen era imensa.
– Agora tente ligar os fatos meu amigo. – Dupin agachou-se – Por que achas que ninguém entendeu suas falas, nada compreensível saia de sua boca. E agora, durma bem, sim? – Terminou sua fala acariciando o rosto do seu eterno amigo.
Duas horas haviam se passado, Dupin agora estava tomando seu café sentado em sua poltrona, em frente à lareira acesa.
– É... – Disse se levantando – acho que essa vai ser a última mão que você vai me dar. – Dupin largou seu café rindo e pegou a destra de seu falecido amigo a jogando na lareira, junto ao resto de seu corpo, agora esquartejado, em chamas.
Dupin pegou seu café, voltou a sua poltrona que continuava no mesmo lugar de sempre, ao lado da de seu amigo. O cheiro de café se misturava com o do corpo em chamas. Apreciava cada momento, cada cheiro, cada som que o corpo sem vida emitia, a iluminação que a lareira proporcionava e o sentimento de peso liberado de suas costas. Sabia que nunca mais iria se preocupar com isso, nada iria acontecer com ele.
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